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domingo, 27 de novembro de 2011

A mensagem de Jesus sobre a dor



A Quaresma é um tempo em que a Cruz de Jesus nos fala como um símbolo vivo do amor misericordioso de Deus. Eleva-se como um feixe de luz no cimo da montanha do Calvário, e os seus raios horizontais esticam-se para abraçar toda a angústia humana. Mostra-nos que aquilo que parece ser o fim da esperança é, na realidade, um novo começo.
Santa Teresa de Lisieux reflecte sobre o sofrimento humano e como este tem sentido para além da nossa capacidade pessoal de o aguentar. “Eu aceito com gratidão os espinhos que estão misturados com as flores”, escreveu ela. Porquê a gratidão? Ela continua, “A minha alegria é lutar incessantemente para dar à luz filhos espirituais. Eu continuo a dizer a Jesus “Por Ti... eu sou feliz porque sofro” (Poesias). Ela está a explicar que a nova vida pode nascer do ventre da nossa tribulação. Assim, a compressão da dor que nos tem agarrados dentro das suas cordas esticadas alarga-se para alcançar os outros nas suas necessidades. A dor pessoal não está fechada em si mesma mas assume poder apostólico.
Teresa declara: “Jesus fez-me compreender que era através do sofrimento que Ele me queria dar as almas”. Ela não diz que os seus desejos apostólicos a levaram a um aumento de dor. Ela diz “Jesus fez-me compreender”. Por outras palavras, a graça iluminou-a para ver que o sofrimento não era simplesmente devastação mas semente com fruto. A aceitação verdadeira daquilo que cada dia continha levou-a a uma “paz tão doce, tão profunda que seria impossível expressar... esta paz interior tem sido a minha herança, e não me abandonou no meio das maiores dificuldades” (História de uma Alma).
Santa Teresinha reflecte sobre o que é que o sofrimento pode fazer por nós no tempo, e também espera uma recompensa eterna que pague aquilo que nós aguentamos. Ela escreve à sua irmã Leónia: “Este pensamento da pequenez da vida dá-me coragem, ajuda-me a aguentar a fadiga da estrada... Jesus foi à nossa frente para nos preparar um lugar na casa do Seu Pai.... vamos esperar... a hora do descanso está a aproximar-se... alegro-me quando vejo quanto Deus te ama e te dá as Suas graças. Ele encontra-te merecedora de sofrer por Seu Amor, e esta é a maior prova de ternura que Ele te pode dar, porque o sofrimento nos faz como Ele” (Carta 173). Ela está a dizer-nos que a adversidade tem o seu trabalho especial a fazer em cada vida humana.
Mas, de que modo é que o sofrimento nos faz como Deus? Para compreender esta parte do mistério, vamos aos evangelhos e vemos como Jesus se relaciona com a aflição. “Depois, começou a percorrer a Galileia... curando entre o povo todas as doenças e enfermidades.... trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos e Ele curou-os” (Mt 4, 23-24). Aqui vemos Deus Encarnado movimentando-se entre nós, revelando o divino amor num coração humano que bate com compaixão por cada membro da multidão que O segue. Os doentes eram curados das suas aflições. No entanto, à sua frente ainda estavam outras aflições — do corpo, da mente e do coração. O seu desaparecimento através do toque de Jesus foi só um alívio temporário porque a vida tinha ainda outras perdas. Teria sido só temporário? O que é que Jesus faz quando toca uma vida humana? O que é que acontece? O que é que é tão bom na Boa Nova?
Nós, cristãos, como os outros filhos do planeta terra, nascemos numa realidade em que será necessário incorporar a dor e a lamentação. Aceitamos isto realmente e rejeitamos qualquer explicação que diz que o nosso sofrimento é uma perda ou está fundamentado numa ilusão. Para descobrir o sentido dos nossos sofrimentos, subimos uma montanha onde o Deus-que-se-fez-homem morre em agonia. Depois desse acontecimento culminante, todo o resto da história humana tem uma nova iluminação — uma luz nascida da escuridão do Calvário. Nós vemos o espantoso espectáculo de um Deus na mais profunda necessidade, lutando em dor. Santa Teresinha descreve a face de Jesus como “luminosa .... no meio de feridas e lágrimas” (Carta 95).
O pecado original foi aceitar a promessa da serpente, “Vós sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal” (Gén. 3,5). E dessa decisão humana veio o sofrimento e a morte. Quem teria imaginado a resposta divina a esta traição, em que Deus abraçaria o castigo verdadeiro imposto pelo pecado: o sofrimento e a morte? Os salmos cantam vezes sem conta a abundante bondade de Deus, o amor de Deus que nunca se cansa. No entanto, nós cristãos cantamos uma misericórdia que não só derrama compaixão mas que entra na experiência da nossa desolação. Nós temos um Deus infinito que quis sentir as nossas limitações, mesmo as mais pequenas.
Jesus não explica a existência humana desde fora. Ele permitiu a Si próprio ser limitado pelas fronteiras da humanidade que Ele partilha connosco. Mas fazendo assim, Ele transforma essas mesmas limitações e enche-as de poder.
Ele olha para nós em qualquer incapacidade de andar que nos esteja a agarrar e a impedir de nos movimentarmos ao seu encontro. As suas palavras ressoam nos nossos ouvidos. “Levanta-te e anda” (Mt 9,5). Com este poder a dar-nos energia, nós sabemos que o caminho diante de nós, sim, neste mesmo dia, com todas as suas dificuldades, nos leva à vida eterna.

