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domingo, 5 de outubro de 2014

Santo Tomás, o Concílio Vaticano II e o Islã.

Mais uma cabeça inocente tombou no solo arenoso de algum ponto do mundo,  num deserto sabe-se lá de onde, entre a Síria e o Iraque. O algoz, mais uma vez – como ocorre desde o século VII – é um Islâmico. Como não poderia deixar de ser, nossa Presidente bateu seu ponto como dirigente deste gigantesco Anão Diplomático e proferiu suas contumazes asneiras na Assembléia geral da ONU e disse que o Brasil está sendo assolado por uma onda de “Islamofobia”.  Como se os errados fossemos nós, cidadãos pacíficos – não pacifistas – que ficamos aterrorizados com as cenas brutais dessa horda de demônios cuja diversão predileta é separar cabeças de corpos utilizando facas de cozinha, cortando-as como fossem pedaços de carne para churrasco. A presidente não conhece limites para o ridículo, tampouco para suas notórias afinidades com o que há de mais execrável no mundo. (Gostaria muitíssimo de proferir aqueles palavrões cabeludos, com os quais deleita-se o querido e  eruditíssimo professor Olavo de Carvalho, o qual sou muito grato, pois parecem-me libertadores. Mas por enquanto limito-me a não reconhecer esta mulher abjeta e enlameada de outra forma que não como inspirada pelo Demônio)

Agora estou certo de que o meio pelo qual Satanás move-se pelo mundo, são duas grandes e robustas pernas, onde numa está tatuado o nome do Comunismo, e noutra, o nome do Islã.

Feitos os desabafos iniciais, gostaria de partilhar algo; ainda sobre o Islã.

Estou lendo o belíssimo trabalho sobre o Concílio Vaticano II, da lavra do renomadíssimo professor Roberto de Mattei. Ora, a cada página lida, meu queixo despenca mais alguns centímetros, ao constatar com fartas referências bibliográficas as falcatruas da ala modernista da Igreja para destruir por completo as bases doutrinais desta.
O empreendimento de tão portentosa leitura, aguçou-me a ler novamente alguns documentos do Concílio, para constatar alguns fatos, e eis que num dado momento, passo meus olhos sobre a “Declaração Nostrae Aetate, sobre a relação da Igreja com as religiões não Cristãs”. Neste documento, que assim como a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, é eivado de um otimismo não condizente com a Tradicional Doutrina Católica, há um parágrafo que versa sobre o Islã. Diz a declaração:

 A Igreja olha também com estima para os muçulmanos. Adoram eles o Deus Único, vivo e subsistente, misericordioso e onipotente, criador do céu e da terra, que falou aos homens e a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de todo o coração, como a Deus se submeteu Abraão, que a fé islâmica de bom grado evoca. Embora sem o reconhecerem como Deus, veneram Jesus como profeta, e honram Maria, sua mãe virginal, à qual por vezes invocam devotamente. Esperam pelo dia do juízo, no qual Deus remunerará todos os homens, uma vez ressuscitados. Têm, por isso, em apreço a vida moral e prestam culto a Deus, sobretudo com a oração, a esmola e o jejum.
E se é verdade que, no decurso dos séculos, surgiram entre cristãos e muçulmanos não poucas discórdias e ódios, este sagrado Concílio exorta todos a que, esquecendo o passado, sinceramente se exercitem na compreensão mútua e juntos defendam e promovam a justiça social, os bens morais e a paz e liberdade para todos os homens.” ¹ Anotou aí?

Em contrapartida, num outro documento, no decreto sobre a formação Sacerdotal, o Decreto Optatam Totius, expressam-se nestes termos os Padres conciliares sobre a formação em teologia dos aspirantes ao sacerdócio:

Exponha-se aos alunos o contributo dos Padres da Igreja oriental e ocidental para a Interpretação e transmissão fiel de cada uma das verdades da Revelação, bem como a história posterior do Dogma tendo em conta a sua relação com a história geral da Igreja. Depois, para aclarar, quanto for possível, os mistérios da salvação de forma perfeita, aprendam a penetra-los mais profundamente pela especulação, tendo por guia Santo Tomás, e a ver o nexo existente entre eles.” ²

Ou seja, claramente o Concílio confirma Santo Tomás de Aquino como depurador da Teologia católica, e orienta que o Aquinate seja tido por guia seguro no estudo da teologia. Até aí não temos novidades, pois isto a Igreja sempre o fez, salvos alguns momentos na história onde o estudo de Santo Tomás foi freado, tendo sido reavivado pelo Papa Leão XIII, através da sua magistral Encíclica Aeterni Patris.

