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sábado, 25 de outubro de 2014

Carta à candidata Dilma.

“Os responsáveis também pelas injúrias e calúnias devem ser punidos. Por que não se pode tratar assim a presidenta três dias antes da eleição!” 

Olá, Presidente, como vai sua pressão arterial?

Assim disse a senhora, em repúdio à denuncia da revista “Veja”, de que em depoimento à PF, o doleiro Alberto Youssef teria dito que a senhora e Lula sabiam de todo o esquema de desvio de dinheiro da estatal. 

Pergunto-me: Por quê não pode, Presidente? Por que não se pode apontar-lhe o dedo na cara e acusar-lhe de um crime, e por esta acusação, ser devidamente julgada, e quem sabe (assim Deus o queira) presa? Acaso seria a Presidência da República imbuída de infalibilidade e onipotência? 

É importante ressaltar que da mesma forma que se deve provar que a senhora realmente sabia dos desvios, pois a quem afirma cabe o ônus da prova, urge que a presidente prove que não sabia, o que creio ser deveras complicado, pois dada a sua posição proeminente na estatal, é praticamente impossível que esta robusta quantia tenha passado pelas suas barbas sem que ao menos tivesse sentido o “cheirinho” do dinheiro... 

Por enquanto, Presidente, se eu fosse a senhora, investiria forças não em processar a revista “Veja”, pois ela está no seu papel; mas para tentar não ir para a cadeia, lugar esse para onde já deveriam ter ido a senhora e toda a sua corja de abutres fétidos!

A hegemonia do PT acabou, presidente! Perdeu-se o medo de afrontar o monstro vermelho! O Foro de São Paulo há de desmantelar-se e ruir todo o império de estupro das consciências que seu partido construiu por 12 malditos anos! 

Seja lá qual for o resultado das eleições, o Comunismo não há de fincar raízes em solo Brasileiro, pois há brasileiros nestas terras que conhecem o que há sob sua máscara de salvadora e redentora dos pobres; na verdade, sob esta máscara, há o mais pútrefo dos monstros! Não a odeio, presidente, pois aprendi com a Santa Igreja Católica a amar o pecador, mas odiar com todas as minhas forças o pecado. Mas sua ideologia comunista, pecado dos mais mortais, esta sim eu odeio e hei de lutar contra ela, a exemplo de centenas de milhares de católicos melhores do que eu. 

Seja lá qual for o resultado do pleito, nós não queremos a Senhora como Presidente desta nação! 

Afirmo: seja lá qual for o resultado do pleito de amanhã, a minha felicidade e a de muitos brasileiros (mais do que a senhora pensa) será vê-la a senhora e o sr. Luis Inácio Lula da Silva algemados e presos! 

Passar bem!

Errata

Na última postagem, errei o nome do doleiro do esquema do Petrolão, chamando-o de Carlos, quando seu nome é Alberto. O erro foi corrigido. 

Aécio, Dilma, e o Foro de São Paulo

Amanhã, dia 26 de outubro de 2014, o brasileiro vai às urnas para decidir – uns consciente, outros inconscientemente – se o Brasil permanecerá sob a égide da democracia, sob as cores verde e amarelo, ou se permanecerá sob o manto vermelho, que aos poucos, e agora não tão veladamente assim, o Partido dos Trabalhadores (PT) tenta empurrar goela abaixo do povo brasileiro. O vermelho é a cor oficial com a qual tradicionalmente travestem-se os regimes comunistas e seus sequazes. Não coincidentemente, é a cor que reina absoluta, salvas algumas raras exceções, no guarda roupa de Dilma Roussef, candidata à reeleição para a Presidência da República. Basta ter um tiquinho de cultura e honestidade intelectual para constatar que o vermelho comunista remete-nos imediatamente ao sangue que regou o solo do mundo desde o início do Século.

Ontem, em debate na rede Globo de Televisão, aconteceu o último debate de presidenciáveis antes das eleições de segundo turno, e o que se viu não foi um debate! De forma alguma! Para que haja um debate, ambas as partes devem estar em condições próximas de formação intelectual e de posse de informações. Além do mais, a premissa básica para um debate é a busca pela verdade. Notoriamente, era abissal a distância intelectual entre Aécio e Dilma. Aécio, com a excelente oratória que lhe é peculiar e com a versatilidade com que faz suas colocações, fez visivelmente balançar as estruturas emocionais de Dilma, fazendo com que eu tivesse a impressão de que a qualquer momento, Dilma, debulhar-se-ia em lágrimas.

