Fabrício Silva, 19, nasceu em Olinda e mora no Rio. Filho de
ex-empregada, estuda para entrar na faculdade. "Não imaginava o sucesso
no facebook"
O estudante Fabrício Silva, 19 anos,
nunca esteve tão perto de atingir seu objetivo. Nascido em Olinda e morando no
Rio desde 2005, o rapaz é autor do evento de Facebook “Golpe Comunista 2014 no
Brasil! Os reaçinha PIRAM!”. Com quase 50 mil confirmados na rede, a página
tornou-se uma febre, principalmente por conta das enquetes bem-humoradas
criadas pelos usuários.
Veja o Facebook: https://www.facebook.com/revolucaocomunista?fref=ts
Inicialmente chamava-se apenas “Golpe
comunista 2014 no Brasil!” mas, quando o número de confirmados começou a
crescer muito, Silva resolveu fazer o complemento, para ficar claro que não
pregava a violência ou algo assim, já que a mãe, uma empregada doméstica
aposentada, ficou preocupada com essa história. “Depois até tentei voltar para
o nome original, mas não dá mais, o Facebook travou a edição do nome do
evento”.
O jovem formou-se no colegial no ano
passado, mas não conseguiu entrar na faculdade e agora faz cursinho para entrar
no curso de Ciências Políticas da UniRio, que é federal. Sempre militou, “desde
os 15 anos, quando eu era do PCOR, não-legalizado, que é o Partido Comunista
Revolucionário”. Hoje simpatiza com outras siglas de esquerda, como o PCB
e o PSOL, mas não é filiado a nenhum deles. Votou em Marcelo Freixo para
prefeito e em Renato Cinco para vereador, ambos do PSOL – Cinco é ligado à
Marcha da Maconha carioca. O apoio à Marcha, aliás, é só uma das muitas bandeiras
de Fabrício Silva. Logo após a entrevista, participaria de uma manifestação
contra o preço das passagens no Rio. O ativista é figura fácil em protestos,
seja a favor dos índios da aldeia Maracanã ou contra o pastor Marco Feliciano
(PSC-SP).
Apesar de ter sido procurado por dois
grandes jornais, Silva ainda não havia sido “revelado”. “Uma repórter da Folha
falou comigo por uma hora, mas depois me ligou agradecendo, disse que o editor
não tinha aprovado a matéria. O Globo também me ligou, mas até agora não saiu
nada”.
E gostaria que o golpe comunista de fato
acontecesse em 2014? “Claro! Mas é difícil imaginar isso acontecendo de
verdade... e acho que nenhum dos partidos que estão hoje aí está preparado para
fazer a revolução”.
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