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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Eu sou uma ucraniana!



Não deixem de assistir estes dois minutos de vídeo, onde uma Ucraniana conta o que querem os corações dos ucranianos, fartos dos mandos e desmandos de Putin.


Compartilhem!

A URSS oculta

Artigo de autoria de Jeffrey Nyquist, diretamente da Rússia, que dá uma noção bem ampla do que realmente está acontecendo na Ucrânia.



Por conta da habilidade da KGB de se infiltrar nos movimentos que faziam oposição a Moscou, todas as revoluções ou mudanças políticas no extinto bloco soviético são enigmáticas. Nunca podemos estar certos sobre quem de fato ganhou até sabermos – após um longo tempo – em quais mãos está o poder.

Na última semana Tennent “Pete” Bagley faleceu. Ele foi uma pessoa importante na história da CIA, especialmente no que diz respeito ao deslindamento da inteligência americana que teve início nos anos 1960 – deslinde esse que nos traz à presente crise que está se desenvolvendo em Kiev e Washington. Nos dias atuais, uma guerra estourou no leste europeu entre a “União Soviética oculta” – nome usado por Boris Chykulay – e o povo ucraniano. É uma guerra que atingiu sua massa crítica e suas ramificações vão longe.

Uma piada: O que aconteceu em Kiev já deve ter acontecido em Washington; mas no caso ucraniano eles aprenderam o segredo de uma contrarrevolução bem-sucedida após viverem décadas sob o domínio soviético. O socialismo americano – mesmo que a minha piada (acima) tenha um pouco de exagero –, assim como o socialismo soviético, é, não obstante, um sistema burocrático e corrupto em que os líderes do governo não prestam conta mesmo quando a propriedade privada e as liberdades individuais estão sob risco. Na Rússia, o sistema socialista tem um aspecto adicional: ele fez uso de um velha instituição czarista: a polícia secreta. A KGB da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas usaram dos métodos czaristas de controle de oposição e da rede de agentes secretos – muitos dos quais se passavam até mesmo por inimigos do governo.

Por conta da habilidade da KGB de se infiltrar nos movimentos que faziam oposição a Moscou, todas as revoluções ou mudanças políticas no extinto bloco soviético são enigmáticas. Nunca podemos estar certos sobre quem de fato ganhou até sabermos – após um longo tempo – em quais mãos está o poder; isto é, se a velha elite comunista continua no comando do exército, da polícia, da mídia, do sistema econômico e dos cargos chave no governo. A análise neste caso é simples de se fazer, mas ninguém no ocidente está tentando fazê-la. Nenhuma carreira avança ao fazer tal análise, especialmente nos países do ocidente onde os poderes constituídos ouvem somente aquilo que querem ouvir e descartam o resto. Más notícias não são negociáveis sob o regime do shopping center. As classes endinheiradas querem investir nos países recém-libertos do “extinto” império soviético. O apelo à ganância já os sobrepujou – fim da discussão.

Assim, o império soviético mantém-se intacto ao operar por meio de estruturas ocultas. A oposição controlada pela KGB foi a protagonista da história em 1989 e 1991. Essa sempre foi a história que nunca contaram. Ela continuará sem ser contada até que a União Soviética oculta seja derrubada de uma vez por todas. Eu conversei com os colegas de escola de Vaclav Havel que descreveram-no como o perfeito instrumento do Estado comunista – um falso dissidente e homem de confiança da KGB. Em 1992, um líder da Solidariedade Combatente disse-me que Lech Walesa era um títere de longa data da polícia secreta polonesa. Desde muito antes fora publicado o codinome ao qual a polícia secreta se referia a Walesa: BOLEK. (v. “Entrevista com o historiador Slawomir Cenckiewicz: ‘Prova positiva’ de que Lech Walesa era um espião comunista”).