Aécio, deixando o chumbo grosso para o último debate, iniciou suas investidas questionando a candidata sobre o caso do mensalão da Petrobras, onde o Doleiro do esquema, Alberto Youssef, havia dito, segundo a Revista Veja, em depoimento à Polícia Federal, que Dilma e Lula sabiam de todo o esquema de desvio de dinheiro da estatal. Perguntou Aécio: “ A senhora sabia?” Ora, a resposta de Dilma coerente à questão, foi substituída por uma série de ataques à Revista Veja e promessas de processo judicial contra a Revista, alegando calúnia. Vejamos: precisávamos de uma delação do doleiro para saber que Dilma sabia de todo o esquema? Dilma ocupava um alto posto na estatal, e foi Ministra Chefe da Casa Civil. Como pode tão robusta quantia ser desviada sem que se aperceba aquela que por muitos é tida como “Mão de Ferro”?

Em seguida, Aécio questionou Dilma sobre o financiamento do porto de Mariel, em Cuba. E neste momento, Dilma ficou visivelmente perturbada, pois não estava preparada para responder à tão desconcertante questão. O governo Brasileiro deu de presente ao regime comunista dos irmãos Castro, alguns Milhões de reais, (isto, sem contar o programa "Mais Médicos", que é o meio pelo qual se sustenta o inferno socialista dos Castro) para a construção de porto e aeroporto  em Cuba. O Porto serviu para recentemente transportar armamentos para a coréia do Norte..  Mas por quê Dilma colabora tanto com as ditaduras comunistas?

Em 1990, reuniram-se em Havana, Cuba, Fidel Castro, o então comandante das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Manuel Marulanda, Raul Reyes e Lula (PT), para a fundação de um Forum, onde reunir-se-iam todos os partidos socialistas da América Latina para definirem metas a longo prazo para a implantação do Comunismo na América Latina. O primeiro encontro deste Forum, foi em São Paulo. Daí o nome de Foro de São Paulo. Eis o site do Foro e aqui, as atas do Foro de São Paulo. O Foro de São Paulo tenta de forma paulatina, fazer ressurgir na América Latina, aquilo que havia sido perdido no Leste Europeu, com a dissolução da URSS, pois com sua extinção, os partidos sentiram-se como que órfãos, e este sentimento seria minimizado pela formação das União das Repúblicas Soviéticas da América Latina




Tudo é muito sutil, mas não menos pernicioso.

Para saber mais sobre o Foro de São Paulo e sobre as ações de seus asceclas, acessem o blog da Graça Salgueiro, o nota latina. O Nota Latina é o único veículo confiável para nos informarmos sobre política latino-americana.


O Candidato Aécio Neves queria saber o porquê de tantos investimentos em Cuba: eis a resposta, candidato! É devido aos compromissos firmados com o Foro de São Paulo!

domingo, 5 de outubro de 2014

Ludwig Van Beethoven - Sinfonia No 9 em D menor, Opus 125 Coral

Podemos inteligir algo sobre a existência de Deus, segundo Santo Tomás de Aquino, através das coisas sensíveis, onde estas, atuam como símbolos que apontam-nos a um Simbolizado; como ícones que refletem algo da Majestade Divina. Deste modo, Deus mostra algo de Si aos homens, para que atraídos pela Suma Beleza, creiam e O busquem.
Creio que um dos meios dos quais serve-Se Deus para mostrar-nos algo de Si é a Música. Falo de boa música!

Embora não seja afeito ao período compreendido entre o final do Classicismo do século XVIII e o Romantismo no Século XIX, tenho apreciado algumas peças de um compositor que marca este período com seu tom revolucionário. Este, é Ludwig Van Beethoven, e gostaria de partilhar uma peça em especial; uma sinfonia que pode ser considerada como a obra apical de sua trajetória: a 9 º Sinfonia em D menor, opus 125 para Coral. Esta adquire maior relevância pelo fato de ter sido a primeira vez em que um coral foi inserido num movimento de sinfonia.


