A propósito do burburinho que se
formou a respeito da contratação de 6.000 médicos cubanos pelo Governo
brasileiro, quero tecer alguns comentários e informar algumas coisas que
me foram reveladas por um médico cubano, amigo meu de longa data. Por
questão de segurança, pois ele ainda tem familiares vivendo na
ilha-cárcere como “refém”, passo a chamá-lo de “Ernesto”.
Ernesto formou-se em 1984 numa
faculdade de medicina de Havana. Naquela época ainda não existia a
Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), que só foi fundada em 1999 e
hoje produz médicos em série, como numa fábrica. Conta-me ele que em
seu tempo o curso era em 6 anos, como aqui, mas que todos os formandos
se graduavam como “médico da família” e quem quisesse se especializar em
outro ramo da medicina teria que cursar mais 3 anos na especialidade
escolhida. Desses 6 anos, desde o primeiro até o terceiro ano constava
no currículo o estudo do marxismo-leninismo, como materialismo
dialético, materialismo histórico e ainda história do movimento operário
cubano e da “revolução de Fidel”. Essa escola, entretanto, e apesar do
ódio visceral aos norte-americanos, seguia o currículo e a bibliografia
da Escola Norte-Americana de Medicina, pois Fidel seguia as política e
ideologia da extinta URSS mas sabia que a medicina mais avançada era a
ianque.
Quando já havia cumprido sua
especialização em gastroenterologia (3 anos), Ernesto decide sair de
Cuba a qualquer preço, quando uma amiga lhe fala que estavam enviando
médicos para outros países. Não era condição sine qua non, mas davam
preferência àqueles que fossem filiados ao Partido Comunista. Ele
recebeu uma proposta de filiação e, por incentivo da família, como uma
maneira de escapar da ilha, filia-se e é enviado para trabalhar em
Pernambuco (PE) em 1997, num convênio firmado entre o Ministério da
Saúde do governo de FHC e Cuba, o “programa médico de saúde da família”.
A seleção foi feita em Miramar, num organismo estatal chamado
“Colaboração Internacional” que tem vários departamentos: Departamento
África, Departamento Caribe, Departamento América Latina, etc., e
durante a entrevista foi-lhe dito que teria que, “nas horas vagas”,
trabalhar como “comissário político”, ao qual ele recusou-se.
Durante sua permanência em PE, ele
foi alocado na prefeitura de uma cidade do interior, recebendo uma casa
para morar com mais outras pessoas e uma empregada, alimentação e o
salário de R$ 700,00. O governo federal pagava à Embaixada de Cuba por
cada médico a importância de R$ 3.000,00, que repassava à prefeitura a
parte correspondente a cada médico, ficando com um lucro de mais de
100%.
Com a criação do programa “Barrio
Adentro”, criado por Chávez e Fidel Castro em 2002, conta-me Ernesto que
o curso de medicina da ELAN sofreu um processo de “aceleração” e agora
forma-se um médico em “Medicina familiar-comunitária” em 5 anos, quer
dizer, em apenas dois anos, uma vez que os outros 3 são de doutrinação
ideológica porque o objetivo não é formar médicos e sim “comissários
políticos”. E as provas disto abundam, conforme pode-se ver nos vídeos
que seguem.
Neste primeiro vídeo, vários
estudantes brasileiros da ELAN dão seus depoimentos sobre sua
experiência de estudar em Cuba. Desde 1999 o PT e Cuba, seu sócio no
Foro de São Paulo (FSP), firmaram o primeiro convênio para enviar
estudantes brasileiros para estudar na recém-inaugurada ELAM - talvez
até tenha sido uma concepção do próprio FSP - como bolsistas, cujo
edital de seleção todo ano é publicado pelo site do PT, conforme pode-se
ler aqui.
Para concorrer a uma dessas bolsas é condição indispensável ser filiado
ao PT ou ao MST, conforme comprovam o edital e o vídeo.
Nestes depoimentos, todos os
estudantes afirmam ser militantes do braço armado do PT, o MST, e a
última a dar seu depoimento confirma o que me informou Ernesto mais
acima. Diz a estudante esta pérola: “Espero voltar para meu país e implantar esta semente revolucionária que estou vivenciando aqui e que está me nutrindo”. Esse vídeo não quer carregar, então, assistam-no aqui.