Ir. Margaret Dorgan DCM
(Tradução de Antonieta Vigário)
(inhttp://carmelitesofeldridge.org/dorgancurrentr.html)



PAX CHRISTI

Diogo Pitta

Estudo comprova que homossexuais não “nasceram assim”



e 2011


Sabemos que basta um caso de mudança de orientação sexual para provar que os homossexuais não são prisioneiros inevitáveis desse estilo de vida, e que a orientação sexual não é uma característica imutável, como a raça. Como diz o ditado, é impossível encontrar um ex-negro, mas agora se constatou que não é impossível encontrar um ex-homossexual.
Na verdade, há um monte deles por aí.
A pesquisa provando que é possível um homossexual corrigir sua situação foi publicada em uma revista científica. Tendo sido conferida pelos próprios interessados, isso invalida uma velhaca e irritante objeção alardeada pelo conluio de desviados sexuais.
Stanton L. Jones e Mark A. Yarhouse publicaram no Journal of Sex and Marital Therapy um estudo estatístico sobre mudança de orientação sexual por meios religiosos (Vol. 37, páginas 404-427). Apesar de os ativistas homossexuais insistirem em que a mudança de orientação é impossível, e que a tentativa de alteração é prejudicial, estes pesquisadores descobriram que de fato o oposto é que é verdadeiro.
No passado, a Associação Americana de Psicologia (APA) enfiou os dedos nos próprios ouvidos, e estupidamente entoou: “A homossexualidade não pode ser mudada – os riscos potenciais da terapia reparadora são grandes, incluindo depressão, ansiedade e comportamento autodestrutivo”.
Mas ela está absolutamente errada.
Jones e Yarhouse acompanharam durante 6 a 7 anos 61 indivíduos que completaram o trabalho de terapia reparadora com a Exodus International. Desses 61 homens e mulheres, 53% tiveram resultados bem sucedidos. Vinte e três por cento conseguiram uma conversão bem sucedida para a heterossexualidade, tanto na orientação como na funcionalidade, enquanto outros 30% alcançaram castidade comportamentalbem como substancial “des-identificação” com a orientação homossexual (vinte por cento abandonaram o processo e aderiram totalmente à identidade homossexual).
Quanto a ser prejudicial o próprio tratamento, na média o sofrimento psicológico não aumentou, e para muitos houve melhorias significativas.
Os autores têm o cuidado de advertir contra projeções exageradas com base em suas pesquisas, mas evidentemente suas descobertas são uma dramática recusa para o estribilho de que a mudança é impossível, e que a própria tentativa de mudança é prejudicial.
Os autores ressaltam algumas atitudes a tomar. Uma delas é que, sendo a mudança de orientação sexual claramente possível, a decisão de pessoas que procuram mudá-la deve ser respeitada e sustentada.
Quais as probabilidades de ser confrontado pela comunidade homossexual com algo assim: “Já tomei minha decisão, não me confunda com os fatos”? A probabilidade está entre mínima e nenhuma, pois a esquerda é profundamente anti-científica, e sua reação a essas descobertas será previsivelmente anti-científica.
Da mesma forma, se os defensores do homossexualismo fossem honestos e acatassem os resultados da pesquisa científica, deixariam agora de invalidar a terapia corretora para pessoas interessadas em corrigir de orientação sexual. Infelizmente, o compromisso cego, irracional e emocional deles com a própria agenda torna isso impossível, exceto para os poucos dentre eles que não são preconceituosos.
Um desses poucos não preconceituosos é Nicholas Cummings, ex-presidente da American Psychological Association. Quando os pesquisadores publicaram seus resultados preliminares no livro “Ex-gays?”, Cummings afirmou: “Este estudo abriu novos caminhos [...] e abre novos horizontes para a investigação. [...] Esperei mais de trinta anos por este estudo refrescante, penetrante”. Em seguida passou a referir-se ao livro como “leitura obrigatória” para os terapeutas, conselheiros e psicólogos acadêmicos.
Essas descobertas refletem o que afirmou, em 2003, o psiquiatra Dr. Robert Spitzer, de Columbia, depois de estudar 200 ex-homossexuais que obtiveram algum grau de mudança: “As alterações que se seguiram à terapia reparadora não se limitaram ao comportamento sexual e ao reconhecimento da própria orientação sexual. Abrangeram atração sexual, excitação, fantasia, desejo, como também o sentir-se incomodado por sentimentos homossexuais. São mudanças que abrangem os principais aspectos da orientação sexual”.
Estas observações do Dr. Spitzer são particularmente importantes, pois foi ele quem liderou a campanha política que em 1973 retirou a homossexualidade da lista oficial de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. A APA vai ter que atualizar seu website, pois contém esta declaração cientificamente incorreta: “Até esta data, não houve nenhuma pesquisa científica adequada para demonstrar que a terapia que visa mudar a orientação sexual [...] é segura ou eficaz”.
Bem, agora existe a “pesquisa cientificamente adequada” para mostrar que a mudança é possível. Será que a APA vai afinal entrar no século 21 e admitir isso? Não alimente grandes esperanças.
O próprio procurador-geral, Eric Holder, está confinado na mentalidade depressiva e anti-ciência dos fundamentalistas, pois sustentou em fevereiro acreditar que “a orientação sexual é uma característica imutável”. Parece que precisamos de um novo procurador-geral.
Última linha: A mudança de orientação sexual é possível, e este estudo é a prova. Deixemos para trás a insensatez biológica e psicológica de que homossexuais “nascem assim”, e que nada se pode fazer sobre isso. Tanto a Sagrada Escritura quanto a investigação científica dizem algo muito diferente.

