Translate

domingo, 24 de maio de 2015

Machado de Assis: O maior escritor brasileiro

Existem forças das quais é quase que impossível, após um primeiro e descompromissado contato, desvencilhar-se, sendo por vezes salutar deixar-se vencer pelas investidas que tais forças exercem sobre as portas da alma. Obviamente, refiro-me a forças que auxiliam no ato da elevação da alma à contemplação do Belo, e à busca assintótica pela Verdade. Machado de Assis é uma dessas forças. 
Tenho me entregado ultimamente, não com a devoção da qual o "Bruxo do Cosme Velho" é insigne merecedor, à deleitosa leitura das obras de Machado de Assis, e confesso que estou absolutamente apaixonado. Machado encarna a ortodoxia da língua portuguesa e não sem uma hiperbólica justiça, recebe a alcunha de "O melhor escritor brasileiro"!


Compartilho este vídeo, um trecho do curso " A Lingua Absolvida", do Instituto Angelicum, onde o Professor e Filólogo Sérgio Pachá, e o Filósofo Sidney Silveira, ambos conhecedores de Machado de Assis, brindam-nos como uma breve e descontraída conversa sobre tão brilhante escritor.


domingo, 3 de maio de 2015

Padre Garrigou Lagrange: O Rosário Escola de contemplação,

Traduzido por Diogo Pitta
Trecho da obra "La Madre del Salvador y nuestra vida interior" de Réginald Garrigou Lagrange, O.P.


Entre as formas habituais de Devoção Mariana, como o Angelus, o ofício da Santíssima Virgem e o Rosário, só falaremos especialmente desta última, pois nos conduz e dispõe à contemplação dos grandes mistérios da Salvação.

É, depois do Santo Sacrifício da Missa, uma das mais belas e eficazes orações, com a condição de entendê-la bem e viver verdadeiramente dela.

Acontece frequentemente que o terço, uma das partes do Rosário completo, tem se convertido numa oração mecânica, durante a qual o espírito é vítima das distrações, ao não ocupar-se das coisas divinas; oração, no mais das vezes, precipitada e sem espírito, pela qual se pedem os bens materiais sem nenhuma relação com os espirituais, com a santificação e com a salvação.

Então, ao ouvir recitar assim de uma maneira demasiado mecânica e negligente, pergunta-se: O que resta, desta oração, feita desta maneira, dos ensinamentos contidos nas grandes e numerosas encíclicas de Leão XIII sobre o Rosário, encíclicas  estas que recordava Pio XI numa de suas ultimas letras apostólicas pouco antes de sua morte? Pode-se fazer, desde já, uma boa oração, pensando confusamente na bondade de Deus e na Graça que se pede, mas para ao que vulgarmente chamamos de Rosário, sua alma e sua vida tem-se que recordar que não é mais uma das três partes do Rosário, e que deve ir acompanhado da meditação nos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, que nos recordam toda a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a de Sua Santíssima Mãe e a subida de ambos aos Céus.

Os três grandes mistérios da salvação

Os quinze mistérios do Rosário, divididos em três grupos não são outra coisa que os diversos aspectos dos três grandes mistérios da Salvação: o da Encarnação, o da Redenção e o da Vida Eterna.

O Mistério da Encarnação recorda-nos os gozos da Anunciação, da visitação, da Natividade do Senhor, sua apresentação no templo, e seu encontro no meio dos doutores na sinagoga.

O mistério da Redenção está representado pelos diversos momentos da Paixão de Jesus: a agonia no Horto do Getsémani, a flagelação, a coroação de espinhos, o caminho ao Calvário com a Cruz às costas, e a crucifixão.

O mistério da Vida Eterna nos é recordado pela Ressurreição, a ascenção, Pentecostes, a Assunção de Maria Santíssima e sua coroação no Céu.

