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sexta-feira, 23 de maio de 2008

O VALOR ECLESIAL DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

Todo e qualquer pecado é pecado contra Deus, contra si mesmo e contra o irmão. Contra Deus porque é uma rejeição ao seu amor, última razão pela qual fomos criados e chamados a participar de sua felicidade; rejeição, portanto de seu apelo gratuito, de seu plano salvífico para conosco, de sua vontade, de seus mandamentos; recusa de sermos filhos do Pai, irmãos de Cristo e templos do Espírito Santo.
O Concílio quer inculcar na alma dos fiéis, juntamente com as conseqüências sociais do pecado, a natureza própria da penitência que detesta o pecado como ofensa feita a Deus (SC 109). O motivo primeiro do arrependimento dos pecados é a ofensa feita a Deus, isto é, a resistência ao seu amor, à recusa ou pouca estima de sua amizade, a ingratidão para com seus benefícios, o desprezo ou pouco caso da vontade divina, expressa na lei.
Evidentemente, o pecado não pode prejudicar a Deus. Sempre, porém, o ofende. O pecado ofende sempre a Deus, mesmo quando, diretamente, só atinge o próximo, porque Deus ama todos os seus filhos, quer e protege o bem deles. Por isso, o pecado só pode ser perdoado por Deus; e deve ser detestado, acima de tudo, como ofensa à sua bondade infinita. Precisamos, porém, recordar que todo pecado comporta também conseqüências sociais mais ou menos graves, mais ou menos evidentes, segundo sua natureza.
Na Igreja dos primeiros séculos, havia um senso muito vivo, do aspecto social do pecado: aos pecadores públicos eram impostas penitências públicas, e só depois de expiarem suas culpas, eram readmitidos na comunidade. Mudada com o tempo esta disciplina não se mudou o espírito. Também hoje, quem pecou gravemente é excluído da Comunhão eucarística até que se reconcilie com Deus e com a Igreja, pelo sacramento da confissão.
Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência ensina o Concílio, obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, bom exemplo e orações (LG 11).
Embora seja a confissão um ato secreto e estritamente privado, o fato de chegar o perdão de Deus ao penitente através do sacerdote exprime não só a presença da Igreja, mas também a reconciliação com ela. Por isso, o sacramento da penitência, enquanto tem valor íntimo, pessoal, para quem o recebe, tem também valor eclesial. Restabelece ou aumenta as relações de amizade com a Igreja; purifica o indivíduo, e ao mesmo tempo cura a ferida que seus pecados produziram na Igreja.
Embora sejamos muitos. Diz S. Paulo: somos um só corpo em Cristo e cada um de nós, membros uns dos outros (Rm 12, 5). Por causa da solidariedade que une todos os fiéis em Cristo aponto de formarem, nele, um só corpo, tanto o bem como o mal de cada um é bem ou mal de todos. O pecado ofende a Cristo, cabeça do Corpo místico, enquanto é ofensa a Deus e fere os membros do mesmo Corpo, enquanto prejudica espiritual ou materialmente os irmãos. Qualquer pecado, mesmo o mais oculto e pessoal, tem conseqüências prejudiciais à comunidade, porque diminui nela o nível da graça, da virtude, da santidade e aumenta aquele peso de misérias que impede o caminho para Deus. Assim como um só ato de caridade aumenta o amor em toda a Igreja, assim também um só ato de desamor o diminui.
Muitas vezes o pecado prejudica o próximo, de modo mais direto, como acontece com as faltas contra a justiça, a sinceridade, a caridade, o respeito pela pessoa e pelas coisas alheias. Assim exige justa reparação, e o sacramento da penitência a isto provê, seja porque o sacerdote, sendo, ao mesmo tempo, representante de Deus e da Igreja, perdoa os pecados em nome de Deus e da Igreja e, portanto, também em nome da comunidade, seja porque, impondo a penitência sacramental, indica ao penitente como reparar o prejuízo causado ao próximo.
Em todos os casos, deve o penitente aproximar-se desse sacramento com consciência eclesial, comunitária, ou seja, não unicamente em vista da conversão pessoal ou do progresso e salvação da própria alma, e sim também em vista do proveito dos irmãos. Há de desejar reparar o mal que fez aos irmãos com os próprios pecados; há de esforçar-se por levar à sociedade e à Igreja aquela contribuição de santidade a que é obrigado, por força do batismo.
A Igreja só resplandece no mundo e atrai os homens a Deus, na medida de sua própria santidade. E é ela mais ou menos santa conforme a santidade de seus filhos. Necessita de maior ou menor purificação conforme as culpas e deficiências deles. O que já existe de censurável na Igreja, cuidem muito os fiéis de não aumentar com os próprios pecados. Ao contrário. Para diminuir o mal na sua Mãe Igreja, não cesse de fazer penitência e de renovar-se (LG 8). Assim, quanto dele depende, será a Igreja, como a quer Cristo, sem mancha, nem ruga... Mas imaculada e santa (Ef 5,27).

Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Minas Gerais

Eucaristia: fonte de milagres, sinais e prodígios

Podemos viver a experiência dos discípulos de Emaús

Tenho apenas um ano e cinco meses de sacerdócio, mas confesso a você que sempre fui um apaixonado pela Eucaristia. Desde quando tive meu encontro pessoal com Jesus, há mais ou menos 14 anos, nunca deixei de ir à Missa diária, fazendo todo esforço para vivenciar a maior manifestação de Deus na nossa terra: a Eucaristia!
Foram poucas as vezes em que não participei da Celebração Eucarística nesses anos todos. E agora como padre, luto bravamente para celebrá-la todos os dias, pois "O Altar de Deus é a alegria da minha juventude". Realizo-me plenamente no altar, a Eucaristia é o presente de Deus que acontece todos os dias na minha vida de sacerdote.
Na narrativa de São Lucas que fala dos Discípulos de Emaús, podemos contemplar a experiência que eles tiveram: "Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?" (Lc 24, 30-32).
Podemos fazer a mesma experiência que esses discípulos viveram. O segredo é estar atentos a cada instante ao milagre que se renova no altar em cada Eucaristia, pois temos a presença real do Senhor e essa experiência também pode acontecer conosco: o coração arder, os olhos se abrirem, e o reconhecimento – com toda a força e fé do coração – que Jesus é o Senhor: estamos diante d’Aquele que pode todas as coisas. É o Deus do impossível que acontece diante dos nossos olhos, por isso, tudo aquilo que, com fé, pedirmos a Ele, nesta hora, Ele faz, Ele realiza.
Tenho experimentado esse poder em cada Eucaristia que celebro e em cada adoração que conduzo. O Senhor tem me permitido ver pessoas sendo curadas de câncer; pessoas que não andavam voltarem a andar; cegos têm começado a enxergar; pessoas oprimidas por satanás estão sendo libertas; pessoas em depressão têm encontrado a perfeita e duradoura alegria, e tantos outros milagres, sinais e prodígios, que me fazem afirmar: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODÍGIOS!

Muitos estão participando da comunhão indignamente, não se confessam mais, não se preparam devidamente para o dom e a força que cada comunhão traz em si. Outros freqüentam a igreja trajando roupas muito decotadas, bermudas ou outros trajes que não condizem com o momento que estamos vivendo: a Santa Missa.
Os que vivem com intensidade, com zelo, com profundidade cada Eucaristia, experimentam no corpo e na alma as graças do momento sublime, único e eterno de cada Missa. Porém, São Paulo diz aos relaxados, aos que não dão o devido valor ao mistério do qual participam: "É por isso que há entre vós muitos enfermos e doentes, e não poucos têm morrido" (1 Cor 11,30).

