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sábado, 2 de maio de 2015

O "Católico-protestante"


Antes de qualquer palavra, gostaria de desculpar-me com os generosos leitores pelo título que encabeça este texto, pelo seu absurdo antagonismo de conceitos. Porém, não encontro outra maneira de alcunhar este fenômeno, pois trata-se de um protestantismo dentro da Santa Igreja Católica. De maneira, que tomo a liberdade de alternar os termos "Protestante-católico" e "católico-protestante", pois ambos são aberrações inaceitáveis.

 Por conceito, "Católico", significa "Universal", ou seja, aquele que adere à Fé inteira e à Igreja inteira. Protestante, em contrapartida, é alguém que diante de duas verdades de Fé que encontram-se em aparente tensão, em aparente contradição, rejeita uma das verdades e faz uma escolha: daí o fato de o protestantismo ser uma Heresia. Heresia, do Latim Haeresis, quer dizer "escolha", ou seja, como dissemos antes, o protestante escolhe no quê crer. 

O protestantismo é uma Heresia condenada tanto pelo Concílio de Trento, quanto pela Bula Exsurge Domine, onde o Papa Leão X, imbuído do "poder das chaves" (Mt 16,18)  conferida por Nosso Senhor Jesus Cristo a São Pedro e seus sucessores, condena como heresia o protestantismo, como se segue:

"Com o conselho e consenso desses nosso veneráveis irmãos, com deliberação amadurecida sobre cada uma das proposições supra, e pela autoridade do Deus Todo-Poderoso, dos santos apóstolos Pedro e Paulo, e de nossa própria autoridade, nós condenamos, reprovamos, e rejeitamos completamente cada uma dessas teses ou erros como heréticos, escandalosos, falsos, ofensivos aos ouvidos piedosos ou sedutores das mentes simples, e contra a verdade católica." 

O Papa Leão X não só condena o protestantismo como Heresia, mas imputa uma pena canônica a quem quer que desobedeça tal determinação e adira aos textos e às teses propugnadas por Lutero:

"Listando-os, nós decretamos e declaramos que todos os fiéis de ambos os sexos devem considerá-los como condenados, reprovados e rejeitados... Nós os proibimos a todos em nome da santa obediência e sob as penas de uma automática excomunhão..."

Depois de tão veemente condenação por um digno e legítimo sucessor de Pedro, detentor de poderes conferidos por Nosso Senhor Jesus Cristo, a pergunta que ressoa nos corações dos bons e fiéis católicos de hoje é: Por quê esse pensamento protestante ainda encontra adeptos na Igreja Católica? Como são os "Católicos protestantes"?

Esse pensamento ainda encontra adeptos na Igreja devido: à crise de autoridade reinante nos ambientes eclesiásticos, onde o leigo não reconhece mais a autoridade do Sagrado Magistério, fazendo a "escolha" de deliberadamente não obedecer o Magistério, ainda que a verdade acerca da necessidade da observância da lei lhe seja revelada. Além disso, há a ditadura do relativismo, denunciada pelo então Cardeal Ratzinger em 2005, e que faz com que a autoridade  o magistério seja relativizada em função do período histórico, das culturas etc. 

Também penso que a Teologia da Libertação pode ter importante papel no desenvolvimento deste fenômeno, pois o pensamento marxista flexibiliza a doutrina e os Evangelhos ao bel prazer da ideologia, o que faz com que uma pregação ortodoxa da Doutrina praticamente inexista. Além disso, há movimentos dentro da Igreja que se caracterizam por uma espiritualidade mais voltada ao pentecostalismo, como setores mais desinformados e ignorantes da Renovação Carismática Católica. Deixo claro: há muitos setores da RCC que se empenham em se formarem doutrinalmente e serem fiéis ao Sagrado Magistério. Ignorantes e desobedientes há em todos os ambientes da Igreja. Mas o que resume tudo o que foi dito acima, na minha opinião, é o pensamento revolucionário.

Mas o que é essa absurda aberração vulgarmente alcunhada por mim de "Protestantismo-católico"?

O "Protrestante católico",  como todo protestante, escolhe seus próprios Dogmas! Ele, imbuído de uma atávica soberba; inflado com uma pseudo-autoridade, decide no quê crê e quando crê. É um verdadeiro self-service da Fé!

