Translate

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cristianismo "A la carte"


Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente (...) “A Igreja prefere que as pessoas que buscam soluções imediatas por meio de  milagres não permaneçam nela”




Foi publicada, no dia 7 de Outubro de 2011, na revista Isto é, uma matéria, no mínimo tendenciosa, onde o autor da matéria, constata o possível declínio da incorporação de fiéis à Igreja Católica, e no artigo, ele aponta o que seriam os 7 erros, ou como diz o título falacioso, 7 pecados da igreja, que culminaram com a perda sistemática de fíéis. Na matéria, ele aponta como um dos motivos desta debandada de fiéis, a atuação do Santo Padre, Papa Bento XVI como sucessor de Pedro, pois segundo “especialistas” ouvidos, “Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente”. (como amo esse Papa!) - Tecerei, num primeiro momento, alguns comentários, sobre alguns pontos que me chamaram a atenção - Iisto é bem verdade! O Papa Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente. Ouvi recentemente uma aula esplêndida do Padre Paulo Ricardo, onde ele coloca a afirmação acima em termos bastante práticos; “a Igreja encontra-se numa fase, em que não precisamos de adesões (como um partido político), mas de excomunhões”, ou seja, existem pseudo-católicos, atrapalhando a caminhada da Igreja! Fiéis que procuram um Cristianismo a La carte; um lugar onde podem entrar, encontrar alívio para suas dores ( e o encontra, pois Deus é infinitamente bom), sair,  e declarar-se católico, porém, não houve uma conversão sincera e honesta, um conversão de valores, não houve renúncia.
Esse tal Cristianismo a La carte me incomoda! No referido artigo da tal revista, um dos entrevistados fala de uma “Igreja supermercado”. Eu observo, por exemplo, as pessoas que procuram os Sacramentos; procuram o Batismo não como sendo o que deve ser – a entrada e incorporação no Corpo Místico de Cristo - por exemplo, mas como um evento meramente social, onde quando acaba o rito, ninguém sequer faz idéia do que aconteceu, e partem alegres e imersos em ignorância para os seus churrascos e comilanças. Porém, o Cristianismo a La carte começa dentro da Igreja, pasmem; conheço “católicos” , que dizem-se católicos mas não aceitam os Dogmas, (que são para quem os conhece, uma porta para o infinito), desprezam a intercessão dos Santos, negam a comunhão dos Santos, não rezam o Santo Rosário, Negam a Virgem Santíssima, vão à Missa por preceito e desconhecem que a Missa é o Drama do Calvário. Esta mentalidade transmite-se para o mundo, que jaz no secularismo e na mentira, vive sem nada que os ligue à Deus, logo, a disseminação desta mentalidade de Catolicismo self-service espalha-se como câncer no seio da Igreja.
Agradou-me no referido artigo, algo dito por um teólogo jesuíta; Esse efeito-rebote, somado à procura cada vez maior da população por curas e milagres que resolvam rapidamente seus problemas, tem levado esses católicos a migrar para outras denominações ou encorpar o grupo dos que fazem contato com o divino sem o intermédio de uma instituição. “A Igreja prefere que as pessoas que buscam soluções imediatas por meio de milagres não permaneçam nela”
A Igreja de Cristo não é aspirina! Nosso Senhor legou-nos a Igreja, onde almas devem ser salvas e não somente dores devem ser abolidas, mas defende-se que a dor seja abolida por uma conversão eficaz e profunda, onde contemplando-se a face de Nosso Senhor, as dores sejam aliviadas.  Será que o demônio, desonestamente, não pode também realizar alguns showzinhos de curas? Pois seria muito eficaz para ele ganhar as almas que são de Deus, realizar algumas “coisinhas” aqui e ali, mas nada que seja necessária uma mudança de hábitos.
Não, a Igreja Católica Apostólica Romana não se preocupa com a quantidade das almas ou com os dígitos em dinheiro; não se preocupa se terá um teto para celebrar seus ritos (pois já celebramos, há muitos anos atrás, em catacumbas, e vive-se até hoje em alguns ligares do mundo onde o Cristianismo é proibido); nós nos preocupamos com a qualidade das almas que serão apresentadas ao Senhor Jesus, quando voltar em Sua Glória! O protestantismo cresce a cada dia, pois não exige uma conversão profunda; não exige a meditação das dores de Cristo e de Nossa Senhora; prega um Cristianismo livre de dores; “Pare de sofrer” é o seu slogan! Há alguma coerência em pregar um Cristianismo livre de dores, quando este surgiu de um ferida aberta com uma lança, em um Deus pregado numa Cruz? Determinadas pessoas preferem agir de acordo com o que diz São Máximo, à respeito da tendência humana de fugir da dor : “Fuga da dor e busca do prazer!”
 O adágio é apropriado para o momento; “queremos qualidade e não quantidade!” A qualidade das almas; isto sim, interessa à Santa Igreja Católica Apostólica Romana!

PAX CHRISTI

Diogo Pitta

Nenhum comentário:

Postar um comentário