Afirmo: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODIGIOS! Por isso, ainda é tempo de nos auto-avaliar sobre a nossa participação no Santo Sacrifício da Missa e usufruirmos de toda bênção que cada Eucaristia pode nos oferecer.
Deus o abençoe!

Pe. Roger Luis

terça-feira, 20 de maio de 2008

Vamos conversar diferente

Quanto tempo perdido porque não se procura escutar e acolher o que o outro tem a dizer

Em muitos relacionamentos há um tipo de conversa que quase sempre acontece dentro do mesmo esquema: provar que um está certo e que o outro está errado. Durante a conversa (melhor dizendo: a discussão), cada um fica mais preocupado em:
• rebater o que o outro está dizendo;
• derrubar os seus argumentos;
• desmerecer o outro e seus argumentos;
• apelar para sua moral, etc..
Enquanto um está falando, o outro nem presta atenção, porque está preocupado em arranjar argumentos que possam contradizer ou rebater o que está sendo dito por essa pessoa. Assim, fica uma conversa emperrada e infrutífera. Não favorece em nada o relacionamento. No final, teria sido bem melhor que nem tivesse acontecido. Piorou. O muro ficou ainda maior do que já estava. Quanto tempo perdido porque não se procura escutar e acolher o que o outro tem a dizer. Ninguém de nós é juiz de si próprio. Se o outro está falando algo de errado a meu respeito “ele está me prestando um favor”. É como se eu estivesse carregando uma placa nas costas e alguém me avisasse, pois, o que eu não consigo ver, o outro percebe. Devo ficar bravo ou agradecer pelo aviso? Triste situação e perda de tempo quando não se consegue escutar e deixar que o outro expresse o que pensa e sente.

UMA RECEITA

Não rebata o que o outro está expondo. Se você não concorda, então questione para que ele argumente e prove o que está dizendo. Se alguém afirmar para você que determinada pedra vem da lua, ele deve provar o que está dizendo. Caso contrário, quem cairá no descrédito será ele próprio. Por que ficar rebatendo o que outro diz? Será que ao menos em parte ele não tem razão? Não seria um absurdo partir para a agressão quando o médico nos dissesse que temos uma doença grave? Que bom que ele descobriu! Assim vamos nos tratar para melhorar.
Da mesma forma: Que bom que alguém teve coragem de me dizer em que estou errando! Vou tratar de me curar. Melhorarei e serei uma pessoa bem mais simpática e querida por todos. Há relacionamentos que há anos vêm acontecendo dentro do esquema “um argumentando que está certo e que o outro está errado”.
Tente, ao menos por alguns dias, ou meses uma forma diferente. Seja criativo e inovador. Mesmo que não dê os resultados esperados, você estará fazendo ricas descobertas sobre relações humanas.

Padre Alirhttp://blog.cancaonova.com/padrealir/

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Ricos Ensinamentos sobre a Eucaristia

São João Crisóstomo:“Deu-se todo não reservando nada para si”.
“Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-5)”.

São Boaventura:“Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de Deus”.

São Francisco de Sales:
“Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.

Santa Teresa de Ávila:“Não há meio melhor para se chegar à perfeição”.
“Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”.
“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.

São Bernardo:“A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.
“Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.

S. Vicente Ferrer:
“Há mais proveito na Eucaristia que em uma semana de jejum a pão e água.

Santo Ambrósio:
“Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance.”

São Gregório Nazianzeno:
“Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”.
“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno.”

São Tomás de Aquino:
“A comunhão destrói a tentação do demônio.

Concílio de Trento:
“Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais.”

Santo Afonso de Ligório:
“A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação, recolhimento.”
“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.

S. Pio X:
“A devoção à eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.
“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.

Santo Agostinho:
“Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele.”
“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”
“ A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia.”
“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade.”

Papa Pio XII:
“A fé da Igreja é esta: que um só e o mesmo é o Verbo de Deus e o Filho de Maria, que sofreu na cruz, que está presente na Eucaristia, e que reina no céu.”

São Gregório de Nissa:
“Nosso corpo unido ao corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao Imortal”
.
São João Maria Vianney:
“Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

Santa Teresinha:
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão.”

Santa Margarida Maria Alacoque:
“Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós.”

São Filipe Neri:
“A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia.”

Santa Catarina de Gênova:
“O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco:
“Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante.”
Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Quereis vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”

Imitação de Cristo (Tomás de Kempis):
“Ao sacerdote na consagração é dado ao que aos anjos não foi concedido”.
“Não há oblação mais digna, nem maior satisfação para expiar os pecados, que oferecer-se a si mesmo a Deus, pura e inteiramente, unido à oblação do Corpo de Cristo, na missa e na comunhão”.
“A Eucaristia é a saúde da alma e do corpo, remédio de toda enfermidade espiritual, cura os vícios, reprime as paixões, vence ou enfraquece as tentações, comunica maior graça, confirma a virtude nascente, confirma a fé, fortalece a esperança, inflama e dilata a caridade.

Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br
Conheça o livro: O SEGREDO DA SAGRADA EUCARISTIA

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

A Igreja é contra a teoria da evolução?

A Igreja não é contra a teoria da evolução, desde que seja entendido que esta evolução foi querida por Deus, programada e executada por Ele. A Igreja também não abre mão de que a alma humana, imortal e racional, é criada diretamente por Deus e colocada na pessoa no instante da sua concepção, quando o óvulo feminino é fecundado pelo sêmen masculino. Dentro dessa ótica, a Igreja aceita a teoria do início do mundo a partir do Big Bang, a grande explosão que teria dado inicio ao universo hoje conhecido. Mas o que é o Big Bang?
No início do século os astrônomos começaram a mapear o Universo, e descobriram que as galáxias pareciam estar se afastando da Terra com velocidades cada vez maiores, de modo que quanto mais longe estivessem tanto maior era a sua “velocidade de fuga”. Era como se os grupos de galáxias fossem partes de uma explosão acontecida a bilhões de anos. Daí nasceu a teoria do Big-Bang (grande explosão), segundo a qual o Universo começou a partir dos fragmentos desta gigantesca explosão.
A partir das velocidades relativas, observadas nas galáxias mais distantes, a época da explosão foi calculada em aproximadamente 15 bilhões de anos. Uma matéria ultra-comprimida teria explodido numa nuvem de energia e partículas elementares, aquecidas a uma temperatura inimaginável de bilhões de graus Celcius. Dentro desta esfera havia apenas fótons e nêutrons comprimidos de modo tal que um litro dessa matéria pesaria bilhões de toneladas e tinha a temperatura de 1015 (= 1 seguido de 15 zeros) graus C. Essa esfera teria explodido, jogando no vazio a matéria com a velocidade da luz.
Apenas um centésimo de segundo após essa grande explosão, a temperatura descera a 300 bilhões de graus C; os fótons e os nêutrons se condensaram em elétrons e núcleos, dando origem a uma massa de hidrogênio incandescente, que aos poucos foi se condensando em galáxias de estrelas. No interior das estrelas, a cerca de 20 milhões de graus, esse hidrogênio foi se transformando em hélio, num processo de combustão que liberava enormes quantidades de energia. Em seguida, num complexo processo de evolução química, esse hélio se converteu em outros elementos (oxigênio, carbono, nitrogênio, ferro…), que se encontram nas estrelas.
Alguns bilhões de anos após a explosão inicial, originaram-se as estrelas, os planetas, os asteróides e os satélites que constituem o nosso sistema solar e o universo inteiro. Sabe-se hoje que o espaço é perpassado por um campo de radiações, que têm a temperatura de 2,7 graus absolutos (270 graus centígrados abaixo de zero). Essas radiações são o resíduo da radiação muito mais intensa e quente que devia perpassar o universo nas suas fases iniciais de existência. Por efeito do processo de expansão devido ao big-bang inicial, a radiação eletro-magnética originária teve que diminuir a sua temperatura até chegar hoje, 15 bilhões de anos depois, a uma temperatura próxima do zero absoluto.
A presença dessa radiação, que perpassa o universo e que é prevista pela teoria do big-bang, poderia ser a prova mais convincente desta teoria, que ainda não é aceita por todos os astrônomos e físicos. Um pequeno grupo acredita que o Universo é eterno, isto é, não teve começo e nem terá fim. É a teoria do estado constante. A fé não aceita esta teoria, pois a eternidade do Universo faria dele um Absoluto, um Deus. Só Deus é eterno; só Deus não teve começo e não terá fim. O eterno é perfeito; não evolui, como o Universo evolui, teve início e terá fim.
Para os físicos modernos, a melhor explicação da origem do universo está na teoria do Big Bang, que tem sido estudada exaustivamente; e a Igreja não a desaprova, desde que se considere o que foi dito acima.