Pois bem. Seguirei à risca a orientação do Concílio, e com isto, ficará patente que neste ponto, o Concílio se contradiz. Diz-nos o Concílio que Santo Tomás de Aquino deve servir-nos de guia no estudo da teologia, mas por outro lado, defende uma posição com relação ao Islã, que colide frontalmente com os ensinamentos de Santo Tomás de Aquino sobre a doutrina de Maomé.

São Raimundo de Peñaforte, confrade de santo Tomás na Ordem Dominicana, trabalhava na conversão dos muçulmanos e solicitou a Santo Tomás, que à época lecionava em Paris, para que compusesse uma obra apologética que auxiliasse seus eruditíssimos frades na tarefa de transmitir a Fé aos muçulmanos. Santo Tomás compôs a magnífica “Suma Contra os Gentios”, obra onde o Santo expõe sua doutrina Filosófica e Teológica, não no mesmo estilo de disputatio da Suma teológica, mas numa forma mais expositiva. Em determinado momento da Suma Contra os Gentios, Santo Tomás emite aquilo que é a opinião da Igreja acerca de Maomé e de sua seita. Ei-la:

No entanto, os iniciadores de seitas errôneas seguiram caminho oposto, como se tornou patente em Maomé. Ele seduziu os povos com promessas referentes aos desejos carnais, excitados que são pela concupiscência.
 Formulou também preceitos conformes àquelas promessas, relaxando, desse modo, as rédeas que seguram os desejos da carne.

 Além disso, não apresentou testemunhos da verdade, senão aqueles que facilmente podem ser conhecidos pela razão natural de qualquer medíocre ilustrado. Além disso, introduziu, em verdades que tinha ensinado, fábulas e doutrinas falsas.

Também não apresentou sinais sobrenaturais. Ora, só mediante estes há conveniente testemunho da inspiração divina, enquanto uma ação visível, que não pode ser senão divina, mostra que o mestre da verdade está inspirado de modo invisível. Mas Maomé manifestou ter sido enviado pelo poder das armas, que também são sinais dos ladrões e dos tiranos.

 Ademais, desde o início, homens sábios, versados em coisas divinas e humanas, nele não acreditaram. Nele, porém, acreditaram homens que, animalizados no deserto, eram totalmente ignorantes da doutrina divina. No entanto, foi a multidão de tais homens que obrigou os outros a obedecerem, pela violência das armas, a uma lei.  

(Nota do autor : por esta afirmação de Santo Tomás de Aquino podemos auferir, aliado à incontáveis relatos históricos, a certeza de que a violência faz parte da essência do Islã!)

 Finalmente, nenhum dos oráculos dos profetas que o antecederam dele deu testemunho, visto que ele deturpou com fabulosas narrativas quase todos os fatos do Antigo e do Novo Testamento. Tudo isso pode ser verificado ao se estudar a sua lei. Já também por isso, e de caso sagazmente pensado, não deixou para leitura de seus seguidores os livros do Antigo Testamento, para que não o acusassem de impostura. Fica assim comprovado que os que lhe dão fé à palavra crêem levianamente.” ³

Donde se constata, que utilizando a autoridade do Concílio, o mesmo está errado sobre como vê o Islã. Sem mais.


Referências:

  1.        Concílio Vaticano II, Declaração Noastra Aetate, n. 3
  2.      Concílio Vaticano II, Decreto Optatam Totius, n. 16
  3.        Santo Tomás de Aquino. Suma Contra os Gentios. Livro I, Cap. VI,3

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