Não entende que para fazer uso do nome de 'católico" precisa necessariamente ser "Universal", ou seja, aderir a TODO o conjunto da Fé, com todos os seus Dogmas. Caso, por desgraça, ele passe a não crer mais num dos dogmas que compõem o edifício sagrado da Fé de dois mil anos, e passe a não professar mais integralmente o Credo Católico, já é protestante. Claro que há aqueles que têm problemas intelectuais com relação aos artigos da Fé, mas que professam a Fé, mesmo estando os artigos, para ele,  em aparentes contradições e que procuram com pertinácia e boa vontade a elucidação das questões que lhe corroem a alma.

O "protestante Católico" necessariamente é, ipso facto, um protestante, e como todo protestante, tem aversão ao qualquer coisa que se relacione com o Culto de Hiperdulia, prestado à Bem Aventurada sempre Virgem Maria, ou com o Culto de Dulia, prestado aos santos. O "Protestante-católico" tem aversão ao canto gregoriano, pois ao Canto Gregoriano é impossível adicionar todas as inovações e malabarismos sentimentalistas típicos da música protestante. Tem também aversão à música piedosa, pois a considera piegas demais e muito "parada", como se a Santa Missa devesse ter o "agito" de uma "balada", típica dos pagãos! O "Católico-protestante" abomina a liturgia tradicional, pois na Liturgia tradicional é impossível haver espaços para quaisquer adições abomináveis; é impossível abrir espaços para aberrações litúrgicas, que corroem todo o patrimônio litúrgico acumulado com esmero pelo Santos Padres através dos tempos. 

O Católico-protestante NUNCA consulta o parecer e a biografia dos santos da Igreja sobre os temas de Fé! Isto, porque se assim o fizesse, teria que inevitavelmente constatar a sua desonestidade com relação às coisas da Igreja. Se assim o fizesse, não seria um Católico-protestante, mas um genuíno católico. Se assim o fizesse, teria de ver-se apartado da infame e demoníaca doutrina do Sola Scriptura (Somente as escrituras como regra de Fé), para aderir à colossal teologia da escola dos Santos! Um católico-protestante não se submete à autoridade da Tradição: é muito soberbo para isso.

Uma atitude bem específica do católico-protestante, é tentar, a todo custo, reduzir ao mínimo a importância que tem a Santíssima Virgem Maria na vida da Igreja.

 Ele pensa, como um genuíno protestante, que a Virgem Maria é uma Mulher qualquer, baseado nos momentos em que Nosso Senhor dirige-se à Virgem Maria como "Mulher", crendo com isso, que Jesus a teria por uma mulher como as outras. Acontece, que o 'Protestante-católico" se acha um exímio hermenêuta e pensa tudo saber das escrituras. A soberba não o deixa contemplar a verdade de que Maria Santíssima é chamada de "Mulher" por Nosso Senhor, pois Ele quer exatamente pô-la inserida na obra da Salvação, fazendo alusão direta à "Mulher" do Gênesis e do Apocalipse, "Mulher" essa sobre a qual Deus promulgou uma inimizade perpétua contra a estirpe de Satanás! (Gen 3,15).

Não percebe o "Católico-protestante", que o ato de tentar esconder ou dimunir a Virgem Maria, assemelha-se - e muito - à ira atávica com a qual o dragão (figura de Satanás) tenta fazer Submergir a "Mulher" (figura da Virgem Maria), no Livro do Apocalipse. (Ap 12, 13-17). 

Não tenho nada, absolutamente nada contra os protestantes que nas suas comunidades eclesiais exercem o seu direito de culto decretado pela Constituição Brasileira de 1988. Mas como dizem os jovens de hoje, embalados pelo maldito funk: cada um no seu quadrado. O católico e Evangélicos protestantes devem unir-se naquilo que têm em comum: a luta contra a cultura de morte que assola o país, hoje nas mãos de Comunistas. 

Bem, assim eu identifico o "Católico-protestante". Infelizmente há aos montes nos bancos das Igrejas! 

Como cambatê-los?

 Estudando, tomando os Santos como exemplo fiel de seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, proclamando a Verdade católica oportuna e inoportunamente, tendo uma profunda e Verdadeira Devoção à Virgem Maria, e.... rezando muito por eles!

Viva Cristo Rei e Salve Maria Santíssima!

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