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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Louvor de Maria, Mãe de Deus.


Contemplo esta assembléia de homens santos, alegres e exultantes que, convidados pela santa sempre Virgem Maria e Mãe de Deus, prontamente acorreram para cá. Embora oprimido por uma grande tristeza, a vista dos Santos Padres aqui reunidos encheu-me de júbilo. Neste momento, vemos realizar-se entre nós aquelas doces palavras do salmista Davi: “ Oh! Como é bom, como é agradável os irmãos morarem juntos!” (Sl 132,1).

Salve ó mística e Santa Trindade, que reunistes a todos nós nesta Igreja de Santa Maria, Mãe de Deus. Salve ó Maria, Mãe de Deus, venerável tesouro do mundo inteiro, lâmpada inextinguível, coroa da virgindade, cetro da verdadeira doutrina, templo indestrutível, morada daquele que lugar algum pode conter, virgem e mãe, por meio de quem é proclamado bendito dos santos Evangelhos “o que vem em nome do Senhor “ (Mt 21,9).

Salve, ó Maria, tu que trouxeste em teu sagrado seio virginal o Imenso e Incompreensível; por ti, é glorificada e adorada a Santíssima Trindade; por ti, se festeja e é adorada no universo a Cruz Preciosa; por ti. Exultam os céus; por ti, se alegram os anjos e arcanjos; por ti, são postos em fuga os demônios; por ti, cai do céu o diabo tentador; por ti é elevada ao céu a criatura decaída; por ti, todo o gênero humano, sujeito à insensatez do  dos ídolos, chaga ao conhecimento da verdade; por ti, o Santo Batismo purifica os que crêem; por ti, recebemos o óleo da alegria; por ti, são fundadas as igrejas em toda a terra; por ti as nações são conduzidas à conversão.

E que mais direi? Por Maria, o Filho Unigênito de Deus veio “iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte” (Lc 1,79); por ela, os profetas anunciaram as coisas futuras; por ela, os apóstolos proclamaram aos povos a Salvação; por ela, os mortos ressuscitam; por ela, reinam os reis em nome da Santíssima Trindade.

Quem, dentre os homens, é capaz de celebrar dignamente a Maria, merecedora de todo Louvor? Ela é mãe e Virgem. Que coisa admirável! Este milagre deixa-me extasiado. Quem jamais ouviu dizer que o construtor impedido de habitar no templo que Ele próprio construiu? Quem se humilhou tanto a ponto de escolher uma escrava para ser sua própria mãe?

Eis que tudo exulta de alegria! Reverenciemos e adoremos a Divina Unidade, com santo temor veneremos a indivisível Trindade, ao celebrar com louvores a sempre Virgem Maria! Ela é o templo Santo de Deus, que é seu Filho e esposo Imaculado. A Ele a Glória pelos séculos dos séculos. Amém.

São Cirilo de Alexandria – Século V – Homilia pronunciada no Concílio de Éfeso

Pax |Christi

Diogo Pitta

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Queridas crianças, Jesus ama-vos!


Excerto do discurso no encontro com as crianças, em Cotonou, Benin, 19/11/2011

Deus nosso Pai, reuniu-nos ao redor de seu filho e nosso Irmão, Jesus Cristo, presente na Hóstia consagrada durante a Missa. É um grande mistério diante do qual se adora e crê. Jesus, que tanto nos ama, está verdadeiramente presente nos Sacrários de todas as Igrejas do mundo, nos sacrários das Igrejas dos vossos bairros e das vossas paróquias. Convido-vos a visita-lo muitas vezes para Lhe exprimirdes vosso amor.

Alguns de vós já fizestes primeira comunhão; outros estão a preparar-se. O dia da minha primeira Comunhão foi um dos mais belos da minha vida. Porventura não se passou o mesmo convosco? E por quê?