Espero que apreciem.



A ignorância entre os cristãos


I — As causas da ignorância

O presente século (século XIX — N.T.) concedeu a si mesmo o faustoso título de “século das luzes”. A pretensão é manifesta, o direito não é tão claramente demonstrado. O século XIX não mudou em nada as condições da humanidade dos séculos anteriores; e, se bem que tenhamos a honra (?) de sermos filhos deste grandioso século XIX, no entanto a verdade é que somos filhos de Adão, e que nascemos trazendo conosco o pecado original e o que dele decorre, a ignorância e a concupiscência.


A ignorância! não somente a simples ignorância que é o não-saber, mas a ignorância combinada com a dificuldade de aprender, com a repugnância em fazer esforço para chegar a saber: esta chaga é grande, e em todos os homens ela produz frutos e frutos muito amargos, é preciso convir, mas são frutos que a maior parte dos homens carrega com uma resignação fácil demais e muitas vezes com uma satisfação que se poderia tomar como sinal de uma felicidade idiota.

Os cristãos nascem homens, e humanamente são vítimas da ignorância, a menos que, por felizes circunstâncias, uma educação cuidada, digamos melhor, a menos que a graça de Deus venha tirá-los do estado infeliz em que todos caímos em Adão. A queda, ai de nós, é natural, o reerguer-se é sobrenatural. Reflitamos no estado das populações que permaneceram estranhas ao cristianismo na Ásia, África, Oceania, e teremos uma prova manifesta do que nós dizemos.

* * *

É portanto por uma graça de Deus que as populações cristãs são retiradas da ignorância. O conhecimento de Deus, de nossa criação, de nossa natureza de homens, de nosso fim sobrenatural são luzes muito puras e sobrenaturalmente poderosas para nos retirar da ignorância.

A noção de Deus criador e fim supremo da criatura, é o grande instrumento da luz intelectual; é o sol das inteligências. Saber que Deus é a causa primeira de tudo que é; que Ele é nosso fim, especialmente de nós, criaturas inteligentes; eis o princípio verdadeiro da verdadeira luz, a base sólida de toda instrução. Aí temos um ponto de partida assegurado: aí temos o termo obrigatório de nossa existência; e com esses dois dados, que são imensos para nossas inteligências, nós podemos e devemos orientar nossos espíritos, dirigir nossos pensamentos, regular nossas vontades e nossas afeições, ordenar nossa vida de modo a chegar ao fim que Deus nos assinalou.

* * *

Esta é a ciência da vida: a única indispensável, ciência que nenhuma outra pode substituir e que, se necessário, pode dispensar todas as outras.

O homem só é verdadeiramente instruído quando sabe regular sua vida e regula-la de modo a atingir seu fim. Os conhecimentos mais profundos, os mais variados, os mais raros, não tiram o homem da ignorância se não o ajudam a atingir seu fim. Também há homens que, sob certos aspectos, são verdadeiros sábios; eles sabem línguas, letras, a história, as ciências; e com tudo isso, não tendo a ciência da vida, são realmente ignorantes, e diante de Deus, o Pai das luzes, estão mergulhados em profundas trevas.

Insensíveis à sua própria infelicidade, não tendo olhos senão para suas luzes particulares que irradiam em algum canto de seus espíritos, aplaudem-se por causa das fracas luzes com que tem alguma claridade e pouco sofrem com as trevas onde os mergulha a ignorância em que estão quanto à ciência da vida. Et in caecitate quam tolerant quase in claritate luminis exultant. (S. Greg., in “Job”).

São os cristãos de hoje verdadeiramente filhos da luz como os chamava S. Paulo? Nossa voz seria muito fraca para responder a tal pergunta. Escutemos a voz mais poderosa, uma voz autorizada, uma voz para a qual não há réplica. Ela diz:

“Desde o primeiro dia de nosso pontificado, do alto da Sé Apostólica, voltamos os nossos olhares para a sociedade atual, a fim de conhecer as suas condições, procurar atender as suas necessidades, dar-lhe os remédios. Desde então, deploramos o declínio da verdade, não só aquela conhecida sobrenaturalmente pela fé mas também a conhecida naturalmente pela razão ou pela experiência; deploramos a predominância dos mais funestos erros, e os grandes perigos que corre a sociedade pelas desordens sempre maiores que a perturbam; diríamos que a causa mais poderosa de uma semelhante ruína era a separação procurada, a apostasia estabelecida entre a sociedade atual e o Cristo e sua Igreja”.