Prof. Dr. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

Do livro CIÊNCIA E FÉ EM HARMONIA

Carta de Madre Teresa sobre o aborto

A mãe que pensa em abortar, deve ser ajudada a amar

(...) Eu sinto que o grande destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança, uma matança direta de crianças inocentes, assassinadas pela própria mãe.
E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo seu próprio filho, como é que nós podemos dizer às outras pessoas para não se matarem? Como é que nós persuadimos uma mulher a não fazer o aborto? Como sempre, nós devemos persuadi-la com amor e nós devemos nos lembrar que amor significa estar disposto a doar-se até que machuque. Jesus deu Sua vida por amor de nós.
Assim, a mãe que pensa em abortar, deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que machuque seus planos, ou seu tempo livre, para respeitar a vida de seu filho. O pai desta criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que machuque.
Através do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata seu próprio filho para resolver seus problemas.
E, através do aborto, diz-se ao pai que ele não tem que ter nenhuma responsabilidade pela criança que ele trouxe ao mundo. Este pai provavelmente vai colocar outras mulheres na mesma situação. Logo, o aborto apenas traz mais aborto.
Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que se quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.
Muitas pessoas são muito, muito preocupadas com as crianças da Índia, com as crianças da África onde muitas delas morrem de fome, etc. Muitas pessoas também são preocupadas com toda a violência nos Estados Unidos. Estas preocupações são muito boas. Mas freqüentemente estas mesmas pessoas não estão preocupadas com os milhões que estão sendo mortos pela decisão deliberada de suas próprias mães. E isto é que é o maior destruidor da paz hoje — o aborto que coloca as pessoas em tal cegueira.
E por causa disto eu apelo na Índia e apelo em todo lugar — “Vamos resgatar a criança.” A criança é o dom de Deus para a família. Cada criança é criada à imagem e semelhança de Deus para grandes coisas — para amar e ser amada. Neste ano da família nós devemos trazer a criança de volta ao centro de nosso cuidado e preocupação. Esta é a única maneira pela qual nosso mundo pode sobreviver porque nossas crianças são a única esperança do futuro. Quando as pessoas mais velhas são chamadas para Deus, somente seus filhos podem tomar seus lugares.
Mas o que Deus diz para nós? Ele diz: “Mesmo se a mãe se esquecer de seu filho, Eu jamais te esquecerei. Eu gravei seu nome na palma de minha mão.” (Is 49). Nós estamos gravados na palma da mão de Deus; aquela criança que ainda não nasceu está gravada na mão de Deus desde a concepção e é chamada por Deus a amar e ser amada, não somente nesta vida, mas para sempre. Deus jamais se esquece de nós.
Eu vou lhe contar uma coisa bonita. Nós estamos lutando contra o aborto pela adoção — tomando conta da mãe e da adoção de seu bebê. Nós temos salvo milhares de vidas. Nós mandamos a mensagem para as clínicas, para os hospitais e estações policiais: “Por favor não destrua a criança, nós ficaremos com ela.” Nós sempre temos alguém para dizer para as mães em dificuldade: “Venha, nós tomaremos conta de você, nós conseguiremos um lar para seu filho”. E nós temos uma enorme demanda de casais que não podem ter um filho — mas eu nunca dou uma criança para um casal que tenha feito algo para não ter um filho. Jesus disse, “Aquele que recebe uma criança em meu nome, a mim recebe.” Ao adotar uma criança, estes casais recebem Jesus mas, ao abortar uma criança, um casal se recusa a receber Jesus.
Por favor não mate a criança. Eu quero a criança. Por favor me dê a criança. Eu estou disposta a aceitar qualquer criança que estiver para ser abortada e dar esta criança a um casal que irá amar a criança e ser amado por ela.
Só de nosso lar de crianças em Calcutá, nós salvamos mais de 3000 crianças do aborto. Estas crianças trouxeram tanto amor e alegria para seus pais adotivos e crescem tão cheias de amor e de alegria. Eu sei que os casais têm que planejar sua família e para isto existe o planejamento familiar natural. A forma de planejar a família é o planejamento familiar natural, não a contracepção.
Ao destruir o poder de dar a vida, através da contracepção, um marido ou esposa está fazendo algo para si mesmo. Atrai a atenção para si e assim destrói o dom do amor nele ou nela. Ao amar, o marido e mulher devem voltar a atenção entre si como acontece no planejamento familiar natural, e não para si mesmo, como acontece na contracepção. Uma vez que o amor vivo é destruído pela contracepção, facilmente segue-se o aborto.
Eu sei também que existem enormes problemas no mundo — que muitos esposos não se amam o suficiente para praticar o planejamento familiar natural. Nós não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas não vamos trazer o pior problema de todos, que é a destruição do amor. E isto é o que acontece quando dizemos `as pessoas para praticarem a contracepção e o aborto.
Os pobres são grandes pessoas. Eles podem nos ensinar tantas coisas belas. Uma vez uma delas veio nos agradecer por ensinar-lhe o planejamento familiar natural e disse: “Vocês que praticam a castidade, vocês são as melhores pessoas para nos ensinar o planejamento familiar natural porque não é nada mais que um autocontrole por amor de um ao outro.” E o que esta pobre pessoa disse é a pura verdade. Estas pessoas pobres talvez não tenham algo para comer, talvez não tenham uma casa para morar, mas eles ainda podem ser ótimas pessoas quando são espiritualmente ricos.
Quando eu tiro uma pessoa da rua, faminto, eu dou-lhe um prato de arroz, um pedaço de pão. Mas uma pessoa que é excluída, que se sente não desejada, mal amada, aterrorizada, a pessoa que foi colocada para fora da sociedade — esta pobreza espiritual é muito mais difícil de vencer. E o aborto, que com freqüência vem da contracepção, faz uma pessoa se tornar pobre espiritualmente, e esta é a pior pobreza e a mais difícil de vencer.
Nós não somos assistentes sociais. Nós podemos estar fazendo trabalho de assistência social aos olhos de algumas pessoas, mas nós devemos ser contemplativas no coração do mundo. Pois estamos tocando no corpo de Cristo e estamos sempre em Sua presença.
Você também deve trazer esta presença de Deus para sua família, pois a família que reza unida, permanece unida.
Existe tanto ódio, tanta miséria, e nós com nossas orações, com nosso sacrifício, estamos começando em casa. O amor começa em casa, e não se trata do quanto nós fazemos, mas quanto amor colocamos naquilo que fazemos.
Se somos contemplativas no coração do mundo com todos os seus problemas, estes problemas jamais podem nos desencorajar. Nós devemos nos lembrar o que Deus fala na Escritura: “Mesmo se a mãe esquecer-se do filho que amamenta — algo impossível, mesmo se ela o esquecesse — Eu não te esqueceria nunca.”
E aqui estou eu falando com vocês. Eu desejo que vocês encontrem os pobres daqui, na sua própria casa primeiro. E comece a amar ali. Seja a boa nova para o seu próprio povo primeiro. E descubra sobre o seu vizinho ao lado. Você sabe quem são eles?
Deus jamais nos esquecerá e sempre existe algo que você e eu podemos fazer. Nós podemos manter a alegria do amor de Jesus em nossos corações, e partilhar esta alegria com todos aqueles de quem nos aproximarmos.
Vamos insistir que — cada criança não seja indesejada, mal amada, mal cuidada, ou morta e jogada fora. E doe-se até que machuque — com um sorriso.
Porque eu falo muito sobre doar-se com um sorriso nos lábios, uma vez um professor dos Estados Unidos me perguntou: “Você é casada?” E eu disse: “Sim, e algumas vezes eu acho difícil sorrir para meu esposo, Jesus, porque Ele pode ser muito exigente — algumas vezes.” Isto é mesmo algo verdadeiro.
E é aí que entra o amor — quando exige de nós, e ainda assim podemos dar com alegria.
Se nos lembrarmos que Deus nos ama, e que nós podemos amar os outros como Ele nos ama, então a América pode se tornar um sinal de paz para o mundo. Daqui deve sair para o mundo, um sinal de cuidado para o mais fraco dos fracos — a futura criança. Se vocês se tornarem uma luz ardente de justiça e paz no mundo, então vocês serão verdadeiramente aquilo pelo qual os fundadores deste país lutaram. Deus vos abençoe!

