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terça-feira, 7 de outubro de 2008

O mundo que você vive, não é o seu mundo.

Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito. ( Romanos 12,2)

É verdade, Cristo nos chama a cada momento a viver a santidade; a sua santidade, porém, muitas são as dificuldades que todos os dias são postas à nossa frente. Muitas vezes, a vida impõe estas dificuldades, outras vezes, o inimigo é o responsável, e muitas (e muitas ) vezes, nós mesmos tornamos difícil, algo que deveria ser fácil.
O mundo atual é repleto de “modas”, músicas, filmes e todo tipo de mídia que nos afasta da Graça de Deus. O mundo tem tendências que nos levam a não conseguir enxergar e sentir a presença Real de Jesus em nosso meio. Uma destas tendências, é a ditadura do “corpo perfeito”. Hoje, valoriza-se mais um belo corpo “vazio”, do que um corpo “feio” com conteúdo. Quantos talentos, quantas idéias são perdidas pelo caminho, quantas pessoas são segregadas e excluídas de seu meio, por não atenderem ás expectativas estéticas e mundanas, e digo mundanas, tanto no sentido Teológico, quanto Social e Moral. O mundo não nos aceita como nós somos, porém, Jesus nos aceita e nos acolhe como somos, como estamos e como estaremos, não importando o seu peso, sua altura, ou a caro de sua pele.
Todo este preconceito, conduz a pessoa ao isolamento interior e conseqüentemente à depressão, por não ser aceito por uma sociedade preconceituosa e superficial, que não está interessada a mergulhar no fundo da alma de alguém, e ver como este alguém pode e é mais que um corpo, cor de pele ou a grife que usa. A pessoa chega à depressão, por que não conhece o amor incondicional de Jesus, ou se já o conhece, ocupou seu coração de tantas tendências e vontade de ser o que não é, que não deixa mais lugar para o amor de Jesus. Ela não vê Jesus, não sente Jesus, pois sua alma e seu coração estão inundados com preocupações exageradas, com conceitos vazios, que só fazem nos afastar da real essência da beleza humana, a sua espiritualidade; a sua comunhão com Deus. Todos estes sentimentos podem ser induzidos olhando sob a ótica de diversos aspectos e causas.
O inimigo pode também, nos induzir á tais idéias e sentimentos, haja visto que ele odeia a imagem e semelhança de Deus, logo, ele tenta destruir, apagar a verdadeira beleza humana, no intuito de ridicularizar a mais complexa e igualmente bela obra de Deus. O inimigo se utiliza de todos os meios e artifícios para alcançar seu objetivo, ele utiliza a moda, Tv, revistas, campanhas publicitárias, internet e muitas outras. Enfim, sendo ele então tão ardiloso e calculista, acaba por nos mostrar uma pesudo-verdade, de que somos feios, fora dos padrões atuais, o qual o mundo nos força a acreditar que é o ideal para nossas vidas.
Nós também, podemos ser responsáveis pelo crescimento deste sentimento, quando colocamos nossa vidas à disposição do que preza o mundo atual. Quando nos apoiamos nas tendências superficiais do mundo, dói eventos ocorrem: 1) Nos afastamos da graça de Deus. 2) Nos afastando da Graça Divina, damos lugar em nossas vidas novamente ao inimigo. Quando seguimos os padrões do mundo, acabamos por concordar com muitos outros absurdos, como concordar que o aborto é a melhor saída para uma gravidez indesejada, que o casamento homossexual deve ser legalizado para torná-los mais “felizes”, concordamos que um adolescente deve iniciar sua vida sexual num prostíbulos, que máquinas de camisinhas devem ser instaladas em nossas escolas, para que nossas crianças tenham acesso à camisinhas como fossem refrigerantes e outras heresias que prega o mundo atual.
Enfim, quando colocamos nossa confiança nas coisas do mundo, nos apoiamos num falso alicerce, que não suporta todo o peso das exigências estéticas do mundo, porém, quando colocamos nossa confiança em Jesus Cristo, nosso Deus amado, ele se torna para nós, um alicerce inabalável, que suporta e supre nossas carências, nossas necessidades, nos enchendo com seu imenso amor.
Jesus é o caminho, a verdade e a vida; Jesus é o verdadeiro alicerce, onde podemos apoiar nossa carências e sofrimentos, pois ele nos aceita como somos, como estamos, tornando-nos homens e mulheres renovados em amor Precioso e Divino.

A Paz de Cristo,

Diogo R Pitta - diogopitta@bol.com.br

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O mistério do olhar de Jesus

Padre Roberto


Que o nosso coração arda de amor por Jesus a cada dia. Hoje, há muitos estudos, mas nos falta o amor para acreditar que comungar o Senhor é deixar a misericórdia entrar em nós e nos curar. Talvez, este amor nunca tenha sido buscado, pois, muitas vezes, buscamos apenas a inteligência e a razão. No entanto, precisamos do amor que vai além da razão.O mistério admirável da nossa fé não é para ser compreendido, pois é mistério de fé. Esses dias, o Papa [Bento XVI] falou do deboche ao sagrado, porque colocaram um sapo na cruz. Zombam do sagrado, daquilo que é fé.Jesus disse que o seu corpo e o seu sangue seriam alimentos; disse que Sua carne seria verdadeira comida e Seu sangue verdadeira bebida, mas, hoje, as pessoas têm banalizado o corpo e o sangue de Jesus. Para recebê-Lo é preciso ter uma alma sensível ao amor d'Ele.
A liturgia tem que retornar ao sentido do sagrado, principalmente na Santa Missa. Você precisa ter o desejo de comungar Jesus.
Coloque o seu olhar em Deus e Ele colocará, em seu coração, tudo que você necessita. Precisamos do olhar de Cristo; precisamos deixá-Lo ver o nosso coração.Você se lembra do "bom ladrão"? Quem o ensinou que, aquele que estava ao seu lado na cruz, era Jesus? A inteligência dos escritores da lei e dos estudiosos não foi suficiente para que eles reconhecessem Jesus. O "bom ladrão" não tinha nenhum conhecimento da Sagrada Escritura, mas, na cruz, Ele recebeu o olhar de Cristo e este olhar encheu de fé o coração dele. Filho e filha, esse olhar perpassou o coração do ladão, deu-lhe todo compreendimento e resgatou o sentido da vida dele. Eu conheço ministros de Eucaristia que fizeram curso, mas tratam o Santíssimo como uma "coisa". Você precisa deixar o Santíssimo penetrar o olhar em sua alma. Não queira compreender Deus no altar; vá ao encontro d'Ele, não com a razão, mas com a sua fé. Vá ansioso pelo olhar do Pai.O profeta Isaías diz que Jesus, na Cruz, estava como um verme; não como um homem. Os fariseus que tinham conhecimento do escrito não foram sensíveis para ver o Filho de Deus. O "bom ladrão", mesmo vendo Jesus na cruz, acreditou que ali estava o Filho de Deus. Assim como nós, que vemos o pão e vinho mais uma vez consagrado, precisamos ver Deus que se dá em alimento. O "bom ladrão", no último momento da sua vida, recebeu o olhar de Jesus e teve a vida.Tenha os seus olhos fixos em Jesus Eucarístico; não podemos desviar o nosso olhar d'Ele. Peçamos a graça de nos encontrar com o olhar Eucarístico de Jesus. Hoje, tudo leva ao menosprezo do que é sagrado, do que é santo.

Na Eucaristia, Deus se esconde no véu do sacramento.

Padre Roberto Lettieri

Fundador da Fraternidade Toca de Assis que tem como principal carisma a adoração ao Santíssimo Sacramento e o acolhimento aos mais necessitados. Prega diversos encontros e retiros por todo o Brasil.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Maria, o Ventre Santo

“Naquele tempo, perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: "Mulher, este é o teu filho". Depois disse ao discípulo: "Esta é a tua mãe". Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.” (Jo 19, 25-26)
Nesta passagem da sagrada escritura, percebemos um chamado imperativo de Jesus ao Discípulo que ele amava; “ Esta é tua Mãe...”. Entenda que, em momento algum, Jesus pergunta ao discípulo se ele aceita tomar Maria por mãe, porém como disse, é imperativo. Maria Santíssima é hoje para alguns, causa de descrença e preconceito para conosco, os Cristãos Católicos, pois muito se fala de adoração de imagens, idolatria e falsos Deuses, porém, o preconceito e a imagem errônea que se faz da nossa fé, não deixa que a atenção devida seja dada à este trecho da Sagrada Escritura, e tantos outros, onde é explícito o chamado de Deus para que amemos e acolhamos Maria.
Uma passagem clássica, é a passagem das Bodas de Caná, onde estão Maria, Jesus e seus discípulos como convidados para as festa.

“E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.
E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.” (Jo 2, 2-5)


Quando acaba o vinho, Maria percebe e Diz aos serventes; “ Fazei o que ele Voz disser.”. E é exatamente o que Maria nos diz hoje, em nossas dificuldades, nos momentos em que necessitamos de sua intercessão, ela nos diz constantemente “ Fazei o que ele Voz disser.”. Jesus, como filho exemplar e obediente, nunca se furtaria a realizar um pedido de sua mãe. Ao acolher Maria, é Jesus quem estamos acolhendo, pois Maria o gerou dentro de seu ventre, e nós, no momento em que comungamos o Corpo Santo de Cristo, nos igualamos, mesmo que momentaneamente, à Maria, pois Cristo neste momento está dentro de nós, em toda sua plenitude, em toda sua Divindade e Santidade, logo, excluir Maria deste projeto eterno que é a Nova e Eterna Aliança pelo Corpo e Sangue de Cristo, é uma falha lastimável, pois ela é o meio pelo qual, o Deus amado se fez carne, se fez como nós. Por ela, Deus quis que a salvação se iniciasse, por ela, quis Deus que seu filho Jesus fosse educado e alimentado, eram dela as lagrimas derramadas ao ver seu filho amado ser espancado e flagelado ao extremo e depois crucificado. Foi ela, que aos pés da Cruz, aceitou o discípulo amado por filho quando dito por Jesus, "Mulher, este é o teu filho. Aceitemos também, Maria, a Virgem Santa, Pura e Imaculada por nossa Mãe, e levemos para nossos lares, este Sacrário vivo, pois do mesma maneira que Cristo veio ao mundo pelo seu ventre, ele se vem as nossas vidas, pelo Ventre santo de Maria.

A Paz de Cristo


Diogo Pitta - diogopitta@bol.com.br

domingo, 14 de setembro de 2008

Frases para a vida...


Frases do Prof. Lejeune ( pesquisador francês que identificou a origem genética da chamada Síndrome de Down)



‘’Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele.”

”Penso pessoalmente que diante de um feto que corre um risco, não há outra solução senão deixá-lo correr esse risco. Porque, se se mata, transforma-se o risco de 50% em 100% e não se poderá salvar em caso nenhum. Um feto é um paciente, e a medicina é feita para curar… Toda a discussão técnica, moral ou jurídica é supérflua: é preciso simplesmente escolher entre a medicina que cura e a medicina que mata”.

