As universidades foram fundadas na Idade Média, pela Igreja Católica, a
fim de ensinar as pessoas. Mas, entrando de abismo em abismo, parece que elas
estão enlouquecidas. O que está acontecendo?
Antes de qualquer coisa, é importante dizer que as escolas foram
concebidas pelo Cristianismo para que as pessoas conhecessem, contemplassem e
servissem a Verdade. O projeto cristão para a educação não era apenas que as
pessoas aprendessem as coisas, mas que verdadeiramente se santificassem.
Infelizmente, com a fundação da universidade – que quase sempre é
reputada como um grande mérito da Igreja –, começou a buscar-se não mais a
verdade, mas um diploma. Então, com a substituição gradativa do conhecimento pela
autopromoção, experimentou-se uma terrível derrocada no nível dos estudos.
Grandes mudanças no seio da sociedade também estimularam a decadência do
ambiente universitário. Com o processo acelerado de industrialização, surgiu a
necessidade de mão-de-obra para as fábricas. Como consequência, aquilo que era
uma formação intelectual tornou-se um conhecimento eminentemente prático, para
formar trabalhadores. Após a Segunda Guerra Mundial, a situação mudou
totalmente de figura: a faculdade serviria não mais para buscar a verdade –
como idealizava a Igreja –, nem para formar bons cidadãos – como queriam os
renascentistas –, nem sequer para forjar mão-de-obra, mas tão somente para
ensinar “atitudes sociais” aceitáveis para um projeto de “engenharia” da
sociedade. O nome desse projeto é marxismo.
O marxismo é um movimento que tem em vista desmontar a sociedade tal
como a conhecemos. A princípio, a ideia era fazer isso por meio de revoluções.
Depois, um grupo de pensadores – que integrou a conhecida Escola de Frankfurt –
viu que isso era impossível, pois o chamado “proletariado” estava alienado por
uma cultura, que precisaria ser destruída primeiro.
Na Alemanha, os filósofos Karl Korsch e Georg Lukács fundaram, com a
ajuda do empresário Felix Weil, o Instituto para Pesquisa Social (Institut für
Sozialforschung). Juntamente com vários pensadores, eles criaram a “teoria
crítica”, que tinha como finalidade investigar toda a cultura ocidental e
destruí-la. Korsch pegou emprestadas do pensamento de Karl Marx as noções de infraestrutura
e superestrutura. Aquela seria as relações econômicas; esta, as instituições
geradas por elas, tais como o direito, a família, a universidade, a escola etc.
A superestrutura serviria tão somente para alienar as pessoas, submetendo-as
aos interesses da classe dominante. A solução, então, seria utilizar a
filosofia – considerada pelos marxistas como “instituição burguesa” – para
destruir a própria filosofia ocidental. O trabalho da Escola de Frankfurt era
este: destruir e criticar, até não restar pedra sobre pedra. Não sem razão Max
Horkheimer, um dos diretores do Instituto, só contratava professores que
tivessem, em suas palavras, “aquele ódio por tudo o que está de pé”.
A maioria dos professores das universidades, conscientemente ou não, são
adeptos desse pensamento marxista e revolucionário. Ao invés de estar em sala
de aula para ensinar os alunos, eles usam a sua profissão para escandalizar os
estudantes e desorientá-los. O que deveria ser um caminho para encontrar-se com
a Verdade torna-se, antes, um “descaminho”, justamente a fim de acabar com a
ideia de que as verdades existem.
Aparentemente, as universidades não têm nada que ver com o “sexo livre”.
No entanto, são o ambiente propício para estimular esse comportamento e
ridicularizar quem, de alguma forma, destoe dele. Herbert Marcuse, um dos
autores da Escola de Frankfurt, idealizava, por exemplo, a “perversão
polimorfa”, pela qual todas as pessoas usariam o sexo indiscriminadamente,
tratando-o de forma “não generativa” – ou seja, dissociando-o a abertura à vida
para usá-lo tão somente como gratificação.
Theodor Adorno, por sua vez, ao formular o conceito de “personalidade
autoritária”, criou a “Escala F”, de “fascismo”, que associava as ideias
conservadoras das pessoas a supostas “tendências autoritárias” que elas tinham.
Como solução para esse “problema”, seria necessário dessensibilizar os
indivíduos, a fim de transformar o seu modo de pensar. Ora, não é exatamente
este o projeto que é seguido à risca nas universidades? Tratar como “doente” e
“fascista” o pensamento alheio, só por ser contrário à ideologia marxista?
Como reagir diante desse verdadeiro bombardeiro à fé e às convicções
morais que moldaram o Ocidente?
Antes de qualquer coisa, é preciso
“preparar o terreno”, por assim dizer. Quando um professor ataca a Igreja em
sala de aula, provocando os alunos que porventura sejam católicos, o que ele
quer é justamente o conflito, não a busca da verdade – na qual ele sequer
acredita. Por isso, nessa situação, ao invés de discutir com o professor, é importante estudar: não como
quem está atrás de um diploma, mas como alguém sedento pela Verdade. Além disso, é preciso identificar
pessoas de boa vontade ao redor e, de alguma forma, ensiná-las. Combater
sozinho contra um professor mal-intencionado é muitas vezes contraproducente.
Com um grupo de pessoas preparadas para desmascarar o ideólogo, é muito mais
fácil agir.
Ao fim, o que se propõe é um trabalho genuíno de evangelização que leve
as pessoas, pouco a pouco, ao encontro com a Verdade. Não se trata do caminho
para a mudança da universidade como um todo, mas já é um caminho para a mudança
da própria mentalidade.
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