É um papa do tempo de Nero ou de Domiciano, que fala assim, deplorando o estado dos povos mergulhados no paganismo? Não, é um papa do século XIX, é o papa de nosso tempo; é Leão XIII.

Que se reflita nisto: o declínio da verdade, a predominância dos mais funestos erros, não são palavras desprovidas de sentido. Pintam uma situação e descrevem-na em termos muito exatos.

Se os mais funestos erros se tornaram predominantes, se a verdade encontra-se em declínio, é preciso reconhecer que nossa ignorância é grande.

* * *

Quais são as causas da ignorância entre os cristãos?

Nunca houve tantas escolas quanto em nossos dias; a causa então não será por falta de escolas. Mas afirmamos sem que se possa desmentir-nos, que em nossas escolas se ensina de tudo, menos a verdade. A verdade está em declínio, foi Leão XIII quem disse.

Em muitas escolas, nós sabemos, há lugar para o catecismo, lugar para a instrução religiosa e moral. Mas, na maior parte das vezes, a instrução religiosa é suplantada, aqui pela gramática, lá pelo diploma.

Então faz-se gramática ou bacharéis, mas cristãos, não! Ali onde a fé não está acima de tudo não existe fé.

* * *

E depois, mesmo onde se ensina o catecismo, é bem possível e infelizmente muito comum: não se ensina a fé. Como pode ser isso, nos dirão? Do seguinte modo: pode-se ensinar materialmente as verdades da fé, por exemplo: que há um só Deus, três pessoas em Deus, duas naturezas em Jesus Cristo, sete sacramentos na Igreja, dirigindo-se tal ensino ou à memória, ou à inteligência ou à fé da criança.

Dirigir-se à memória é o método de quase todas as escolas de nossos dias; com isso se obtém a recitação correta da lição; mas isso não é a fé.

Dirigir-se à inteligência é mais raro: pois é preciso esforço para fazer o aluno saber não a palavra mas a coisa, não a expressão mas a verdade. Por aí se faz atos de inteligência, mas não de fé.

Enfim, podemos, digamos melhor, devemos dirigirmo-nos à fé do aluno. Para isso é preciso que aquele que ensina faça o ato de fé, a fim de estimular um ato semelhante no aluno. Acreditei, diz o salmista, por isso falei. É preciso ensinar às crianças o verbum fidei de São Paulo ou, diríamos em português, a fé falada. Então a criança ouve a palavra e a retém, eis o ofício da memória; compreende o valor da expressão, este é o ofício da inteligência; depois, com toda a sua alma, adere à verdade, é a fé.

Dizíamos que essa maneira de ensinar, a única verdadeira, a única eficaz, é extremamente rara, mesmo nas escolas ditas cristãs; é por isso que essas escolas não produzem cristãos e há entre nós uma tão grande ignorância.

II — Os remédios para a ignorância

A ignorância consiste em não saber; mas não saber, para os cristãos, é qualquer coisa de muito funesto.

Para nós cristãos, não nos basta conhecer por seus termos próprios uma determinada verdade, é preciso conhece-la com fé, é preciso saber e crer, saber crendo e crer sabendo.

O cristão que crescesse e não soubesse poderia ser um cristão com alguma fé; mas não possuindo plenamente a verdade, objeto da fé, seria um cristão ignorante.

Segue-se que para combater a ignorância dos cristãos não basta expor diante deles a verdade, ensiná-la em termos exatos; não basta fazê-los conhecer com precisão; é, além disso, necessário, indispensável, desenvolver neles a fé, esta disposição sobrenatural de receber como reveladas por Deus as santas verdades ensinadas pela Igreja.