“A sociedade não tem que lutar contra a doença, suprimindo o doente.” “Um único critério mede a qualidade de uma civilização: o respeito que ela prodiga aos mais fracos de seus membros. Uma sociedade que esquece isso está ameaçada de destruição. A civilização consiste, muito exatamente, em fornecer aos homens o que a natureza não lhes deu. Quando uma sociedade não admite os deserdados, ela vira as costas à civilização” .

”Logo que os 23 cromossomos paternos trazidos pelo espermatozóide e os 23 cromossomos maternos trazidos pelo óvulo se unem, toda a informação necessária e suficiente para a constituição genética do novo ser humano se encontra reunida”.

”O fato de que a criança se desenvolve em seguida durante 9 meses no seio de sua mãe, em nada modifica a sua condição humana.” ”Assim que é concebido, um homem é um homem”. ”Não quero repetir o óbvio, mas na verdade, a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos se encontram com os 23 cromossomos femininos, todos os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão presentes. A fecundação é o marco da vida”.

”…Se logo no início, justamente depois da concepção, dias antes da implantação, retirássemos uma só célula do pequeno ser individual, ainda com aspecto de amora, poderíamos cultivá- la e examinar os seus cromossomos. E se um estudante, olhando-a ao microscópio não pudesse reconhecer o número, a forma e o padrão das bandas desses cromossomos, e não pudesse dizer, sem vacilações, se procede de um chimpanzé ou de um ser humano, seria reprovado. Aceitar o fato de que, depois da fertilização, um novo ser humano começou a existir não é uma questão de gosto ou de opinião”.

“A natureza humana do ser humano, desde a sua concepção até à sua velhice não é uma disputa metafísica. É uma simples evidência experimental.” “No princípio do ser há uma mensagem, essa mensagem contém a vida e essa mensagem é uma vida humana”.


Professor Felipe Aquino


Bíblia: livro da revelação de Deus

Jesus é a plenitude da revelação e é em torno dele que se desenvolvem todos os temas da Bíblia. Ele é o Messias prometido, Rei vitorioso, Sabedoria eterna que vem a este mundo para salvar a humanidade através de um sacrifício. Deus e homem verdadeiro sua figura é delineada de modo especial através dos Profetas. Fatos e figuras anunciam aspectos de sua atividade salvífica. Percebe-se então uma espinha dorsal no Livro Santo, ou seja, determinadas mensagens que constituem o que é principal na revelação divina tudo girando em torno do Verbo Encarnado.

Em primeiro lugar o pecado do homem e a promessa de um Redentor. O velho Adão será salvo pelo novo Adão (Rom 5,14), pois, no dizer paulino: Onde o pecado avultou a graça sobejou (Rom 5, 20). É de se notar além disto que esta salvação se processa numa situação de recolhimento interior. Como se lê na passagem de Elias no Horeb. Deus não estava no grande e impetuoso furacão, nem no terremoto, nem no fogo, mas no murmúrio de uma brisa suave (I Reis 19 12).

Esta só pode ser percebida no silêncio. O profeta Oséias descreve a atitude divina que seduz e conduz ao deserto para falar ao coração (Os 2, 16). É que no contato íntimo com o Ser Supremo longe do bulício do mundo sé se percebe o essencial. O barulho dispersa, espalha. O silêncio recolhe, recupera. As grandes verdades só são comunicadas através do recolhimento que gera paz, tranqüilidade, imperturbabilidade.

João Batista (Lc 1,80; 3,2) e Jesus (Mt 4,1-11) amavam a solidão. Adite-se o tema da morada de Deus junto dos homens e dentro de cada um. No Antigo Testamento o Templo de Salomão é descrito com pormenores. Retumbante foi a frase de São João: O Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Jesus acrescenta dois aspectos: Se alguém me ama, meu Pai o amará, viremos a ele e nele faremos nossa morada (Jo 14,23) e na casa de meu Pai há muitas moradas (Jo 14,2). Há, pois, uma íntima união do homem com a divindade bem simbolizada no mistério de uma habitação comum.

O Criador, porém, é um Deus que cuida de sua criatura. É o Pastor zeloso bem descrito no célebre salmo 23 (22) e com o qual Cristo se identifica com pormenores consoladores (Jo 10,1 ss). Ele não quer nenhuma turbulência a envolver suas ovelhas e lhes garante total segurança. Adite-se que o Senhor Altíssimo oferece alimento aos seres racionais como o maná no deserto (Ex 16,13-31), como a multiplicação dos pães operada por Jesus que se fez, ele mesmo, o pão vivo descido do céu, penhor da vida eterna (Jo 6,32 ss).

Quer no Vetero Testamento, quer no Novo, o símbolo expressivo da videira aparece com um significado profundo. Ela é plantada cuidadosamente por Deus, ela é amada por Javé e Jesus com ela se identifica, dizendo em seguida que seus seguidores são os ramos. União vital honrosíssima para o homem. (Jo 15,1). São dezoito passagens bíblicas que enchem de conforto o leitor por meio de uma comparação realmente expressiva com esta planta.

Todas estas facetas da revelação têm como denominador comum a Aliança estabelecida por Deus com o homem que se tornou parceiro da divindade na obra de sua própria salvação. Dentro destas perspectivas, ler a Bíblia, rezar com a Bíblia fica muito mais fácil por se ater exatamente a mensagens fundamentais da Escritura que então, sim, se torna para o crente útil para tudo.


Seu Irmão: Eduardo Rocha Quintella

Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ Minas Gerais



diogopitta@bol.com.br

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Silêncio Interior

Conta-se que certa vez, um monge noviço veio interrogar o Abade ( monge maior ), sobre o que deveria fazer para tornar-se santo:
-Abade, como devo proceder para tornar-me santo? Respondeu-lhe o mestre: " Vai às catacumbas e insulta os mortos !
Assim foi feito pelo noviço, e ao retornar o Abade indagou: " Fizeste o que te disse?"
- Sim! Eles ( os mortos ) nada me disseram...
- Então retorne às catacumbas e os elogie e os exalte... disse o Abade;
O noviço retornou às catacumbas e os exaltou, e novamente, nada ocorreu...
Então, ele retornou ao Abade, indignado por não ter tido respostas e indagou;
- " Mestre, os mortos não me respondem, nem quando eu os insulto, tampouco quando eu os elogio, não vejo como isto pode me tornar mais santo..."
Pacientemente, o Abade respondeu: " Se queres ser santo, seja como os mortos, tanto em meio à elogios e louvores dirigidos a ti, quanto à ofensas, injustiças e calúnias, recolhe-te imediatamente ao teu silêncio interior e entrega isto à Deus, que ele saberá o que fazer...”

A Paz de Cristo


Diogo Pitta - diogopitta@bol.com.br

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Como evangelizar os meus filhos?

Antes de dizer a seu filho "Jesus te ama", diga-lhe: "eu te amo".

A Igreja ensina que os primeiros catequistas são os pais. É no colo deles que toda criança deve aprender conhecer a Deus, aprender a rezar e dar os primeiros passos na fé; conhecer os Mandamentos e os Sacramentos.
Os pais são educadores naturais, e os filhos assimilam seus ensinamentos sem restrições. Será difícil levar alguém para Deus, se isto não for feito, em primeiro lugar, pelos pais. É com o pai e a mãe que a criança tem que ouvir em primeiro lugar o nome de Jesus Cristo, sua vida, seus milagres, seu amor por nós, sua divindade, sua doutrina… Eles são os responsáveis a dar-lhes o Batismo, a Primeira Comunhão, a Crisma e a catequese.
Quando fala aos pais sobre a educação dos filhos, São Paulo recomenda: “Pais, não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e na doutrina do Senhor” (Ef 6, 4). Aqui está uma orientação muito segura para os pais. Sem a “doutrina do Senhor”, não será possível educar. Dom Bosco, grande “pai e mestre da juventude”, ensinava que não é possível educar sem a religião. Seu método seguro de educar estava na trilogia: amor - estudo - religião.
Nunca esqueci o Terço que aprendi a rezar aos cinco anos de idade, no colo de minha mãe. Pobre filho que não tiver uma mãe que lhe ensine a rezar! Passei a vida toda estudando, cheguei ao doutorado e pós – doutorado em Física, e nunca consegui esquecer a fé que herdei de meus pais; é a melhor herança que deles recebi. Não é verdade que a ciência e a fé são antagônicas; essa luta só existe no coração do cientista que não foi educado na fé, desde o berço.
Os pais não devem apenas mandar os seus filhos à igreja, mas, devem levá-los. É vendo o pai e a mãe se ajoelharem, que um filho se torna religioso, mais do que ouvindo muitos sermões. A melhor maneira de educar, também na fé, é pelo exemplo. Se os pais rezam, os filhos aprender a rezar; se os pais vivem conforme a lei de Deus, o filhos também vão viver assim, e isto se desdobra em outros exemplos. Os pais precisam rezar com os filhos desde pequenos, cultivar em casa um lar católico, com imagens de santos em um oratório, o crucifixo nas paredes, etc.; tudo isso vai educando os filhos na fé. Alguém disse um dia, que “quando Deus tem seu altar no coração da mãe, a casa toda se transforma em um templo.”
Não apenas leve seu filho à Igreja, mas ensine-o a rezar; leve-o ao grupo de oração, aos Encontros da fé, leia com ele a Biblia e lhe explique, etc. Tudo isso vai moldando a sua fé.
Um aspecto importante da educação religiosa de nossos filhos está ligado com a escola. Infelizmente hoje se ensina muita coisa errada em termos de moral nas escolas; então, os pais precisam saber e fiscalizar o que seus filhos aprendem ali. Infelizmente hoje o Governo está colocando até máquinas para distribuir “camisinhas” nas escolas. Os filhos precisam em casa receber uma orientação muito séria sobre a péssima “educação sexual” que hoje é dada em muitas escolas, afim de que não aprendam uma moral anti-cristã. Outro cuidado que os pais precisam ter é com a televisão; saber selecionar os programas que os filhos podem ver, sem violência, sem sexo, sem massificação de consumo, etc. Hoje temos boas tvs religiosas. A televisão tem o seu lado bom e o seu lado mau. Cabe a nós saber usá-la. Uma criança pode ficar até cerca de 700 horas por ano na frente de um televisor ligado. Mais uma vez aqui, é a família que será a única guardiã da liberdade e da boa formação da criança. Os pais precisam saber criar programas alternativos para tirar as crianças da frente da TV; brinquedos, jogos, estórias, etc. Da mesma forma a internet; os pais não podem descuidar dela.
Mas, para levar os filhos para Deus é preciso também saber conquista-los. O que quer dizer isso? Dar a eles tudo o que querem, a roupa da moda, a camisa de marca, o tênis caro…? Não, você conquista o seu filho com aquilo que você é para o seu filho, não com aquilo que você dá a ele. Você o conquista dando-se a ele; dando o seu tempo, o seu carinho, a sua atenção, ajudando-o sempre que ele precisa de você. Saint Exupéry disse no Pequino Príncipe: “Foi o tempo que você gastou com sua rosa que fez ela ser tão importante para você”.
Diante de um mundo tão adverso, que quer arrancar os filhos de nossas mãos, temos de conquistá-los por aquilo que “somos” para eles. É preciso que o filho tenha orgulho de seus pais. Assim será fácil você o levar para Deus. Muitos filhos não seguem os pais até a Igreja porque não foram conquistados pelos pais.
Conquistar o filho é respeitá-lo; é não o ofender com palavras pesadas e humilhantes quando você o corrige; é ser amigo dos seus amigos; é saber acolhe-los em sua casa; é fazer programas com ele, é ser amigo dele.

