Translate

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O semeador do reino ( Mt 13, 1-23 )


Freqüentemente, no nosso dia a dia nós preocupamos tanto com nossos afazeres nos esquecendo de valorar nossas tarefas. Neste sentido, passamos a buscar as coisas que nos encantam e nos apaixonam. Esquecemos que a vida e fé são ingredientes essenciais que vão muito além daquilo que buscamos objetivamente: liberdade e autonomia.
A parábola do semeador aguça nossos sentidos, nos inserindo neste dinamismo de fé e vida. Ela vem bater de frente com a dialética existencial nossa entre fé e vida tão presente na pós-modernidade.
Em virtude disso, precisamos apreender o verdadeiro sentido do semear vida e fé de forma linear, partindo de seres incompletos a caminho da completude. Semear vida e fé se faz necessário através dos nossos sentidos, para reavivar o gosto, o sabor e se degustar melhor nossa fé e vida harmoniosamente.
Partindo da parábola, percebemos no primeiro momento e durante a semeadura que o semeador deixou algumas sementes cair à beira do caminho. Vieram os pássaros e comeram, não atingindo seu objetivo que era plantar para colher frutos.
Esta semeadura nos remete a internalizar a nossa vida de fé enquanto, aqui, como seres crentes e viventes, que a semeadura é muito superficial, pois não percebemos através dos nossos sentidos onde estamos semeando e nem atingimos a semeadura. Ficamos na superficialidade da vida de fé. Semearmos sem semear. Não percebemos o que estamos fazendo. A vida e fé se separam. Não existe interação.
No segundo momento, o semeador deixou cair as sementes em terreno pedregosos com pouca terra. Esta semeadura nos remete a dar poucos frutos, pois a pedras predominam sobre a terra semeada, e logo vem o sol e as matam porque as raízes não são profundas, levando-as a morrer. Percebemos que esta semeadura mostra a pouca maturidade e consistência do ato de semear, discernindo melhor nosso ser religioso com nossas atitudes mais concretas. Conseguiremos distinguir melhor e alcançar a profundidade da palavra de fé e vida na nossa peregrinação como seres religiosos.
No terceiro momento, o semeador deixou as sementes caírem entre espinhos. Os espinhos cresceram sufocando as sementes. Este agir do semeador nos mostra claramente a nossa imaturidade da fé para crescemos, mesmo no meio dos espinhos mundanos. A nossa vida não aparece e fica só espinhosa, mostrando mais espinhos do que semente em nosso agir religioso. Os espinhos são o grande contraste da criação, pois através dos espinhos da vida percebemos mais claramente a bondade de Deus, que nos retoma, sustenta numa verdadeira apoteose de amor eterno.
No ultimo momento, o semeador atingiu a terra propriamente dita. Elas deram frutos em números diferenciados. Meditando sobre os frutos desta semeadura percebemos a capacidade que cada um de nós temos de semear a nossa vida de fé, propiciando que o mundo vislumbre, enxergue, ouça, perceba e deguste com mais alegria exercitando os sentidos.
Percebendo a nossa esperança e vontade de semear e observando o sentido da nossa semeação, levamos ao mundo mais avidez de semear o amor do reino que contagia e liberta as suas criaturas.
Um chamado à humildade e à misericórdia se desprende, portanto, do seio da parábola do semeador. Há um só campo do qual é lícito e necessário semear imediatamente: é o próprio coração.


Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ Minas Gerais

sexta-feira, 11 de julho de 2008

JESUS E O REINO DE DEUS



Jesus pregava o reino de Deus. Muitos exegetas concluem que esse era o verdadeiro núcleo da mensagem de Jesus à palestina do século I. Em certo nível, talvez seja impossível estabelecer com precisão tudo o que Jesus quis designar com a expressão reino de Deus.
Em outro nível, entretanto, tal designativo pode ser facilmente compreendido por todos: Sabemos perfeitamente bem o que ele quis dizer em termos gerais: O poder soberano de Deus. Na oração ensinada por Jesus, os cristãos suplicam regularmente que seja feita a tua vontade [Deus], assim na terra como no céu (Mt 6, 10). Esse é o reino de Deus.
A expressão reino de Deus é um símbolo religioso que remete a uma esfera transcendental. Na medida em que alude ao reino de Deus, é realidade engendrada por um poder transcendente que não tem como ser circunscrito pela imaginação humana, nem definido em termos conceituais ou factuais precisos.
O reino de Deus é escatológico; em última instância, abarca o futuro, o fim dos tempos, o arremate e a realização da história. Trata-se de um reino utópico, e pensar que seu advento ocorrerá em determinado tempo e lugar é equivocar-se a respeito do símbolo.
Até onde sabemos, Jesus nunca definiu exatamente como o reino de Deus se manifestaria; não disse de que maneira seria instaurado. Contudo, o reino de Deus faz sentido contra o pano de fundo das profundas negatividades da vida humana; apela ao desejo e à esperança humanos em favor do que deve e pode ser, em virtude do poder de Deus, em face da impotência humana.
Em função de sua transcendência última, o reino será concebido de inúmeras formas diferentes. Em Jesus, contudo, o reino de Deus não está apartado nem desvinculado deste mundo. Em seu ensinamento, o reino é iminente, está em via de instaurar-se no mundo; Jesus é seu precursor, em certos aspectos, é seu agente, e o reino de Deus vem à luz em seu magistério e em sua ação.
Diversas dimensões do reinado de Deus podem ser experienciadas como concentradas em Jesus: o reino de Deus do futuro está ligado à sua pessoa e à sua ação; a práxis de Jesus torna o reinado de Deus presente, e defende-se que isso é uma causa e uma missão que atrai discípulos.
Ao fazer do reino de Deus o núcleo de sua pregação, Jesus foi teocêntrico. Não proclama a si mesmo; sua pessoa e sua obra não aparecem como o foco do seu próprio ensinamento. Pelo contrário, Jesus falava a respeito de Deus, a quem se referia como Pai. Deus, a vontade de Deus, os valores de Deus, as prioridades de Deus dominavam tudo quanto se lembrava haver Jesus dito e feito.
Quando afirma que Jesus foi obediente ou recebeu uma missão do Pai, o novo testamento reflete a centralidade do reino de Deus na vida de Jesus como causa. O consistente retrato de Jesus é de alguém absolutamente comprometido e fiel à missão de concretizar e objetivar a vontade e os valores de Deus na história.
O fato de o reino de Deus ter sido tão central para a vida e o ensinamento de Jesus torna-o normativo para o teólogo cristão: as cristologias que o negligenciam são inadequadas, e, positivamente, os cristãos devem descobrir algum significado para o reino de Deus em sua concepção teológica do mundo.

Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ Minas Gerais

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tenho medo do casamento

Um sacramento que une sentimentos

Haverá momentos em que precisaremos assumir um compromisso mais sério com alguém, e o nosso dilema será saber se estamos fazendo a melhor escolha. Certamente, essa hesitação seria menor se fosse possível adivinhar as conseqüências de nossas opções; o que é praticamente impossível. Fica a nosso critério apenas tentar descobrir os procedimentos para melhor alcançar nossos propósitos.
Os bons resultados de um trabalho são alcançados por meio de boas ferramentas e de um plano de ação. Para alguém que deseja roçar um campo, mesmo possuindo os equipamentos necessários, ainda assim, poderá ser surpreendido com chuvas ou outras interferências, as quais não dependem de sua vontade. Da mesma maneira, na vida conjugal, por melhor que sejam os nossos projetos, precisamos estar cientes de que também estaremos sujeitos a certas situações que não foram previstas, mas que poderão ser solucionadas com o empenho de ambos.
Para quem vive o namoro há algum tempo, por vários momentos já deve ter conversado sobre o futuro do relacionamento. É no amadurecimento e no tempo de convívio que os casais obterão subsídios suficientes para acolher a proposta de uma vida matrimonial. Assumir a vida conjugal será sempre uma tarefa desafiadora, pois independentemente do estado social ou financeiro, este compromisso une as pessoas num único sentimento. É pensando nisso que, talvez, a maioria das pessoas hesite diante de uma proposta de firmarem para sempre seu relacionamento.
O medo de enfrentar o “desconhecido”, as histórias de crises conjugais e o peso das responsabilidades somados às estatísticas, que apontam o crescimento de casais divorciados, podem realmente intimidar os nubentes. Isso não significa que as causas que justificaram os insucessos do casamento de outras pessoas estarão também condenando à falência o propósito do casal de enamorados.
O amor exige, de todos, disposição e coragem para romper com suas próprias limitações. Acreditar que o casal está isento de imperfeições ou que por toda a vida conjugal viverá, a cada segundo, em perfeita harmonia sem empreender esforço algum, pode ser um grande engano. Sabemos que, ao longo do convívio, nem sempre os elaborados planos vão dar certo; mas a decisão comum do casal em viver seus propósitos, a fim de alcançar seus objetivos, os fará assumir uma nova atitude diante de cada novo problema.
Decidir-se pelo casamento, entendendo que o relacionamento pode ser diferente, é o que diferenciará nossas opções e nos dará forças para lutar pela felicidade conjugal ao lado da pessoa que escolhemos para partilhar nossa vida.

Um abraço, sem medo de ser feliz.

José Eduardo Moura

Não quero ser 'santo'!

Os santos da modernidade estão para nascer; depende de nós

Não quero ser um “santo” de rosto triste ou “santo” que se coloca como um “extraterrestre”, ou “santo” que deixou de ser gente. Santidade muitas vezes era compreendida como algo longe. E, muitas vezes, pensamos que nosso jeito de viver não nos levará à santidade, porque estamos ancorados nos santos antigos, assim, tentamos moldar uma santidade segundo nossos esquemas e não segundo a ação do Espírito Santo.
Santificar-se é você descobrir que o projeto de santidade ocorre com a ajuda do Espírito Santo, que move as diferentes pessoas nos diferentes tempos e faz uma obra maravilhosa.
Os santos de calça jeans – os santos da modernidade – estão para nascer. Isso depende de nós, depende do nosso coração, precisamos ser santos com computador, com bateria, santos atuais, santos que saibam conversar com todos e sobre tudo. Jesus não perdia oportunidade nenhuma… Conversava com pecadores, fariseus, samaritanos, leprosos…
A santidade é feita de momentos, é feita do agora, de oportunidades. O Espírito Santo plasma em nós, a todo momento, uma atitude santa. Uma atitude beata (“beato”= feliz). Não negligencie a felicidade que Deus lhe concede, e felicidade é santidade; não estou falando desta felicidade passageira.
A nossa visão está projetada para fora, muitas vezes, para o outro e para o que ele pensa de nós, e não lembramos o que Deus pensa de nós.
O que você vive hoje é santidade? São Paulo fala a Timóteo para que este tenha cuidado com o jeito dele de viver, de agir, de sentir. Digo a você: Vigie-se a si mesmo! Cuide-se! Quantas vezes, você não é feliz por causa do outro? E quantas vezes somos empecilhos para a felicidade do outro porque faltou vigilância. Precisamos nos cuidar para não nos tornarmos pessoas insuportáveis.
Uma das coisas mais bonitas é a gentileza; às vezes, um sorriso; outras vezes, oferecer algo a uma pessoa; são atos de santidade. Santidade é feita de sorriso, de estender a mão. Santidade é atitude de quem sabe que recebeu mais que merecia e só tem como retribuir dando-se.
Quero ser santo, sem aspas “”! Quero ser santo de jeans, indo à lanchonete ou partilhando meu sagrado…
E você?
“Tamu junto”