Aceleremos até o presente: O que tem acontecido na Ucrânia? Quem integra o time moscovita em Kiev? A maioria dos parlamentares, para começar; Yulia Tymoshenko em particular; os comandantes militares e dos serviços de segurança, excetuando todos aqueles que estão trabalhando secretamente no movimento clandestino ucraniano. (Saber que há um poderoso movimento clandestino – ou underground – com seus próprios tentáculos em Moscou não é mero otimismo. É como funciona o mundo. Os ucranianos foram soviéticos e, como tais, eles tiveram a oportunidade de jogar o mesmo jogo que os russos vêm jogando com eles. Isso jamais deve ser esquecido. Pense nas obras de Golitsyn ou nas obras de Viktor Suvorov. Os ucranianos têm experiência, acesso e motivação para jogar – e ganhar – dos russos em seu próprio jogo. Consequentemente, entender o que de fato está acontecendo na Ucrânia é um desafio difícil e delicado que requer cuidadosa análise e conhecimento detalhado.)

O Kremlin tem várias armas, vários agentes e várias fraudes a seu serviço. Um país que outrora fora comunista pode, em si mesmo, parecer uma “selvageria de espelhos”. Os comunistas gostam de confundir o processo político em todos os países. Isso também se aplica à Alemanha em parte por ela já ter sido um “país comunista” (i.e. República Democrática Alemã). Ao ouvirmos que a conservadora Chanceler alemã Angela Merkel está ansiosa para se encontrar com a ex-Primeira Ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, que saiu recentemente da prisão, precisamos primeiro considerar o passado de Merkel com o Partido Comunista antes de considerarmos o papel de Tymoshenko como ajudante menor de Moscou. Ambas têm uma relação peculiar com Moscou que vai fundo no passado.

Uma jornalista alemã recentemente escreveu para mim sobre Merkel, dizendo que a inteligência alemã tentou avisar os Democratas Cristãos que Merkel era “uma pessoa perigosa”. Não obstante, os Democratas Cristão não deram ouvidos e hoje a Alemanha é mais dependente do que nunca do gás natural russo. Quanto à situação atual da Ucrânia, com o aparente colapso do governo de Yanukovych, tive a chance de conversar com o ativista ucraniano Boris Chykulay, que explicou a situação nos seguintes termos: “Instintivamente as pessoas sabem que estão lutando contra uma URSS oculta. Você pode ver isso agora em todas as cidades com a queda de tantos monumentos a Lênin.”

Chykulay está propondo uma lei lustral que preveniria que “ex” comunistas mantivessem cargos públicos na Ucrânia. Como explica a Wikipédia, a “lustração é o processo governamental que regula a participação de ex-comunistas – especialmente informantes da polícia secreta comunista – em posições políticas de sucessão ou indicação ou em posições de serviço civil [...] após a queda de vários Estados comunistas europeus...” A lustração poderia ser uma importante ferramenta na restrição do acesso de comunistas ao poder na Ucrânia, para que assim se pavimente um novo começo. Como explicou Chykulay, “Precisamos de uma lei lustral para limitar a influência da KGB... [e de todas as estruturas soviéticas remanescentes]”. Para consertar o que está errado na Ucrânia, disse Chykulay, os ucranianos precisam expurgar a União Soviética oculta que age às escondidas no cenário político ucraniano.

“O problema que enfrentamos agora”, disse Chykulay, “é que Putin simplesmente disse adeus ao mafioso Yanukovych. Agora ele começará a agir com os agentes padrão”. Conforme acrescentou outro ativista, os políticos que agora estão tomando a frente das negociações diretas são ex-líderes do Komsomol que agora estão no parlamento. Esses são os mais comprometidos dos comunistas do velho sistema. Eles não são democratas em qualquer concepção. De acordo com Chykulay, esses “agentes padrão” estão dizendo aos manifestantes de Maidan para irem para suas casas, que a revolução foi vitoriosa. “Eles estão tentando manter o velho sistema, sem qualquer resultado ou mudança. Eles querem dar fim no caso”, explicou. “A Rússia tentará controlar a Ucrânia por meio da sua velha rede; por meio de Yulia Tymoshenko e associados. Disse ela: ‘Queridos ucranianos, não deixarei que o governo os machuque novamente’. Por aí você já vê que eles já descrevem o governo ucraniano como algo separado do povo ucraniano. Eles querem salvaguardar as velhas estruturas soviéticas. Aos ucranianos foi, portanto, dito que eles não seriam atacados”.