Fonte: adf.org.br/ (Associação Devotos de Fátima)


PAX CHRISTI

Diogo Pitta

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Batalha de Iwo Jima e o heroísmo católico, detalhes desconhecidos sobre a famosa foto


Escrevi este artigo depois de pesquisar em fontes norte-americanas, pois não encontrei dados - mesmo irrelevantes - em nenhum site ou blog de língua portuguesa. Talvez até – pode ser uma pura pretensão minha - seja a primeira vez que ela é contada, ao menos na internet, em nosso idioma. Submeto-a para apreciação de nossos leitores.



A foto famosa ao lado, intitulada Raising the flag on Iwo Jima, registrou o momento em que os marines conquistaram, no dia 23 de fevereiro de 1945, o cume do vulcão Suribachi (foto acima), ponto mais alto da ilha de Iwo Jima. Esta foto foi tirada por Joe Rosenthal na segunda vez em que a bandeira norte-americana foi levantada.

Mas o que não é muito conhecido é lado da bravura profundamente católica que envolveu o primeiro hasteamento da bandeira. 

O livro do padre jesuíta Donald Crosby, Battlefield Chaplains: Catholic Priests in World War II, narra os feitos dos padres católicos que participaram da segunda Guerra Mundial. Entre eles, Pe. Crosby conta a história do sacerdote jesuíta Charles F. Suver, com então 38 anos de idade, pertencente ao 5ª Divisão de Fuzileiros Navais. Ele era um dos 19 capelães que ministravam os sacramentos para as três divisões marines que participaram da mais sangrenta batalha no Pacífico.

Localização da ilha vulcânica de Iwo Jima.
Pe. Suver nasceu em Ellensburg, Washington, no ano de 1907. Formou-se na faculdade de Seattle, em 1924, e foi ordenado padre em 1937. Pouco depois do ataque japonês em Pearl Harbor, ele entrou para a marinha como capelão e foi designado para acompanhar os soldados na batalha de Iwo Jima.

Um dia antes do desembarque na ilha, a tensão aumentava entre os soldados que sentiam a morte se aproximar na medida em que o navio ficava mais perto de seu destino. Eles sabiam que teriam que enfrentar, em breve, mais de 23.000 japoneses liderados por um dos mais capazes generais do Japão. A coragem dos marines seria testada ao máximo.

Alguns fuzileiros foram, então, após o jantar, até a cabine do Pe. Charles Suver para conversar sobre a invasão que ocorreria ao amanhecer. Em certo momento, um jovem oficial disse que se ele tivesse uma bandeira americana, a levaria até o alto do monte e talvez alguém a hasteasse lá em cima.

