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domingo, 1 de maio de 2016

O que penso sobre "Conservadorismo" Parte I

Queria falar um pouquinho sobre conservadorismo. Obviamente que não pretendo falar com a desenvoltura e propriedade de um Russell Kirk, de um Edmund Burke, de um T.S. Eliot, ou de Roger Scruton, mas falar simples e humildemente, daqui de baixo, como Diogo Pitta. Vejo esta necessidade devido à falsa idéia que nutre-se hodiernamente quanto ao que seja Conservadorismo. Mas quero, de início, indicar uma leitura para aprofundar no pensamento que minhas escassas palavras intentam demonstrar. Indico-lhes a portentosa obra "A política da Prudência", do pai do conservadorismo americano, Russell Kirk. 

Feita a indicação, partamos para a pergunta objetiva: o que é Conservadorismo? Posso dizer de ante-mão: o conservadorismo é uma anti-ideologia,e difere-se absolutamente do liberalismo. É o ponto de equilíbrio do mundo; o ponto de equilíbrio entre o liberalismo/ideologia e o tradicionalismo maluco. "Não existe um modelo conservador, e o conservadorismo é a negação da ideologia: é um estado de espírito, um tipo de caráter, um modo de ver a ordem civil e social", diz-nos Russell Kirk.

Pensando num vaso de planta, o qual se quisesse conservar: para conservar uma planta num vaso, deve-se pensar em molhar a planta, pô-la ao sol, deve-se admitir que se pode um galho, que se troque a terra, ou que se troque o vaso, enfim, o conservador pensa que para CONSERVAR, deve-se cultivar o equilíbrio, o senso das proporções e o entendimento de que há uma hierarquia nas belezas, nos bens e nas prioridades. O revoluciuonário, ou seja, aquele que vive sob a égide da ideologia, age de forma mais radical e insana: ao perceber que uma folha da planta deteriora-se, ao invés de podar apenas aquela folha, lança o vaso - com planta e tudo - ao lixo, para em seguida plantar outra planta. O Conservador, como o nome mesmo sugere, CONSERVA. Esta conservação, permitiu que a civilização ocidental fosse erigida sob os três sustentáculos, a saber: a Filosofia Grega, o Direito Romano e a Moral Judaico Cristã. A ideologia, a revolução, tem como missão a ser liquidada a destruição completa destes três pilares, pois estes apontam para a transcendência, aquela, para a imanência. Ou seja, o Conservadorismo aponta para o Céu, e a ideologia aponta para um reino perfeito (utopia) aqui na terra. E bem o provam Stalin e Hitler: todos os que se propuseram a erigir uma sociedade perfeita aqui na terra, só foram capazes de produzir inferno e destruição, ou alguém duvida que Stalin e Hitler estavam ambos em busca do que aos seus olhos viria a ser uma sociedade perfeita aqui na terra?

Mas para que esta conservação seja realizada, alguns princípios devem ser observados, e estes princípios foram expostos e estudados na obra que indiquei logo acima, da lavra de Russell Kirk. Refiro-me aos Dez princípios do Conservadorismo, dos quais citarei alguns.

O Conservador acredita que há uma ordem moral duradoura, que foi pensada por Deus para o homem. o Conservador nunca exclui Deus e a transcendência! A natureza humana é uma constante, e as verdades morais são permanentes. "Ordem" quer dizer "harmonia". Há dois tipos de ordem: a ordem interior, ou seja, aquela que brota das disposições da alma humana, e a ordem social. Assim como uma árvore saudável é uma manifestação exterior de uma raiz forte e saudável, a ordem externa é uma manifestação direta da ordem interna, ou seja, se alma humana vai mal, a ordem social vai mal. Por isso, contemplamos atônitos uma turba de bárbaros, matando-se uns aos outros, e os que não matam, contemplam com frieza um cadáver à rua, ou vídeos das decapitações do Estado Islâmico. Se a ordem interna, de cunho espiritual vai mal ou inexiste, a tendência é a ruína da ordem social. Ora, a nossa sociedade, têm-se aproximado mais da matéria do que de Deus, o que faz com que Deus, o autor da ordem espiritual ou interna, seja excluído da sociedade, o que por uma relação de causa (Deus) e efeito (ordem interna), a ordem espiritual seja minguada, fraca e em muitos casos, inexistente, pois, se se exclui a Causa, excluem-se os efeitos. Seguindo este raciocínio, podemos pensar na relação de causa e efeito também no que tange a ordem social: se afastamos a causa (ordem interna), afastamos seus efeitos (ordem social), gerando caos e balbúrdia. Não é isto que nossos lânguidos olhos contemplam? 

A Ideologia é o contrário do Conservadorismo, ou seja, a Ideologia é uma anti-religião. Enquanto o conservadorismo crê na Religião, na transcendência como fator determinante para a ordem interior e consequentemente para a ordem exterior, a ideologia nega peremptoriamente a religião, tomando-a exatamente como brota da boca pútrida de Marx, ou seja, como o "ópio do povo", pois se o "povo" olhar para Deus esquecer-se-á, diz a ideologia, das causas da terra, ou seja, das causas trabalhistas e das causas do partido.

 Logo, se a Ideologia afasta a causa da ordem espiritual/interna, e consequentemente da ordem social/exterior, é necessário que a ideologia gere caos e balbúrdia generalizada, pela força da lógica! 

Portanto, a ideologia é a causa dos males sociais que contemplamos atualmente. Se a ideologia é a causa dos males atuais, como bem vimos, logo, uma anti-ideologia faz-se mais que necessária, para atuar como antídoto, e este antídoto chama-se "Conservadorismo". 

Parafraseando o comuno-cuspidor Jean Willys; "Durmam com essa", o Conservadorismo salvará o mundo!

Gostaria de terminar esta reflexão com uma frase de Sua Alteza, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil: "Ou se coloca Deus no centro de todas as coisas, ou não haverá restauração para o Brasil!"

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