Enfim, antes de dizer a seu filho “Jesus te ama”, diga-lhe: “eu te amo".

Felipe Aquinofelipeaquino@cancaonova.com

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Comunicação pobre, relacionamento vazio...


Situações mal resolvidas apenas tornam nosso convívio frio

Encontrar a pessoa certa - que corresponda exatamente a tudo aquilo que gostamos ou não de fazer e que entenda perfeitamente nossos sentimentos diante de uma situação contrária - pode parecer ideal, mas pouco provável.
Cada indivíduo tem uma resposta diferente para determinada situação. Conhecer nossos limites e controlar as fraquezas de nossos temperamentos pode ser a “pitada” certa para dar equilíbrio aos nossos relacionamentos.
Muitas vezes, dentro do convívio do casal, vai acontecer algo que nos tire do sério. Nessas horas, as circunstâncias podem nos levar a atitudes tempestivas, as quais trarão à tona um comportamento pouco conhecido pelo nosso cônjuge. Por isso, saber que ninguém é um “super-homem” em virtudes ou uma “mulher maravilha” em compreensão nos permite conhecer as “misérias” do outro; e isso faz parte dos desafios de uma vida a dois.
Na partilha das realidades da vida conjugal percebemos as particularidades de temperamentos do cônjuge. Freqüentemente, ouvimos alguém dizer que, por medo das reações do outro diante de certa circunstância, preferiu se calar em vez de expor suas idéias e reivindicações em prol da harmonia desejada.
Há pessoas que lidam mais facilmente com os desafios; outras são mais racionais ou têm facilidade para assumir a liderança das coisas, e assim por diante. Entretanto, ninguém é puramente virtude, pois também trazemos conosco nossos defeitos. Entendendo que um relacionamento acontece numa “via de mão dupla”, precisamos estar atentos para não exigir do outro somente atitudes de perfeição, quando reconhecemos em nós mesmos defeitos, os quais podem ser corrigidos com a disposição em sermos melhores por causa do outro.
Nosso cônjuge é a pessoa mais indicada para apontar aquilo em que precisamos nos empenhar a fim de melhorar nosso temperamento; o que, conseqüentemente, acaba refletindo no convívio a dois.
Não é nada agradável ouvir que cometemos um engano nisso ou naquilo, especialmente de quem amamos; afinal, nosso próprio conceito é de ser alguém irrepreensível. No entanto, um bom relacionamento traz sinais de sucesso quando o casal se dispõe a viver a honestidade, sobretudo, de maneira respeitosa na franqueza dos diálogos. As atitudes defensivas ou a recusa de conversar sobre aquilo que o outro julga importante dizer em nada ajudará no crescimento dos laços entre os casais. Num convívio em que a comunicação entre as pessoas é pobre, os vínculos facilmente se enfraquecem e favorecem a desconfiança e a falta de respeito; atropelando, quase sempre, o direito e a integridade do outro.
Situações mal resolvidas apenas tornam nosso convívio frio. Antes mesmo que escoem pelos ralos os anos de amizade e comprometimento, a melhor atitude é falar sobre aquilo que parece não estar indo bem, a fim de encontrar uma saída, juntos, para uma situação que está tirando a paz no convívio.
Quando podemos contar com o interesse e a disposição do outro para nos ajudar a equacionar os impasses, a solução não parece ser tão impossível quanto parecia ser num primeiro instante.
Assim, juntos e com a boa vontade de quem quer nutrir o amor, conseguiremos nos moldar às necessidades do outro para o comum do novo estado de vida, para o qual somos impelidos a viver.
Um abraço,

José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.comMissionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O semeador do reino ( Mt 13, 1-23 )


Freqüentemente, no nosso dia a dia nós preocupamos tanto com nossos afazeres nos esquecendo de valorar nossas tarefas. Neste sentido, passamos a buscar as coisas que nos encantam e nos apaixonam. Esquecemos que a vida e fé são ingredientes essenciais que vão muito além daquilo que buscamos objetivamente: liberdade e autonomia.
A parábola do semeador aguça nossos sentidos, nos inserindo neste dinamismo de fé e vida. Ela vem bater de frente com a dialética existencial nossa entre fé e vida tão presente na pós-modernidade.
Em virtude disso, precisamos apreender o verdadeiro sentido do semear vida e fé de forma linear, partindo de seres incompletos a caminho da completude. Semear vida e fé se faz necessário através dos nossos sentidos, para reavivar o gosto, o sabor e se degustar melhor nossa fé e vida harmoniosamente.
Partindo da parábola, percebemos no primeiro momento e durante a semeadura que o semeador deixou algumas sementes cair à beira do caminho. Vieram os pássaros e comeram, não atingindo seu objetivo que era plantar para colher frutos.
Esta semeadura nos remete a internalizar a nossa vida de fé enquanto, aqui, como seres crentes e viventes, que a semeadura é muito superficial, pois não percebemos através dos nossos sentidos onde estamos semeando e nem atingimos a semeadura. Ficamos na superficialidade da vida de fé. Semearmos sem semear. Não percebemos o que estamos fazendo. A vida e fé se separam. Não existe interação.
No segundo momento, o semeador deixou cair as sementes em terreno pedregosos com pouca terra. Esta semeadura nos remete a dar poucos frutos, pois a pedras predominam sobre a terra semeada, e logo vem o sol e as matam porque as raízes não são profundas, levando-as a morrer. Percebemos que esta semeadura mostra a pouca maturidade e consistência do ato de semear, discernindo melhor nosso ser religioso com nossas atitudes mais concretas. Conseguiremos distinguir melhor e alcançar a profundidade da palavra de fé e vida na nossa peregrinação como seres religiosos.
No terceiro momento, o semeador deixou as sementes caírem entre espinhos. Os espinhos cresceram sufocando as sementes. Este agir do semeador nos mostra claramente a nossa imaturidade da fé para crescemos, mesmo no meio dos espinhos mundanos. A nossa vida não aparece e fica só espinhosa, mostrando mais espinhos do que semente em nosso agir religioso. Os espinhos são o grande contraste da criação, pois através dos espinhos da vida percebemos mais claramente a bondade de Deus, que nos retoma, sustenta numa verdadeira apoteose de amor eterno.
No ultimo momento, o semeador atingiu a terra propriamente dita. Elas deram frutos em números diferenciados. Meditando sobre os frutos desta semeadura percebemos a capacidade que cada um de nós temos de semear a nossa vida de fé, propiciando que o mundo vislumbre, enxergue, ouça, perceba e deguste com mais alegria exercitando os sentidos.
Percebendo a nossa esperança e vontade de semear e observando o sentido da nossa semeação, levamos ao mundo mais avidez de semear o amor do reino que contagia e liberta as suas criaturas.
Um chamado à humildade e à misericórdia se desprende, portanto, do seio da parábola do semeador. Há um só campo do qual é lícito e necessário semear imediatamente: é o próprio coração.


Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ Minas Gerais

sexta-feira, 11 de julho de 2008

JESUS E O REINO DE DEUS



Jesus pregava o reino de Deus. Muitos exegetas concluem que esse era o verdadeiro núcleo da mensagem de Jesus à palestina do século I. Em certo nível, talvez seja impossível estabelecer com precisão tudo o que Jesus quis designar com a expressão reino de Deus.
Em outro nível, entretanto, tal designativo pode ser facilmente compreendido por todos: Sabemos perfeitamente bem o que ele quis dizer em termos gerais: O poder soberano de Deus. Na oração ensinada por Jesus, os cristãos suplicam regularmente que seja feita a tua vontade [Deus], assim na terra como no céu (Mt 6, 10). Esse é o reino de Deus.
A expressão reino de Deus é um símbolo religioso que remete a uma esfera transcendental. Na medida em que alude ao reino de Deus, é realidade engendrada por um poder transcendente que não tem como ser circunscrito pela imaginação humana, nem definido em termos conceituais ou factuais precisos.
O reino de Deus é escatológico; em última instância, abarca o futuro, o fim dos tempos, o arremate e a realização da história. Trata-se de um reino utópico, e pensar que seu advento ocorrerá em determinado tempo e lugar é equivocar-se a respeito do símbolo.
Até onde sabemos, Jesus nunca definiu exatamente como o reino de Deus se manifestaria; não disse de que maneira seria instaurado. Contudo, o reino de Deus faz sentido contra o pano de fundo das profundas negatividades da vida humana; apela ao desejo e à esperança humanos em favor do que deve e pode ser, em virtude do poder de Deus, em face da impotência humana.
Em função de sua transcendência última, o reino será concebido de inúmeras formas diferentes. Em Jesus, contudo, o reino de Deus não está apartado nem desvinculado deste mundo. Em seu ensinamento, o reino é iminente, está em via de instaurar-se no mundo; Jesus é seu precursor, em certos aspectos, é seu agente, e o reino de Deus vem à luz em seu magistério e em sua ação.
Diversas dimensões do reinado de Deus podem ser experienciadas como concentradas em Jesus: o reino de Deus do futuro está ligado à sua pessoa e à sua ação; a práxis de Jesus torna o reinado de Deus presente, e defende-se que isso é uma causa e uma missão que atrai discípulos.
Ao fazer do reino de Deus o núcleo de sua pregação, Jesus foi teocêntrico. Não proclama a si mesmo; sua pessoa e sua obra não aparecem como o foco do seu próprio ensinamento. Pelo contrário, Jesus falava a respeito de Deus, a quem se referia como Pai. Deus, a vontade de Deus, os valores de Deus, as prioridades de Deus dominavam tudo quanto se lembrava haver Jesus dito e feito.
Quando afirma que Jesus foi obediente ou recebeu uma missão do Pai, o novo testamento reflete a centralidade do reino de Deus na vida de Jesus como causa. O consistente retrato de Jesus é de alguém absolutamente comprometido e fiel à missão de concretizar e objetivar a vontade e os valores de Deus na história.
O fato de o reino de Deus ter sido tão central para a vida e o ensinamento de Jesus torna-o normativo para o teólogo cristão: as cristologias que o negligenciam são inadequadas, e, positivamente, os cristãos devem descobrir algum significado para o reino de Deus em sua concepção teológica do mundo.

Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ Minas Gerais

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tenho medo do casamento

Um sacramento que une sentimentos

Haverá momentos em que precisaremos assumir um compromisso mais sério com alguém, e o nosso dilema será saber se estamos fazendo a melhor escolha. Certamente, essa hesitação seria menor se fosse possível adivinhar as conseqüências de nossas opções; o que é praticamente impossível. Fica a nosso critério apenas tentar descobrir os procedimentos para melhor alcançar nossos propósitos.
Os bons resultados de um trabalho são alcançados por meio de boas ferramentas e de um plano de ação. Para alguém que deseja roçar um campo, mesmo possuindo os equipamentos necessários, ainda assim, poderá ser surpreendido com chuvas ou outras interferências, as quais não dependem de sua vontade. Da mesma maneira, na vida conjugal, por melhor que sejam os nossos projetos, precisamos estar cientes de que também estaremos sujeitos a certas situações que não foram previstas, mas que poderão ser solucionadas com o empenho de ambos.
Para quem vive o namoro há algum tempo, por vários momentos já deve ter conversado sobre o futuro do relacionamento. É no amadurecimento e no tempo de convívio que os casais obterão subsídios suficientes para acolher a proposta de uma vida matrimonial. Assumir a vida conjugal será sempre uma tarefa desafiadora, pois independentemente do estado social ou financeiro, este compromisso une as pessoas num único sentimento. É pensando nisso que, talvez, a maioria das pessoas hesite diante de uma proposta de firmarem para sempre seu relacionamento.
O medo de enfrentar o “desconhecido”, as histórias de crises conjugais e o peso das responsabilidades somados às estatísticas, que apontam o crescimento de casais divorciados, podem realmente intimidar os nubentes. Isso não significa que as causas que justificaram os insucessos do casamento de outras pessoas estarão também condenando à falência o propósito do casal de enamorados.
O amor exige, de todos, disposição e coragem para romper com suas próprias limitações. Acreditar que o casal está isento de imperfeições ou que por toda a vida conjugal viverá, a cada segundo, em perfeita harmonia sem empreender esforço algum, pode ser um grande engano. Sabemos que, ao longo do convívio, nem sempre os elaborados planos vão dar certo; mas a decisão comum do casal em viver seus propósitos, a fim de alcançar seus objetivos, os fará assumir uma nova atitude diante de cada novo problema.
Decidir-se pelo casamento, entendendo que o relacionamento pode ser diferente, é o que diferenciará nossas opções e nos dará forças para lutar pela felicidade conjugal ao lado da pessoa que escolhemos para partilhar nossa vida.

Um abraço, sem medo de ser feliz.

José Eduardo Moura

Não quero ser 'santo'!

Os santos da modernidade estão para nascer; depende de nós

Não quero ser um “santo” de rosto triste ou “santo” que se coloca como um “extraterrestre”, ou “santo” que deixou de ser gente. Santidade muitas vezes era compreendida como algo longe. E, muitas vezes, pensamos que nosso jeito de viver não nos levará à santidade, porque estamos ancorados nos santos antigos, assim, tentamos moldar uma santidade segundo nossos esquemas e não segundo a ação do Espírito Santo.
Santificar-se é você descobrir que o projeto de santidade ocorre com a ajuda do Espírito Santo, que move as diferentes pessoas nos diferentes tempos e faz uma obra maravilhosa.
Os santos de calça jeans – os santos da modernidade – estão para nascer. Isso depende de nós, depende do nosso coração, precisamos ser santos com computador, com bateria, santos atuais, santos que saibam conversar com todos e sobre tudo. Jesus não perdia oportunidade nenhuma… Conversava com pecadores, fariseus, samaritanos, leprosos…
A santidade é feita de momentos, é feita do agora, de oportunidades. O Espírito Santo plasma em nós, a todo momento, uma atitude santa. Uma atitude beata (“beato”= feliz). Não negligencie a felicidade que Deus lhe concede, e felicidade é santidade; não estou falando desta felicidade passageira.
A nossa visão está projetada para fora, muitas vezes, para o outro e para o que ele pensa de nós, e não lembramos o que Deus pensa de nós.
O que você vive hoje é santidade? São Paulo fala a Timóteo para que este tenha cuidado com o jeito dele de viver, de agir, de sentir. Digo a você: Vigie-se a si mesmo! Cuide-se! Quantas vezes, você não é feliz por causa do outro? E quantas vezes somos empecilhos para a felicidade do outro porque faltou vigilância. Precisamos nos cuidar para não nos tornarmos pessoas insuportáveis.
Uma das coisas mais bonitas é a gentileza; às vezes, um sorriso; outras vezes, oferecer algo a uma pessoa; são atos de santidade. Santidade é feita de sorriso, de estender a mão. Santidade é atitude de quem sabe que recebeu mais que merecia e só tem como retribuir dando-se.
Quero ser santo, sem aspas “”! Quero ser santo de jeans, indo à lanchonete ou partilhando meu sagrado…
E você?
“Tamu junto”

Adriano Gonçalves

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O culto aos santos

Os santos não são ídolos, nem são adorados

Muitos católicos não têm uma noção correta do que seja a devoção aos Santos da Igreja. Por isso, alguns pensam que são atribuídos rótulos aos Santos, como se fossem mercadorias de consumo espiritual. Mas, não é assim. Os santos são pessoas humanas que viveram neste mundo como verdadeiros modelos de cristãos, seguindo o Evangelho de Cristo e colocando-o em prática em suas vidas. Viveram conforme a vontade de Deus; por essa razão, conquistaram o céu.
A Igreja, assistida pelo Espírito Santo, depois de um rigoroso processo de beatificação e canonização – nos quais são exigidos no mínimo dois milagres, confirmados pela medicina – declara, por intermédio do Papa, que eles estão no céu gozando da comunhão com vida e da visão beatífica do Senhor.
Muitas vezes, os católicos são acusados de idolatria e de prestarem um culto indevido aos Santos, aos Anjos e à Virgem Maria, bem como às suas imagens e relíquias. A intercessão dos Santos e sua mediação por nós em nada substituem a ação única e essencial de Jesus; mas sim, a valorizam ainda mais, pois dependem dela para ter eficácia.
Uma das orações Eucarísticas da Santa Missa diz que “os Santos intercedem no Céu por nós diante de Deus, sem cessar”. Que maravilha! Essa intercessão leva-nos mais a fundo no plano de Deus, porque promove a glória de Deus e o louvor de Jesus Cristo, uma vez que os Santos são “obras-primas” de Cristo, os quais nos levam, por suas preces e seus exemplos, a reconhecer melhor a grandeza da nossa Redenção.
O culto aos Santos tem ao menos três sentidos profundos:
1 – Dar glória a Deus, de quem os Santos são obras-primas de sua graça; pois são Santos pela graça de Deus;
2 – Suplicar-lhes a intercessão por nós e pela Igreja;
3– Mostrar que os Santos são modelos de vida a serem imitados, uma vez que amaram e serviram a Deus perfeitamente.
Deus nunca proibiu ao povo fazer imagens dos Santos, mas proibiu fazer “imagens de ídolos”. E isso a Igreja nunca fez. Os Santos não são ídolos, nem são adorados, mas sim, venerados, o que é completamente diferente. As imagens são um meio e não um fim em si. Aristóteles, sábio filósofo grego, já dizia: “Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”. É que o homem em sua vida sensitiva depende das coisas que o cercam. A visão de uma imagem desperta na alma pensamentos salutares, o anseio de imitar o Santo de sua devoção, a se sacrificar por Jesus crucificado.
A tradição antiqüíssima da Igreja confirma a grandeza dos Santos.
São Jerônimo (340-420), doutor da Igreja, afirmou:
“Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?” (Adv. Vigil. 6).
Santo Hilário de Poitiers (310-367), bispo e doutor da Igreja, garantia que:
“Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará nem a guarda dos anjos nem a proteção dos Santos”.
São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo de Jerusalém e doutor da Igreja, afirmava que:
“Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: Patriarcas, Profetas, Apóstolos e Mártires; para que Deus, por sua intercessão e orações, se digne receber as nossas”.
A Igreja, com a autoridade que recebeu de Jesus, declara Santos protetores das profissões, das cidades, dos países, contra as enfermidades, etc.; e isso não é superstição nem se trata de rótulos vazios, mas de verdadeiros intercessores diante de Deus pelos homens.
Ter devoção aos Santos é confiar nesta intercessão diante de Deus, suplicando-Lhe a misericórdia para nós, pobres pecadores. Santa Teresa d’Ávila recorria diariamente a seus Santos protetores: São José, Santo Agostinho, entre outros. Todos os Santos, enquanto viveram na terra, também suplicaram essa intercessão do céu. O que não podemos é prestar um culto idolátrico ou supersticioso a eles, fazendo do seu culto algo meio mágico para obter as graças. A devoção aos Santos exige um esforço do cristão de viver uma vida de santidade, conforme a vontade de Deus, segundo o Evangelho e o ensinamento da Igreja. Aí sim, tem sentido a devoção necessária a eles. Essa devoção é um caminho de graça para Deus, e não um fim em si mesmo. Podemos e devemos venerar as imagens e beijá-las com respeito, mas sem exagero e ritualismo mágico.


Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

terça-feira, 1 de julho de 2008

Por que sofremos?

E como enfrentar as situações de dor e sofrimento?


Esta é uma pergunta que atormenta a nossa humanidade. Para Victor Frankl, médico e psiquiatra austríaco, fundador da escola da Logoterapia, o sentido da vida humana pode ser encontrado mediante a realização de alguma coisa, mediante um acolhimento à beleza da natureza ou das artes, por meio das quais a pessoa se realiza e se sente plena. Podemos citar o exemplo de pessoas que enfrentam escaladas a altas montanhas e ao atingir o cume, saboreiam uma sensação de plenitude. E por último, mediante ao enfrentamento de limitações da vida, as quais abrem um incalculável leque possibilidade diante de situações limites, como as doenças.
A questão é que temos a tendência de exagerar o lado positivo ou negativo da vida, pois exageramos o tom do prazer ou do desprazer em nossas vivências. Dependendo do grau de importância que atribuímos a esses aspectos (positivos ou negativos), caímos na reclamação, na murmuração da vida e, muitas vezes, nos tornamos amargos.
O sofrimento, assim como o prazer e a alegria, faz parte da vida. Não podemos fugir das situações de sofrimento, e muito menos impedir que as pessoas que amamos sofram. Portanto, precisamos aprender a aproveitar as situações que nos fazem sofrer da forma mais positiva possível.
Anselm Grun fala no seu livro “O céu começa em você” o seguinte: “Onde está o maior dos meus problemas, ali está também a maior de todas as chances, ali está também meu tesouro. É ali que eu entro em contato com minha verdadeira essência. E é ali que alguma coisa poderá ganhar vida e desabrochar”.
Enfrentar ou suportar a dor e o sofrimento é atitude que nos é custosa; não é fácil, requer garra, escolha e perseverança. Enfrentá-los não faz com que saiamos das situações ilesos, sem marcas, mas podemos sair renovados, com um novo sentido para a nossa vida.
Mas como enfrentar as situações de dor e sofrimento? Aí seguem algumas dicas que podem nos ajudar nesses momentos: em primeiro lugar, precisamos encarar essas situações como parte do ciclo da vida e como ciclo, manter a certeza de que elas irão passar. É importante atribuirmos sentido ao sofrimento que enfrentamos para que ele não passe em vão, e assim não caiamos no perigo de perder a oportunidade de crescer como pessoas.
A segunda dica é buscarmos manter um olhar positivo e a confiança de que vamos superar essa adversidade, mudando o que é possível mudar, aceitando aquilo que não pode ser mudado, mas em tudo e sempre mantendo o olhar de esperança.
A terceira dica é fundamental: precisamos manter a nossa fé firme em Deus, buscando no Senhor forças e inspiração, buscando n’Ele a graça de visualizarmos novas possibilidades diante da situação que enfrentamos. Ao pedirmos essa graça para Deus, precisamos dar outro passo.
A quarta dica é: precisamos nos manter abertos para mudanças, seja de rotina de nossas vidas ou qualquer outra mudança que a situação irá exigir. Por fim, a quinta dica é: não podemos deixar de buscar o apoio das pessoas com as quais convivemos e amamos, familiares, amigos, as pessoas do grupo de oração ou da paróquia da qual participamos, pois esse apoio é fonte de força e perseverança.
Precisamos guardar em nossa mente e em nosso coração que as situações de sofrimento fazem parte da vida, e nelas estão escondidas inúmeras possibilidades, por meio das quais podemos crescer como pessoa, pois como diz Goethe: “Não há nenhuma situação que se não possa enobrecer, o que quer que seja realizando ou suportando”.