Ser cristão é uma grande coisa; na educação de uma alma cristã, há um lado humano e um lado divino. Um lado humano, pelo qual a alma é instituída, ensinada, catequizada; e um lado divino pelo qual a alma recebe, como vida sobrenaturalmente de Deus, a verdade cujos termos lhe são propostos por uma boca humana.

Que ela fale, esta boca humana, que ela ensine, que ela exorte, seu papel é grande e belo. Mas Deus reserva para si, em nossa educação cristã, um papel maior e mais belo ainda, o de nos falar ao coração, o de elevar nossas inteligências até a participação da razão divina, até essa região sublime que se chama fé.

Quando, pois, o educador cristão, seja a família, a escola ou a Igreja, quando o educador cristão fala a uma alma batizada, para tirá-la cada vez mais da ignorância, ele deve, sob pena de nada compreender do trabalho que empreende, rezar, ao mesmo tempo que fala, e pedir a Deus que derrame na alma do batizado a graça interior da fé, ao mesmo tempo que, de seu lado, ele faz chegar aos ouvidos do catequizado a expressão humana da verdade divina.

Se todos aqueles que têm a terrível tarefa de trabalhar na instrução dos cristãos trabalhassem desta maneira, veríamos prontamente a ignorância desaparecer, a fé aumentar, a santidade florescer.

Mas, o que se diz de todos os lados? A santidade desaparece, a fé diminui e a ignorância é assustadora, mais ou menos por toda parte.

A falta é nossa!

Com muita facilidade se imagina ter feito tudo, quando se diz a verdade: isto não é nada. Ter-se-ia feito muito e muito mais se, depois de tê-la feito ouvir, se rezasse e se trabalhasse para que ela fosse crida.

O cristão só é completo sob essa condição.

Quantas crianças, nas escolas ou nos cursos de catecismo, aprendem, recitam e sabem bem a letra do catecismo, no entanto, não se tornam cristão dignos desse nome!

A causa de tão grande infelicidade está inteiramente no vício de educação que assinalamos. Fizeram-nos sábios mas não os fizeram crentes.

Por conseqüência, não tendo a fé lançado raízes fortes nas almas, a criança fica entregue ao sabor das paixões nascentes ou torna-se vítima do meio no qual se encontra.

A fé teria dado o vigor necessário para resistir ao perigo interior ou ao perigo exterior que acabamos de assinalar. Mas, sem a fé, o homem fica entregue à fraqueza e cai. É pela fé que estais de pé, diz o Apóstolo. Fides statis (II Cor., 1, 23).

Então, para trabalhar eficazmente no combate a ignorância, é preciso homens muito sábios e muito crentes; precisaríamos de santos que fossem sábios e de sábios que fossem santos.

III — Uma palavra de Santa Teresa

Concluímos nosso artigo sobre a ignorância entre os cristãos por aquelas palavras: “Para trabalhar eficazmente no combate à ignorância, é preciso homens muito sábios e muito crentes: precisaríamos de santos que fossem sábios e sábios que fossem santos. Queira Deus no-los dar!”

Isto já estava impresso quando, tendo aberto as Cartas de Santa Teresa, encontramos nas primeiras páginas a seguinte passagem:

“Desejo, mais ardentemente do que nunca, que Deus tenha a seu serviço homens que unam à ciência um completo desapego de todas as coisas daqui de baixo, que são a mentira e derrisão; sinto a extrema necessidade que a Igreja tem disto e sou tão vivamente tocada por isso que me parece até brincadeira afligir-me com outra coisa. Por isso não cesso de recomendar a Deus esse assunto, persuadida de que um desses homens perfeitos e verdadeiramente abrasados do fogo de seu amor, dará mais fruto e será mais útil à Santa glória do que um grande número de outros que sejam indiferentes e ignorantes”.

Esse assunto que Santa Teresa não cessa de recomendar a Deus, esse assunto pelo qual o coração da seráfica virgem era tão vivamente tocado, é o pensamento chave da obra de Nossa Senhora da Santa Esperança.

Quis sapiens, et intelliget ista? (Os., XIV, 10) Onde estão os homens a quem Deus deu o espírito de sabedoria e que compreenderão isto? Que Deus se digne entregar-nos a eles ou proporcioná-los a nós.