Fonte: Frente Católica de Combate ao Aborto

Madre Teresa

Cura interior

Oferece o perdão, recebe a paz

Como saber se eu preciso de cura interior? Onde preciso de cura interior? Se o médico é cuidadoso em fazer um diagnóstico do seu paciente, muito mais nós precisamos ter cuidado com o diagnóstico das nossas emoções e as das pessoas. A cura interior é importante e necessária: precisamos ser curados! Deus quer nos curar plenamente.
Por meio da cura somos restaurados em nossa personalidade. A cura interior é a chave para a cura plena da pessoa. Cada dia é um dia de surpresas que o Senhor nos reserva para colher Dele mesmo o caminho de cura que necessitamos trilhar. Podemos confiar e nos abrir sem medo à ação do Espírito Santo, Ele trabalha para o nosso bem, nosso crescimento e nossa cura. Todos nós temos uma história de vida. Essa história é a chave para nos conhecermos melhor e trilharmos um caminho, tanto de cura como de crescimento.
Muitas pessoas acreditam que precisam buscar somente a cura, porém, também se faz necessário preparar o coração para trihar o caminho de crescimento. Daí a necessidade de olharmos para a nossa história e verificar nosso caminho para cura interior. Precisamos trilhar um caminho de reconciliação com a nossa história. Não precisamos ter medo de olhar para ela. Deus quer caminhar conosco por essa mesma história para curar. Para que a libertação aconteça, é necessário existir o perdão e a reconciliação, porque “quantos sofrimentos fazem padecer a humanidade por não saber reconciliar-se, e quantos atrasos por não saber perdoar!
Uma verdadeira paz torna-se possível somente com o perdão” (João Paulo II). É necessário nos reconciliarmos com Deus, com o outro, conosco, com a nossa história... A Paz é fruto de um coração que se abre ao perdão e à reconciliação.
Ser homens e mulheres de paz é sinal de homens e mulheres curados, libertos pelo poder do Espírito. Seremos portadores e semeadores da paz se tivermos a paz no coração. Deus nos convida, mais do que nunca, a sermos homens e mulheres conduzidos pelo Espírito Santo: “Que prevaleçam os caminhos da justiça e da paz!” (João Paulo II).
Vamos caminhar na ótica do perdão, da reconciliação com Deus, com o outro, com a nossa história, da sadia convivência, dos passos para a verdadeira cura interior, da libertação, da total conformidade com a vontade de Deus.

“Oferece o perdão, recebe a paz” (João Paulo II).

Do livro: “A cura da nossa afetividade e sexualidade”

Não recue diante do medo

Coragem não é a ausência do medo, mas sim, a capacidade de avançar

O medo da desgraça, muitas vezes, é pior do que a desgraça em si. O medo de sofrer é pior do que o sofrimento. É natural ter medo; é algo humano, mas devemos enfrentá-lo para que ele não paralise a nossa vida. Há muitas formas de se ter medo: temos medo do futuro incerto, da doença, da morte, do desemprego, do mundo...
O mundo nos paralisa e nos “implode” interiormente, perturba a alma, por isso é importante enfrentá-lo. Talvez ele seja uma das piores realidades de nossos dias.
Coragem não é a ausência do medo, mas sim, a capacidade de avançar, apesar dele [medo]; de caminhar para frente e de enfrentar as adversidades, vencendo os medos. É isso que devemos fazer. Não podemos nos derrotar e nos entregar por causa dos medos.
A maioria das coisas que temos medo de que venham a acontecer, acabam não acontecendo. E esse medo antecipado nos faz sofrer muito, nos preocupar em demasia e perder horas de sono. No entanto, muitas vezes, acaba acontecendo o que menos esperamos. Muitas vezes, sofremos, antecipadamente, sem nenhuma necessidade.
É preciso policiar nossa mente; ela solta a si mesma e pode fabricar fantasmas assustadores, especialmente nas madrugadas. Os medos em geral são sombras imaginárias, sem base na realidade.
Há pessoas que se sentem ameaçadas por tudo e por todos, dramatizam os fatos e fabricam tragédias. É preciso acordar, deixar de se torturar com essas fantasias e pesadelos imaginários; o que as assusta é irreal. Quando amanhece as trevas somem... Para onde foram? Não foram para lugar nenhum, simplesmente desapareceram, porque não existiam; não eram reais. Quanto menor o medo, menor o perigo. As aflições imaginárias doem tanto quanto as outras [reais].
Jesus sempre censurou os seus discípulos quando eles ficavam paralisados pelo medo. Ele disse muitas vezes aos apóstolos – “Não temas!”
Quando Cristo chamou Pedro para vir a seu encontro, andando sobre as águas do mar da Galiléia , ele foi, mas permitiu que o medo tomasse conta do seu coração; então começou a afundar. Após salvá-lo Jesus lhe pergunta: “Homem pobre de fé, por que duvidaste?” (Mt 14,31b).
Pedro sentiu medo porque “olhou” para o vento e para a fúria do mar, em vez de manter os olhos fixos em Jesus. Esse também é nosso grande erro. Em vez de manter os olhos fixos em Deus, permitimos que as circunstâncias que nos envolvem nos amedrontem.
Não podemos, em hipótese alguma, abrigar o medo e o pânico na alma; nem lhes permitir que “durmam” conosco. Arranque-os pela fé, pela oração e por atos de vontade, decididamente!
É claro que toda a fé em Deus não nos dispensa de fazer a nossa parte. Não basta rezar e confiar – cruzando em seguida os braços –, pois Deus não fará a nossa parte. Ele está pronto a mover todo o céu para fazer aquilo que não podemos fazer, mas não faz nada que podemos fazer.
Vivemos dizendo a Deus que temos confiança n’Ele, mas passamos o tempo todo provando o contrário, por nossas preocupações.... Quando você age com fé e confiança em Deus, Ele lhe dá equilíbrio e luzes para agir, guiando-o e abrindo as portas para você resolver o problema que o angustia. Se temos um problema é porque ele tem solução, então vamos a ela. Se o problema não tem solução, então, não é mais problema, é um fato consumado, o qual devemos aceitar.