Manuela Melo

psicologia@cancaonova.comMissionária da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia, com especialização em Logoterapia e MBA em Gestão de Recursos Humanos

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O Caminho Certo...

Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado. (Rom 6, 6)

Muito se discute, nos dias atuais, sobre o que é o pecado, e como ele se manifesta em nossas vidas: se é mortal ou não, se há perdão ou não. Deixando um pouco de lado a questão de pecados veniais ou mortais, é preciso analisar a origem do pecado e de que maneira ele entra em nossas vidas. A Palavra de Deus diz que o inimigo (diabo) veio para roubar, matar e destruir, diz que é o pai da mentira, e isto, como não poderia deixar de ser, é inteiramente verdade: Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.(Jo 8, 44). Nós, porém, devemos ter cautela, para não atribuir ao inimigo uma culpa que muitas vezes parte de dentro de nós, e com isso, mistificando nossas falhas, acabamos por esconder-nos atrás da maldade do inimigo, e com isso fazendo crescer ainda mais os nossos defeitos.
Hoje em dia, o mundo cultua o pecado. Há uma medonha cultura do pecado, que mesmo que nós não queiramos participar, ela bate à nossa porta a fim de nos assolar, e isto principalmente com os mais jovens, os menos experimentados no amor de Cristo, os que não crêem em Deus, e assim por diante.
No que diz respeito à juventude, o pecado se inicia em sua grande maioria por uma procura desesperada por felicidade, por alegria e principalmente por amor. Tentam em vão, buscar este amor e alegria em noitadas, no álcool, em orgias e nas drogas. Estes meios trazem sim alguma euforia, mas esta euforia é como fumaça: algo que não dura, é um sentimento que permanece por algumas horas, e quando esta euforia acaba, dá lugar à depressão, vazio, tristeza e solidão. Quando a fuga é para as drogas, é claro que há o fator da dependência química, mas o verdadeiro pecado é não reconhecer que precisa ser tratado deste vício . Após o efeito do entorpecente, a pessoa é acometida por um imenso quadro depressivo, isto por efeitos fisiológicos e psicológicos. Fisiológicos, pois no momento em que se ingere algum entorpecente, a maioria deles altera o funcionamento do Sistema Nervoso Central, aumentando suas atividades neurais, tornando o indivíduo mais atento, eufórico e disposto, isto ocorre enquanto há o efeito das drogas; e os efeitos psicológicos, pois após o efeito da droga, se inicia o quadro depressivo, já que naquele momento, o indivíduo se dá conta do que ocorreu, que toda aquela euforia, todo aquele aparente amor que os “amigos” sentiam por ele, era ilusão. Logo, encontrar o amor, o respeito e compreensão nas drogas, ou em qualquer outro vício é impossível.
Procurar a felicidade é algo que exige cautela na escolha dos caminhos, pois no mundo de hoje são fartos os caminhos que conduzem à perdição. O mundo de hoje prega, de maneira veemente, que se uma pessoa com tendências homossexuais, que acha que sua felicidade está em realizar uma cirurgia de troca de sexo, ela deve seguir seus instintos e realizar a tal cirurgia. Atualmente a busca pela tal “felicidade” não tem limites, não tem precedentes, não tem critério e nem freio, e com isso o plano de Deus acaba por ser esquecido ou ignorado. E é neste momento, que o pecado entra em nossas vidas.
No momento em que pecamos, NÓS nos afastamos da graça e do amor de Deus, que é abundante de Graça e Amor, mas no momento em que nos afastamos de Seu Amor e Sua Graça, o pecado prevalece em nossa vida, dando lugar apenas a destruição, mentira e infelicidade. Entendamos que, no momento em que OPTAMOS por procurar nossa felicidade em algo em que Deus e seu Filho não estão, buscamos a felicidade nos braços do inimigo. Neste momento, a opção por procurar a felicidade nos braços errados é uma decisão nossa, é uma opção livre, e por isso devemos ter cautela em atribuir “tudo” ao inimigo, isentando-nos à nós mesmos de nossas culpas. No momento em que nos lançamos nos braços do inimigo, aí a ação maligna se faz presente, e termina de destruir os muros da alma.
Portanto, pecar ou não pecar é uma opção, e optar pelo caminho certo faz toda a diferença. Geralmente todo caminho que é mais fácil, rápido e sem incômodos é nocivo à nossa alma, degrada nossos sentimentos. O caminho para a felicidade e o amor, é Cristo. O próprio Cristo, foi açoitado, padeceu na cruz, para que tivéssemos felicidade em nossas vidas, para que fossemos absolvidos de nossos pecados, mas o que se vê hoje é o Cristo sendo novamente crucificado. Ele é novamente crucificado a cada vez que buscamos felicidade nos braços do inimigo, cada vez em que recorremos a outros meios para buscar a felicidade que não Nele. Diz o Cristo; Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mt 9, 13), logo, apenas nele, conseguiremos a cura para nossos males, porém, o momento em que ocorrerá a cura para nossas mazelas, cabe à Cristo a decisão de qual momento é o mais adequado para que ocorra, portanto, não devemos nos decepcionar caso nossa cura demore mais do que esperávamos, pois é como se fosse um tratamento médico, onde pode ocorrer uma cura instantânea, ou podemos permanecer numa “UTI”, até que nos seja dada uma “ALTA”. Devemos portanto ter paciência e confiança em Cristo.

Busquemos a felicidade, a acolhida e o Amor, na única Fonte inesgotável e indissolúvel, que são o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, pois diz a Sagrada Escritura; “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (Jo 6;56) Busquemos sempre estar diante da sua presença, como filhos que buscam a proteção nos braços do Pai, pois somente assim, alcançaremos uma felicidade; não momentânea, mas eterna.Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15, 5)


A Paz de Cristo.

Diogo Pitta

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Tocar ou esbarrar ?

" Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos padecia de um fluxo de sangue, tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe o manto. Dizia ela consigo: Se tocar ainda que seja na orla de seu manto, eu serei curada. Jesus, percebeu imediatamente que saíra dele grande força e voltando-se para o povo, perguntou; "Quem tocou em minhas vestes ? Responderam-lhe os discípulos: Vês que a multidão te comprimes e perguntas quem te tocou. Ele olhava ao derredor para quem o fizera. Ora, a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se-lhe aos pés e contou toda a verdade. Mas ele lhe disse: "Filha, a tua fé te salvou. Vá em paz e sê curado do teu mal" (Lc 5, 25-34)
Todos temos enterrados e muitas vezes ativos em nossos corações, traumas, medos, ressentimentos e rancores, que nos corroem por dentro, gerando um buraco enorme em nossas almas, nos impedindo muitas vezes de nos aproximarmos mais de Deus. Esta linda passagem da Sagrada Escritura, nos narra um dos únicos momentos em que Jesus, profere uma cura, sem exatamente premedita-la, ou seja, Jesus nem sequer tinha visto a Mulher Hemorroísa diante de si, e mesmo assim ela foi curada.
Jesus era rodeado e exprimido por uma multidão, e muitos esbarravam em Jesus, cruzavam o caminho de Jesus, mas somente uma pessoa (pelo que se lê na Sagrada Escritura), foi efetivamente curada naquele momento, e foi a mulher hemorroísa. Isto ocorreu, pois há uma grande diferença entre "esbarrar" no manto de Jesus, e realmente querer tocar no manto de Jesus.
Naquele momento, a mulher venceu a resistência da multidão e alcançou a orla do manto de Cristo, e ele, sem a ver, sentiu uma grande força sair de si, e percebeu ali o que havia ocorrido, pois sem mesmo olhar, ele percebeu que alguém havia tocado o seu manto.
Em nossas vidas, devemos "QUERER" tocar no manto de Jesus, se quisermos que sejamos curados de nossos males e mazelas, e os caminhos para tocar em Jesus são fartos na nossa igreja, sendo entre eles o mais importante a Santa Eucaristia.
No momento da comunhão, quando se toca com os lábios a Santa Eucaristia, naquele momento, nos assemelhamos como a Hemorroisa, pois estamos indo ao encontro de Jesus Eucarístico, estamos indo ao encontro daquele que pode e vai curar a nossa alma dos nossos pesadelos mais profundos, estamos naquele momento, indo em meio a multidão, tocar o seu Corpo Santo, e assim também tornar-nos solo Santo, pois ali, no memento em que colocamos a Santa Eucaristia na boca, e sentimos a presença de Jesus dentro de nós, nos tornamos Cristificados por inteiro.
Portanto, saibamos, que não importa se tocamos na orla do seu manto, num fio de barba ou num dedo de Jesus, pois onde quer que toquemos em Jesus, estaremos tocando em Jesus por inteiro, pois um só pedaço de sua carne, ou uma só gota de seu Sangue, é Jesus por inteiro, em todo seu Copro, Sangue, Alma e Divindade.
Queiramos, mais do que nunca, tocar o Preciosíssimo Corpo e o Preciosíssimo sangue de Jesus...
A Paz
Diogo Pitta

Lutero, os Reformadores e Nossa Senhora...