Todo o Credo passa, pois, diante de nossos olhos, não de uma maneira abstrata, com fórmulas dogmáticas, mas de uma maneira concreta na vida de Cristo, que desceu até nós, e subiu à seu Pai para conduzir-nos a Ele. É todo o dogma cristão, em toda a sua profundidade e esplendor, para que possamos desta maneira e todos os dias, compreendê-lo, saboreá-lo e alimentarmos nossa alma com ele.

Por isso, o Rosário é uma escola de contemplação, pois nos eleva pouco a pouco acima da oração vocal e da meditação fundamentada em discursos. Os teólogos antigos compararam esta ascensão da contemplação ao movimento em espiral. Este movimento em espiral é também como um caminho que serpenteia uma alta montanha para fazer-se uma subida mais fácil. Os mistérios gozosos da infância do salvador conduzem à sua Paixão, e sua Paixão ao Céu. É pois, uma oração muito elevada, se a entende bem, pois põe ante nossos olhos todo o dogma de maneira acessível a todos.

É também muito prática, porque nos recorda toda a moral e a espiritualidade cristã, contempladas desde o alto, por meio da imitação de Jesus Redentor e de Maria Medianeira, que são nossos grandes modelos.

Estes mistérios devem reproduzir-se em nossa vida na medida exigida para cada um de nós pela Divina Providência. Cada um deles nos recorda uma virtude, sobretudo a humildade, a confiança, a paciência e a caridade. Pode-se até dizer que existem três momentos em nossa viajem até Deus: contemplamos primeiro o fim último, daí nasce o desejo da Salvação e a alegria que o acompanha; isto é o que contemplamos nos mistérios gloriosos, a Boa nova da Encarnação do filho de Deus que nos abra o caminho da Salvação.

Devemos logo procurar meios, muitas vezes penosos e dolorosos, para a libertação do pecado e a conquista do Céu. Insistem sobre esse ponto os mistérios dolorosos.

Descansamos, finalmente, no ultimo fim a conquistar, na Vida eterna, cujo prelúdio deve estar presente. Contemplamos isto antecipadamente nos mistérios Gloriosos.

O Rosário é muito prático, pois nos toma do meio de nossas alegrias demasiado humanas e às vezes perigosas, para fazer-nos pensar naquelas outras muito mais elevadas da Vinda do Salvador. Nos toma também do meio de nossas dores irracionais e com frequência exaustivas e quase sempre mal suportados, para recoradarmos que Jesus sofreu muito mais que nós e para aprender a segui-lo levando a Cruz que a providência Divina elegeu para purificar-nos. O Rosário, finalmente, nos torna em meio às nossas esperanças demasiado terrenas, para fazer-nos pensar no verdadeiro objeto da esperança cristã, na Vida Eterna e na Graças necessárias para chegar a ela, por meio do cumprimento dos grandes do amor a Deus e ao próximo.

LAGRANGE, Reginald Garrigou, "La Madre del Salvador y nuestra vida interior", p. 260-263

sábado, 2 de maio de 2015

"Voltei aos braços da Igreja"

Publicado no site padrepauloricardo.org

 Conheça o testemunho do jovem Paulo que, com um coração inquieto, procurou a verdade e voltou para os braços da Igreja. "Deus está comigo. E descobri que, nesse tempo inteiro de lutas, idas e vindas, Maria também estava."

"Olá, Equipe Christo Nihil Praeponere.

Apesar das muitas ocupações do Padre Paulo Ricardo, estou escrevendo esse testemunho na esperança de que chegue até ele, como mais um exemplo de conversão ao catolicismo. Minha história tem muitas reviravoltas e é uma prova da misericórdia de Deus e do amor de Maria.

Não cresci num lar religioso. Embora meus pais fossem católicos (não praticantes, infelizmente), nunca fui incentivado a conhecer mais sobre Deus e a Igreja. Ao longo da vida aprendi valores morais cristãos, mas não os identificava assim. Eram apenas "o certo e o errado". Aos 10 anos fiz a primeira Comunhão. Não me interessava. As formações eram "chatas, sem ânimo". Aquele falatório de "coisas que eu não tinha interesse em saber". Infelizmente, passei por essa fase sem compreender a importância do que vivia. Apesar do pouco ensino e incentivo religioso, os primeiros meses após a primeira comunhão foram de grande religiosidade. Em minha mesa de estudo havia sempre uma Bíblia infantil aberta no meio, em uma imagem linda, de uma paisagem com plantações e árvores, além de um lindo céu azul. No meio, um terço, que eu não sabia rezar, mas achava bonito.