Há perigo de a Ucrânia ser alvo de um ataque direto? Os russos poderiam interferir com suas tropas?

“Sim, a Ucrânia ocidental é um alvo em potencial” respondeu Chykulay. “Eles dirão que o povo em Lviv é fascista para depois pintar a Ucrânia como um país de extrema direita”. O Kremlin, com efeito, ameaçou invadir qualquer ex-república soviética onde os direitos das minorias russófonas fossem desrespeitados. “O caso da Georgia em 2008 é um exemplo primordial. O único problema de se levar a cabo tal ataque militar está na confiabilidade das tropas russas e da reação da Europa”.

Evidentemente a guerra é o último recurso. O Kremlin tem vários dispositivos e truques para usar antes que as coisas atinjam tal grau de extremidade. De acordo com Chykulay, “Essa organização [a KGB] sempre teve tudo sob controle. Primeiro matam esse cara, depois o próximo. É assim que eles impedem o progresso da oposição. Depois eles começam a podar a floresta em outra direção. Claramente eles têm as coisas sob controle. Eles se sentem no controle. Contudo, por debaixo dos panos, eles estão perdendo esse controle. A internet os deixa desorientados.”

Há um cauteloso otimismo por parte dos ativistas ucranianos. As tentativas anteriores de liberdade foram frustrantes, é verdade, mas Maidan possui boas táticas e se recusa a ser enganada pelos títeres do Kremlin. Um analista ucraniano assim explicou: “Conforme acontecerem as coisas, o povo não aceitará as manobras dos líderes. Nesta manhã Maidan foi palco de um encontro maciço que tratou de Tymoshenko. Eles chamaram de ‘encontro de ação’, dado que ele foi tratado como algo contra um retorno de Tymoshenko à política. Se ela voltar, disseram, o clã gangster tomará conta e nada mudará. A exigência é que tudo recomece do zero”.

A contrarrevolução anti-comunista na Ucrânia ganha força. Moscou manda seus bonecos de ventríloquo para o moedor de carne. Um é moído após o outro. Quem irá emergir como novo líder? Talvez o jogo da oposição controlada exauriu suas possibilidades na Ucrânia.

O tempo dirá.

 

Tradução: Leonildo Trombela Júnior

Percival Puggina: As decisões de outubro



Diante desse cenário é importante levar em conta que a eleição do dia 5 de outubro não será como outras quaisquer.

Nosso país estará decidindo se quer ser uma republiqueta bolivariana ou uma nação respeitável, alinhada com as democracias do planeta.

Completou-se, na manhã de quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014, mais uma página na história da construção da hegemonia petista. Ela desenha para o Brasil um estado totalitário, à margem da democracia constitucional. Confirmou-se a formação de uma bancada governista dentro do Supremo Tribunal Federal, situação que passamos a partilhar com os países do eixo bolivariano que, há mais tempo, abandonaram o princípio da independência dos poderes. O STF, apesar de todos os seus pesares, ainda era um último recurso contra o arbítrio. Varreu-se, agora, a linha divisória que nos separava do mundo das trevas onde reina, todo poderoso, o partido que hegemonizou a política nacional. Cerrou-se a porta onde poderíamos bater para conter o braço longo do Estado em suas ingerências na vida privada e o uso abusivo do aparelho estatal. O petismo, que governa a República, que chefia e partidariza o Estado, que mantém a soldo a maioria parlamentar, capturou também o STF para seu aprisco.