O protestantismo atual se mostra intolerante com a Virgem Santíssima, no entanto, Martinho Lutero, Calvino, Zwinglio, e os reformadores do Séc. XVI tinham uma estima e reverência profundas a Nossa Senhora, como poderemos ver abaixo. Algumas denominações protestantes estão redescobrindo isso. Por exemplo, Madre Basiléia Schlink, luterana, prega a recuperação da veneração à Virgem Mãe de Deus.
Lutero, em 1522, escreveu um belo comentário do Magnificat de Nossa Senhora, onde repetidas vezes a chama de a “doce Mãe de Deus”. E nele Lutero pede à Virgem “que ore por ele”. Entre outras coisas ele disse da Virgem Maria: “Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém. (”Comentário do Magnificat”).
Como então os protestantes, os seguidores de Lutero, não aceitam a intercessão de Nossa Senhora? É bom recordar também que Lutero implorou a intercessão de Santa Ana, mãe de Nossa Senhora, quando quase foi atingido por um raio.
Lutero disse ainda: “Ela [Maria]nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem pro­curar nele o nosso interesse… Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre corno o da Virgem. ” (“Maria Mãe dos homens”, Edições Paulinas, SP, p. 561).
“Maria - escreve Lutero - não se orgulha da sua dig­nidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra… Ela não exaltou nem a vir­gindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (…) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus”. (idem)
Lutero mostra que Nossa Senhora não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus: “… Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, dei­xando que a obra seja inteiramente de Deus” (idem pp.574-575).
Madre Basiléia, é da Sociedade das Irmãs de Darmtadt, fundada na Alemanha e presente no Brasil, luterana; no entanto, as irmãs dessa Comunidade acrescentam no seu nome de Batismo o de Maria, como acontece em algumas Congregações católicas. M. Basiléia escreveu o livro “Maria – Der Weg der Mutter des Herrn”, sobre o “Caminho de Maria”, publicado em Português, em Curitiba (1982), onde cita algumas coisas que Lutero escreveu da Virgem Maria, que transcrevemos da Revista Pergunte e Responderemos, n. 429, 1998 – Lutero e Maria Santíssima, pp. 81-86).
“O que são as servas, os servos, os senhores, as mulheres, os príncipes, os reis, os monarcas da terra, em comparação com a Virgem Maria, que, além de ter nascido de uma estirpe real, é também Mãe de Deus, a mulher mais importante da Terra? No meio de toda a Cristandade ela é a jóia mais preciosa depois de Cristo, a qual nunca pode ser suficientemente exaltada; a imperatriz e rainha mais digna, elevada acima de toda nobreza, sabedoria e santidade”.
“Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe um carro de outro e conduzi-la com 4000 cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: “Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o gênero humano”. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo, e apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria”.
“Esta única palavra “mãe de Deus” contém toda a sua honra. Ninguém pode dizer algo de maior dela ou exalta-la, dirigindo-se à ela, mesmo que tivessem tantas línguas quantas folhas crescem nas folhagens, quantas graminhas há na terra, quantas estrelas brilham no céu e quantos grãozinhos de areia existem no mar. Para entender o significado do que é ser mãe de Deus, é preciso pesar e avaliar esta palavra no coração”. (Explicação do Magníficat)
Depois de citar essas palavras de Lutero, M. Basiléia ainda escreve: “Ao ler essas palavras de Martinho Lutero, que até o fim de sua vida honrava a mãe de Jesus, que santificava as festas de Maria e diariamente cantava o Magnificat, se percebe quão longe nós geralmente nos distanciamos da correta atitude para com ela, como Martinho Lutero nos ensina, baseando-se na Sagrada Escritura. Quão profundamente todos nós, evangélicos, deixamo-nos envolver por uma mentalidade racionalista, apesar de que em nossos escritos confessionais se lêem sentenças como esta: “Maria é digna de ser honrada e exaltada no mais alto grau” (Art. 21,27 da Apologia de Confissão de Augsburgo).
Em 1537, em seus “Artigos da Doutrina Cristã”, é o próprio Lutero quem diz: “O Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o concurso de varão e a nascer de Maria pura, santa e sempre virgem”.
M.Basiléia explica porque escreveu este livro para os evangélicos: “Minha intenção ao escrever este opúsculo sobre o caminho de Maria, segundo o que diz dela a Sagrada Escritura, foi conscientemente reparar esta omissão pela qual me tornei culpada para com o testemunho da Palavra de Deus. Nas últimas décadas o Senhor me concedeu a graça de aprender a amar e honrar cada vez mais a Maria, a mãe de Jesus… Minha sincera intenção ao escrever esse livro, é fazer o que posso para ajudar, a fim de que entre nós, os evangélicos, a mãe de nosso Senhor seja novamente amada e honrada, como lhe compete, segundo as Palavras da Sagrada Escritura e conforme nos recomendou Martinho Lutero, nosso reformador”.
Continua M. Basiléia: “A nossa Igreja Evangélica deixou de lhe prestar honra e louvor; receando com isso reduzir a honra devida a Jesus. Mas o que aconteceu é o seguinte: toda honra autêntica dirigida aos discípulos de Jesus e também à Sua Mãe aumenta a honra do Senhor. Pois foi Ele, só Ele, que os elegeu, os cobriu com sua graça e fez deles Seu vaso de eleição. Por sua fé, seu amor e sua dedicação para com Deus, é Deus colocado no centro das atenções e é glorificado”… “É também intenção nossa – como Imaculada de Maria – contribuir em obediência à Sagrada Escritura, para que nosso Senhor Jesus não seja entristecido por um comportamento nosso destituído de reverência para com Sua mãe ou até de desprezo. Pois ela é Sua mãe que O deu à luz e O criou e educou e a cujo respeito falou o Espírito Santo, por intermédio de Isabel: “Bem-aventurada a que creu”! João Calvino, o reformador protestante de Genebra, aceitou o título de “Mãe de Deus” (Théotokos) definido pelo Concílio de Éfeso, no ano 431, quando foi condenada a heresia de Nestório. Ele sustenta a Virgindade de Maria, afirmando que os irmãos de Jesus citados em Mt 13, 55 não são filhos de Maria, mas parentes do Senhor; professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, “louca sutileza” e “abuso da Sagrada Escritura”. (Revista PR, n. 429, p. 34, 1998)
Calvino disse: “Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (Comm. Sur l’Harm. Evang.,20)
Em 1542, João Calvino publicou o Catecismo da Igreja de Genebra, onde se lê: “O Filho de Deus foi formado no seio da Virgem Maria… Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo sem consórcio de varão” .
“Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e íntegra.” (”Corpus Reformatorum”)
Zwinglio, o reformador protestante de Zurich, conservou três festas marianas (Anunciação, Visitação, Apresentação no Templo) e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado. (PR, idem)
John Wesley, fundador da Igreja metodista na Inglaterra, em 1739, disse: “Creio que [Jesus] foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada.”
Ora, se os fundadores do protestantismo veneravam e amavam tanto a Virgem Maria, por que, então, hoje, observamos um afastamento da Mãe de Deus? Nossos irmãos separados devem com urgência rever esta questão, como pede a luterana M. Basiléia. Não queremos afrontar esses nossos irmãos, ao contrário, queremos apenas convidá-los para juntos louvarmos e honrarmos Aquela que nos deu o Salvador.

Prof. Felipe Aquino

As imagens na tradição da Igreja

Na Encarnação do Verbo, Jesus Cristo mostrou aos homens uma face visível de Deus, que quis se servir de numerosos elementos sensíveis (imagens, palavras, cenas históricas…) para nos comunicar a Boa-Nova.
Os cristãos foram, então, compreendendo que segundo a pedagogia divina, deveriam passar da contemplação do visível ao invisível. As imagens, principalmente os que reproduziam personagens e cenas da história sagrada, tornaram-se “a Bíblia dos iletrados” ou analfabetos.
As imagens sempre foram usadas por Jesus e pelos Apóstolos como instrumentos eficazes e reveladores da realidade invisível: para anunciar o Reino de Deus usaram imagens de lírios, pássaros, sal, luz, etc., coisas que estimulavam a compreensão do abstrato através de imagens retiradas do mundo concreto. São Paulo também ensina que o Deus invisível tornou-se visível em Jesus Cristo (cf. Cl 1,15).
A controvérsia iconoclasta, inspirada por correntes judaizantes e heréticas nos séculos VIII e IX, que condenava o uso das imagens, terminou com a reafirmação do culto dessas no Concílio de Nicéia II, em 787.
Os Reformadores protestantes rejeitaram as imagens por causa dos abusos do fim da Idade Média; Lutero, porém, se mostrou bastante liberal com as imagens; não as proibia. Ultimamente entre os luteranos a atitude diante das imagens tem sido submetida a revisão. Lutero disse em 1528:“Tenho como algo deixado à livre escolha as imagens, os sinos, as vestes litúrgicas… e coisas semelhantes. Quem não os quer, deixe-os de lado, embora as imagens inspiradas pela Escritura e por histórias edificantes me pareçam muito úteis… Nada tenho em comum com os Iconoclastas (quebradores de imagens)” (Da Ceia de Cristo).
S. Clemente de Alexandria († antes de 215) dizia que: “O próprio homem é a imagem viva de Deus”, eis o argumento que repete, acrescentando ainda um adágio freqüente na Igreja antiga: “Viste teu irmão, viste teu Deus” (Stromateis I 19 e II 15, PG 8,812 e 1009).
Os cristãos foram percebendo que a proibição de fazer imagens no Antigo Testamento era apenas uma questão pedagógica de Deus com o povo de Israel. As gerações cristãs foram compreendendo que a realidade da Encarnação do Verbo como homem, visível, indicava que eles deveriam subir ao Invisível passando pelo visível que Cristo apresentou aos homens. Assim, começaram a representar e meditar as fases da vida de Jesus e a representação artística das mesmas começaram a surgir como um meio valioso para que o povo fiel se aproximasse do Filho de Deus.
É relevante notar que já nas antigas Catacumbas de Roma, os antigos cemitérios cristãos, encontram-se diversos afrescos geralmente inspirados pelo texto bíblico: Noé salvo das águas do dilúvio, os três jovens cantando na fornalha, Daniel na cova dos leões, os pães e os peixes restantes da multiplicação efetuada por Jesus, o Peixe (Ichthys), que simbolizava o Cristo …
Note que esses cristãos dos primeiros séculos ainda estão debaixo da perseguição dos romanos. E eles faziam imagens e pintavam figuras. Será que eram idólatras por isso? É lógico que não, eles morriam às vezes mártires exatamente para não praticarem a idolatria, reconhecendo César como Deus e lhe queimando incenso. Ora, se os nossos mártires usavam figuras pintadas, é claro que elas são legítimas.
Nas Igrejas as imagens tornaram-se a “Bíblia dos iletrados”, dos simples e das crianças, exercendo grande função catequética. Alguns escritores cristãos nos contam isso.S. Gregório de Nissa (†394) escreveu:“O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente” (Panegírico de S. Teodoro, PG 94, 1248c).
S.João Damasceno, doutor da Igreja, grande defensor das imagens no Concilio de Nicéia II, disse:“O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados” (De imaginibus I 17 PG, 1248c).“Antigamente Deus, que não tem corpo nem face, não poderia ser absolutamente representado através duma imagem. Mas agora que Ele se fez ver na carne e que Ele viveu com os homens, eu posso fazer uma imagem do que vi de Deus.”“A beleza e a cor das imagens estimula minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo dos campos estimula o meu coração para dar glória a Deus” (CIC, 1162).“Como fazer a imagem do invisível? … Na medida em que Deus é invisível, não o represento por imagens; mas, desde que viste o incorpóreo feito homem, fazes a imagem da forma humana: já que o inviável se tornou visível na carne, pinta a semelhança do invisível” (I 8 PG 94, 1237-1240).“Outrora Deus, o Incorpóreo e invisível, nunca era representado. Mas agora que Deus se manifestou na carne e habitou entre os homens, eu represento o “visível” de Deus. Não adoro a matéria, mas o Criador da matéria” (Ibid. I 16 PG 94, 1245s).
O Papa São Gregório Magno († 604), doutor da Igreja, escreveu a Sereno, bispo de Marselha, que ordenou quebrar as imagens:“Tu não devias quebrar o que foi colocado nas Igrejas não para ser adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem, outra coisa é aprender, mediante essa imagem, a quem se dirigem as tuas preces. O que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os ignorantes; mediante essas imagens aprendem o caminho a seguir. A imagem é o livro daqueles que não sabem ler” (epist. XI 13 PL 77, 1128c).
O Concílio de Nicéia II (787), com base nos sólidos argumentos de grandes teólogos como São João Damasceno, doutor da Igreja, reafirmou a validade do culto de veneração (não adoração) das imagens. O Concílio distinguiu entre Iatréia (em grego adoração), devida somente a Deus, e proskynesis (veneração), tributável aos santos e também às imagens sagradas na medida em que estas representam os santos ou o próprio Senhor; o culto às imagens é, portanto, relativo, só se explica na medida em que é tributado indiretamente àqueles que as imagens representam. Assim se pronunciaram os padres conciliares:
“Definimos … que, como as representações da Cruz …, assim também as veneráveis e santas imagens, em pintura, em mosaico ou de qualquer outra matéria adequada, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus (sobre os santos utensílios e os paramentos, sobre as paredes e de quadros), nas casas e nas entradas. O mesmo se faça com a imagem de Deus Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, com as da … santa Mãe de Deus, com as dos santos Anjos e as de todos os santos e justos. Quanto mais os fiéis contemplarem essas representações, mais serão levados a recordar-se dos modelos originais, a se voltar para eles, e lhes testemunhar … uma veneração respeitosa, sem que isto seja adoração, pois esta só convém, segundo a nossa fé, a Deus” (sessão 7, 13 de outubro de 787; Denzinger-Schönmetzer, Enchridion Symbolorum nº 600s).
Note, então, que muito antes da Reforma Protestante, a Igreja já tinha estudado o uso das imagens; isto foi há cerca de 750 anos antes da Reforma.
A sagrada Tradição da Igreja, sempre assistida pelo Espírito Santo (cf. Jo14,15.25; 16,12-13) sempre reconheceu o valor pedagógico e psicológico das imagens como um auxílio para a vida de oração.
Todos os santos da Igreja, em todas as épocas, valorizaram as imagens. Santa Teresa de Ávila († 1582), ao ensinar as vias da oração às suas Religiosas, dizia :“Eis um meio que vos poderá ajudar… Cuidai de ter uma imagem ou uma pintura de Nosso Senhor que esteja de acordo com o vosso gosto. Não vos contenteis com trazê-las sobre o vosso coração sem jamais a olhar, mas servi-vos da mesma para vos entreterdes muitas vezes com Ele” (Caminho de Perfeição, cap. 43,1).
Enfim, Deus não proibiu imagens de maneira absoluta; mas proibiu imagens de ídolos para serem adorados. Sabemos que uma meia verdade é pior do que uma mentira. Não se pode interpretar a Bíblia lendo apenas alguns versículos sobre um determinado assunto; é preciso ler todos os versículos da Bíblia que falam do mesmo assunto para que a interpretação seja correta.O perigo da interpretação fundamentalista é este: fixar os olhos em um único versículo e querer tirar daí uma interpretação definitiva de uma verdade religiosa. Cai-se no erro.

Fonte: www.cleofas.com.br
Professor Felipe Aquino

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A vida às vezes se torna um deserto...

"ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo". Mt 4,1

Em muitos momentos de nossas vidas, somos levados à situações nas quais nos encontramos aparentemente sós e indefesos, realmente como se estivéssemos aprisionados em um deserto. Um deserto, no seu sentido literal da palavra, é um lugar de solidão, abandonado, árido, despovoado e às vezes esquecido. Em um deserto, não se tem perspectiva de encontros, ou seja, nos encontramos totalmente sós. Este é o momento em que devemos tomar cuidado com algumas armadilhas que são postas diante de nós, e que muitas vezes sem percebermos, já estamos sendo vítima delas.
Fazendo uma analogia do deserto com nossas vidas, meditemos, sobre os valores que o mundo atual prega e defende, como a ditadura de uma suposta beleza, a aceitação de questões contra a vida humana, aceitação de questões amorais, enfim, tudo que de certa forma, supostamente nos isola da sociedade atual, pois nossos valores, enquanto cristãos, são totalmente inversos. Outro dia, uma pessoa bem próxima de mim, me questionou sobre minhas atitudes cristãs diante das outras pessoas, em uma festa, dizendo que eu e o grupo do qual faço parte, estaríamos segregando as outras pessoas que estavam na festa, pois eles sentiram-se excluídos do nosso grupo, pois só falávamos de Deus, só cantávamos para Deus, enquanto que uma outra roda de colegas, ali, bem próximo, nos segregavam por optarem por outros assuntos, temas os quais já não mais alimentam a nossa alma e nossos corações, logo, respondi á esta pessoa bem próxima de mim: Quem está segregando quem?
Então, o deserto ao qual me refiro, é o deserto da alma, o deserto que insiste em assolar nossas vidas, e que n grande maioria das vezes, cedemos ás tentações do inimigo, pois sem dúvidas, o inimigo nos tentará, como tentou à Cristo no deserto, ele nos mostrará saídas deste deserto, que nos levarão à ruína, nos mostrará alimentos em nossos momentos de fome extrema, que na verdade são apenas areia, portanto devemos nos precaver e nos munir do amor e divina misericórdia de Deus, devemos encher nossas almas e nossos corações como o amor incondicional de Cristo, pois assim como diz em Hebreus 2,18 "Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados."
É exatamente como diz a sagrada escritura, apenas o próprio Cristo, aquele que mais foi tentado, pode nos indicar um norte, uma direção segura para sairmos a salvos dos desertos impostos pelo mundo, logo, que quando em situações de deserto, olhemos para o alto, busquemos o nosso verdadeiro alimento vivo, pois o alimento que ele tem a nos oferecer para nos fortalecer física e espiritualmente, não é feito de pedras ou areia, é feito com sua própria carne, banhada no seu próprio sangue.

A Paz de Cristo

Diogo Pitta

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Harmonia Conjugal

Casamento, uma escola de amor...

O casamento, e a família de modo especial, é uma escola de amor, porque a convivência diária obriga a acolher os outros com respeito, diálogo, compreensão, tolerância e paciência. Esse exercício forte de vivência das virtudes faz cada um crescer como pessoa humana. Na família, Deus nos ensina a amar e nos dá a oportunidade de sermos amados.
A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, ‘supera-se a si mesmo’ e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isso ocorre cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos. Mas, para isso, é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades. Para chegar a esse ponto é necessário olhar para o outro com muita seriedade, respeito e atenção.
Ninguém é obrigado a se casar e a constituir uma família, mas se tomamos esta decisão, então devemos ‘casar pra valer’, com toda responsabilidade. Aquela pessoa com quem decidimos nos casar é a ‘escolhida’ entre todos os homens ou mulheres que conhecemos; e, portanto, como o(a) eleito(a), devemos ter-lhe em alta estima, como a pessoa ‘especial’ na nossa vida, merecedora, portanto, de toda atenção e respeito.
É lamentável que entre muitos casais, com o passar do tempo, e com a rotina do dia-a-dia, a atenção com o outro, e, pior ainda, o respeito, vão acabando. Não tem lógica, por exemplo, que um ofenda o outro com palavras pesadas, o que provoca ressentimentos; não tem cabimento que o marido fique falando mal da esposa para os outros, criticando-a para terceiros. Isso também é infidelidade. Pois esta não acontece somente no campo sexual.
Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção e o carinho para com o outro não diminuam. É importante manter acesa a chama do desejo de agradar o outro. São nos detalhes que muitas vezes isso se manifesta: Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo que ele gosta? Qual é a moda que ele gosta? Qual é a comida de que ele gosta? Quais são os móveis que ela gosta? Qual é o carro que ela prefere? Qual é o lazer que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro – sem cair no exagero, é claro – é o que mantém a comunhão de vidas.


domingo, 15 de junho de 2008

A REVELAÇÃO COMO ENCONTRO

Deus, na medida em que é revelado à experiência humana por intermédio de Jesus, é pessoal. E é possível descrever a experiência dessa revelação utilizando-se analogamente um marco de comunicação intersubjetiva ou interpessoal. Não se trata de uma operação dedutiva que argumenta com base na personalidade de Deus, e sim de uma fenomelogia da experiência da revelação cristã que responde pela crença segundo a qual Deus é pessoal. A revelação cristã não se afigura como conhecimento a respeito de Deus como que de um objeto, nem mesmo como conhecimento sobre uma pessoa transcendente. A revelação cristã assume antes a forma de um encontro pessoal com um sujeito divino. Quais são alguns dos atributos da experiência quando descrita nesse paradigma?

Uma primeira característica da revelação cristã é que se trata de uma comunicação intersubjetiva. Deus é experienciado como sujeito, de tal sorte que o contato ou a percepção humana de Deus não pode ser um conhecimento acerca de Deus como que de um objeto. Na revelação cristã, Deus é experienciado como eu pessoal. Deus é experienciado como presente e interno ao próprio eu; Deus comunica seu ser à consciência do próprio ser-presente-a-si-mesmo. Deus é pessoal, e o fundamento dessa afirmação é a experiência de Deus como sujeito pessoal.

Em segundo lugar, na revelação cristã de Deus, experiencia-se Deus como transcendente. Porque Deus é Deus, a personalidade de Deus consiste em uma subjetividade infinita. Quando experienciamos Deus no âmago de nós mesmos, sabemos que não estamos simplesmente experienciando o eu, e sim uma presença ao eu que transcende infinitamente nossa própria subjetividade. Quando experienciamos Deus nos meios da história e através deles, o tema dessa experiência é que Deus transcende os meios, os eventos, as pessoas e a linguagem históricos que o evocam à consciência. Deus transcende o mundo físico, a própria natureza, o universo ou o cosmo. A infinitude de Deus é vivenciada na experiência da própria finitude de tudo quanto existe e do qual o eu faz parte. Já se percebe aqui uma razão mais profunda pela qual o conhecimento de Deus não pode ser conhecimento objetivo, em nenhuma acepção comum, acerca de Deus. A subjetividade de Deus é uma subjetividade infinita. Não pode ser contida, limitada, fixada, determinada por uma objetividade que por definição é finita, limitada, fixada, determinada por uma objetividade que por definição é finita, limitada e circunscrita. Por sua natureza, uma experiência de Deus é experiência daquilo que transcende infinitamente a própria subjetividade e os meios históricos terrenos que fazem do ser presente de Deus um objeto da consciência.