Ainda assim, não era católico de fato. "Obrigação de ir à missa? Coisa de velho! O que importa é amar a Jesus"... Aos 13 anos, início da puberdade, um milhão de ideias entrava em minha mente. Estava no nono ano (antiga oitava série), e embora boa parte dos meus amigos não se interessasse por religião, filosofia etc, eu tinha uma aproximação pelas ciências humanas. Cresci lendo e ouvindo. Aos 13, comecei a ouvir demais. As influências de Antonio Gramsci faziam pressão em minha mente e eu, inocente, achava que estava adquirindo cultura. Lia sobre a Bíblia apoiar a escravidão, sobre Deus permitir tragédias, guerras, morte, desastres e fome, sobre a perseguição aos homossexuais, negros e mulheres na Idade Média e sobre as guerras travadas por motivos religiosos. "Mas, Deus não é amor? Como pode deixar que isso ocorra?". Relativismo puro, como veneno. Embora detestasse o socialismo/comunismo, detestava ainda mais as religiões. Igreja era coisa de alienado, escravo de padre e pastor. Deus ainda fazia sentido, religião não. Aos poucos, nem o Senhor estaria a salvo da metralhadora do meu neo-ateísmo.

Ateu aos 14. Compartilhava posts de páginas como se destruir a fé dos outros fosse o motivo de minha existência. Mal sabia eu, mas Deus estava me observando, sabendo que tudo ia mudar. Comecei a andar com más companhias. Desafiava meus pais. Num momento delicado, um convite me foi feito. Um grande amigo me convidou para um retiro de carnaval, de sua igreja. Era o ano de 2013, e pouca escolha eu tive. Fui meio desanimado, meio curioso. Evangélicos eram como alienígenas para mim. Não os conhecia e nem tinha curiosidade em conhecer. Quando cheguei na granja, um ambiente diferente do que eu imaginava. Nenhuma mulher com cabelo até os joelhos. Meninas de shorts e blusa. Rapazes de bermuda e camisa. Conversando, rindo, ouvindo música. Parecia que não eram religiosos. Divertiam-se. Estranho... 

Passaram os dias e fui sentindo. Não era calor nem frio. Não era medo nem coragem. Não se pode descrever. Foi único e senti. Fiz amigos, descobri que Deus existe e que é misericordioso. A igreja evangélica me mostrou Seu amor e perdão. Mudei, enfim. Converti-me. Havia um clima de esperança no ar. E comecei minha jornada rumo à Igreja Católica.

O interesse por teologia crescia imensamente. John Stott, Calvino, Lutero, Armínio, Paul Washer, John Piper, Dietrich Bonhoeffer. Era um mundo a ser descoberto. Com meu interesse e gosto pela leitura, fui em frente. Além da Bíblia, "Ouça o Espírito, Ouça o Mundo" era meu livro preferido. Eu era pentecostal clássico e os livros aos poucos me levaram para outro caminho. Através de amigos, leitura, debates em redes sociais e conversas, me aproximei do protestantismo reformado. Tornei-me calvinista, mas ainda pentecostal. Desejava muito passar a congregar em uma Igreja Presbiteriana, porém já havia arrastado minha mãe para o ambiente pentecostal e ela já se sentia em casa lá. As leituras, felizmente mudaram. De Stott para Lutero. De Lutero para Calvino. E então, de Calvino para Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. 