Estas linhas foram escritas no dia da festa do coração de Santa Teresa (27 de agosto). Recomendamos nossa obra às preces da seráfica padroeira do Carmelo.


Revista Permanência n° 186-187, Maio-Junho de 1984.

Santo Tomás, o Concílio Vaticano II e o Islã.

Mais uma cabeça inocente tombou no solo arenoso de algum ponto do mundo,  num deserto sabe-se lá de onde, entre a Síria e o Iraque. O algoz, mais uma vez – como ocorre desde o século VII – é um Islâmico. Como não poderia deixar de ser, nossa Presidente bateu seu ponto como dirigente deste gigantesco Anão Diplomático e proferiu suas contumazes asneiras na Assembléia geral da ONU e disse que o Brasil está sendo assolado por uma onda de “Islamofobia”.  Como se os errados fossemos nós, cidadãos pacíficos – não pacifistas – que ficamos aterrorizados com as cenas brutais dessa horda de demônios cuja diversão predileta é separar cabeças de corpos utilizando facas de cozinha, cortando-as como fossem pedaços de carne para churrasco. A presidente não conhece limites para o ridículo, tampouco para suas notórias afinidades com o que há de mais execrável no mundo. (Gostaria muitíssimo de proferir aqueles palavrões cabeludos, com os quais deleita-se o querido e  eruditíssimo professor Olavo de Carvalho, o qual sou muito grato, pois parecem-me libertadores. Mas por enquanto limito-me a não reconhecer esta mulher abjeta e enlameada de outra forma que não como inspirada pelo Demônio)

Agora estou certo de que o meio pelo qual Satanás move-se pelo mundo, são duas grandes e robustas pernas, onde numa está tatuado o nome do Comunismo, e noutra, o nome do Islã.

Feitos os desabafos iniciais, gostaria de partilhar algo; ainda sobre o Islã.

Estou lendo o belíssimo trabalho sobre o Concílio Vaticano II, da lavra do renomadíssimo professor Roberto de Mattei. Ora, a cada página lida, meu queixo despenca mais alguns centímetros, ao constatar com fartas referências bibliográficas as falcatruas da ala modernista da Igreja para destruir por completo as bases doutrinais desta.
O empreendimento de tão portentosa leitura, aguçou-me a ler novamente alguns documentos do Concílio, para constatar alguns fatos, e eis que num dado momento, passo meus olhos sobre a “Declaração Nostrae Aetate, sobre a relação da Igreja com as religiões não Cristãs”. Neste documento, que assim como a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, é eivado de um otimismo não condizente com a Tradicional Doutrina Católica, há um parágrafo que versa sobre o Islã. Diz a declaração:

 A Igreja olha também com estima para os muçulmanos. Adoram eles o Deus Único, vivo e subsistente, misericordioso e onipotente, criador do céu e da terra, que falou aos homens e a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de todo o coração, como a Deus se submeteu Abraão, que a fé islâmica de bom grado evoca. Embora sem o reconhecerem como Deus, veneram Jesus como profeta, e honram Maria, sua mãe virginal, à qual por vezes invocam devotamente. Esperam pelo dia do juízo, no qual Deus remunerará todos os homens, uma vez ressuscitados. Têm, por isso, em apreço a vida moral e prestam culto a Deus, sobretudo com a oração, a esmola e o jejum.
E se é verdade que, no decurso dos séculos, surgiram entre cristãos e muçulmanos não poucas discórdias e ódios, este sagrado Concílio exorta todos a que, esquecendo o passado, sinceramente se exercitem na compreensão mútua e juntos defendam e promovam a justiça social, os bens morais e a paz e liberdade para todos os homens.” ¹ Anotou aí?