Não foi tanto por causa das roupas lindas, nem dos presentes, nem sequer da refeição da festa; mas sobretudo porque, naquele dia, recebemos pela primeira vez Jesus Cristo. Quando recebo a comunhão, Jesus vem habitar em mim; devo acolhê-Lo com amor e escuta-Lo com atenção. No íntimo do meu coração, posso dizer-lhe por exemplo; “Jesus, eu sei que me amais. Dai-me o Vosso amor para que eu Vos ame e ame os outros com vosso amor. Confio-Vos as minhas alegrias, as minhas penas e meu futuro.”

Não hesiteis, queridas crianças, em falar de Jesus aos outros. Ele é um tesouro, que é preciso saber partilhar com generosidade, Na história da Igreja, o amor de Jesus encheu de coragem e força muitos cristãos, incluindo crianças como vós. Assim São kizito, um rapaz Ugandês, foi morto porque queria viver segundo o Batismo que havia recebido. Kizito rezava; compreendera que Deus não é apenas uma pessoa importante, mas que Ele é tudo.

E o que é a oração? É um grito de amor lançado para Deus, nosso pai, com a vontade de imitar Jesus, nosso irmão. Jesus retirava-se sozinho para rezar. Como Jesus, posso também encontrar cada dia um lugar calmo onde me recolho diante de uma cruz ou de uma imagem sagrada para falar de Jesus e escutá-Lo. Posso também servir-me do Evangelho. Depois, guardo no meu coração uma passagem que me toca e pode orientar durante o dia. Ficar assim algum tempo com Jesus, permite-Lhe encher-me do seu amor, da sua luz e da sua vida.

Este amor que recebo na oração, sou chamado, por minha vez, a dá-los à meus pais, aos meus amigos,  a todos aqueles com quem vivo, mesmo àqueles que não gostam de mim e àqueles de quem não gosto muito. Queridas crianças, Jesus ama-vos. Pedi também aos vossos pais que rezem convosco. Às vezes, é preciso insistir um pouco; não hesiteis em fazê-lo. Deus é tão importante!

Que a Virgem Maria, Mãe de Deus, vos ensine a amá-Lo cada vez mais através da oração, do perdão e da caridade. Confio-vos todos a Ela, bem como os vosso familiares e educadores. Olhai! Tiro um terço do meu bolso. O terço é uma espécie de instrumento que se pode usar para rezar. Rezar o terço é simples. Talvez já o saibais fazer, senão, pedi aos vossos pais que vos ensinem. Aliás, no fim do nosso encontro, cada um de vós receberá um terço. Com ele na mão, podereis rezar pelo Papa – fazei-o, por favor -, pela Igreja e por todas as intenções importantes. E agora, antes de vos abençoar a todos com grande afeto, rezemos juntos uma Ave-Maria pelas crianças do mundo inteiro, especialmente por aquelas que sofrem por causa da doença, da fome e da guerra. Rezemos então: Ave Maria....

Pax Christi

Diogo Pitta

domingo, 22 de abril de 2012

Sacrifício: a verdadeira prova de amor!


Recentemente li em uma rede social, uma frase que dizia: “Cristo não exigiu que escalássemos o Everest, mas que amássemos uns aos outros”; acho intrigante a necessidade e capacidade que muitos possuem (e a utilizam com maestria) de tirar textos de seus contextos, no intuito de tornarem-se pretextos.

Realmente Cristo nos ordenou que amássemos uns aos outros, porém, as ordenanças de Jesus vão além do exposto. A frase postada nos dá o entendimento de que Cristo exigiu amor e não sacrifício, onde os distintos exegetas poderiam até utilizar corretíssimas passagens bíblicas, onde São João nos diz que: Cristo quer amor e não sacrifício. Diz a frase que Cristo não exigiu que subíssemos o monte Everest, porém o amor a Cristo faria um cristão fiel escalar o Everest! O que nos impeliria ao sacrifício, senão o amor?

Um pai de família não tem metaforicamente que escalar o Everest por amor a sua família? O que se sabe de Cristo até hoje, conhece-se devido à pregação do Evangelho e da tradição de 2000 anos de Igreja. Não há como extrair um ponto da Escritura, sem considerar outros tantos que se inserem em um contexto coerente, do contrário seríamos hipócritas.