Embora adorasse os dois pensadores, era anticatólico. Aprendi a ser contra o uso de imagens. Era contra a Bíblia. Purgatório? Uma heresia! Celibato? Alienação da Igreja! Maria? Uma mulher normal. Especial, mas normal. Meu pai, após a minha conversão, e posteriormente de minha mãe, passou a se interessar novamente pelo catolicismo. Virou mariano, como nunca havia sido. Brigas e debates em casa eram constantes. Eu queria que ele entendesse que só Jesus salva e que a Igreja fundada por Cristo era o cristianismo, não a Católica. Curtia páginas anticatólicas e tinha várias imagens deles em meu celular. O ódio, porém, teve o efeito contrário. Passei a me interessar por estudar o catolicismo. Queria entender que loucura era essa de se ajoelhar perante estátuas, rezar por quem já morreu e repetir orações. A tradição era linda, mas falha. Voltei aos livros, e as escamas de meus olhos caíram. Dessa vez, já conhecia a Deus. Foi a hora de conhecer a Igreja.

Sabia que havia um padre muito bem conceituado, que destruía Gramsci, Marx e o PT. Mas era padre. "Que pena, nem todos são perfeitos." Passei a ver seus vídeos sobre santos, Maria, intercessão, purgatório e suas críticas aos protestantes. Fui me incomodando. A verdade me incomodava. E quanto mais eu lia, ouvia e debatia, mais ficava incomodado. Decidi ir para a batalha. Pedi postagens, explicações e testemunhos em uma página cristã no Facebook. Criei amigos lá. Aos poucos, dúvidas iam sendo tiradas, e descobri que, de catolicismo, não sabia nada. Passei a querer ser católico. O amor de Nossa Senhora era tão lindo, mas me relutava a me entregar em seus braços. Orei, pedi iluminação. Estava decidido. No começo desse ano, fui a um retiro de carnaval. Aproveitei para conversar com amigos sobre. Felizmente, tive apoio e sorrisos como resposta a minha escolha. Antes do acampamento, porém, fui à Paróquia aqui do bairro, conversar com o Padre e me confessar. Conversamos, mas ainda não me confessei, afinal iria para o retiro evangélico. Era o grande desafio. Na volta, estava com mais certeza ainda. Relutei, devido a amizades que cultivei e que amo, mas Cristo me chamava. Era isso ou enlouquecer. 

Fui me confessar e, enfim, me tornei Católico Apostólico Romano. Ou melhor, voltei para os braços da Igreja. Passei por muita coisa. Conheci pessoas, ouvi, falei, agi, critiquei e fui criticado. Errei e acertei. Desacreditei, me converti, estudei e voltei para a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Hoje, rezo o terço todo dia, leio a Bíblia (que descobri ser diferente do livro que carregava todos os domingos debaixo do braço para ir ao culto) e o Catecismo. Amo a Igreja e a Maria. Comecei a participar da Pastoral de Acólitos da Paróquia. A jornada? Dura, árdua. Ninguém disse que seria fácil. Mas, Deus está comigo. E descobri que, nesse tempo inteiro de lutas, idas e vindas, Maria também estava. Me olhando, protegendo, abraçando. Enfim, amando.

Que Nosso Senhor Jesus Cristo abençoe ao senhor, Padre Paulo Ricardo. Tens sido luz no Brasil. Oro pela sua vida e pelo seu trabalho. Seu, e de toda sua equipe. Que Nossa Senhora e São José o guiem num caminho de santidade e obediência. 

Natal/RN, 14 de abril de 2015 

Fiquem com Deus, 

Paulo."

O "Católico-protestante"


Antes de qualquer palavra, gostaria de desculpar-me com os generosos leitores pelo título que encabeça este texto, pelo seu absurdo antagonismo de conceitos. Porém, não encontro outra maneira de alcunhar este fenômeno, pois trata-se de um protestantismo dentro da Santa Igreja Católica. De maneira, que tomo a liberdade de alternar os termos "Protestante-católico" e "católico-protestante", pois ambos são aberrações inaceitáveis.