Em contrapartida, num outro documento, no decreto sobre a formação Sacerdotal, o Decreto Optatam Totius, expressam-se nestes termos os Padres conciliares sobre a formação em teologia dos aspirantes ao sacerdócio:

Exponha-se aos alunos o contributo dos Padres da Igreja oriental e ocidental para a Interpretação e transmissão fiel de cada uma das verdades da Revelação, bem como a história posterior do Dogma tendo em conta a sua relação com a história geral da Igreja. Depois, para aclarar, quanto for possível, os mistérios da salvação de forma perfeita, aprendam a penetra-los mais profundamente pela especulação, tendo por guia Santo Tomás, e a ver o nexo existente entre eles.” ²

Ou seja, claramente o Concílio confirma Santo Tomás de Aquino como depurador da Teologia católica, e orienta que o Aquinate seja tido por guia seguro no estudo da teologia. Até aí não temos novidades, pois isto a Igreja sempre o fez, salvos alguns momentos na história onde o estudo de Santo Tomás foi freado, tendo sido reavivado pelo Papa Leão XIII, através da sua magistral Encíclica Aeterni Patris.

Pois bem. Seguirei à risca a orientação do Concílio, e com isto, ficará patente que neste ponto, o Concílio se contradiz. Diz-nos o Concílio que Santo Tomás de Aquino deve servir-nos de guia no estudo da teologia, mas por outro lado, defende uma posição com relação ao Islã, que colide frontalmente com os ensinamentos de Santo Tomás de Aquino sobre a doutrina de Maomé.

São Raimundo de Peñaforte, confrade de santo Tomás na Ordem Dominicana, trabalhava na conversão dos muçulmanos e solicitou a Santo Tomás, que à época lecionava em Paris, para que compusesse uma obra apologética que auxiliasse seus eruditíssimos frades na tarefa de transmitir a Fé aos muçulmanos. Santo Tomás compôs a magnífica “Suma Contra os Gentios”, obra onde o Santo expõe sua doutrina Filosófica e Teológica, não no mesmo estilo de disputatio da Suma teológica, mas numa forma mais expositiva. Em determinado momento da Suma Contra os Gentios, Santo Tomás emite aquilo que é a opinião da Igreja acerca de Maomé e de sua seita. Ei-la:

No entanto, os iniciadores de seitas errôneas seguiram caminho oposto, como se tornou patente em Maomé. Ele seduziu os povos com promessas referentes aos desejos carnais, excitados que são pela concupiscência.
 Formulou também preceitos conformes àquelas promessas, relaxando, desse modo, as rédeas que seguram os desejos da carne.

 Além disso, não apresentou testemunhos da verdade, senão aqueles que facilmente podem ser conhecidos pela razão natural de qualquer medíocre ilustrado. Além disso, introduziu, em verdades que tinha ensinado, fábulas e doutrinas falsas.

Também não apresentou sinais sobrenaturais. Ora, só mediante estes há conveniente testemunho da inspiração divina, enquanto uma ação visível, que não pode ser senão divina, mostra que o mestre da verdade está inspirado de modo invisível. Mas Maomé manifestou ter sido enviado pelo poder das armas, que também são sinais dos ladrões e dos tiranos.

 Ademais, desde o início, homens sábios, versados em coisas divinas e humanas, nele não acreditaram. Nele, porém, acreditaram homens que, animalizados no deserto, eram totalmente ignorantes da doutrina divina. No entanto, foi a multidão de tais homens que obrigou os outros a obedecerem, pela violência das armas, a uma lei.  

(Nota do autor : por esta afirmação de Santo Tomás de Aquino podemos auferir, aliado à incontáveis relatos históricos, a certeza de que a violência faz parte da essência do Islã!)

 Finalmente, nenhum dos oráculos dos profetas que o antecederam dele deu testemunho, visto que ele deturpou com fabulosas narrativas quase todos os fatos do Antigo e do Novo Testamento. Tudo isso pode ser verificado ao se estudar a sua lei. Já também por isso, e de caso sagazmente pensado, não deixou para leitura de seus seguidores os livros do Antigo Testamento, para que não o acusassem de impostura. Fica assim comprovado que os que lhe dão fé à palavra crêem levianamente.” ³

Donde se constata, que utilizando a autoridade do Concílio, o mesmo está errado sobre como vê o Islã. Sem mais.


Referências:

  1.        Concílio Vaticano II, Declaração Noastra Aetate, n. 3
  2.      Concílio Vaticano II, Decreto Optatam Totius, n. 16
  3.        Santo Tomás de Aquino. Suma Contra os Gentios. Livro I, Cap. VI,3