Não podemos nos esquecer de que Cristo exigiu-nos Sacrifícios, porém Sacrifícios de amor! “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Eis aí um sacrifício de amor do qual se foge loucamente; a conversão!

Sacrificamo-nos diariamente ao olharmos para nosso interior e vermos o quanto necessitamos de uma sincera conversão (São João 1, 8).

Não podemos desconsiderar o mandado do Senhor, “Quem quiser vir depois mim, tome sua cruz e me siga”. E logicamente, seguir Cristo exige amor e sacrifício, nisto temos conhecido o amor; Cristo deu sua vida por nós (I Jo 3, 16).

A verdadeira prova de amor é o sacrifício pela vida do irmão.

Devemos olhar para nosso irmão e amá-lo, porém antes, devemos cuidar da nossa conversão, caso contrário, como doaríamos algo que não temos? Além do mais, amar não significa estar de acordo com coisas ruins e erradas. Li que “amigo é aquele que está de mãos dadas até quase cair no abismo”; eu ampliaria com uma correção dizendo que o amigo tira-nos do caminho do abismo e nos coloca no caminho de Deus, mesmo que mudar este caminho exija-nos sacrifícios!

Não há como separar a tríade Cristo-amor-sacrifício!

Falarmos de amor Cristão e não querermos falar em sacrifícios agradáveis a Deus é embrenhar-nos num comodismo hipócrita que sequer nos atrevemos a olhar para dentro de nós e vermos o quanto precisamos de conversão, pois se é verdade que Cristo nos ama, e quer que amemo-nos uns aos outros, incontestavelmente também é verdade que Ele quer que o imitemos e tomemos a nossa Cruz diariamente, seja ela do peso que for.

Vale-nos refletir sobre os Santos mártires que certamente não subiram o monte Everest, mais subiram a Deus pelo seu Sangue derramado por não negar a Cristo! São Policarpo de Esmirna subiu a Cristo pela fumaça da fogueira que o queimava! Santo Inácio de Antioquia subiu a Cristo pelos dentes dos leões que o trituravam!

Cristo não escalou o Monte Everest, Cristo escalou por amor, o madeiro da Cruz!

PAX CHRISTI

Diogo Pitta e Raquel Pitta

sexta-feira, 13 de abril de 2012

VOTO DO PRESIDENTE DO STF ABORTO ANENCÉFALO




O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou nesta quinta-feira o aborto em caso de gestação de feto anencéfalo. O placar do julgamento foi 8 votos a favor e 2 contra a interrupção da gravidez de bebês com má formação no cérebro. A maioria dos ministros entendeu que o procedimento não deve ser considerado abortivo, porque o anencéfalo geralmente morre durante a gestação ou vive por apenas poucas horas após o parto.


O presidente do STF, Cezar Peluso, foi o último a votar. O ministro fez um duro discurso contra o aborto de anencéfalos. Disse que o procedimento é "cruel" e comparável ao racismo. "Todos esses casos retratam a absurda defesa da superioridade de alguns, de raça branca, ariana sobre outros, negros, judeus", disse. "Encena-se a atuação avassaladora do ser poderoso e superior e detentor de toda a força infringe a pena de morte ao incapaz de pressentir a agressão e de esboçar qualquer defesa", afirmou. 



De acordo com Peluso, o feto anencéfalo deve ser protegido sob a ótica jurídica, porque não deixa de ser humano. "Nesta postura dogmática ao feto, reduzi-lo no fim das contas à condição de lixo, uma coisa imprestável e incômoda, não é dispensada de nenhum ângulo à menor consideração ética e jurídica", afirmou. 



Com argumentos filosóficos, o ministro disse que o Direito se vale de conceitos pré-jurídicos. "A própria ideia de morte encefálica pressupõe a existência de vida, não é possível pensar a existência de morte se não estivesse vivo", disse. Para o ministro, o aborto é uma atitude "egocêntrica" da mulher. Segundo ele, o feto não pode ser destruído para amenizar um sentimento de frustração.