O tenente Haynes, desafiando o oficial, imediatamente respondeu: "Certo, você leva a bandeira que eu a coloco lá em cima". Com uma santa ousadia, Pe. Suver acrescentou: "Vocês colocam ela lá em cima e eu celebro uma missa embaixo dela!"

Às 5:30 da manhã do dia seguinte, 19 de fevereiro, ainda a bordo do navio (LST 684), o Pe. Suver celebrou uma missa para os fuzileiros navais. Logo após, alguns marines fizeram várias perguntas a ele, especialmente sobre coragem. Então, o sacerdote jesuíta respondeu: "Um homem corajoso cumpre o seu dever, apesar do medo atroz. Muitos homens têm medo, por muitas razões diferentes, mas poucos são corajosos".

Padre Suver desembarcou naquele dia às 9:40 da manhã, na mais perigosa de todas as praias, a Green Beach. Sob o fogo de metralhadoras que começaram de repente a disparar, ele foi forçando a se atirar no chão. Mais tarde soube que tinha estado atrás das linhas japonesas e no território controlado por cinco metralhadoras.

Ele se arrastou imediatamente para o próximo trincheira. Apesar destas situações enervantes, padre Suver não abandonou a ideia de rezar uma missa no Monte Suribachi assim que a bandeira americana fosse hasteada lá. Sua vida esteve em risco diversas vezes durante a batalha, mas ele conseguiu sempre manter o domínio de si mesmo e continuou a exercer sua função.

Cinco dias de combates sangrentos se passaram. Pe. Suver estava trabalhando em um posto de socorro com seu ajudante Jim Fisk (durante a batalha foram designados assistentes para transportar os equipamentos dos capelães) quando percebeu que os marines cautelosamente escalavam o Monte Suribachi. Embora a situação fosse extremamente perigosa, ele decidiu que este era o momento. Convocou seu ajudante, pegou sua mala com o material necessário para celebrar a Missa e correu em direção do vulcão.

Enquanto subiam, viu a bandeira tremulando no cume do monte. Uma onda de entusiasmo tomou conta de todos os marines, alguns até choraram de alegria quando viram a bandeira americana balançando ao sabor do vento. "Todos nós experimentamos uma emoção que nenhum de nós nunca vai ser capaz de descrever", disse o padre Suver.

Infelizmente, o tenente Haynes, que tinha se prontificado a hastear a bandeira no alto do monte, foi baleado nas costas momentos antes e ficou paralisado até o fim de sua vida 

Foto: Primeira missa em Iwo Jima, celebrada pelo padre jesuíta Charles Suver no
cume do monte Suribachi. Autor: Louis Burmeister.
Pe. Suver chegou ao topo e, com a aprovação do comandante, preparou-se para celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Dois tambores de gás vazio com uma placa colocada em cima eram tudo o que podiam encontrar para servir de altar. Mais ou menos vinte soldados vieram assistir à Missa com suas armas em riste, pois a resistência japonesa ainda estava muito acirrada.

Para proteger o sacerdote e os utensílios sagrados, dois marines segurava um manto contra o vento feroz. Os fuzileiros navais protegiam o sacerdote não só do vento, mas também de um possível ataque que poderia ser eminente.

As cavernas próximas ainda abrigavam soldados japoneses e estavam tão perto que o padre Suver podia ouvir os japoneses falando sobre aquela desconhecida cerimônia religiosa. Providencialmente, os japoneses não atacaram e Pe. Suver conseguiu realizar a histórica primeira missa da ilha de Iwo Jima. 

Joe Rosenthal, judeu convertido ao
catolicismo.
Jim Fisk, o ajudante do Pe. Suver, publicou posteriormente um artigo afirmando que a missa foi celebrada durante o hasteamento da primeira bandeira, cerca das 10:30 da manhã. O segundo levantamento da bandeira - fotografada por Joe Rosenthal, vide foto no início deste artigo - ocorreu entre 12:00 e 12:30.

Sobre o momento em que a missa foi celebrada, há uma versão do padre jesuíta Jerry Chapdelaine, que foi amigo do Pe. Suver e que conviveu com ele na escola jesuíta Bellarmine, em Tacoma, Washington. Segundo ele, o padre Suver lhe disse pessoalmente que a missa foi rezada antes do hasteamento da bandeira e não depois. Pe. Chapdelaine conta que o padre Suver disse aos seus homens: "Eu vou rezar missa para vocês e, em seguida, vocês levantam a bandeira".

"Ele era um cara durão", comenta o Pe Chapdelaine sobre o Pe. Suver, "era fisicamente forte e tinha muita coragem. Mas ele era um homem muito gentil, também". Pe. Suver morreu de câncer em 1993 aos 86 anos. Era domingo de Páscoa. "Ele queria morrer na Sexta-Feira Santa - segundo ele próprio me disse", contou o padre Chapdelaine, que celebrou seu funeral na Igreja St. Joseph, em Seattle.

Sobre o papel dos capelães jesuítas, o fotógrafo Joe Rosenthal - a quem, antes de desembarcar, o tenente Haynes se gabou de que ia levantar uma bandeira no cume do Suribachi e que o padre Suver prometeu celebrar uma missa debaixo dela - comenta que  que tinha boas recordações dos sacerdotes corajosos que serviram como capelão durante a Segunda Guerra Mundial. "A maioria dos capelães foram bons (...). Os jesuítas foram admirados por todos os Marines. (...) Se eles encontravam um fuzileiro naval morrendo, eles iam até lá [correndo o risco de serem atingidos], como uma coisa natural. Eles eram tão heroicos quanto os marines".

Pe. Suver e os seus homens tinham cumprido a sua promessa, apesar do grande perigo que encontraram. Muita batalha ainda havia pela frente em Iwo Jima, mas o levantamento da bandeira e a missa encorajaram os marines para manter a luta em uma combinação sublime de bravura patriótica e fervor religioso.

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Fontes consultadas:

Something Else Sublime Happened on Mount Suribachi, Blog The America Needs Fatima,http://americaneedsfatima.blogspot.com/2008/11/something-else-sublime-happened-on.html, acessado em 22/9/2011.

Fr. Charles F. Suver, S.J. "The Jesuit of Iwo Jima", Blog Good Jesuit, Bad Jesuit,http://goodjesuitbadjesuit.blogspot.com/2011/01/fr-charles-f-suver-sj-jesuit-of-iwo.html, acessado em 22/9/2011.

The Forgotten Mass on Iwo Jima, site The Remnant Newspaper,http://www.remnantnewspaper.com/Archives/archive-2006-0831-iwo-jima.htm, acessado em 22/9/2011.

The Mass on Mount Suribachi, site The American Catholic, http://the-american-catholic.com/2009/03/30/the-mass-on-mount-suribachi/, acessado em 22/9/2011.


PAX CHRISTI

Diogo Pitta

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Raízes da Decadência - Um breve olhar para o Império Romano


Antes de qualquer contestação do que será explicitado neste texto, detenho-me no autor do livro do qual extraí este texto, que ao meu ver, apesar da distância histórica abismal que nos separa, reflete muito bem  algumas questões morais e políticas que acontecem atualmente. A semelhança é assustadora! Este é Henri Daniel Rops, membro da Academia Francesa de Letras (entenda, não é o mesmo que Academia Brasileira de Letras. Nesta, qualquer um torna-se um “imortal”), da qual recebeu um prêmio pela obra a História da Igreja de Cristo, com 11 “volumosos volumes”.  O capítulo do qual foi extraído o texto, fala sobre os motivos que levaram à queda do Grandioso Império Romano. Aquele mesmo, que dominava o mundo no início da era Cristã.  Leia e reflita. Com a palavra, Daniel Rops.

“ Estabelece-se nas grandes cidades, e sobretudo em Roma, uma massa popular mais ou menos ociosa, formada por camponeses desenraizados, trabalhadores autônomos privados de trabalho, escravos libertos e estrangeiros cosmopolitas; um terreno excelente para todas as doenças políticas e para todas as forças de desmoralização. O antigo romano, tão sólido no seu trabalho torna-se o cliente, o parasita a quem a “espórtula” remunera uma fidelidade suspeita. Os imperadores tem de contar com esta plebe lamentável e por isso a rodeiam de atenções. Mas um povo não se habitua à mendicidade e à preguiça, sem que sua alma seja atingida. Em breve a covardia e a crueldade andaram de mãos dadas com o vício, e o vício, como diz a sabedoria popular, é a mão de todos os males. Já não há quem queira combater nas fronteiras, assim como não há quem queira trabalhar a terra. E assim, aquela imensa multidão, para distrair-se, irá procurar nos jogos do circo os prazeres que acabam por degradar a sensibilidade humana.


Mas há algo pior do que esse deslizar da sociedade ruma à inércia mortal; ou melhor, há ainda outro fenômeno, que anda a par deste, proveniente das mesmas causas e sobretudo de enriquecimento excessivo. A sociedade romana foi atingida na fonte viva que alimenta toda a sociedade: A Família está abalada e a natividade decresce. A mãe dos Gracos, tivera doze filhos, mas no século II, serão louvados como uma exceção os pais que tiveram três. Evita-se o casamento; porventura a orbitas, o celibato (veja, não refere-se aqui ao celibato clerical; O Cristianismo ainda era marginalizado nesta data.) não traz ao rico todas as vantagens, assegurando-lhe uma fiel clientela de herdeiros expectantes? E de que poderá o celibato privar o homem, se a escravidão lhe proporciona companheiras mais dóceis que as esposas, podendo-se renova-las à vontade? O Aborto e o abandono de crianças assumem proporções espantosas. (...) Quanto ao divórcio, tornou-se tão corrente que já não se procuravam qualquer apar~encia de justificação: bastava o simples desejo de mudança!
Que se poderia opor a esta força degradante? Os estados tem-se mostrado sempre incapazes de recolocar a moral em suas verdadeiras bases, depois de a terem deixado definhar. Os dirigentes romanos não estão inteiramente conscientes do perigo, mas a sua boa vontade mostra-se irrisória, perante um conjunto de circunstâncias que arrastam a sociedade para a ruína. O exemplo de Augusto é revelador; multiplicou leis de intenção altamente moralizadora com intuito de combater o adultério e o divórcio. Quem as tomou a sério? Nem mesmo os da sua família. Aliás, não tinha sido ele que oficializara a preguiça, fundando a prefeitura de Anona, encarregada de alimentar gratuitamente o povo? (qualquer semelhança com as “Bolsas”, não é coincidência!)
Periodicamente veremos imperadores subsequentes reeditarem essas medidas, o que prova que foram totalmente ineficazes. Os costumes dissolutos de tantos de seus senhores, a resignação altaneira com que um Cláudio ou um Marco Aurélio suportam as suas desgraças conjugais esclarecem a plebe sobre o verdadeiro alcance das medidas legislativas. Nos começos do século III ao tomar posse do consulado, Dion Cássio há de encontrar só em Roma, três mil casos de adultério inscritos no respectivo registro. Pode-se dizer que ainda existe crime quando ele é universal ou quase universal?
Em todos os tempos e em todos os países, a substituição das tendências naturais do homem pela vontade do Estado é sempre um indício de decadência. Um povo está muito doente, quando para viver honestamente e ter filhos, precisa de prêmios ou de regulamentos. “Chegamos a um ponto – dizia já Tito Lívio – que já não podemos suportar nem os nossos vícios, nem os remédios que os poderiam curar”. Quatro séculos mais tarde, um São Jerônimo escreverá: “ São os nosso vícios que tornam os Bárbaros tão fortes!” Já não estava nas mãos do Imperador ou dos seus juristas restituir à sociedade romana ás suas sadias raízes. Tornava-se necessária nada menos que uma mudança radical nos próprios fundamentos da moral e nos seus meios de ação sobre a consciência.

Henri Daniel Rops – A história da Igreja de Cristo – p; 128-129 - Academia Francesa de Letras

Entendamos que quando a Igreja dá a sua palavra em termos de moral social, é por que      foi a única instituição, em 2 mil anos, que viveu e enfrentou situações onde o mundo encontrava-se numa derrocada moral, que arrastava as sociedades para um abismo impensável, e soube reconhecer nas linhas do Evangelho e na sua Sagrada Tradição, a luz que iluminaria os povos, e os arrancaria das areia movediças da morte. 

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

São Martinho de Tours


Queridos irmãos e irmãs!

Papa Bento XVI

A Igreja recorda hoje, 11 de Novembro, São Martinho, Bispo de Tours, um dos santos mais célebres e venerados da Europa. Tendo nascido numa família pagã na Panónia, actual Hungria, por volta de 316, foi orientado pelo pai para a carreira militar. Ainda adolescente, Martinho encontrou o Cristianismo e, superando muitas dificuldades, inscreveu-se entre os catecúmenos para se preparar para o Baptismo. Recebeu o Sacramento por volta dos vinte anos, mas teve que permanecer ainda por muito tempo no exército, onde deu testemunho do seu novo género de vida: respeitador e compreensivo para com todos, tratava o seu criado como um irmão, e evitava as diversões vulgares. Tendo-se despedido do serviço militar, foi a Poitiers, na França, junto do santo Bispo Hilário. Por ele ordenado diácono e presbítero, escolheu a vida monástica e deu origem, com alguns discípulos, ao mais antigo mosteiro conhecido na Europa, em Ligugé. Cerca de dez anos mais tarde, os cristãos de Tours, tendo ficado sem Pastor, aclamaram-no seu Bispo. Desde então Martinho dedicou-se com zelo fervoroso à evangelização no campo e à formação do clero.
Mesmo sendo-lhe atribuídos muitos milagres, são Martinho é famoso sobretudo por um acto de caridade fraterna. Quando era ainda jovem soldado, encontrou na estrada um pobre entorpecido e trémulo de frio. Pegou no seu manto e, cortando-o em dois com a espada, deu metade àquele homem. Nessa noite apareceu-lhe Jesus em sonho, sorridente, envolvido naquele mesmo manto.
Queridos irmãos e irmãs, o gesto caritativo de São Martinho inscreve-se na mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a deixar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de Deus, Sacramentum caritatis. É a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. Ajude-nos São Martinho a compreender que só através de um compromisso comum de partilha, é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade. Isto pode acontecer se prevalece um modelo mundial de autêntica solidariedade, capaz de garantir a todos os habitantes do planeta o alimento, as curas médicas necessárias, mas também o trabalho e os recursos energéticos, assim como os bens culturais, o saber científico e tecnológico.
Dirijamo-nos agora à Virgem Maria, para que ajude todos os cristãos a ser, como São Martinho, testemunhas generosas do Evangelho da caridade e incansáveis construtores de partilha solidária.

Papa Bento XVI -  11 de Novembro de 2007 – Festa de São martinho de Tours



PAX CHRISTI
Diogo Pitta

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O homem contemporâneo a procura de Deus


Falemos um momento sobre Deus. Ou melhor, falemos de nós mesmos, em relação com o grande problema de Deus. Convidamo-vos a este acto fundamental para o nosso pensamento e, consequentemente, para a nossa vida moral e para a nossa existência. Trata-se de uma questão permanente, que abrange todos os tempos, todos os homens; mas hoje torna-se mais urgente.
Façam todos uma interrogação: que penso de Deus? A resposta poderá ser múltipla; e podemo-la classificar segundo três categorias de homens do nosso tempo: a categoria dos que aderem à religião, dos que aceitam sem discutir e, talvez, sem reflectir, sem sentir as vertigens, a embriaguez e a felicidade dada por esse nome, sem aprofundar aquele sentido vago, mas sempre profundo que este nome misterioso e poderoso produz, ou deveria produzir no nosso espírito; a categoria dos que duvidam, daqueles para quem o nome de Deus está envolvido numa nuvem de incertezas, de dúvidas, de insatisfação; e, por isso, preferem deixar de pensar n'Ele ou de O seguir, abandonando-se a um cepticismo prático, pseudo-superior, aparentemente cómodo e elegante, especialmente usado na juventude, que se prepara para estudos científicos, nos quais a certeza racional se torna o único critério da verdade; a última categoria é formada pelos que negam o nome, a ideia e a realidade de Deus; uns, com um comportamento de simples, mas consciente recusa: são os ateus; outros, com um comportamento rebelde: são os antiteístas, os inimigos declarados de Deus, tanto na teoria como na prática.
Se procurarmos o denominador comum destas sumárias categorias, podemos, talvez, identificá-lo numa desconfiança diversa e mais ou menos firme: a impossibilidade de conhecer Deus. Houve quem chegasse ao ponto de proclamar a « morte de Deus »; alguns deles, talvez, sem más intenções, porque esta negação ignóbil e sacrílega referia-se aos conceitos falsos, incompletos e demolidores insustentáveis de Deus, ou seja, aos ídolos que muitas vezes os homens, com mentalidade atrasada e empírica, em civilizações a que chamamos pagãs, em períodos históricos de superstições superadas e com expressões filosóficas inaceitáveis, propõem à sua própria religiosidade ou à sua mentalidade.
Noutros esta tentação voraz de desconfiança, acerca da possibilidade de conhecer Deus, pretendia ser um reconhecimento agnóstico da sua inefabilidade, da absoluta e, portanto, inatingível transcendência de Deus, da sua incompreensibilidade; pretendia ser quase um acto de humildade perante o mistério infinito do Ser divino.
Hoje, porém, muito frequentemente, o modo de pensar não filosófico, mas exclusivamente científico, não deixa fàcilmente os homens sair da esfera experimental e chegar à esfera da racionalidade metafísica, detendo-os no conhecimento das realidades que só parecem positivas e úteis às finalidades técnicas, sociais e temporais; a mente humana resigna-se, ou melhor, apraz-se em admitir esta impossibilidade da conquista de um verdadeiro conhecimento de Deus.
Nunca fizestes alpinismo? Uma noite, quatro jovens estão à volta da lareira, numa aldeia de montanha, e falam dos cumes dos montes que circundam a paisagem. Naturalmente, concebem o audacioso projecto de uma escalada; uma escalada nova, muito audaz, que nunca fora tentada por ninguém e, portanto, muito tentadora. Um diz: deve ser possível; o outro acrescenta: certamente é possível; o terceiro: sim, mas é necessário observar algumas condições; o quarto pergunta: quais? A discussão continua e termina com uma resolução comum: a exploração do cume. O alpinismo é assim. E também é assim a teologia, a religião e a conquista do conhecimento de Deus.