 Por conceito, "Católico", significa "Universal", ou seja, aquele que adere à Fé inteira e à Igreja inteira. Protestante, em contrapartida, é alguém que diante de duas verdades de Fé que encontram-se em aparente tensão, em aparente contradição, rejeita uma das verdades e faz uma escolha: daí o fato de o protestantismo ser uma Heresia. Heresia, do Latim Haeresis, quer dizer "escolha", ou seja, como dissemos antes, o protestante escolhe no quê crer. 

O protestantismo é uma Heresia condenada tanto pelo Concílio de Trento, quanto pela Bula Exsurge Domine, onde o Papa Leão X, imbuído do "poder das chaves" (Mt 16,18)  conferida por Nosso Senhor Jesus Cristo a São Pedro e seus sucessores, condena como heresia o protestantismo, como se segue:

"Com o conselho e consenso desses nosso veneráveis irmãos, com deliberação amadurecida sobre cada uma das proposições supra, e pela autoridade do Deus Todo-Poderoso, dos santos apóstolos Pedro e Paulo, e de nossa própria autoridade, nós condenamos, reprovamos, e rejeitamos completamente cada uma dessas teses ou erros como heréticos, escandalosos, falsos, ofensivos aos ouvidos piedosos ou sedutores das mentes simples, e contra a verdade católica." 

O Papa Leão X não só condena o protestantismo como Heresia, mas imputa uma pena canônica a quem quer que desobedeça tal determinação e adira aos textos e às teses propugnadas por Lutero:

"Listando-os, nós decretamos e declaramos que todos os fiéis de ambos os sexos devem considerá-los como condenados, reprovados e rejeitados... Nós os proibimos a todos em nome da santa obediência e sob as penas de uma automática excomunhão..."

Depois de tão veemente condenação por um digno e legítimo sucessor de Pedro, detentor de poderes conferidos por Nosso Senhor Jesus Cristo, a pergunta que ressoa nos corações dos bons e fiéis católicos de hoje é: Por quê esse pensamento protestante ainda encontra adeptos na Igreja Católica? Como são os "Católicos protestantes"?

Esse pensamento ainda encontra adeptos na Igreja devido: à crise de autoridade reinante nos ambientes eclesiásticos, onde o leigo não reconhece mais a autoridade do Sagrado Magistério, fazendo a "escolha" de deliberadamente não obedecer o Magistério, ainda que a verdade acerca da necessidade da observância da lei lhe seja revelada. Além disso, há a ditadura do relativismo, denunciada pelo então Cardeal Ratzinger em 2005, e que faz com que a autoridade  o magistério seja relativizada em função do período histórico, das culturas etc. 

Também penso que a Teologia da Libertação pode ter importante papel no desenvolvimento deste fenômeno, pois o pensamento marxista flexibiliza a doutrina e os Evangelhos ao bel prazer da ideologia, o que faz com que uma pregação ortodoxa da Doutrina praticamente inexista. Além disso, há movimentos dentro da Igreja que se caracterizam por uma espiritualidade mais voltada ao pentecostalismo, como setores mais desinformados e ignorantes da Renovação Carismática Católica. Deixo claro: há muitos setores da RCC que se empenham em se formarem doutrinalmente e serem fiéis ao Sagrado Magistério. Ignorantes e desobedientes há em todos os ambientes da Igreja. Mas o que resume tudo o que foi dito acima, na minha opinião, é o pensamento revolucionário.

Mas o que é essa absurda aberração vulgarmente alcunhada por mim de "Protestantismo-católico"?

O "Protrestante católico",  como todo protestante, escolhe seus próprios Dogmas! Ele, imbuído de uma atávica soberba; inflado com uma pseudo-autoridade, decide no quê crê e quando crê. É um verdadeiro self-service da Fé!

Não entende que para fazer uso do nome de 'católico" precisa necessariamente ser "Universal", ou seja, aderir a TODO o conjunto da Fé, com todos os seus Dogmas. Caso, por desgraça, ele passe a não crer mais num dos dogmas que compõem o edifício sagrado da Fé de dois mil anos, e passe a não professar mais integralmente o Credo Católico, já é protestante. Claro que há aqueles que têm problemas intelectuais com relação aos artigos da Fé, mas que professam a Fé, mesmo estando os artigos, para ele,  em aparentes contradições e que procuram com pertinácia e boa vontade a elucidação das questões que lhe corroem a alma.

O "protestante Católico" necessariamente é, ipso facto, um protestante, e como todo protestante, tem aversão ao qualquer coisa que se relacione com o Culto de Hiperdulia, prestado à Bem Aventurada sempre Virgem Maria, ou com o Culto de Dulia, prestado aos santos. O "Protestante-católico" tem aversão ao canto gregoriano, pois ao Canto Gregoriano é impossível adicionar todas as inovações e malabarismos sentimentalistas típicos da música protestante. Tem também aversão à música piedosa, pois a considera piegas demais e muito "parada", como se a Santa Missa devesse ter o "agito" de uma "balada", típica dos pagãos! O "Católico-protestante" abomina a liturgia tradicional, pois na Liturgia tradicional é impossível haver espaços para quaisquer adições abomináveis; é impossível abrir espaços para aberrações litúrgicas, que corroem todo o patrimônio litúrgico acumulado com esmero pelo Santos Padres através dos tempos. 

O Católico-protestante NUNCA consulta o parecer e a biografia dos santos da Igreja sobre os temas de Fé! Isto, porque se assim o fizesse, teria que inevitavelmente constatar a sua desonestidade com relação às coisas da Igreja. Se assim o fizesse, não seria um Católico-protestante, mas um genuíno católico. Se assim o fizesse, teria de ver-se apartado da infame e demoníaca doutrina do Sola Scriptura (Somente as escrituras como regra de Fé), para aderir à colossal teologia da escola dos Santos! Um católico-protestante não se submete à autoridade da Tradição: é muito soberbo para isso.

Uma atitude bem específica do católico-protestante, é tentar, a todo custo, reduzir ao mínimo a importância que tem a Santíssima Virgem Maria na vida da Igreja.

 Ele pensa, como um genuíno protestante, que a Virgem Maria é uma Mulher qualquer, baseado nos momentos em que Nosso Senhor dirige-se à Virgem Maria como "Mulher", crendo com isso, que Jesus a teria por uma mulher como as outras. Acontece, que o 'Protestante-católico" se acha um exímio hermenêuta e pensa tudo saber das escrituras. A soberba não o deixa contemplar a verdade de que Maria Santíssima é chamada de "Mulher" por Nosso Senhor, pois Ele quer exatamente pô-la inserida na obra da Salvação, fazendo alusão direta à "Mulher" do Gênesis e do Apocalipse, "Mulher" essa sobre a qual Deus promulgou uma inimizade perpétua contra a estirpe de Satanás! (Gen 3,15).

Não percebe o "Católico-protestante", que o ato de tentar esconder ou dimunir a Virgem Maria, assemelha-se - e muito - à ira atávica com a qual o dragão (figura de Satanás) tenta fazer Submergir a "Mulher" (figura da Virgem Maria), no Livro do Apocalipse. (Ap 12, 13-17). 

Não tenho nada, absolutamente nada contra os protestantes que nas suas comunidades eclesiais exercem o seu direito de culto decretado pela Constituição Brasileira de 1988. Mas como dizem os jovens de hoje, embalados pelo maldito funk: cada um no seu quadrado. O católico e Evangélicos protestantes devem unir-se naquilo que têm em comum: a luta contra a cultura de morte que assola o país, hoje nas mãos de Comunistas. 

Bem, assim eu identifico o "Católico-protestante". Infelizmente há aos montes nos bancos das Igrejas! 

Como cambatê-los?

 Estudando, tomando os Santos como exemplo fiel de seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, proclamando a Verdade católica oportuna e inoportunamente, tendo uma profunda e Verdadeira Devoção à Virgem Maria, e.... rezando muito por eles!

Viva Cristo Rei e Salve Maria Santíssima!