No vídeo seguinte temos uma
explicação sucinta do ex-espião cubano Uberto Mario, sobre como começou o
programa “Barrio Adentro”. Sobre este senhor, o Notalatina fez uma edição em 26 de novembro de 2007
mas que não chamou a atenção de ninguém, apesar da extrema gravidade,
pois os brasileiros não estavam interessados em saber o que se passava
na Venezuela que eu vinha denunciando há anos. Agora, com a vinda desses
6.000 agentes castristas ao Brasil, é possível que desperte a
curiosidade negligenciada antes... Vejam as denúncias que Uberto faz:
Nesse próximo vídeo um médico
venezuelano que “desertou” e hoje vive nos Estados Unidos, conta como
era sua vida na Venezuela. Saliento que a maioria dos médicos (ou
profissionais de outras categorias) cubanos se submetem a sair do país
deixando alguém da família como “refém” (também foi assim com Ernesto),
na esperança de fugir do “paraíso” e pedir asilo em outro país. O Dr
José Luis de la Cruz, entrevistado nesse vídeo, conta - e confirma o que
disse Ernesto - que ao chegar na Venezuela recebeu um lugar para morar,
alimentação e um salário que era, no seu caso, U$ 160 dólares, enquanto
Chávez pagava a Fidel U$ 800 a U$ 1.200 dólares por pessoa. Da idéia de
liberdade, o Dr José Luis só soube quando deixou a Venezuela, pois
segundo o “regulamento”, eles têm que voltar para seus alojamentos às 5
h. da tarde e de lá não podem mais sair. Mas assistam ao vídeo e
conheçam as barbaridades que sofrem esses cubanos no vídeo abaixo:
E, finalmente, convido-os a
assistir esse vídeo do ex-espião Uberto Mario que publiquei em 2007,
sobretudo a partir do minuto 8:55, onde ele fala sobre como os médicos
cubanos são controlados e espionados até em seus telefonemas pela
Embaixada de Cuba que retransmite TUDO para o controle dos ditadores Castro.
Ernesto me contou ainda que o
“encurtamento” do curso da ELAM, além do objetivo de doutrinação
ideológica, impede a validação dos diplomas nos países de destino, de
modo a que “seus agentes” não desertem como fizeram tantos já desde a
Venezuela. Ele me confirmou também que os médicos que foram para a
Venezuela têm seus passaportes retidos pela Embaixada e, do mesmo modo
que conta Uberto Mario nesse vídeo, recebem cedulação venezuelana para
poder votar, um documento que não tem qualquer valor legal fora da
Venezuela.
Depois de juntar e analisar todos
esses dados, me parece que algumas coisas ficam claras. A vinda desses
médicos cubanos ao Brasil serve a alguns fins: fazer doutrinação
marxista e enaltecer a revolução cubana e, de passagem, enaltecer o
governo brasileiro angariando votos para as eleições de 2014. Como a
“eleição” de Maduro está ameaçada, pois a oposição desta vez não aceitou
calada a monumental fraude, os Castro querem se assegurar de que se
perderem essa “boca” terão outra na reserva, afinal, esses 6.000 médicos
cubanos vão custar aos cofres públicos, isto é, o nosso bolso, a
bagatela de U$ 792 milhões. Se considerarmos o dólar a R$ 2,00, o
custo aproximado será de UM BILHÃO, QUINHENTOS E OITENTA E QUATRO MILHÕS
DE REAIS, que poderiam construir ambulatórios e hospitais nos locais
menos assistidos, pois os médicos brasileiros não querem ir para os
rincões mais distantes por FALTA DE CONDIÇÕES DE TRABALHO!
E para terminar, os questionamentos
que me inquietam são: “quem” vai espionar esses médicos no Brasil? Já
temos espiões instalados aqui de maneira encoberta e a sociedade que vai
pagar esta farra não sabe? Onde vão ficar os “censores”, em um comando
central na Embaixada em Brasília ou cada cidade vai ter seu corpo
pessoal de espiões? Mais do que saber se esses médicos vêm tratar
diarréia, catapora ou pressão alta, é preciso saber dessas questões
político-ideológicas e de espionagem, pois se não cuidarmos, não tarda
em acontecer o mesmo que na Venezuela que já é uma colônia de Cuba. Se
você ama o Brasil, pense nisso. Quero agradecer a Christoffer Alex Souza
Pinto pela inestimável ajuda que me prestou. Fiquem com Deus e até a
próxima!
Graça Salgueiro
http://notalatina.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário