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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Entrevista com líder da organização que defende cristãos chineses.

ROMA, domingo, 30 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - Bob Fu poderia ter sido um dos mortos no massacre da Praça Tian'anmen, se não fosse pelo fato de que sua namorada (atual esposa) adoecera uns dias antes de o governo chinês enviar o exército para reprimir os protestos estudantis pela democracia.

Embora ele não tenha estado na praça naquele dia, o massacre mudou a vida de Fu - foi quando ele perdeu a fé no comunismo. Sua prisão subsequente o levou à conversão ao cristianismo e à sua fuga da China.
Fu agora lidera, nos Estados Unidos, a fundação China Aid, que busca ajuda internacional para os cristãos na China.
Bob Fu fala, nesta entrevista, sobre sua vida na China e sobre o futuro dos cristãos em sua terra natal.
Você foi um dos líderes estudantis na Praça Tian'anmen. Poderia nos contar o que aconteceu?
Fu: Sim. Naquele momento, juntamente com muitas outras centenas de milhares de estudantes chineses, eu estava na Praça Tian'anmen e, basicamente, protestávamos contra a corrupção generalizada no governo chinês e também buscávamos liberdade, democracia e direitos humanos. Os protestos - realizados durante várias semanas - se encontraram, na madrugada de 4 de junho de 1989, com tanques e milhares de soldados chineses do Exército de Libertação Popular. Os soldados começaram a atirar no seu próprio povo. Eu havia deixado a Praça Tian'anmen três dias antes do massacre, porque a minha namorada, hoje minha esposa, estava muito doente.
O que aconteceu depois disso?
Fu: Após o massacre, eu estava basicamente sob "detenção suave", como eles a chamam. Formou-se uma equipe especial de interrogadores para investigar e interrogar-me dia e noite e eu não tinha permissão para ir às minhas aulas na faculdade. Todo dia, eu era tratado como um prisioneiro; procuravam me obrigar a assinar uma confissão. Também exigiram que eu informasse sobre todos os que estavam envolvidos no movimento estudantil.
No final, você cedeu?
Fu: No final, não foi o Partido Comunista quem realmente me convenceu, mas o Espírito Santo. Então eu tive uma mudança revolucionária na minha vida.
Você perdeu a fé no sistema?
Fu: Sim, porque eu tinha colocado a minha esperança no sistema. Eu tentei ser ativo na política e tentei mudar o Partido Comunista, unindo-me às atividades do partido.
Você acreditava nele?
Fu: Sim, eu confiava no sistema para mudar o sistema, mas, quando o exército atirou no seu próprio povo e destruiu vidas inocentes, todos os nossos sonhos acabaram e, com a desilusão e o desespero, quase me suicidei, até que eu comecei a conhecer o meu Senhor Jesus Cristo.
Como você conheceu Jesus?
Fu: Isso aconteceu num momento em que minha vida estava em crise. Eu não sabia como sobreviveria à próxima rodada de perguntas. Eu tinha tentado mudar os outros, mas muitos dos meus supostos amigos me traíram para mostrar a sua lealdade ao Partido Comunista. Então, eu estava cheio de ódio. Eu queria matá-los e depois me matar. Foi então que alguém me deu um livro - uma biografia de um pastor chinês. O livro foi conseguido por um cristão norte-americano, professor meu, que lecionava inglês em nosso departamento. Ler aquele livro transformou a minha vida.
Você só disse: "Sim, Senhor".
Fu: Sim. O livro relata como um ex-dependente químico, um intelectual muito experiente, chegou a abraçar a fé cristã e se transformou totalmente, tornando-se uma nova criatura em Cristo.
A polícia chinesa, a polícia secreta, descobriu a sua escola bíblica. O que aconteceu?
Fu: Oficialmente, eu era um professor de inglês na Escola do Partido Comunista Chinês de Pequim. Durante o dia, passava várias horas lecionando Inglês aos líderes do Partido Comunista. À tarde e no resto do meu tempo, no final de semana, eu me ocupava preparando pastores, em uma escola bíblica clandestina, até que ela foi descoberta pela polícia secreta chinesa. Em maio de 1996, minha esposa e eu fomos detidos e presos.
Preso novamente. O que aconteceu? Como foi para você?
Fu: Foi muito duro. Nos três primeiros dias e nas três primeiras noites, tentavam não me deixar dormir em nenhum momento. Era a privação do sono para acabar com a vontade da pessoa e levá-la para a sala de interrogatório; e cada interrogador ocupava seu turno para interrogar sem parar.
O que eles queriam que você revelasse? Era informação ou simplesmente queriam que você renegasse sua fé cristã?
Fu: Queriam que eu revelasse quantos cristãos havia na minha igreja. Quantos estudantes? De onde eles vinham? Quem financiou isso? Quem eram os professores? Basicamente, queriam que eu traísse meus irmãos e irmãs cristãos. Fizeram o mesmo com minha esposa. Constantemente me lembravam: "Sua mulher está em outra sala. Se você não revelar nada, ela continuará presa lá".
Você vivenciou a tortura física?
Fu: Realmente não, em comparação com muitos pastores da igreja, porque, de certa forma, eles me olhavam como um intelectual. Eu tinha inclusive um diploma de Direito e só ficava lembrando-lhes que deveriam obedecer à lei; caso contrário, eu os perseguiria até que eles me soltassem.
Como São Paulo dizendo: "Eu sou romano".
Fu: Sim, sim, é assim que eu me lembro deles. Foi difícil, mas eu não descreveria isso como tortura. Não me deixavam dormir e fui maltratado algumas vezes, mas o tratamento que recebi não passou disso.
Eu gostaria de falar um pouco sobre as comunidades cristãs e como essas comunidades estão vivendo a sua fé atualmente. Sabemos, com estimativas conservadoras, que existem cerca de 70 milhões de cristãos. É uma estimativa conservadora? De que número poderíamos estar falando realmente?
Fu: Sabemos, pelo ex-diretor nacional da Administração Estatal para Assuntos Religiosos, Ye Xiaowen, que, em 2007, o número de cristãos chineses já havia chegado a 130 milhões, incluindo os católicos. Então, sendo conservadores, pode-se falar de entre 70 e 130 milhões. Só em Pequim, eu conheci um pastor altamente respeitado pela igreja internacional e, antes que ele deixasse a China, o diretor da Secretaria de Assuntos Religiosos de lá lhe disse que só a cidade de Pequim tinha mais de 9.000 igrejas-lares. Portanto, este aumento não tem precedentes. Em 1949, quando o Partido Comunista assumiu o poder, havia menos de um milhão de cristãos, e quando nós consideramos que, mesmo sendo conservadores, há um aumento de 70 milhões, é um grande crescimento em 60 anos.
Mas algumas vezes acontece repressão violenta aos cristãos?
Fu: Sim. Se bem que, para sermos justos, nos últimos 30 anos houve mudanças positivas e avanços não só de prosperidade econômica, mas também de liberdade religiosa. Mas no geral a liberdade religiosa ainda tem problemas. Existe uma extensa perseguição em muitas partes da China.
Você fugiu da China. O que o fez abandonar a pátria?
Fu: Ficamos presos durante dois meses. Por causa da pressão internacional e porque eles não conseguiram mostrar evidências sólidas para nos processar, acabamos soltos. Descobrimos que a vida fora da cadeia era até mais dura do que lá dentro. Eles nos levavam para a delegacia de polícia o tempo todo, queriam basicamente que fôssemos informantes. Tínhamos de informar de cada ligação telefônica, cada visitante. Era muito duro.
Uma vez a polícia levou a minha esposa e eu até um parque e nos lembrou que podia nos prender a qualquer momento. Uma fonte lá de dentro nos informou que estávamos na lista para voltar a ser presos por falta de cooperação. Minha mulher estava grávida e não tinha cartão de autorização de gravidez.
Para contextualizar o assunto: o que é essa autorização de gravidez e como ela faz parte da política do filho único?
Fu: O governo chinês mantém esse controle de nascimentos, ou política do filho único, baseado na teoria de que os recursos são limitados e que a única forma de a população existente conseguir o bem-estar econômico é limitando o tamanho da população. No geral eles permitem que cada família tenha só um filho. Então, quando você quer ter o primeiro filho depois de casar, tem de pedir um cartão de autorização de gravidez, um cartão amarelo para que a sua esposa possa engravidar legalmente. Se ela não tiver o cartão, vai ser presa e obrigada a abortar. O cartão de autorização de gravidez é concedido pela unidade laboral da mulher. Como a Heidi, minha esposa, tinha sido despedida da escola de graduação da Universidade do Povo por ter sido presa, não podia conseguir a autorização de gravidez.
Eles simplesmente não davam autorização?
Fu: Não. E nós tentamos achar médicos cristãos que trabalhassem num hospital de Pequim, tentamos num hospital que tinha um médico cristão, mas o médico simplesmente não podia nos ajudar porque tinha medo de perder o trabalho se aceitasse cuidar da minha mulher.
Então vocês estavam diante de uma possibilidade de aborto?
Fu: Sim, e por isso tivemos de escapar no meio da noite pulando pela janela do banheiro do segundo andar do prédio.
 Você fugiu para Hong Kong e de lá para os Estados Unidos, não foi?
Fu: Sim. Primeiro saímos de Pequim e nos escondemos no interior, porque não tínhamos passaporte nem documentos de viagem. Nós imaginávamos que nunca iríamos poder sair da China, mas Deus nos mostrou o seu milagre, e com um monte de orações e muita ajuda, conseguimos chegar a Hong Kong e, de lá, em 1997, aos Estados  Unidos.
 Eu queria voltar ao tema da política do filho único. Qual é o impacto dela na sociedade chinesa?
Fu: Eu acho que o impacto se manifesta em vários aspectos. Primeiro: o conceito tradicional chinês da importância de ter um menino. Cada família quer um filho homem e isso causou um grande desequilíbrio entre as populações masculina e feminina. Segundo: temos uma crise enorme de pais idosos. Um casal hoje tem de sustentar duas famílias de pais, por causa dessa política do filho  único. Terceiro: existe uma prática massiva de esterilização forçada e de abortos. No ano passado veio à tona o dado de que cerca de 20 milhões de bebês tinham sido abortados e que o aborto era feito até no nono mês. Eu, pessoalmente, conversei com uma senhora cristã, esposa de um pastor, que contou que tinha estado num hospital, grávida de oito meses, e ao lado de ela havia outra mulher que estava grávida de nove meses. Naquela noite, oitenta mulheres grávidas foram obrigadas a abortar, com injeções de veneno no feto. É um assassinato em escala massiva.
O que é que tudo isso causa na psicologia da nação?
Fu: Esta é outra ramificação dessa política. Aquelas mulheres se deprimem e o índice de suicídios é muito alto. A política do filho único força os pais a estragar esse filho único, criando um filho mimado, muito egocêntrico. No ano passado, a revista Time publicou um artigo sobre a política chinesa de um filho só: A nova Geração da China. Uma geração egoísta. As ramificações desta política estão só começando a se manifestar e a criar outro enorme problema social.
O financiamento dessa política do filho único vem do exterior? De onde?
Fu: A política do filho único é, claro, uma política nacional do governo central chinês, mas, ironicamente, uma grande parte do financiamento vem de organizações internacionais como o Fundo de População das Nações Unidas, que doou centenas de milhões de dólares. Os Estados Unidos também financiam. 40 milhões de dólares vão para a China para ajudar a manter a política do filho único. Os países ocidentais são cúmplices dessa política.
Por que o governo tem tanto medo do cristianismo?
Fu: Espiritualmente falando, a escuridão diminui quando se chega perto da luz, e por isso a escuridão odeia a luz. Os cristãos mostram integridade, amor e perdão, e para a escuridão isso é um desafio e uma ameaça para a manutenção do seu poder: uma luta entre o bem e o mal. Na história chinesa, o cristianismo é visto como uma coisa estrangeira (yang jiao), e o governo chinês, especialmente o comunista chinês, adere à ideologia ateia - especialmente anticristã. Através da propaganda política eles utilizam a ideologia para oprimir os cristãos. Apresentam os cristãos como inimigos do povo, que colaboram com o Ocidente para derrocar o governo chinês.
Nem as atividades benéficas dos cristãos são reconhecidas; elas são ignoradas pelo governo. Durante o terremoto, os cristãos que ajudavam foram presos só porque estavam rezando pelas vítimas. São muitas formas de opressão e de intimidação conta as comunidades cristãs. Eu ouvi dizer que, depois do colapso da União Soviética e da Europa oriental, o governo chinês ficou muito nervoso.
Por verem nisso um exemplo do que poderia acontecer com eles?
Fu: Sim. Eles diziam que "ontem foi o irmão maior, depois será o irmão menor", ou seja, a China.
O cordeiro cristão pode domesticar o dragão chinês? Existe esperança para o cristianismo e para o seu país?
Fu: Eu tenho muita esperança. Acredito que o Evangelho de Jesus Cristo é irrefreável. Você pode atar fisicamente muitos cristãos, mandá-los para a cadeia ou para campos de trabalho, mas acontece que Deus transforma essas cadeias e esses campos de trabalho em campos de colheita. Foi assim que muitos conheceram o Senhor, nesses campos de trabalho. Por isso eu sou muito otimista, e acho que a China no século XXI não será só um país que recebe missionários, mas também, num futuro próximo, a China vai se preparar para levar o Evangelho de novo a Jerusalém, e se tornar um país de envio de missionários para o mundo todo. Sou muito otimista.
* * *
Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por Catholic Radio and Television Network, (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.

Mais informação em www.aisbrasil.org.brwww.fundacao-ais.pt.

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

Santo do dia: São João Bosco. - 31/01

Nascido em Murialdo, aldeia de Castelnuovo de Asti, no Piemonte, aos dois anos de idade faleceu-lhe o pai, Francisco Bosco. Mas felizmente tinha ele como mãe Margarida Occhiena, que lembra a mulher forte do Antigo Testamento. Com sua piedade profunda, capacidade de trabalho e senso de organização, conseguiu manter a família, mesmo numa época tão difícil para a Europa como foi a do início do século XIX, dilacerada pelas cruentas guerras napoleônicas. João Bosco tinha um irmão, dois anos mais velho que ele, e um meio-irmão já entrando na adolescência. 

Lar pobre e religioso; a mãe, exemplo de virtudes
A influência da mãe sobre o filho caçula foi altamente benéfica. “Parece que a paciência e a doce firmeza de Mamãe Margarida influenciaram São João Bosco, e que toda uma parte de sua amenidade, de seus métodos afáveis, deve ser atribuída aos modos de sua mãe, à sua maneira de ordenar e de prescrever, sem gritos nem tumulto. [...] Margarida terá sido uma dessas grandes educadoras natas, que impõem sua vontade à maneira de doce implacabilidade” [...].
“João Bosco é um entusiasta da Virgem. Mamãe Margarida lhe revelou, pelo seu exemplo, a bondade, a ternura, a solicitude de Mamãe Maria. As duas mães se confundem em seu coração. Dom Bosco será um dos grandes campeões de Maria, seu edificador, seu encarregado de negócios”.
Talentos naturais e discernimento dos espíritos
A Providência falava a ele, como a São José, em sonhos. Aos nove anos teve o primeiro sonho profético, no qual — sob a figura de um grupo de animais ferozes que, sob sua ação, vão se transformando em cordeiros e pastores — foi-lhe mostrada sua vocação de trabalhar com a juventude abandonada e fundar uma sociedade religiosa para dela cuidar.
Extremamente dotado, tanto intelectual quanto fisicamente, era um líder nato. Por isso, "se bem que pequeno de estatura, tinha força e coragem para meter medo em companheiros de minha idade; de tal forma que, quando havia brigas, disputas, discussões de qualquer gênero, era eu o árbitro dos contendores, e todos aceitavam de bom grado a sentença que eu desse”2,dirá ele em sua autobiografia. Observador como era, aprendia os truques dos saltimbancos e prestidigitadores, de maneira a atrair seus companheiros para seus jogos e pregação, pois desde os sete anos foi um apóstolo entre eles.
Possuía um vivo discernimento dos espíritos, como ele mesmo afirmou: "Ainda muito pequeno, já estudava o caráter de meus companheiros. Olhava-os na face e ordinariamente descobria os propósitos que tinham no coração”3. Essa preciosa qualidade depois o ajudaria muito no apostolado com a juventude.
Órfão de pai, muito pobre para estudar para o sacerdócio como pretendia, e tendo sobretudo a incompreensão do meio-irmão, que o queria no campo, aos 12 anos a mãe lhe pôs sobre os ombros um bornal com alguns pertences e o enviou a procurar trabalho nas fazendas vizinhas. Assim o adolescente perambulou pela região, servindo de garçom num café, de aprendiz de alfaiate, de sapateiro, de marceneiro, de ferreiro, preceptor, tudo com um empenho exímio, que o levará depois a ensinar esses ofícios a seus "birichini"4 nas escolas profissionais que fundará.
Vivendo de confiança na ajuda sobrenatural
A vida de São João Bosco é um milagre constante. É humanamente inexplicável como ele conseguiu, sem dinheiro algum, construir escolas, duas igrejas — uma sendo a célebre Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora — prover de máquinas específicas suas escolas profissionais, nutrir e vestir mais de 500 rapazes numa época de carestia.
Para Pio XI, "em D. Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural; o extraordinário, ordinário; e a legenda áurea dos séculos passados, realidade presente”8.
Quando mais ele precisava e menos possibilidade tinha de obter
dinheiro, aparecia algum doador anônimo para lhe dar a exata quantia necessitada. Mas ele empenhava-se também em promover rifas, leilões e tudo que pudesse render algum dinheiro para sua obra.
Educador ímpar, e sobretudo eficaz diretor de consciências, vários de seus meninos morreram em odor de santidade, sendo o mais conhecido deles São Domingos Sávio. Dom Bosco escreveu-lhe a biografia e a de vários outros.
Necessitando Dom Bosco de ajuda para seu apostolado incipiente, não teve dúvidas em ir pedi-la à sua mãe, já entrada na velhice e vivendo retirada junto ao outro filho e netos. Essa mulher forte pegou alguma roupa e objetos de que poderia necessitar, e, sem olhar para trás, seguiu seu filho a pé, nos 30 quilômetros que separavam sua vila de Turim. Tornou-se ela a mãe de tantos "birichini", aos quais alimentava, vestia e ainda dava sábios conselhos. Foi seguindo seu costume que seu filho instituiu as belas Boa Noite, ou palavras edificantes aos meninos antes de eles irem dormir.

Escrevendo a reis e imperadores
São João Bosco mantinha uma correspondência intensa, escrevendo para imperadores, reis, nobreza, dirigentes da nação, com uma liberdade que só os santos podem ter. Assim, transmitiu ao Imperador da Áustria um recado memorável de Nosso Senhor para que ele se unisse às potências católicas, a fim de se opor ao poderio crescente da Prússia protestante. Escreveu também à nossa Princesa Isabel, recomendando-lhe seus salesianos no Brasil. Ao rei do Piemonte, prestes a tomar medidas contra a Igreja, alertou-o da morte que reinaria no palácio, caso isso ocorresse. Como o soberano não voltou atrás, quatro membros da família real se sucederam no túmulo, em breve espaço de tempo.
São João Bosco morreu em Turim a 31 de janeiro de 1888, sendo canonizado por Pio XI em 1934. 

Fonte : Lepanto - http://www.lepanto.com.br
PAX CHRISTI
Diogo PItta

sábado, 29 de janeiro de 2011

A importância de entronizar a cruz de Cristo em sua casa

A importância de entronizar a cruz de Cristo em sua casa

Ela defenderá nossos filhos de tanta imoralidade
A cruz é o sinal dos cristãos e sinal do Deus vivo. "Não danifiqueis a terra nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes" (Ap 7,3).

Esse sinal, o profeta Ezequiel já anunciava como sendo a cruz, o Tau. Quando Jerusalém mereceu o devido castigo pela idolatria cometida, esse profeta anunciou que Deus assinalou com a cruz os inocentes para protegê-los. "Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com uma cruz na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem" (Ez 9,5).

Desde que Jesus libertou a humanidade da morte, do pecado e das garras do demônio, a cruz salvífica passou a ser o símbolo da salvação. A festa em honra da santa cruz foi celebrada pela primeira vez em 13 de dezembro do ano 335, por ocasião da dedicação de duas basílicas de Constantino, em Jerusalém: do "Martyrium" ou "Ad Crucem" sobre o Gólgota; e a do "Anástasis", isto é, da Ressurreição.

Santa Helena, a mãe do imperador [Constantino], foi buscar a cruz de Cristo em Jerusalém. A partir do século VII, comemora-se a recuperação da preciosa relíquia por parte do imperador bizantino Heráclio em 628; pois a cruz de Cristo foi roubada 14 anos antes pelo rei persa Cosroe Parviz, durante a conquista da cidade Santa de Jerusalém.

Nesses dois mil anos, a cruz passou a ser o símbolo da vitória do bem sobre o mal, da justiça contra a injustiça, da liberdade contra a opressão, do amor contra o egoísmo, porque, no seu lenho, o Cristo pagou à Justiça Divina o preço infinito do resgate de toda a humanidade.

Em todas as épocas a santa cruz foi exaltada. O escritor cristão Tertuliano († 200) atesta: "Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando vamos deitar, quando nos sentamos; nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da cruz" (De corona militis 3).

São Hipólito de Roma (†235), descrevendo as práticas dos cristãos do século III, dizia: "Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e nos protege dele se é feito com fé; não por ostentação, mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da cruz na fonte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42).

Muitas pessoas importantes se valiam do sinal da Cruz em momentos de perigo, de decisão e na iminência da morte, como forma de alcançar a serenidade necessária em momentos cruciais. Os primeiros cristãos faziam o Sinal da Cruz a cada instante. Assim afirma São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja: "Para os que põem sua esperança em Jesus Cristo, fazer o Sinal da Cruz é a primeira e mais conhecida coisa que entre nós se pratica". Santa Tecla, do primeiro século, ilustre por nascimento, foi agarrada pelos algozes e conduzida à fogueira; fez o Sinal da Cruz, entrou nela a passo firme e ficou tranqüila no meio das chamas. Logo uma torrente de água desabou e o fogo apagou. E a jovem heroína saiu da fogueira sem ter queimado um só fio de cabelo. Os santos não deixavam o Crucifixo; em muitas de suas imagens os vemos segurando o crucificado, porque no Cristo crucificado colocavam toda a sua segurança e esperança.

Em 1571, Dom João D'Áustria, antes de dar o sinal de ataque na Batalha de Lepanto, em que se decidia o futuro da cristandade diante dos turcos otomanos agressores, fez um grande e lento sinal da cruz repetido por todos os seus capitães e a vitória logo aconteceu. Por estes e outros exemplos, vemos quão poderosa oração é o sinal da cruz. De quantas graças nos enriquece esse sinal, e de quantos perigos preserva nossa frágil existência.

A cruz de Cristo vence o pecado. À vista d'Ele desaparece todo o pecado. Santa Joana d'Arc morreu na fogueira de Rouen, em 1431, injustamente, segurando um crucifixo, olhando-o e repetindo: "Jesus, Jesus, Jesus...".
Quando Dom Bosco se cansava das artes dos seus meninos e parecia querer desistir da missão, sua boa mãe, Margarida, apenas lhe mostrava o Cristo Crucificado e ele retomava sua luta em prol da juventude desvalida.

Mais do que nunca hoje, quando tantos perigos materiais e espirituais ameaçam a família, atacada de todos os lados pela imoralidade que campeia entre nós, é fundamental que as famílias cristãs entronizem a cruz de Cristo em seus lares, de maneira solene. Ela defenderá nossos filhos de tanta imoralidade.

Desta cruz nasceram os Sacramentos da Igreja, que nos salvam. Desta cruz sairá a força de que pais e mães precisam para educar os filhos na verdadeira fé do Cristo e da Igreja. Olhando a cada momento para o Cristo tão cruelmente crucificado, flagelado, coroado de espinhos, teremos força para vencer as lutas de cada dia.

Diante da cruz de Cristo o demônio não tem poder, porque ele foi nela vencido, acorrentado como um cão, como dizia Santo Agostinho. O exorcista, acima de tudo, empunha o crucifixo. Mais do que nunca hoje, quando as forças do mal querem arrancar o crucifixo de nossas ruas e praças, precisamos colocá-lo em nossas casas, também como prova de nossa fé.

A sua casa precisa ser protegida pela santa cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

PAX CHRISTI
Diogo Pitta 

Santos do dia 29/01

Santo Aquilino, sacerdote, mártir († 1015), talvez nascido em Würzburg (Alemanha), venerado na basílica de São Lourenço em Milão (capela homônima). Protetor dos carregadores.

São Constâncio, talvez o primeiro bispo de Perúgia, cidade do centro da Itália, mártir no séc. II sob Marcos Aurélio, de acordo com o martirológio romano.

São Gildo, chamado de o Sábio ou também Badonico. Nasceu, segundo a tradição, no dia em que os Bretões venceram a batalha do monte Badon contra os Saxões (493); missionário bretão (nascido em 493 e falecido em Rhuys, Vannes, França, em 570). Abraçou a vida de monge, anunciou o cristianismo no norte da Grã-Bretanha e na Irlanda, onde iniciou uma reforma dos costumes e onde introduziu uma nova liturgia da missa. Por volta de 538 retirou-se a vida eremítica na ilha de Houat, no oeste da França; aqui, alcançado, por muitos seguidores, transferiu-se com eles para Rhuys e aí fundou um mosteiro. Autor do De excidio et conquistu Britanniae, a obra mais antiga de história da Grã-Bretanha. Padroeiro de Vannes.

São Sabiniano, mártir. A diocese de Troyes, na França, o venera como primeiro apóstolo e mártir. O santo nasceu na ilha de Samos; sua conversão ao cristianismo deu-se graças à sua leitura da Bíblia, e em seguida dirigiu-se à Gália, atual França, para pregar o Evangelho. Entretanto, o imperador Aureliano ordenou sua captura dado as numerosas conversões de romanos e pagãos por obra de São Sabiniano. Após uma série de incidentes milagrosos, como por exemplo o de que o fogo não lhe consumiu e que as flechas não o atravessaram, foi finalmente decapitado pela espada, por volta do ano 273

São Suplício Severo, bispo, + 432. Nasceu em Agem, França, em meados do século III. Aos 55 anos tomou uma atitude pela qual foi muito criticado: abandonou a esposa e a carreira de advogado, para uma vida de total entrega a Deus.
O único apoio que recebeu foi o de sua sogra, Bássula, que lhe ofereceu uma casa, na qual morou até o fim de seus dias, agrupando monges e clérigos. Escreveu obras como, por exemplo, “Crônicas”, onde resumiu toda a história judaica, desde suas origens até o quarto século depois de Cristo; e também foi o biógrafo de São Martinho, seu mestre e amigo.
Não se sabe, ao certo, a data da morte de São Suplício, mas foi entre 406 e 432.

São Valério, bispo de Zaragoza (Espanha – séc. III)
Preso junto com o diácono Vicente na época do imperador Diocleciano (303), morreu no exílio.

Santo Valério de Ravena
Recordamos hoje dois santos bispos com o mesmo nome, Valério. O primeiro, morreu cinco séculos antes, na sua sede episcopal em Treviri, na Alemanha. O segundo, faleceu no dia 15 de março de 810 e foi o bispo de Ravena, em Roma, na Itália.
Este Valério, bispo de Ravena, que faleceu em março, passou a ser comemorado no dia 29 de janeiro, por ser confundido com o primeiro que faleceu neste dia, o qual já tinha um culto cristalizado entre os peregrinos e devotos. O erro partiu de um copista do Vaticano, em 1286, que acreditou se tratasse de um santo só. Excluiu a festa de março e manteve no calendário da Igreja a data da comemoração mais antiga, e assim ficou.
Valério de Ravena, também sofreu fortes perseguições políticas dentro do próprio clero. Mas o pior foi que para agradar o imperador Carlos Magno, que não simpatizava com ele, o bispo foi vítima de uma sórdida intriga política. No dia 8 de abril de 808, dia de Palmas, dois nobres condes paladinos chegaram cedo na cúria, conversaram com Valério que os acolheu e deu hospedagem. Participaram de todas as celebrações pertinentes à data e depois de almoçarem com o bispo, partiram agradecidos.
Depois, em troca de favores da corte, estes nobres mandaram uma carta ao papa Leão III, informando que durante a refeição, daquele dia, o bispo Valério, havia proferido palavras tão impróprias, que não poderiam ser repetidas nem por escrito. Mais tarde quando surgiram outras divergências políticas, o papa Leão III escreveu numa carta à Carlos Magno, que ele mesmo contestava a santidade do bispo e lhe contou sobre os dois condes.
Outras fontes históricas da Santa Sé, entretanto, comprovaram que o arcebispo de Ravena era um pastor zeloso e batalhador pela causa do bem da doutrina cristã, especialmente na luta contra a heresia ariana. Valério administrou a diocese de Ravena entre 788 e 810. O arcebispo Simeão trasladou suas relíquias para a catedral, em 1222, concedendo uma indulgência especial à basílica de santo Apolinário, por "reverências ao bem-aventurado Valério".

Santo Valério de Trier
Uma tradição muito antiga nos conta que o bispo de Trier, chamado Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes.
Entretanto, Valério realmente foi o bispo de Trier e prestou um relevante trabalho de evangelização para a Igreja de Roma. Primeiro auxiliando Eucario, que foi o primeiro bispo desta diocese e depois colaborando com Materno, seu contemporâneo; os quais foram incluídos no Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha.
Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre Valério: "converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e expressivos". Talvez o mais significativo, tenha sido quando Valério, trouxe de volta a vida do companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal. Depois, o outro companheiro de missão, que já havia falecido, Eucario, o teria avisado em sonho que no dia 29 de janeiro ele seria recebido no Reino de Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do século IV.
A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos procuravam a sua sepultura para agradecer ou pedir a sua intercessão. O culto se intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério, principalmente entre os povos de língua germânica. Muitas cidades o elegeram como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, se encontram na basílica de São Matias, na cidade de Tries, no oeste da Alemanha. A festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

Santo Afraate, anacoreta que viveu nos arredores de Antioquia da Síria, séc. IV

Santos Charbel, sacerdote e Bebaia, sua irmã, mártires em Edessa (atual Turquia)

Santa Inês da Bagno di Romagna, religiosa camaldulense, Sarsina (Forlì, nordeste da Itália) – Bagno di Romagna (Forlì), séc. XII

São Gelásio II, Papa de 10/03/1118 a 28/01/1119

Santos Juventino e Maximino, mártires de Antioquia da Síria, no sinal do séc. IV

Santos Papias e Mauro, mártires em Roma

São Potamio de Agrigento (ilha da Sicília, Itália), bispo, séc. VI

Santa Sabrina, virgem, Samo, Grecia, séc. III – † Troyes, França, 288

São San Seustio e companheiros, mártires de Todi (centro da Itália), + 303


Bem-aventuradaa Arcângela Girlani, virgem, +1495

Bem-aventurada Boleslava Maria Lament, fundadora, Lowicz, Polônia, 03 de julho de 1862 – Bialystok, Polônia, 29 de janeiro de 1946

Bem-aventurada Vilana Delle Botti, mãe de família, terciária, Florença (centro da Itália), 1332 – 29 de janeiro de 1361

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Santo do dia: Santo Tomás de Aquino, Doutor da Igreja - 28/01

  Tomás nasceu no meio de uma família aristocrata, por volta de 1225. Apesar da forte oposição de sua família, ingressou na ordem de Santo à idade de 19 anos. Em 1245, seus superiores o enviaram a estudar em Paris, onde seus dotes de humildade não lhe permitiram ser reconhecido por sua habilidade e inteligência como deveria ser. A insistência de Santo Alberto e do Card. Saintcher, Tomás –que era apenas bacharel- começou a ensinar na Universidade de Paris, e obras como seus comentários sobre o Livro das Sentenças de Isaías e o Evangelho de São Mateus foram escritos. Quatro anos mais tarde, foi-lhe confiada a cátedra de doutor, encarregado de ensinar, discutir e pregar e no final desse ano, começou a escrever a Suma contra Gentis.
De 1259 a 1268, o santo era muito popular em toda a Itália, país que ensinou e pregou em muitas cidades. Por volta de 1266, começou a escrever a mais famosa de suas obras: a Summa Theologia. De volta a Paris, o santo –por revelação divina- se pronunciou sobre se os acidentes permaneciam realmente ou somente na aparência no Santíssimo Sacramento. Posteriormente, Tomás foi chamado novamente à Itália e ocupou o cargo de reitor da Universidade de Nápoles.
No ano seguinte, por causa de uma poderosa visão, Tomás parou de escrever e ensinar, sem terminar a Summa Theologia. Estava muito doente quando o Papa Gregório X o convidou para o Concílio de Lyon, mas durante a viagem sua doença se agravou ainda mais, sendo transferido para a abadia cistercience de Fossa Nuova, onde faleceu na madrugada de 7 de março de 1274.

Fonte: ACI Digital.

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Não desista nunca (Papa S. Leão Magno)


Não desista nunca,

Nem quando o cansaço se fizer sentir,
Nem quando os teus pés tropeçarem,
Nem quando os teus olhos arderem,
Nem quando os teus esforços forem ignorados,

Nem quando a desilusão te abater,

Nem quando o erro te desencorajar,
Nem quando a traição te ferir,
Nem quando o sucesso te abandonar,
Nem quando a ingratidão te desconsertar,

Nem quando a incompreensão te rodear,
Nem quando a fadiga te prostrar,
Nem quando tudo tenha o aspecto do nada,
Nem quando o peso do pecado te esmagar…

Invoque Deus, cerre os punhos, sorria… E recomece!
Pax Christi
Diogo Pitta 

Testemunhos Patrísticos Sobre a Santíssima Trindade


As citações seguintes testemunham o que os primeiros cristãos pensavam sobre a fé na Santíssima Trindade.

«No que diz respeito ao Batismo, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente. Se não houver água corrente, batizai em outra água; se não puder batizar em água fria, façai com água quente. Na falta de uma ou outra, derramai três vezes água sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»
«Um Deus, um Cristo, um Espírito de graça»
«Como Deus vive, assim vive o Senhor e o Espírito Santo»
«Vós sois as pedras do templo do Pai, elevado para o alto pelo guindaste de Jesus Cristo, que é a sua cruz, com o Espírito Santo como corda».
«Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor e dos apóstolos, para que prospere tudo o que fizerdes na carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos presbíteros e diáconos segundo Deus. Sejam submissos ao bispo e também uns aos outros, assim como Jesus Cristo se submeteu, na carne, ao Pai, e os apóstolos se submeteral a Cristo, ao Pai e ao Espírito, a fim de que haja união, tanto física omo espiritual.»
«Que não somos ateus, quem estiver em são juízo não o dirá, pois cultuamos o Criador deste universo, do qual dizemos, conforme nos ensinaram, que não tem necessidade de sangue, libações ou incenso. [...] Em seguida, demonstramos que, com razão, honramos também Jesus Cristo, que foi nosso Mestre nessas coisas e para isso nasceu, o mesmo que foi crucificado sob Pôncio Pilatos, procurador na Judéia no tempo de Tibério César. Aprendemos que ele é o Filho do próprio Deus verdadeiro, e o colocamos em segundo lugar, assim como o Espírito profético, que pomos no terceiro. De fato, tacham-nos de loucos, dizendo que damos o segundo lugar a um homem crucificado, depois do Deus imutável, aquele que existe desde sempre e criou o universo. É que ignoram o mistério que existe nisso e, por isso, vos exortamos que presteis atenção quando o expomos.»
«Os que são batizados por nós são levados para um lugar onde haja água e são regenerados da mesma forma como nós o fomos. É em nome do Pai de todos e Senhor Deus, e de Nosso Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo que recebem a loção na água. Este rito foi-nos entregue pelos apóstolos.»
«Eu te louvo, Deus da Verdade, te bendigo, te glorifico por teu Filho Jesus Cristo, nosso eterno e Sumo Sacerdote no céu; por Ele, com Ele e o Espírito Santo, glória seja dada a ti, agora e nos séculos futuros! Amém.»
«De fato, reconhecemos também um Filho de Deus. E que ninguém considere ridículo que, para mim, Deus tenha um Filho. Com efeito, nós não pensamos sobre Deus, e também Pai, e sobre seu Filho como fantasiavam vossos poetas, mostrando-nos deuses que não são em nada melhores do que os homens, mas que o Filho de Deus é o Verbo do Pai em idéia e operação, pois conforme a ele e por seu intermédio tudo foi feito, sendo o Pai e o Filho um só. Estando o Filho no Pai e o Pai no Filho por unidade e poder do Espírito, o Filho de Deus é inteligência e Verbo do Pai. Se, por causa da eminência de vossa inteligência, vos ocorre perguntar o que quer dizer "Filho", eu o direi livremente: o Filho é o primeiro broto do Pai, não como feito, pois desde o princípio Deus, que é inteligência eterna, tinha o Verbo em si mesmo; sendo eternamente racional, mas como procedendo de Deus, quando todas as coisas materiais eram natureza informe e terra inerte e estavam misturadas as coisas mais pesadas com as mais leves, para ser sobre elas idéia e operação».
«Como não se admiraria alguém de ouvir chamar ateus os que admitem um Deus Pai, um Deus Filho e o Espírito Santo, ensinando que o seu poder é único e que sua distinção é apenas distinção de ordens?»
"Igualmente os três dias que precedem a criação dos luzeiros são símbolo da Trindade: de Deus [=Pai], de seu Verbo [=Filho] e de sua Sabedoria [=Espírito Santo]"
«Com efeito, a Igreja espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra recebeu dos apóstolos e seus discípulos a fé em um só Deus, Pai onipotente, que fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto nele existe; em um só Jesus Cristo, Filho de Deus, encarnado para nossa salvação; e no Espírito Santo que, pelos profetas, anunciou a economia de Deus...»
«Já temos mostrado que o Verbo, isto é, o Filho esteve sempre com o Pai. Mas também a Sabedoria, o Espírito estava igualmente junto dele antes de toda a criação».
«Foi estabelecida a lei de batizar e prescrita a fórmula: 'Ide, ensinai os povos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo'».
«Cremos... em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. [...] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas».
Outras Fontes:
Tertuliano: (ano 216) Contra Praxéas 2; 9; 25. Orígenes: (ano 225) Doutrinas Fundamentais IV,4,1.
Hipólito de Roma: (ano 228) Refutação de Todas as Heresias 10,29.
Novaciano: (ano 235) Tratado sobre a Trindade 11.
Papa Dionísio: (ano 262) Carta a Dionísio de Alexandria 1; 2; 3.
Gregório Taumaturgo: (ano 265) Declaração de Fé.
Sechnall de Irlanda: (ano 444) Hino a São Patrício 22.
Patrício: (ano 447) O Peitoral de São Patrício 1; (ano 452) Confissão de São Patrício 4.

As citações seguintes testemunham o que os primeiros cristãos pensavam sobre a existência de um Deus em Três Pessoas.

"E mais, meus irmãos: se o Senhor [Jesus] suportou sofrer por nós, embora fosse o Senhor do mundo inteiro, a quem Deus disse desde a criação do mundo: 'façamos o homem à nossa imagem e semelhança', como pode ele suportar sofrer pela mão dos homens?"
«Por isso vos peço que estejais dispostos a fazer todas as coisas na concórdia de Deus, sob a presidência do bispo, que ocupa o lugar de Deus, dos presbíteros, que representam o colégio dos apóstolos, e dos diáconos, que são muito caros para mim, aos quais foi confiado o serviço de Jesus Cristo, que antes dos séculos estava junto do Pai e por fim se manifestou. [...] Correi todos juntos como ao único templo de Deus, ao redor do único altar, em torno do único Jesus Cristo, que saiu do único Pai e que era único em si e para ele voltou. [...] Existe um só Deus, que se manifestou por meio de Jesus Cristo seu Filho, que é o seu Verbo saído do silêncio, e que em todas as coisas se tornou agradável àquele que o tinha enviado».
«Amigos, foi do mesmo modo que a Palavra de Deus se expressou pela boca de Moisés ao indicar-nos que o Deus que se manifestou a nós falou a mesma coisa na criação do homem, dizendo estas palavras: 'Façamos o homem à nossa imagem e semelhança'. [...] Citar-vos-ei agora outras palavras do mesmo Moisés. Através delas, sem nenhuma discussão possível, temos de reconhecer que Deus conversou com alguém que era numericamente distinto e igualmente racional. [...] Mas esse gerado, emitido realmente pelo Pai, estava com ele antes de todas as criaturas e com ele o Pai conversa, como nos manifestou a palavra por meio de Salomão».
«Por isso e por todas as outras coisas, eu te louvo, te bendigo, te glorifico, pelo eterno e celestial sacerdote Jesus Cristo, teu Filho amado, pelo qual seja dada glória a ti, com Ele e o Espírito, agora e pelos séculos futuros. Amém».
«[O Pai] enviou o Verbo como graça, para que se manifestasse ao mundo. [...] Desde o princípio, ele apareceu como novo e era antigo, e agora sempre se torna novo nos corações dos fiéis. Ele é desde sempre, e hoje é reconhecido como Filho».
«Portanto, não foram os anjos que nos plasmaram - os anjos não poderiam fazer uma imagem de Deus - nem outro qualquer que não fosse o Deus verdadeiro, nem uma Potência que estivesse afastada do Pai de todas as coisas. Nem Deus precisava deles para fazer o que em si mesmo já tinha decretado fazer, como se ele não tivesse suas próprias mãos! Desde sempre, de fato, ele tem junto de si o Verbo e a Sabedoria, o Filho e o Espírito. É por meio deles e neles que fez todas as coisas, soberanamente e com toda a liberdade, e é a eles que se dirige quando diz: 'Façamos o homem à nossa imagem e semelhança'».
«Anatematizamos todos aqueles que seguem o erro de Sabélio, os quais dizem que o Pai e o Filho são a mesma Pessoa».


Fonte: Agnus Dei

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

As 5 provas da existência de Deus - Por Santo Tomás de Aquino


Provas da existência de Deus. Os cinco argumentos que para Tomás de Aquino demonstram a existência de Deus são:

1°- O "primeiro motor imóvel":
O movimento existe, é evidente aos nossos sentidos. Ora, tudo aquilo que se move é movido por outra força, ou motor. Não é lógico que haja um motor, outro e outro, e assim indefinidamente; há de haver uma origem primeira do fenômeno do movimento, um motor que move sem ser movido, que seria Deus.

2°- A "causa primeira":
Toda causa é efeito de outra, mas é necessário que haja uma primeira, causa não causada, que seria Deus.

3°- O "ser necessário":
Todos os seres são finitos e contingentes ("são e deixam de ser"). Se tudo fosse assim, todos os seres deixariam de ser e, em determinado momento, nada existiria. Isto é absurdo; logo, a existência dos seres contingentes implica o ser necessário, ou Deus.

4°- O "ser perfeitíssimo":
Os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que seria Deus.

5°- A "inteligência ordenadora":
Todos os seres tendem para uma finalidade, não em virtude do acaso, mas segundo uma inteligência que os dirige. Logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e a encaminha para seu fim; esse ser inteligente seria Deus.
 
PAX CHRISTI
Diogo Pitta

"Dando a vida pelo Papa." Memórias de um ex-guarda-costas de João Paulo II

Por Edward Pentin 

ROMA, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - Durante 12 anos, o ex-capitão da guarda suíça Roman Fringeli foi treinado e preparado para dar a vida pelo Papa.
De 1987 a 1999, ele protegeu o futuro beato João Paulo II como um de seus cinco guarda-costas pessoais nas viagens papais. Este período compreendeu 15 viagens apostólicas a Asia, Europa, África y América.
Durante três anos e meio deste período, Fringeli liderou o contingente de guardas suíços que acompanhava João Paulo II quando este viajava ao exterior. "Diante de uma necessidade das circunstâncias, eu teria dado minha vida pelo Papa", afirmou. "Este era sempre meu pensamento quando viajávamos".
Natural da Basileia, norte da Suíça, Fringeli deixou a força oficial há cerca de 10 anos. Mas seu entusiasmo permanece e ele está disposto a compartilhar suas felizes e às vezes angustiantes experiências.
Ele recorda vivamente como lutaram com grande trabalho para conter uma multidão em Nairobi, como gritaram com os militares em Moçambique para que evitassem que uma grande massa de gente se aproximasse demais do Papa e como enfrentaram a difícil tarefa de proteger o Papa diante de um milhão de pessoas em Seul.
"Recordo Ruanda, durante uma missa, tivemos um aviso de um ataque terrorista aéreo", conta. "Pode imaginar? Justamente ali, havia quatro anos, tinha acontecido o genocídio".
Em outra viagem, estando com o Papa em voo charter, o avião fez três tentativas de aterrissar, por causa da neblina. Depois de ser desviado a Johannesburgo, o contingente do Papa teve de viajar de carro para Lesotho, para chegar ali ao som de tiros das forças especiais, que tinham resgatado um grupo de reféns.
O Papa João Paulo II, que tinha ido a Maseru para beatificar o sacerdote missionário Joseph Gérard, visitou depois alguns feridos no hospital. "Foi uma viagem especial e terrível. João Paulo II queria oferecer uma mensagem de paz e o fez", relata Fringeli.
Mas talvez sua visita mais problemática foi em Berlim, em 1996. Grupos de anarquistas protestavam de forma selvagem, lançando objetos no papa-móvel, enquanto outros desfilavam nus enquanto o Papa passava.
"De repente, essa gente começou a lançar bolas vermelhas cheias de tinta nas janelas do papa-móvel". Fringeli recorda que estava atrás do veículo papal, tentando afastar os manifestantes. "Senti-me envergonhado da Alemanha pelo que aconteceu. A polícia permitiu que a multidão se aproximasse demais do papa-móvel".
Bento XVI visitará Berlim em setembro e alguns estão preocupados com a possibilidade de que esse evento se repita. "Nunca se sabe o que acontecerá em Berlim", disse Fringeli. "Pode aparecer mais uma vez gente louca, mas Bento XVI é alemão e isso pode ajudar, também talvez a polícia faça melhor o seu trabalho, controlando as multidões".
Fringeli também disse que o surpreendeu ver que a polícia alemã parecia assustada por ter de frear a multidão. "Eles não queriam tocá-los".
Mas na África, Fringeli viu que a segurança local pode ser excessiva. Na viagem que João Paulo II fez a Iaundé, capital de Camarões, em 1995, ele recorda ver um homem com deficiência mental que estava perambulando em frente ao papa-móvel. A polícia o arrastou "como se fosse um saco de batatas", jogando-o na multidão. 
Nem revólver nem colete
A proteção que o Vaticano dá ao Papa durante as viagens consiste em dois guardas suíços à paisana, um capitão e um cabo, além de três policiais do Vaticano. O restante da proteção fica com as autoridades locais.
Durante seu período de serviço, Fringeli não usava colete à prova de balas nem revólver. "Que você pode fazer com uma pistola na frente de uma multidão?" "Poderia matar pessoas, e o mesmo acontece na basílica da praça de São Pedro ou em uma audiência".
Em vez disso, ele confiava muito em sua perspicácia visual e no treinamento pessoal. O ex-guarda nos mostrou uma foto sua vestido em traje preto, caminhando ao lado de João Paulo II, em uma visita à Romênia, com os olhos fixos na multidão.
"Sempre estava observando com precisão, buscando um movimento repentino, alguém correndo ou saltando por cima das linhas de segurança; essa era minha tarefa".
Ao ser questionado sobre a falha de segurança que houve na basílica de São Pedro no Natal de 2009, quando uma mulher saltou em direção ao Papa, ele destaca o quão inesperado pode ser algo assim.
"Você precisa saber o que está acontecendo em questão de segundo". "Normalmente, isso é responsabilidade da pessoa que está ao lado do Papa, mas nesta ocasião tudo aconteceu muito rápido". Apesar de tudo, Fringeli afirma que a segurança do Vaticano é muito boa.
O ex-guarda tem muitas boas recordações de Wojtyla e está encantado com a notícia de sua beatificação. "Para mim, João Paulo II foi um Papa santo, como todos os papas nos dois ou três últimos séculos", disse.
Ele conta que João Paulo II sempre dizia que Nossa Senhora o protegia e que colocou sua sobrevivência nas mãos da Virgem desde o atentado de 1981.
"Foi um mensageiro da paz", disse. "Alguns diziam que teria sido melhor se ele tivesse estado mais tempo no Vaticano e não viajando tanto, mas para o Papa não eram viagens de lazer, ele tinha uma agenda muito apertada, que durava o dia inteiro". 
Fringeli lembra um outro episódio, em que centenas de pessoas caminharam durante vários dias, de Zâmbia até o Zimbabue, para ver Wojtyla. As 104 viagens que João Paulo II fez fora da Itália estavam dedicadas a essas pessoas, especialmente de países pobres, que nunca poderiam ir a Roma. 
O ex-guarda conta com carinho como João Paulo II sempre agradecia sua equipe de segurança ao final de cada viagem. Quando era mais jovem, frequentemente realizava passeios espontâneos, que nem sempre ganhavam a simpatia dos guarda-costas. "Não era fácil viajar com o Papa, porque não sabíamos o que ele faria fora do programa". "Mas a experiência ajudava muito".
Apesar das obrigações das viagens papais, Fringeli se sentia muito satisfeito e seu entusiasmo nunca diminuía. "Era estranho. Durante a viagem nos cansávamos muito, mas ao final sempre pensávamos: quando será a próxima?"
Ele rende homenagem a duas figuras chave das viagens apostólicas: o cardeal Roberto Tucci, organizador das viagens longas, a quem define como "um grande, grande homem", e Camilo Cibin, o último guarda-costas da polícia vaticana, que protegeu o Papa até este completar 80 anos.
"Sem nenhum dos dois - disse - o Papa não teria sido capaz de fazer nenhuma de suas viagens."

Fonte: http://www.cleofas.com.br/
PAX CHRISTI
Diogo Pitta