Adriano Gonçalves

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O culto aos santos

Os santos não são ídolos, nem são adorados

Muitos católicos não têm uma noção correta do que seja a devoção aos Santos da Igreja. Por isso, alguns pensam que são atribuídos rótulos aos Santos, como se fossem mercadorias de consumo espiritual. Mas, não é assim. Os santos são pessoas humanas que viveram neste mundo como verdadeiros modelos de cristãos, seguindo o Evangelho de Cristo e colocando-o em prática em suas vidas. Viveram conforme a vontade de Deus; por essa razão, conquistaram o céu.
A Igreja, assistida pelo Espírito Santo, depois de um rigoroso processo de beatificação e canonização – nos quais são exigidos no mínimo dois milagres, confirmados pela medicina – declara, por intermédio do Papa, que eles estão no céu gozando da comunhão com vida e da visão beatífica do Senhor.
Muitas vezes, os católicos são acusados de idolatria e de prestarem um culto indevido aos Santos, aos Anjos e à Virgem Maria, bem como às suas imagens e relíquias. A intercessão dos Santos e sua mediação por nós em nada substituem a ação única e essencial de Jesus; mas sim, a valorizam ainda mais, pois dependem dela para ter eficácia.
Uma das orações Eucarísticas da Santa Missa diz que “os Santos intercedem no Céu por nós diante de Deus, sem cessar”. Que maravilha! Essa intercessão leva-nos mais a fundo no plano de Deus, porque promove a glória de Deus e o louvor de Jesus Cristo, uma vez que os Santos são “obras-primas” de Cristo, os quais nos levam, por suas preces e seus exemplos, a reconhecer melhor a grandeza da nossa Redenção.
O culto aos Santos tem ao menos três sentidos profundos:
1 – Dar glória a Deus, de quem os Santos são obras-primas de sua graça; pois são Santos pela graça de Deus;
2 – Suplicar-lhes a intercessão por nós e pela Igreja;
3– Mostrar que os Santos são modelos de vida a serem imitados, uma vez que amaram e serviram a Deus perfeitamente.
Deus nunca proibiu ao povo fazer imagens dos Santos, mas proibiu fazer “imagens de ídolos”. E isso a Igreja nunca fez. Os Santos não são ídolos, nem são adorados, mas sim, venerados, o que é completamente diferente. As imagens são um meio e não um fim em si. Aristóteles, sábio filósofo grego, já dizia: “Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”. É que o homem em sua vida sensitiva depende das coisas que o cercam. A visão de uma imagem desperta na alma pensamentos salutares, o anseio de imitar o Santo de sua devoção, a se sacrificar por Jesus crucificado.
A tradição antiqüíssima da Igreja confirma a grandeza dos Santos.
São Jerônimo (340-420), doutor da Igreja, afirmou:
“Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?” (Adv. Vigil. 6).
Santo Hilário de Poitiers (310-367), bispo e doutor da Igreja, garantia que:
“Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará nem a guarda dos anjos nem a proteção dos Santos”.
São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo de Jerusalém e doutor da Igreja, afirmava que:
“Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: Patriarcas, Profetas, Apóstolos e Mártires; para que Deus, por sua intercessão e orações, se digne receber as nossas”.
A Igreja, com a autoridade que recebeu de Jesus, declara Santos protetores das profissões, das cidades, dos países, contra as enfermidades, etc.; e isso não é superstição nem se trata de rótulos vazios, mas de verdadeiros intercessores diante de Deus pelos homens.
Ter devoção aos Santos é confiar nesta intercessão diante de Deus, suplicando-Lhe a misericórdia para nós, pobres pecadores. Santa Teresa d’Ávila recorria diariamente a seus Santos protetores: São José, Santo Agostinho, entre outros. Todos os Santos, enquanto viveram na terra, também suplicaram essa intercessão do céu. O que não podemos é prestar um culto idolátrico ou supersticioso a eles, fazendo do seu culto algo meio mágico para obter as graças. A devoção aos Santos exige um esforço do cristão de viver uma vida de santidade, conforme a vontade de Deus, segundo o Evangelho e o ensinamento da Igreja. Aí sim, tem sentido a devoção necessária a eles. Essa devoção é um caminho de graça para Deus, e não um fim em si mesmo. Podemos e devemos venerar as imagens e beijá-las com respeito, mas sem exagero e ritualismo mágico.


Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

terça-feira, 1 de julho de 2008

Por que sofremos?

E como enfrentar as situações de dor e sofrimento?


Esta é uma pergunta que atormenta a nossa humanidade. Para Victor Frankl, médico e psiquiatra austríaco, fundador da escola da Logoterapia, o sentido da vida humana pode ser encontrado mediante a realização de alguma coisa, mediante um acolhimento à beleza da natureza ou das artes, por meio das quais a pessoa se realiza e se sente plena. Podemos citar o exemplo de pessoas que enfrentam escaladas a altas montanhas e ao atingir o cume, saboreiam uma sensação de plenitude. E por último, mediante ao enfrentamento de limitações da vida, as quais abrem um incalculável leque possibilidade diante de situações limites, como as doenças.
A questão é que temos a tendência de exagerar o lado positivo ou negativo da vida, pois exageramos o tom do prazer ou do desprazer em nossas vivências. Dependendo do grau de importância que atribuímos a esses aspectos (positivos ou negativos), caímos na reclamação, na murmuração da vida e, muitas vezes, nos tornamos amargos.
O sofrimento, assim como o prazer e a alegria, faz parte da vida. Não podemos fugir das situações de sofrimento, e muito menos impedir que as pessoas que amamos sofram. Portanto, precisamos aprender a aproveitar as situações que nos fazem sofrer da forma mais positiva possível.
Anselm Grun fala no seu livro “O céu começa em você” o seguinte: “Onde está o maior dos meus problemas, ali está também a maior de todas as chances, ali está também meu tesouro. É ali que eu entro em contato com minha verdadeira essência. E é ali que alguma coisa poderá ganhar vida e desabrochar”.
Enfrentar ou suportar a dor e o sofrimento é atitude que nos é custosa; não é fácil, requer garra, escolha e perseverança. Enfrentá-los não faz com que saiamos das situações ilesos, sem marcas, mas podemos sair renovados, com um novo sentido para a nossa vida.
Mas como enfrentar as situações de dor e sofrimento? Aí seguem algumas dicas que podem nos ajudar nesses momentos: em primeiro lugar, precisamos encarar essas situações como parte do ciclo da vida e como ciclo, manter a certeza de que elas irão passar. É importante atribuirmos sentido ao sofrimento que enfrentamos para que ele não passe em vão, e assim não caiamos no perigo de perder a oportunidade de crescer como pessoas.
A segunda dica é buscarmos manter um olhar positivo e a confiança de que vamos superar essa adversidade, mudando o que é possível mudar, aceitando aquilo que não pode ser mudado, mas em tudo e sempre mantendo o olhar de esperança.
A terceira dica é fundamental: precisamos manter a nossa fé firme em Deus, buscando no Senhor forças e inspiração, buscando n’Ele a graça de visualizarmos novas possibilidades diante da situação que enfrentamos. Ao pedirmos essa graça para Deus, precisamos dar outro passo.
A quarta dica é: precisamos nos manter abertos para mudanças, seja de rotina de nossas vidas ou qualquer outra mudança que a situação irá exigir. Por fim, a quinta dica é: não podemos deixar de buscar o apoio das pessoas com as quais convivemos e amamos, familiares, amigos, as pessoas do grupo de oração ou da paróquia da qual participamos, pois esse apoio é fonte de força e perseverança.
Precisamos guardar em nossa mente e em nosso coração que as situações de sofrimento fazem parte da vida, e nelas estão escondidas inúmeras possibilidades, por meio das quais podemos crescer como pessoa, pois como diz Goethe: “Não há nenhuma situação que se não possa enobrecer, o que quer que seja realizando ou suportando”.

Manuela Melo

psicologia@cancaonova.comMissionária da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia, com especialização em Logoterapia e MBA em Gestão de Recursos Humanos