Em terceiro lugar, o encontro revelacional, portanto, envolve o tema da gratuidade e a fé. Todavia, a partir das coordenadas da comunicação interpessoal, a razão mais profunda desse da graça torna-se manifesta. A autocomunicação de Deus é função de sua liberdade interior. Deus não é compelido a comunicar seu eu interior. A revelação tem sempre o caráter de evento; manifesta-se de forma imprevista. O correlato desse caráter de evento reside na liberdade de Deus. Sempre que a revelação ocorre ou é experienciada como encontro interpessoal com Deus, apropria qualidade temática da experiência é que ela se realiza a partir da livre iniciativa de Deus.

A relevância dessa caracterização da experiência revelacional de Deus reside sobretudo em sua fidelidade à própria experiência. Não corresponde, em certa medida, aos que os cristãos dão a entender quando aludem ao processo revelacional de Deus? Se essa descrição se coaduna efetivamente com a experiência, também encerra alguma relevância adicional. Explica por que a fé cristã não é conhecimento na acepção comum do termo, e ao mesmo tempo preserva a dimensão cognitiva da fé da revelação. A revelação não é sabedoria filosófica, nem conhecimento científico, nem alguma forma de conhecimento impessoal e objetivo, nem conhecimento das coisas ou dos eventos históricos, nem conhecimento histórico, nem conhecimento propositivo acerca de Deus, nem conhecimento produzido por idéias inatas, nem verdade apriorística latente na pessoa humana como tal. Todas essas outras espécies de conhecimento têm algo a ver com a revelação, que, porém, não é redutível a nenhuma dessas formas de conhecimento humano. Pelo contrário, a revelação é sui generis, representa um conhecimento de espécie própria, que em última análise difere de qualquer outra modalidade de conhecimento. Situamo-lo no marco analógico do conhecimento pessoal, intersubjetivo. Entretanto, como resultado da autocomunicação de Deus, transcende o próprio marco analógico.

Por ser uma forma sui generis de conhecimento, a revelação não compete com nenhuma outra forma de conhecimento, e nenhum outro dado do conhecimento humano com ela compete. Visto que a revelação não é de forma alguma conhecimento objetivo, é simplesmente equivocado, por um erro a priori nas categorias, encarar o conhecimento cientifico ou qualquer outra modalidade de conhecimento deste mundo como ameaça à revelação. Na obstante, em que pese essa diferença qualitativa das demais formas de conhecimento, a revelação é, contudo cognitiva. Como consciência divina, a revelação é uma forma de conhecimento de Deus.

Eduardo Rocha Quintella

Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora-Minas Gerais

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Namoro

Como lidar com as diferenças de temperamento no relacionamento ...

No nosso dia-a-dia, interagimos com pessoas diferentes, e cada uma exerce impacto sobre a forma como agimos e tomamos decisões. É difícil nos comunicarmos bem com pessoas que não compreendemos, porque freqüentemente interpretamos de forma incorreta ações ou palavras do outro e, muitas vezes, nos sentimos frustrados ao nos relacionar com quem age e pensa de forma oposta à nossa. Ter consciência das motivações subjacentes do outro pode permitir que resolvamos os conflitos antes mesmo que estes aconteçam.
Quando compreendemos as razões de alguém sobre aquilo que fez ou disse, é menos provável que reajamos negativamente.
Como afirma diácono Nelsinho Corrêa: "As diferenças não são barreiras, e sim, riquezas". É assim que precisamos ver as diferenças de temperamentos: como riquezas. E elas só podem se tornar riquezas se sairmos de nós mesmos para nos colocar no lugar do outro, procurando entender suas motivações.
A questão é que criamos um modelo coletivo de pessoa para nos relacionar, especialmente quando se refere a um relacionamento amoroso. Trazemos em nossa mente certo "tipo" de pessoa idealizada, tanto no aspecto físico quanto em características comportamentais. Isso faz com que nos relacionemos apenas com as aparências e não com a pessoa em si. Assim, as nossas relações correm o risco de se tornar cada vez mais superficiais. Dessa forma, as frustrações vão acontecendo, pois, como não conhecemos as riquezas e o valor do outro, julgamos pelas aparências.
Casal de namorados da Comunidade Canção Nova, Sônia Venâncio e Wanderson falam como enfrentam as diferenças de temperamento no namoro
Na verdade, as diferenças nos complementam. Enquanto encontramos pessoas que são calorosas, amáveis, simpáticas, com capacidade de atrair os outros como se fossem um imã; por outro lado, também encontramos outras que são práticas e possuem firmeza inabalável, são líderes natas. Essas pessoas obtêm sucesso onde os outros fracassaram. Aquele que é muito prático pode ter certa dificuldade em se relacionar, em conquistar a simpatia dos outros, e esta sua "deficiência" pode ser complementada se tem ao seu lado uma pessoa calorosa, simpática, que tem como ponto forte a capacidade de se relacionar.
Precisamos entender que ninguém é perfeito, que todos nós temos limitações e fraquezas. Precisamos caminhar num processo de aceitação de nós mesmos, de nossas limitações e fraquezas, assim como necessitamos aceitar o outro como ele é. A chave de bons relacionamentos está na aceitação do outro como ele realmente é, sem exigir dele uma mudança, a qual, muitas vezes, não conseguimos em nós mesmos.
Victor Frankl afirma que "o amor faz-nos contemplar a imagem de valor de um ser humano". Para ele, o amor autêntico capta o que a pessoa "é" no seu caráter de algo único e na irrepetibilidade e simultaneamente ajuda o outro a se conhecer melhor, alargando os horizontes. O amor autêntico traz em si reciprocidade, por meio do qual cada um se esforça para ser digno do outro e busca vir a ser tal como o outro o vê.
O segredo, portanto, está em procurar pelas riquezas que a pessoa traz em si; aceitar sem exigir mudança do outro, buscando enxergar os acontecimentos por meio do ponto de vista do outro, saindo de si mesmo. É necessário que abramos mão do que trazemos de figura idealizada para que possamos nos encontrar com a riqueza que é o outro.


Manuela Mello
psicologia@cancaonova.comMissionária da Comunidade Canção Nova, formada em Psicologia, com especialização em Logoterapia e MBA em Gestão de Recursos Humanos.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O VALOR ECLESIAL DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

Todo e qualquer pecado é pecado contra Deus, contra si mesmo e contra o irmão. Contra Deus porque é uma rejeição ao seu amor, última razão pela qual fomos criados e chamados a participar de sua felicidade; rejeição, portanto de seu apelo gratuito, de seu plano salvífico para conosco, de sua vontade, de seus mandamentos; recusa de sermos filhos do Pai, irmãos de Cristo e templos do Espírito Santo.
O Concílio quer inculcar na alma dos fiéis, juntamente com as conseqüências sociais do pecado, a natureza própria da penitência que detesta o pecado como ofensa feita a Deus (SC 109). O motivo primeiro do arrependimento dos pecados é a ofensa feita a Deus, isto é, a resistência ao seu amor, à recusa ou pouca estima de sua amizade, a ingratidão para com seus benefícios, o desprezo ou pouco caso da vontade divina, expressa na lei.
Evidentemente, o pecado não pode prejudicar a Deus. Sempre, porém, o ofende. O pecado ofende sempre a Deus, mesmo quando, diretamente, só atinge o próximo, porque Deus ama todos os seus filhos, quer e protege o bem deles. Por isso, o pecado só pode ser perdoado por Deus; e deve ser detestado, acima de tudo, como ofensa à sua bondade infinita. Precisamos, porém, recordar que todo pecado comporta também conseqüências sociais mais ou menos graves, mais ou menos evidentes, segundo sua natureza.
Na Igreja dos primeiros séculos, havia um senso muito vivo, do aspecto social do pecado: aos pecadores públicos eram impostas penitências públicas, e só depois de expiarem suas culpas, eram readmitidos na comunidade. Mudada com o tempo esta disciplina não se mudou o espírito. Também hoje, quem pecou gravemente é excluído da Comunhão eucarística até que se reconcilie com Deus e com a Igreja, pelo sacramento da confissão.
Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência ensina o Concílio, obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, bom exemplo e orações (LG 11).
Embora seja a confissão um ato secreto e estritamente privado, o fato de chegar o perdão de Deus ao penitente através do sacerdote exprime não só a presença da Igreja, mas também a reconciliação com ela. Por isso, o sacramento da penitência, enquanto tem valor íntimo, pessoal, para quem o recebe, tem também valor eclesial. Restabelece ou aumenta as relações de amizade com a Igreja; purifica o indivíduo, e ao mesmo tempo cura a ferida que seus pecados produziram na Igreja.
Embora sejamos muitos. Diz S. Paulo: somos um só corpo em Cristo e cada um de nós, membros uns dos outros (Rm 12, 5). Por causa da solidariedade que une todos os fiéis em Cristo aponto de formarem, nele, um só corpo, tanto o bem como o mal de cada um é bem ou mal de todos. O pecado ofende a Cristo, cabeça do Corpo místico, enquanto é ofensa a Deus e fere os membros do mesmo Corpo, enquanto prejudica espiritual ou materialmente os irmãos. Qualquer pecado, mesmo o mais oculto e pessoal, tem conseqüências prejudiciais à comunidade, porque diminui nela o nível da graça, da virtude, da santidade e aumenta aquele peso de misérias que impede o caminho para Deus. Assim como um só ato de caridade aumenta o amor em toda a Igreja, assim também um só ato de desamor o diminui.
Muitas vezes o pecado prejudica o próximo, de modo mais direto, como acontece com as faltas contra a justiça, a sinceridade, a caridade, o respeito pela pessoa e pelas coisas alheias. Assim exige justa reparação, e o sacramento da penitência a isto provê, seja porque o sacerdote, sendo, ao mesmo tempo, representante de Deus e da Igreja, perdoa os pecados em nome de Deus e da Igreja e, portanto, também em nome da comunidade, seja porque, impondo a penitência sacramental, indica ao penitente como reparar o prejuízo causado ao próximo.
Em todos os casos, deve o penitente aproximar-se desse sacramento com consciência eclesial, comunitária, ou seja, não unicamente em vista da conversão pessoal ou do progresso e salvação da própria alma, e sim também em vista do proveito dos irmãos. Há de desejar reparar o mal que fez aos irmãos com os próprios pecados; há de esforçar-se por levar à sociedade e à Igreja aquela contribuição de santidade a que é obrigado, por força do batismo.
A Igreja só resplandece no mundo e atrai os homens a Deus, na medida de sua própria santidade. E é ela mais ou menos santa conforme a santidade de seus filhos. Necessita de maior ou menor purificação conforme as culpas e deficiências deles. O que já existe de censurável na Igreja, cuidem muito os fiéis de não aumentar com os próprios pecados. Ao contrário. Para diminuir o mal na sua Mãe Igreja, não cesse de fazer penitência e de renovar-se (LG 8). Assim, quanto dele depende, será a Igreja, como a quer Cristo, sem mancha, nem ruga... Mas imaculada e santa (Ef 5,27).

Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Minas Gerais