O modelo institucional brasileiro, tão mal concebido, tão fácil de ser empalmado por quem tenha vocação totalitária, prevê que os membros dos tribunais superiores sejam indicados à aprovação parlamentar pelo chefe do respectivo poder executivo. Assim, quem indica os ministros do STF é a pessoa que preside a República. Essa norma, esculpida na Constituição, pressupunha o natural rodízio dos partidos no mais elevado escalão do poder nacional. Não cogitaram, os constituintes, a possibilidade de um mesmo partido exercer a presidência durante sucessivos mandatos, por 12 ou, mesmo, 16 anos. Pensaram que a gangorra das maiorias e o rodízio dos governantes permitiriam a renovação do STF, preservando conveniente pluralidade. No entanto, a solidificação de uma hegemonia no governo da República foi transformando a Corte em colegiado a ele subalterno.

Quando Joaquim Barbosa, com a habitual sem cerimônia, afirmou ao novato Roberto Barroso que seu voto tinha todo jeito de ter vindo pronto quando chegou ao STF no ano passado, ele estava fazendo a leitura de um período muito triste da história do Brasil. O Supremo encolhendo como poder e sendo composto como mesa de banquete nos regabofes palacianos.

Diante desse cenário é importante levar em conta que a eleição do dia 5 de outubro não será como outras quaisquer. O que estará em disputa quase definitiva não é uma simples escolha entre dois ou mais nomes. Nosso país estará decidindo se quer ser uma republiqueta bolivariana ou uma nação respeitável, alinhada com as democracias do planeta. Impossível recusar esta verdade bem simples: não é entre tais democracias que o partido hoje hegemônico em nosso país gosta de estar. Seus dirigentes não escondem seu apreço pelas piores companhias, nem seus afetos pelos ditadores e demagogos que infernizam nações vizinhas, alinhadas com as confabulações do famigerado Foro de São Paulo. Em 5 de outubro estaremos fazendo uma escolha praticamente definitiva sobre o tipo de civilização em que queremos nos desenvolver como nação, que tipo de ambiente cultural queremos integrar, que tipo de direitos queremos exercer e de deveres aceitamos cumprir. Isso é bem mais do que eleger um governante.

Aviso de Olavo de Carvalho - Invasão de sua conta no Facebook



Prezados amigos,

Tão logo o deputado Marco Feliciano denunciou na Câmara a campanha de assassinato de reputação que eu vinha sofrendo (v.https://www.youtube.com/watch?v=CIFB9RXmIi0), a militância do crime, decerto mobilizada por alguma Excelência em pânico, mudou de tática e passou a tentar bloquear a minha conta no Facebook para que, diante do assalto multitudinário à minha pessoa e à minha honra, não me restasse  nem mesmo este miserável e último recurso de defesa que é espernear na internet.

O ardil consiste simplesmente em entrar na minha conta desde um IP qualquer que não seja o meu, acionando automaticamente o Facebook para que bloqueie a conta e inicie um procedimento de verificação.

Tentaram isso ontem usando um IP registrado numa cidade da Índia.

Como eu conseguisse restaurar a conta, aperfeiçoaram o sistema. Fornecem ao Facebook, não sei como, um número de telefone falso ou  imaginário (hoje foi +33 7 87 16 56 82), de modo que o código para restauração da conta é enviado a esse número e não chega jamais a mim. Assim, torna-se impossível reativar o acesso à minha página.

A coisa é de uma sordidez que desafia a imaginação. Se quer saber, nem mesmo me surpreende que apelem a esse recurso, ou talvez, mais tarde, a outros mais abjetos ainda. A mentalidade dessa gente faria os porcos vomitarem, se lhes fosse servida no cocho.

Ainda não sei bem o que fazer diante desse descalabro, mas creio que solicitar um inquérito à Polícia Federal não seria má idéia. Tentarei fazer isso.

Se você puder divulgar o episódio, ficarei grato. 

Obrigado desde já e um abraço do

Olavo de Carvalho