Felipe Aquino

domingo, 11 de maio de 2008

TEOLOGIA NA SOCIEDADE MODERNA OCIDENTAL

O Reino é dom, mas um dom pessoal, que suscita uma resposta do ser humano. A atuação do amor de Deus convida e capacita à aceitação da Boa Nova, que é o Reino de Deus, e à vivência da conversão, entendida como arrependimento do mal realizado e como reorientação da vida em conformidade com a vontade de Deus.
Assim, a resposta que o dom do Reino suscita consiste, com a conversão, na abertura e na entrega da pessoa, vividas na fé e na confiança: fé e confiança no Deus da vida, mesmo quando o futuro parece fechado; fé e confiança nas situações atuais que, mesmo quando muito negativas, não são a última possibilidade desse Deus, pois nele existe sempre um futuro aberto. Esta fé confiança é indispensável para todo aquele que aceita o dom do Reino de Deus.
No contexto do mundo atual, a religião em geral e a linguagem da salvação cristã em particular afiguram-se individualistas e até mesmo privativistas. Alguns fatores da cultura secular contemporânea estimulam esse privatismo. O fato de a totalidade das esferas da vida secular na sociedade ter se libertado da hegemonia de qualquer religião organizada pode ser considerado como um desenvolvimento positivo. E, dado um pluralismo de religiões, a liberdade de todas elas parece depender de sua fraca projeção pública. Conseqüentemente, a era moderna, na cultura ocidental, tem testemunhado a privatização da religião, de sua linguagem teológica e da autocompreensão das pessoas religiosas.
A questão religiosa torna-se a questão intensamente pessoal do sentido em face do sofrimento individual, do pecado e da culpa do próprio sujeito, da desorientação e, finalmente, da morte e do destino último de cada um. Uma vez que a questão religiosa seja concebida nos termos individuais e pessoais do sujeito auto–reflexivo, toda a superestrutura religiosa parece não escapar nunca ao privatismo, mesmo quando se trata de individualismo coletivo ou de grupo. Termina-se sempre com a salvação dos indivíduos. No entanto, para o sujeito pós-moderno, isso significa que a religião deixa de fazer qualquer diferença na história social e coletiva. A salvação cristã realmente nada tem a oferecer à ordem pública; como assunto de caráter privado, parece irrelevante para as decisões que estruturam a vida social e pública.
Evidentemente, os grupos cristãos têm seu próprio interreses nos negócios públicos e, como instituições, pressionam para que suas vozes façam ouvir. No entanto, ao fazê-lo, não estão necessariamente falando a linguagem da salvação que é intrínseca à fé cristã: a preocupação com o interrese próprio das instituições passa ao largo da pregação Jesuânica do reino de Deus. Com efeito, a fé em uma salvação meramente individual pode funcionar como paliativo para o sofrimento social; logicamente, mitiga a preocupação com a ordem social deste mundo.
A salvação definitiva torna-se a distração máxima do engajamento político. Uma coisa é certa: para alguém apaixonadamente interessado no projeto humano, a religião não oferece nenhuma plataforma por meio da qual essa paixão será correspondida. Uma indicação da relativa acurácia dessa crítica pós-moderna ao discurso das Igrejas é a tíbia recepção, por parte delas, das várias formas da teologia da libertação que repercutem a crítica e procuram enfrentar o problema.
A buscas de novos paradigmas na sociedade atual, para a ciência em geral e para a teologia em particular, aponta para o diálogo. Diálogo entre as religiões, como um dos caminhos para construir a paz no mundo; diálogo entre as ciências, para uma abordagem cada vez mais interdisciplinar do que se coloca diante da vida humana. Exatamente nesta perspectiva, a cristologia precisa abrir-se para a interdisciplinaridade, inclusive dentro da própria teologia.
Ela não pode ser um conhecimento gerado à parte, independente dos outros domínios do saber teológico e do comportamento cristão. Cabe, aqui, recordar que o seguimento de Jesus é condição epistemológica para a elaboração da cristologia, já que esta não é simplesmente a enumeração de curiosidades sobre a vida de Jesus, mas sim conhecimento do Cristo para melhor amá-lo. Neste sentido, a vivência concreta dos cristãos tem interrese para a cristologia, e vice versa. O mesmo acontece entre a cristologia e os outros campos do conhecimento teológico.
Na presença do Espírito de Deus, e guiados por ele, haveremos de ser capazes de elaborar uma teologia que seja fiel a Jesus e que se coloque a serviço de toda a humanidade, ajudando-a a construir um tempo novo, de justiça e fraternidade, até que Deus seja tudo em todos (1Cor 15,28).


Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Minas Gerais

sábado, 10 de maio de 2008

Carta aos Jovens!! - João Paulo II

Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
Precisamos de Santos que vão ao cinema,
ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar,
mas que se "lascam" na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar
e que saibam namorar na pureza e castidade,
ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos,
Santos do século XXI
com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres
e as necessárias mudanças socias.
Precisamos de Santos que vivam no mundo
se santifiquem no mundo,
que não tenham medo de viver no mundo.
Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola
e comam hot dog, que usem jeans,
que sejam internautas, que escutem dis man.
Precisamos de Santos que amem a Eucaristia
e que não tenham vergonha de tomar um refri
ou comer pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos que gostem de cinema,
de teatro, de música, de dança, de esporte.
Precisamos de Santos sociáveis,
abertos, normais, amigos, alegres,
companheiros.
" Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo
mas que não sejam mundanos"

João Paulo II

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Quando Deus se torna uma aspirina !

   Lembramos de Deus quando necessitamos de alguma coisa
  Existe um problema em nossas orações: constantemente lembramos de Deus somente quando estamos necessitados de algo, pedindo a Ele que faça a nossa vontade. Mas nem sempre as coisas são assim, pois, muitas vezes, o que desejamos não é o melhor para nós.

  Um exemplo bem prático disso é uma criança pequena pedindo à mãe que lhe deixe brincar com uma faca.   Por mais que isso seja a vontade dela [criança], uma mãe – em plena consciência – nunca a deixaria brincar com esse objeto. Do mesmo modo, Deus age assim conosco, sempre visando primeiramente o nosso bem; mesmo que a situação que estamos vivendo não esteja coerente com a vontade divina.

  A lógica de Deus é muito diferente da nossa, porque Ele vê e tem idéia perfeita sobre todas as coisas, enquanto nossa visão é meramente limitada. 

  Já experimentou olhar o lado avesso de um bordado feito à mão? O que vemos são apenas traços de um desenho; é difícil imaginar como realmente é o bordado. Assim nós também vemos a realidade, não a vemos por todos os ângulos, nossa visão a respeito dela é parcial.

Acreditamos – por meio de nossa fé – que Deus é Onisciente, ou seja, sabe tudo; logo, sabe o que é melhor para nós, muito mais do que nós mesmos. Portanto, o melhor que temos a fazer é nos deixar guiar pelo Senhor e pedir que se faça a vontade d’Ele em nossa vida e não a nossa, pois somos passíveis de erros.

Há de se ter muito cuidado em nossas orações para que não nos tornemos meramente pedintes, pois nossa tendência é a de esquecer de Deus quando conseguirmos o que queremos. Imagine você uma pessoa que orasse tão somente por causa de uma dor de cabeça, e agisse assim a vida toda. Qual seria o conceito que ela tem de Deus? Eu acredito que como o de uma grande aspirina, e é aí que mora o perigo, pois com esse conceito reduzido sobre Deus, quando ela tomar consciência de que a aspirina resolve seu problema, ela deixará de orar por crer que não precisa mais de Deus.

  Com isso, não afirmo que é proibido pedir qualquer coisa a Deus; muito pelo contrário, no Evangelho de São João, podemos encontrar a seguinte passagem: “Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei de tal forma que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14,13-14). Digo que apenas é necessário ter cuidado para que nossas orações não se tornem apenas um ato de somente pedir. Repito aqui que a melhor solução é deixar-se guiar por Deus.

Erick Walker


Sexo no Casamento

A relação sexual, embora seja marcada pelo prazer, não é só prazer

Algum tempo atrás, seguindo uma moção do Espírito Santo, em um momento de oração, senti que seria bom – para a Evangelização pela Internet – abrir um canal de “diálogo” com os internautas. Sendo assim, escrevi um artigo: “Pergunte para o Padre”. Confesso que fiquei impressionado com o número de comentários e perguntas. Cerca de 100 perguntas em menos de um dia. Acredito que é a confirmação de uma inspiração. Bendito e louvado seja Deus!
Dentre as perguntas que chegaram, muitas são a respeito da vida afetiva sexual. E sobretudo de pessoas casadas, que pedem uma orientação a respeito do que pode e do que não pode na vida sexual dentro do casamento. Não sei precisar exatamente quantas mensagens chegaram com essa preocupação. Mas, posso dizer que foram mais de vinte. Penso que muitas pessoas e muitos casais têm dúvida nesta matéria.
Tentarei ser breve, objetivo e claro. O sexo é uma bênção de Deus. Mas, ele precisa estar no seu devido lugar, ou seja, dentro de uma ordem e de um projeto. Podemos afirmar com toda ênfase que o sexo é uma bênção de Deus na vida e na relação matrimonial, pois, no matrimônio, ele tem a força de unir os cônjuges e de gerar vida. Deus conta com os casais para o aumento da família d'Ele mesmo. Os filhos são uma bênção! E são como que presentes de Deus para os casais. Eles vêm de Deus por meio do sexo santo e respeito dentro do casamento.
Às vezes, somos tentados a ter o seguinte pensamento: “Já que estou casado posso fazer de tudo com a minha esposa, com o meu marido”. Ou ainda: “Dentro de quatro paredes, tudo é permitido ao casal”. Contudo, à luz da fé, da Palavra de Deus e da Doutrina Católica, precisamos corrigir esse pensamento. Pois, o sexo não é simplesmente uma opção de lazer; não é para que o casal se “divirta” às custas da relação sexual. O sexo é tão sagrado como o próprio casamento! A relação sexual, embora seja marcada pelo prazer, não é só prazer. É também, e sobretudo, encontro, doação e meio de santificação.
Por conta de uma vasta fábrica da pornografia, trazida através de vários meios, hoje mais do que nunca precisamos estar vigilantes, para não sermos enganados pelas astutas ciladas do inimigo de Deus. Tenta-se difundir a idéia do “tudo é permitido em busca do prazer e da realização”. Há uma verdadeira pressão para levar as pessoas a pensarem que é normal tudo o que dá prazer; alguns exemplos: sexo anal, sexo oral, troca de casais e tantas outras coisas. Quem se entrega a esta “força do mal” se ilude e tem uma pseuda felicidade, uma falsa realização. Pois, isso tudo só pode levar as pessoas e os casais ao vazio, à frustração e ao desencanto com a vida afetiva.
Por isso, estejamos todos atentos e vigilantes na oração para que a nossa opção de vida não seja causa de pecado, mas, meio de santificação. Encerro com as palavras de São Paulo: “Esta é a vontade de Deus: vivei na santidade, afastai-vos da impureza; cada um saiba tratar o seu parceiro conjugal com santidade e respeito, sem se deixar levar pelas paixões, como fazem os pagãos que não conhecem a Deus. Deus não nos chamou à impureza, mas à santidade” (1Tes 4,3-5.7).
Viver o sexo no matrimônio – de modo puro e santo – pode ser difícil e até parecer impossível; mas, não o é. Com a graça de Deus e com o esforço pessoal é possível se aproximar da santidade no dia-a-dia da nossa vida.
Que Deus nos ajude a buscar a santidade para que o mundo creia!


Padre Silvio Andrei

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Pensamentos de Santo Agostinho

“Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser”

“O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros.”

“Se não podes entender, crê para que entendas. A fé precede, o intelecto segue.”

“Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar pra frente.”

“Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar pra frente”

“O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página”

"A medida do amor é amar sem medida."

“Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.”

“A infância que já não existe presentemente, existe no passado que já não é.”

“O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios."

“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.”

"Dois homens olharam através das grades da prisão;um viu a lama, o outro as estrelas".

"Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti."

"Se queres conhecer a uma pessoa, não lhe perguntes o que pensa mas sim o que ela ama."

"Não há riqueza mais perigosa do que uma pobreza presunçosa."

"Pensa em tudo o que crê. Porque a fé, se não se pensa no que crê, é nula."

"Uma coisa é ter percorrido mais o caminho e outra ter caminhado mais devagar."

"No jardim da Igreja se cultivam: As rosas dos mártires, os lírios das virgens, as rosas dos casados, as violetas das viúvas."

"Amai a esta Igreja, permanecei nesta Igreja, é de vocês esta Igreja."

"Creio para compreender, e compreendo para crer melhor."

"Os homens estão sempre dispostos a vasculhar e averiguar sobre as vidas alheias, mas lhes dá preguiça conhecer-se a si mesmos e corrigir sua própria vida."

"Ninguém nega a Deus, senão aquele a quem lhe convém que Deus não exista."

A Paz do Senhor Jesus.

PAX CHRISTI

Diogo Pitta 

ORAÇÃO: EXPERIÊNCIA DE FÉ

ORAÇÃO: EXPERIÊNCIA DE FÉ

Falar a Deus em colóquio amigável, descoberto e livre, em atitude de abertura no olhar, no escutar e no esperar, tem a ver com o ser de Deus e com a pergunta sobre Deus; e é a situação ideal para captar o mais possível a realidade de Deus, pois no rezar se exprime o constitutivo da experiência da fé, qualquer que ela seja.
Mas também tem a ver com a essência do ser humano e com as suas relações constitutivas. Ao rezar, o orante não só pressupõe o ser de Deus, mas também exprime a idéia de si próprio: entende-se não como um ser fechado na imanência, dentro dos limites do humano, mas como aberto para uma dimensão transcendente. O rezar a Deus é, para além de muitas outras coisas, uma forma de ser humano; é uma forma de o ser humano se experimentar, se perceber genuinamente e se exprimir linguísticamente.
Na Bíblia a oração, além de ser a forma mais densa de captar o ser de Deus, ao vê-lo revelado definitivamente na total comunhão com o ser humano, na pessoa de Jesus, foi a maneira excelente de o ser humano expressar a sua tendência a superar-se, na procura da transcendência. Viu-se como um ser para o divino, um ser que se realiza na relação com Deus. Porque a fé do povo bíblico acredita que Deus por própria iniciativa dirigiu aos humanos a sua palavra e lhes revelou o seu ser e a sua vontade, está convicta de que o ser humano pode falar com Deus.
Porque entendia que Deus interpelava o povo criticamente, amigavelmente, salvíficamente, aprofundou a certeza de que Deus é alguém que se pode ouvir e invocar. No caminho da história dos homens com Deus, a oração bíblica constituiu, pois, um aspecto da captação e da correlativa revelação da imagem de Deus, mas também uma expressão da essência do ser humano.
Para a fé bíblica, a oração é uma realidade tão espontânia que nem se discutia o seu sentido e a sua motivação. Surge como algo óbvio, insistindo-se sem cessar em não relaxar essa naturalidade. Esta naturalidade compreende-se bem se temos em conta que o povo de Israel vivia num ambiente cultural e religioso, o do antigo próximo oriente em que a oração era um ingridiente normal da vida humana.
Não se pensa que em Israel ela foi uma realidade inédita e original, As muitas formas de oração dos povos de onde Israel era originário e no cruzamento dos quais vivia, isto é, os sumérios, acádicos, babilônios, assírios. hititas, cananeus e egípcios, estão abundantemente documentados. O que se pode dizer é que a oração do povo bíblico seguiu um percurso próprio que culminou na de Jesus, que estabeleceu o mais perfeito traço de união da humanidade com Deus.

Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Minas Gerais

Cura das pequenas coisas

Deus é detalhista e cuidadoso com todos os seus filhos...

Tenho meditado sobre o processo curador de Jesus em nossas vidas, e tenho percebido o quanto Deus é detalhista e cuidadoso com todos os seus filhos, pois quer que sejamos plenamente curados: no físico, no espírito, na psique, nas lembranças, entre outros.
Muitas vezes, nós nos prendemos a grandes curas e milagres e nos esquecemos das pequenas coisas do nosso dia-a-dia, as quais são tão importantes quanto as nossas grandes necessidades. Alguns exemplos disso: uma pessoa cheia de manias, que acaba criando o seu mundinho e é apegada às suas coisinhas, precisa ser curada. Uma pessoa apegada a mentiras, que cria um mundo fantasioso que não existe, também precisa ser curada. Da mesma forma, alguém que vive fofocando, falando dos outros pelos cotovelos, precisa ser curado. Assim como uma pessoa que vive insatisfeita com tudo e com todos e só vê o negativo, também necessita de cura. O mesmo vale para as pessoas que vivem sob a ação do medo, apegadas a pessoas e a coisas ou consumistas em excesso, todas precisam se deixar curar. A partir disso, poderia citar muitas outras realidades que, muitas vezes, trazemos em nós e que precisariam ser tocadas pelo poder curador do Espírito Santo.
Não tenho dúvidas de que o Senhor quer curar o canceroso, o aleijado, o cego, o surdo, o que tem problemas de coração, o doente de AIDS, etc. Porém, além de curar o nosso corpo, o Senhor nos quer curar em nossa humanidade, que é tão complexa e linda; contudo, necessitada de ser tocada pela ação de Deus que muda todas as realidades.
A Carta aos Gálatas nos relata os frutos do Espírito: “O fruto do Espírito, porém, é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não existe lei” (Gl 5, 22-23). Esses frutos relatados por São Paulo são fontes seguras de reflexão sobre a liberdade e a cura da nossa humanidade. É hora de se perguntar: tenho vivido no amor ou vivo no ódio e na vingança? Vivo a alegria ou minha vida é uma tristeza interminável? Encontro paz no meu interior, mesmo vivendo em realidades muitas vezes sem paz? Sou paciente ou me impaciento facilmente? Sou amável, gentil, ou vivo na grosseria? Opto por fazer o bem e por viver na bondade ou faço opções pela maldade, prejudicando as pessoas? Sou leal, fiel, ou vivo de infidelidade? Vivo na mansidão, na serenidade, ou minha vida é uma constante agitação, até mesmo dormindo? Vivo o autodomínio ou sou uma pessoa descontrolada no comer, no dormir, no comprar, no beber, na sexualidade, entre outros?
Já temos uma boa base para um profundo exame de consciência e de uma observação de nós mesmos para detectar em que área precisamos de cura, pois Deus quer curar as pequenas coisas que nos atrapalham em viver a felicidade. Deus nos fez para sermos felizes e realizados em tudo. A saudade do céu sempre vai existir dentro de nós, e esse vazio do eterno só vai ser totalmente preenchido quando chegarmos diante do trono de Deus Pai.
O profeta Jeremias nos relata algo de suma importância: “Sei muito bem do projeto que tenho em relação a vós – oráculo do Senhor! Um projeto de felicidade, não de sofrimento: dar-vos um futuro, uma esperança! Quando me invocardes, ireis em frente, quando orardes a mim, Eu vos ouvirei. Quando me procurardes, vós me encontrareis, quando me seguirdes de todo o coração, Eu me deixarei encontrar por vós – oráculo do Senhor” (Jr 29, 11-14). Esse é um trecho da carta do profeta aos exilados, aos que estavam sofrendo, precisando de esperança e de cura. Ela [carta] nos dá um sinal de como alcançar de Deus a cura e a libertação de que precisamos: invocar a Deus; orar sempre; procurar a todo instante o Senhor e segui-Lo de todo coração! Essa é a receita! Permanecer em Deus!
O Senhor está interessado na nossa cura, e nós também não podemos nos conformar com a situação em que vivemos atualmente. Precisamos trabalhar o nosso interior e as nossas reações, e tudo isso se faz pela oração; pela Eucaristia; pelo jejum; pela Palavra viva e vivida; pela confissão; pela busca de uma direção espiritual; pela cura interior; pelo autoconhecimento. Não tenha medo de entrar nesse processo de cura, por você e por quem você ama! Deus cuida dos mínimos detalhes!
Estamos juntos e estou orando por você e por sua cura! Ore também pela minha!
Deus o abençoe!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A arte de escutar o silêncio

Quem ama 'escuta' no olhar aquilo que os lábios ainda não são capazes de dize

Existem situações que experienciamos nas quais parece que ninguém nos entende. Há dores que nos roubam a capacidade de nos expressarmos e, conseqüentemente, de sermos compreendidos naquilo que somos. São realidades nas quais as palavras se ausentam e não somos capazes de “nos dizer” no que pensamos e sentimos. Isso acaba inaugurando em nós um gradativo processo de solidão em virtude de não sermos conhecidos e compreendidos em nossa verdade.
São raras as pessoas que têm sensibilidade para escutar nossos “silêncios”, e paciência para, aos poucos, desvelar o mistério que somos nós.
Expressar-se é uma arte, compreender alguém também o é. Essas virtudes são fruto de muita luta e empenho, e não apenas de habilidade natural.
Penosa e desestruturante é a dor da incompreensão, do sentir-se estrangeiro no próprio território, por sentir algo e perceber que os outros não podem compreender. Dor ainda maior se faz real quando nos descobrimos julgados e encarcerados no que não somos, em conseqüência de não sermos escutados em nossa realidade, expressa em “palavras” que ainda não fomos capazes de dizer.
Pelo fato de não conseguirmos nos comunicar externando o que somos, constantemente, somos mal interpretados e confundidos em inverdades de compreensão, que nos aprisionam e nos ausentam de nossa identidade. Diante disso, acredito que amar é ter a capacidade de descobrir o outro no que ele não diz... Para descobrir alguém assim é preciso gastar tempo, é preciso observá-lo, abrindo mão dos próprios barulhos e agitações para entender a linguagem silenciosa que revela o ser. Quem ama “escuta” no olhar aquilo que os lábios ainda não são capazes de dizer.
São raras, nos tempos atuais, as pessoas que têm paciência para descobrir o outro nos detalhes, para assim poder amá-lo com inteireza. O fato é que, muitas vezes, estamos tão cheios de nós mesmos que mesmo que o outro “grite” não somos capazes de escutá-lo.
Só acompanha o outro – com qualidade – quem se esvazia das próprias razões. Quem entendeu o que é amar percebe que não pode ser o centro de tudo e que precisa dar espaço em sua vida para que o outro seja quem realmente é, revelando-se em seus valores e crenças.
Há muitos que em toda a vida são amados – se é que o são – somente a partir de uma imagem criada a seu respeito e não daquilo que verdadeiramente são. Tal realidade impõe no ser uma profunda crise, estabelecendo a solidão e a inexistência como paradoxo na compreensão do real.
Dizer-se – de maneira compreensível e encarnada – e compreender o outro são necessidades essenciais para que haja harmonia em toda e qualquer relação. Há casamentos, amizades e relacionamentos familiares que se desfiguram pelo fato de ambas as partes não terem a devida simplicidade para decodificarem (traduzirem) sua linguagem, de forma que ambos possam se compreender e ser compreendidos.
O que destrói um relacionamento não é somente a ausência de amor, mas também de boa comunicação. Comunicação que nos transporta para além do comum e nos faz descobrir os segredos que revelam concretamente uma identidade.
Que Jesus, Aquele que, por excelência, tem o dom de traduzir os “símbolos” humanos, nos ensine com a sensibilidade que emana do seu coração a real maneira compreender e se expressar, desvendando silêncios e inaugurando sempre as novas possibilidades presentes no coração.
“Nos detalhes, nas calçadas, nos poemas,
nas esquinas... sempre disse o que digo.
Porém, o eco não se fez.
Há quem perceba uma linguagem que constrói
inverdade.
Nas frases não ditas poucos escutam o silêncio.
Ele que inocente pede carona, com sede de transportar.
Transportar revelando pela força do olhar;
aquilo que a verdade não cansou de cantar com
voz eloqüente: Existe alguém aqui.”