PAX CHRISTI

Diogo Pitta

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Não há Páscoa sem a Cruz! A Cruz precede a Ressurreição!


Entristece-me ver pessoas falarem de Páscoa e Semana Santa, sem ao menos saberem o que significa; Falarem da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor, como algo simplório e ameno! Pela Cruz foi-nos dada a Redenção! Não se trata de uma "festinha" qualquer. Para os Católicos, é o período mais importante do ano litúrgico! Não há período que se compare ao Tríduo Pascal! Percebo pessoas de outros respeitáveis credos, proferindo coisas melosas sobre a páscoa, porém, sem qualquer embasamento para tal. Com todo o respeito que nutro por tais denominações, não compreendo como alguém que crê na teoria da reencarnação, pode crer igualmente na páscoa; na Paixão, morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo! Se crê na reencarnação (teoria que não concordo, porém respeito quem a adota), como pode ao mesmo tempo crer na ressurreição? São termos diametralmente opostos! Se houvesse reencarnação, por que motivo Cristo ressuscitaria? E se não crê na Ressurreição, para quê comemorar a Páscoa?  Como dizer que a Páscoa é um festa de todos os Credos, se vivemos num mundo onde se prega veementemente e violentamente a aversão à qualquer coisa que lembre uma Cruz? Como alguém pode referir-se à Paixão de Nosso Senhor, sem querer tocar no tema do sofrimento, pois se foi pelo sofrimento de Jesus pregado numa Cruz que foi-nos dada a Salvação?

O termo paixão, no que se trata, não alude à Paixão pregada pelo mundo; paixões pelos desejos carnais, paixões pelos bens materiais e paixões eróticas, mas refere-se antes de tudo, ao amor de Deus por nós, por ter-nos dado seu Filho, seu único Filho, como expiação de nossos pecados! Deu-nos Jesus, como a aliança perfeita, como cordeiro sem mácula e sem mancha. Não há mais necessidade de outros atos sacrificiais, que como no antigo testamento, utilizavam-se touros ou cordeiros. Para os Cristãos Católicos (que creem Ressurreição; se não creem, não podem denominar-se sequer cristãos!) o "Grande" Sacrifício já foi feito, e atualiza-se em cada Santa Missa, com a imolação do Cordeiro de Deus sobre o altar e pelas mãos do Sacerdote!

Como é próprio dos inimigos da Igreja, “macaqueiam” o que é de Deus, tornam a Páscoa, que deveria ser um momento de reflexão, oração e penitência, num grande mercado da gula onde o que imperam são os sentidos (tema que abordarei posteriormente) e as vontades de corpos mimados por donos mais mimados ainda.

O período que compreende a semana Santa, serve para refletirmos sobre o sentido de nossas vidas, e de fato o sentido de nossas vidas está fora delas.


Irmãos, hoje a Igreja reflete sobre o Lava-pés. Não deixemos que este ato de nosso Senhor seja entendido como uma ação meramente social. Mas creiamos firmemente que, se estivermos dispostos a seguí-Lo do Getsemani até a Cruz, Ele não nos lavará somente os pés, mas a nossa alma inteiramente e nos purificará! Creiamos, que como são os pés partes do corpo que nos conduzem por diversos caminhos, que a água que cai das mãos de Cristo sobre os nossos pés, nos dá discernimento espiritual e humano para refletirmos sobre os caminhos que escolhemos, tanto espirituais como terrenos.  Que seja um conduzir por caminhos espirituais e não terrenos, pois como disse anteriormente, a excelsa razão de nossa vida não está nela, mas fora dela!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Pax Christi

Diogo Pitta

terça-feira, 3 de abril de 2012

A identidade da Liturgia na Era dos Mártires


    O período que chamamos de Era apostólica foi um dos principais momentos da Igreja, sobretudo pela incessante busca pela unidade, tratava-se portanto, de um novo tempo, onde não estavam mais presentes aqui, algum daqueles que poderiam dizer “Eu vi o Mestre”.