Nós, filhos da Igreja, afirmamos: é possível conhecer Deus; por meio de duas estradas mestras: a razão e a fé. É, porventura, a razão, só por si, um caminho capaz de levar ao conhecimento de Deus ? Sim, é capaz, embora não seja inteiramente suficiente. É capaz, desde que se respeitem as suas exigências constitutivas, isto é, basta usá-la convenientemente. Esta é a primeira condição. E, afinal, estas exigências não são difíceis, ao ponto de superarem as forças normais do pensamento ; não são diferentes das do « senso comum » (cfr. Garrigou-Lagrange, Le Sens Commun).
Pode-se também observar, ràpidamente, que não é só a ciência sobre Deus, a teodiceia, que recorre às mesmas exigências da razão, mas ainda as ciências experimentais e positivas, as quais também são inteligíveis e consideradas, porque, também elas, segundo a natureza dos seus estudos, empregam os mesmos princípios racionais, como a razão de ser, a finalidade, a causalidade, etc..
Por outro lado, nós, filhos da Igreja, muitas vezes acusados de obscurantismo, somos optimistas em relação à capacidade que o pensamento humano tem para resolver, dentro de certos limites, é evidente, o seu máximo problema, o da verdade, e da Verdade Suprema, que é Deus. Se não fosse suficiente o testemunho da sabedoria dos séculos e dos grandes pensadores, o da Sagrada Escritura, e o da nossa consciência e da nossa experiência, podemos estar gratos ao I Concílio do Vaticano, por ter defendido a razão humana, dando-nos, a este propósito, um ensinamento seguro, cheio de clareza, de conforto e de nobreza (cfr. DS 3016).
É, porém, necessário prestar atenção a uma distinção fundamental neste problema do conhecimento de Deus. Uma coisa é afirmar que Deus existe, e outra é dizer « Quem Ele é ». A existência de Deus podemo-la conhecer com certeza; a sua natureza, porém, é um mistério, e o que podemos entrever de Deus, é pela via da analogia, da negação e da exaltação daquilo que nós conhecemos das coisas que não são Deus: o ser limitado das coisas criadas ajuda-nos a intuir algo do que pode ser afirmado das suas perfeições infinitas; e o magistério da Igreja adverte-nos que « entre o Criador e a criatura não se pode notar tanto a semelhança, mas, principalmente, se deve notar a sua dessemelhança ». Assim afirma o IV Concílio de Latrão (D 432 - DS 806).
Deus permanece um mistério. Mas um mistério positivo, que, das nossas incipientes noções, nos conduz, cada vez mais, a sucessivas e intermináveis investigações e descobertas. O nosso conhecimento de Deus é uma janela iluminada pelo céu, um céu infinito. Mas Deus é uma exigência intrínseca do pensamento, princípio absoluto do ser, Ele define-se: « Eu sou aquele que sou » (Ex3, 14).
Se ao testemunho da razão unirmos o da fé, o nosso conhecimento de Deus tornar-se-á maravilhoso. O Evangelho afirma: « Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (Jo 1, 18). E teremos no espelho de Deus Pai a própria face de Cristo, Filho de Deus e filho do homem: « quem Me vê — diz Jesus — vê o Pai » (Jo 14, 9); Cristo, mais do que mestre, é imagem; é São Paulo quem no-lo diz: « E a imagem de Deus invisível » (Col 1, 15). De modo que, para conhecer Deus, temos um único Caminho, para o qual todos — se realmente existem outros — confluem, com o qual todos se confrontam, se aperfeiçoam e se convalidam: Ele é «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).
Devemos superar a tentação, tão forte nos nossos dias, de considerar impossível um conhecimento de Deus, adequado à nossa maturidade cultural, e correspondente às nossas necessidades existenciais e aos nossos deveres espirituais. Seria indolência, vileza e cegueira. Devemos, sim, procurar. Procurar no livro da criação (Rom 1, 20); procurar no estudo da Palavra de Deus; na escola da Igreja, Mãe e Mestra; no íntimo da própria consciência... Procurar Deus, procurá-l'O sempre. Ficai sabendo: Ele está perto (cfr. Is 55, 6). Damo-vos a todos a Nossa exortadora Bênção Apostólica.

Audiência Geral - Papa Paulo VI - Quarta-feira, 22 de Julho de 1970


PAX CHRISTI

Diogo Pitta