Adriano Zandoná

Ver o Cristo acima das Aflições

“Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem, eu venci o mundo” ( Jo 16,33 ).
Neste trecho da Sagrada Escritura, o evangelista João narra um dizer do próprio Cristo, quando seus discípulos demonstram crer em suas palavras e na sua missão, e creio que esta passagem da Sagrada Escritura, pode ser aplicada em nossas vidas, de uma maneira geral.
Quando nos deparamos com os obstáculos que a vida nos impõe, muitas vezes nos amedrontamos e nos acovardamos diante destes obstáculos, sem ao menos lembrar-nos do tamanho do Nosso Deus, sem nos lembrarmos do poder desse Deus, e isto gera um sentimento de solidão e abandono.
O grande passo para enfrentar estes medos e sermos vitoriosos diante das dificuldades, é crer que as tribulações hão de surgir, mas o que nos faz diferentes das demais pessoas que vivem estas tribulações, é a fé que nos move, é a fé na providência Divina, o que não quer dizer que devemos permanecer atônitos diante das adversidades, mas que devemos confiar que há um Deus que pode te dar forças para superar estas barreiras, que há um Espírito Santo que nos dá discernimento e visão para encontrarmos o melhor caminho para sermos vitoriosos em nossas vidas. È sim, muito importante a presença da Santíssima Trindade em nossas vidas em todos os momentos, mas especialmente nestes momentos de aflição do qual se refere Cristo pelo evangelista João, pois sem a vivência da Santíssima Trindade em nossas vidas, nos encontramos perdidos e confusos, o que acaba por muitas vezes nos afastando da nossa fé, e neste momento, a queda é certa.
Tomemos como exemplo a aflição de nosso Senhor Jesus Cristo, quando por três vezes orou à Deus, pedindo que se fosse possível afastasse dele este cálice, ou seja, todas as dores que havia de sofrer. Pense, se nem o Cristo ficou livre de aflições, por que nós haveríamos de ficar ilesos, mas perceba a atitude de Cristo diante da aflição; ele olha para o alto e eleva seu coração ao Pai, ele expõe sua aflição. Lembremos também da aflição e da dor de Jesus, quando era açoitado atado à coluna, ou até mesmo na Cruz, quando fala diretamente com seu Pai. È o que devemos fazer, pois, assim como Cristo Olhou para o alto nas suas dores e aflições, façamos nós da mesma forma.
No casamento não é diferente. Quando nos dizem; “A vida de casado não é um mar de rosas...”, não devemos levar ao pé da letra, mas devemos considerar como meia verdade, pois devemos ter consciência de que a vida Matrimonial, une duas pessoas, um homem e uma mulher que trazem consigo suas manias, seus defeitos e pensamentos, e ao exporem suas idéias, muitas vezes ocorrem as discussões, porém estas discussões devem ser encaradas como sendo um aprendizado, pois esta é uma das características do casamento; um eterno aprendizado, e quando o casal tem a certeza de que não irão ocorrer tribulações, neste momento ocorrem as frustrações, pois o que se havia projetado para a vida conjugal, não ocorreu e daí surgem as brigas, ressentimentos e por fim a separação.
Assim também acontece em nossas vidas, pois quando assumimos algum projeto ou compromisso, esteja certo de que aflições hão de acontecer, mas o que importa é a sua habilidade diante desta aflição, e esta habilidade só é dada sob a Luz do Espírito Santo, que é o único que pode nos conduzir pela melhor conduta a ser adotada. Pois diz o Cristo; “ Bem aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis!” ( Lc 6,21 ).
Portanto, diante da tribulação e da aflição, olhe para o alto, buscai as coisas lá do alto, clame pela orientação do Espírito Santo, que se pedirdes com fé, ele vos guiará.

Que a Paz de Jesus, e o Amor de Maria estejam sempre em vossos lares...


Diogo S Rocha Pitta - diogopitta@bol.com.br

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Por Cristo, ame Maria...

São Luiz Maria Gringon de Montfort, escreveu uma belíssima sugestão a quem deseja entregar sua vida à Cristo, por intermédio de Maria, nossa Mãe Santíssima, como sendo um meio seguro

e puro de chegar ao Cristo, seu Filho e nosso Senhor. Isto não quer dizer que não podemos nos dirigir diretamente à Cristo, porém, seria uma forma de nos assumirmos pequenos e impuros, diante do Pai.

A proposta de São Luiz Maria, é que nos utilizemos da pureza e doçura de nossa Amada Maezinha, para chegarmos ao Cristo. Quando o anjo de Deus se apresentou à Maria, para que fosse dado prosseguimento ao projeto Divino, Deus quis que este projeto salvífico se iniciasse por Maria e também por Maria Ele quer que termine, haja visto que Deus quis se fazer carne por meio de Maria, para dar ao mundo o cordeiro Divino para a remissão dos pecados. O tratado escrito por São Luiz Maria, nos alerta para uma verdade que por muitas vezes passa desapercebida diante de nós, mas que faz toda a diferença; quando comungamos o corpo e o sangue de Cristo, raramente nos damos conta que também estamos comungando de certa forma parte do corpo de Maria, pois é inegável que no corpo de Cristo há a parte de Maria, assim como uma `Mãe doa seu código genético ao seu filho, Maria doou seu Corpo à Deus, para que fosse cumprido o projeto de Deus.

Quando li e meditei sobre o tratado, alguns pontos críticos me chamaram a atenção, sendo eles;
· Ao meditar sobre algumas passagens, deparei-me com a questão do Paradoxo Divino, pois em um dado momento, percebe-se que segundo o projeto Divino, Maria é esposa do Espírito Santo, Mãe de Cristo e serva de ambos, ou seja, sendo a Santíssima Trindade uma única pessoa, Maria se torna Mãe de seu marido e serva de ambos... Pense Nisso !
· Se cristo submeteu-se durante 30 anos de sua vida terrena à Maria, por que nós, meros mortais, não deveríamos também nos submeter à Maria, como imitadores de Cristo...
· Ao comungar o Corpo e o Sangue de Cristo, comungamos também Maria, que o amamentou e alimentou duarante anos....
· Assim como o Espírito Santo se fez carne por Maria, ele quer que tenhamos Maria em nós, para que se faça carne em nós da mesma forma....

há outra passagem do tratado que muito me atrai, que diz que quando apresentamos uma maçã à Cristo, Maria a põe numa Bandeja de ouro, Cercada de flores e enfeites, e apresenta ao seu Filho e diz; '' Eis aqui, meu Senhor, a oferenda de teu filho amado....", ou seja, Maria quer nos arrumar, nos enfeitar, para nos apresentar-mos diante de seu Filho e Senhor.

Vale lembrar, que só devemos louvar, adorar e bendizer ao Nosso Senhor Jesus Cristo, como nosso Rei e Salvador, pois ele 'e nosso Deus sacramentado, que foi dado ao mundo pelo ventre de nossa Maria sant'issima.

A paz do Senhor esteja Convosco...

Diogo S Rocha Pitta - diogopitta@bol.com.br