   Trata-se de um 2º período da vida litúrgica da Igreja Católica, um momento em que a Igreja primitiva na medida em que se espalha pelo mundo para Anunciar a Boa Nova da salvação em Jesus Cristo vai se penetrando progressivamente no mundo greco-latino. As comunidades cristãs se afirmam em sua originalidade, já não se preocupam mais em ir a sinagogas não apenas pela perseguição, mas principalmente pela sua própria originalidade. Vale lembrar também que pouco antes deste período, entre os anos 70 e 140 d.C, houve uma grande multiplicação de seitas gnósticas e, por consequência, o surgimento do sincretismo religioso.

    O cristianismo nascente encontrou no gnosticismo um perigoso inimigo que, no interior de suas próprias comunidades, ameaçava e muito a verdadeira identidade cristã.     
        
    Contudo, no decorrer das primeiras décadas deste período, a Igreja não aparece como uma realidade sociológica capaz de levantar certo tipo de problema e preocupação por parte do Império Romano. No entanto, muito cedo, o modo de vida das primeiras comunidades cristãs começam a atrair a atenção dos movimentos pagãos, causando uma repulsa por parte desses movimentos e das pessoas que assim viviam. A causa dessa reação hostil é, sem dúvida, o enfrentamento aberto com a religião dominante, a romana. Além disso, esse ambiente de hostilidade é alimentado pelo judaísmo da diáspora, que não pode perdoar aos judeus-cristãos sua apostasia da antiga fé.

    Já nos séculos II e III a Igreja nascente passa a estruturar-se interna e externamente, e é neste sentido, que surgem os primeiros textos que sugerem orientações litúrgicas, sobretudo na administração dos sacramentos do Batismo e da Eucaristia.

    No entanto, é a partir do século III que temos talvez a maior e melhor fonte deste tempo a respeito de conhecimento litúrgico com Santo Hipólito de Roma. Foi através dele e de sua defesa da fé católica transmitida pelos apóstolos no seu mais famoso escrito, conhecido como “Tradição Apostólica”, texto este que possibilita perceber a conservação da liturgia da época apostólica.

   Hipólito desenvolve seu texto apoiado na instituição catecumenal para que pudesse haver uma importante ação evangelizadora e principalmente para acolher os novos convertidos e as novas comunidades cristãs de uma melhor maneira. Percebe-se, portanto, uma preocupação que já vinha presente no Novo Testamento. Na entrada no catecumenato, por exemplo, é feito um exame de admissão e triagem dos candidatos, que devem ter um “fiador” (padrinho) cristão reconhecido e este padrinho deve, portanto, ter responsabilidades diante de Deus e da Igreja por este recém convertido, cabendo a ele (o padrinho ) “dar testemunho deles, informando se estão preparados para ouvir a Palavra”.

   Após esta iniciação, segundo Hipólito relata, o catecúmeno deveria começar seu período propriamente catequético, onde  “os catecúmenos devem escutar a Palavra por três anos” . Este período poderia ser encurtado caso algum destes catecúmenos fosse considerado dedicado e atencioso. Concluída esta fase, o catecúmeno estaria pronto para ser batizado, onde mais uma vez o padrinho se apresenta e procura-se saber da vida este catecúmeno e de suas ações no catecumenato, visto que durante este tempo o catecúmeno obteve uma conduta configurada a sua conversão a Cristo, logo ele receberá do Bispo o batismo.

           Os escritos de Hipólito são de grande base para estudarmos a vida litúrgica nos tempos dos mártires. Ele desdobra-se sobretudo na liturgia Eucarística da Igreja primitiva, onde se percebe claramente o zelo e o amor da Igreja primitiva pela Santa Eucaristia. Vale lembrar ainda que o próprio santo Hipólito foi martirizado em Roma  pelo imperador Maximino supostamente junto com o Papa Fabiano, o que demonstra também a sua reconciliação com a Igreja depois de um período de divergências.

          A liturgia no tempo dos mártires é prova viva da fidelidade e da unidade da Igreja Católica nos tempos de perseguição, onde esta se manteve una e fiel alicerçada pelos Santos Sacramentos.


Pax Christi

Diogo Pitta