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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Considerações sobre a Doutrina reencarnacionista - Um olhar Científico.

 Para ler o artigo na íntegra, acesse Veritatis Splendor.

O espiritismo e a reencarnação pressupõem uma concepção dualística platônico-cartesiana de alma e corpo que nega a unidade substancial do ser humano e leva, como vimos, à posição errada do materialismo.
Somente a oração a Deus é o meio ordinário para poder se comunicar com a alma separada violentamente do seu corpo. A alma privada de seu corpo não pode agir no mundo dos corpos, salvo por iniciativa de Deus: as técnicas do espiritismo são uma evidente forçação do mundo do espírito porque pretendem obter com esforços humanos somente aquilo que Deus pode conceder e, portanto, são negativas do ponto de vista do equilíbrio psicológico e espiritual e, por último, existe a suspeita razoável de que eles não estejam imunes à intervenção diabólica.
Escreve Carlos Aldunate no seu livro – O cristão frente ao paranormal – “Provocar esses fenômenos significa entrar voluntariamente no estado particular de receptividade que se chama TRANSE. Nele, o médium deixa de lado o seu espírito crítico e se faz transportar da sua própria sensibilidade. Por isso, o transe é um estado degradado do homem. (...) O médium em transe suspende as próprias capacidades superiores, por estar permeável às forças do inconsciente inferior (...).
Essas forças são desconhecidas: podem vir do inconsciente do médium, do inconsciente do cliente ou do inconsciente coletivo. Podem vir também de um espírito desconhecido, porque não há nunca plena segurança que venham do espírito invocado. Podem, enfim, vir de um demônio.
Certamente, não podem vir de Deus, porque Deus não pode ser captado e obrigado a responder às nossas perguntas.
Cria-se facilmente uma dependência dos espíritos; dependência que pode resultar bastante funesta.
Conhecemos vários casos nos quais a invocação dos espíritos provocou obsessões com vozes, sensações corporais, impulsos ao suicídio etc. (...) Se uma atividade é essencialmente insalubre para o homem, é sinal de que ela não é conforme à sua natureza, não entra na intenção do Criador. Aquela atividade é simplesmente contra a ética; não se deve realizar.
Os perigos das práticas espíritas, os efeitos perniciosos que frequentemente produzem, nos advertem que eles não devem ser realizados. O transe sempre comporta uma diminuição da clareza intelectual, do espírito crítico e da liberdade humana; portanto, deriva sempre uma diminuição da responsabilidade, que é a característica própria do homem adulto e maturo.
O homem em transe é como um homem mais ou menos drogado, um homem diminuído. Este transe se verifica no médium e também na pessoa que o consulta e que entra na sugestão desencadeada pelo médium. (11)
A doutrina da reencarnação é, na sua realização prática, como uma roda que parte de um ponto para retornar ao lugar de partida. A diversidade dos seres é momentânea, presente apenas nas existências intermediárias que se manifestam entre a partida e a chegada: minerais, depois plantas, depois animais, depois homens entre eles desiguais e enfim a igualdade e isto é um espírito perfeito, idêntico. Segundo tal doutrina, os homens seriam mais ou menos avançados dependendo se estiverem mais ou menos próximos do ponto de chegada, que é similar ao pleroma gnóstico: o pleroma gnóstico é uma espécie de magma originário e indistinto e o gnóstico Basílides o chama abertamente de nada.
Na doutrina da reencarnação:
  1. Os homens não têm um ser próprio, uma identidade pessoal própria: de fato, eles não têm conhecimento das próprias existências anteriores, não podem traçar a própria continuidade e a própria unidade. Esta amnésia das existências precedentes está em contradição mesmo com a teoria da reencarnação, a qual pressupõe a existência de um espírito independente do corpo, isto é, de um espírito que está no corpo como uma substância de natureza completa e que, portanto, guia o corpo como o piloto guia a nave. De fato, se o espírito é uma substância em si mesma completa, no desencarnar deveria levar embora consigo as lembranças e, sem perder a posse delas, deveria entrar no novo corpo do mesmo modo como o piloto não perde as próprias lembranças no passar de uma nave a outra.
  2. A ignorância das existências anteriores torna inútil a reencarnação. De fato, considerando a ignorância das existências precedentes, não se vê de que modo a reencarnação possa servir a favorecer o progresso individual. Para os reencarnacionistas, a doutrina da reencarnação serviria para fazer progredir os indivíduos através das vidas sucessivas correspondentes ao seu estado de avanço espiritual: esta seria a chamada lei do Carma. Para que o avanço do espírito possa ter lugar, ele deveria ser perfeitamente consciente da experiência adquirida em cada uma das existências precedentes, mas como se pode realizar um tal progresso se o espírito perde a lembrança das existências precedentes?
  3. Os homens não têm mais uma verdadeira família: de fato, para a doutrina da reencarnação, os filhos já existiam antes que os genitores lhes concedessem um corpo no qual se encarnar. Antes de serem nossos – segundo tal doutrina – os filhos foram de outros genitores, que foram provavelmente também de outra família, de outra nação, de outra pátria, de outra raça. Os próprios genitores poderão se reencarnar em um corpo concedido a eles pelos filhos.
  4. Os homens não teriam mais uma verdadeira identidade sexual: de fato, a reencarnação pode acontecer num corpo sexualmente diferente do precedente.
  5. E não haveria verdadeira diferença entre o homem e o animal: porque podemos ter sido animais e podemos sê-los no futuro. (12)
Admitida a doutrina da reencarnação, se torna fácil, de um ponto de vista filosófico, justificar comportamentos desviados como o incesto, a homossexualidade, a zoofilia. Além do mais, deste núcleo filosófico reencarnacionista, é inevitável que tenham origem doutrinas contrárias à família e às justas e naturais desigualdades entre os homens.
Da doutrina da reencarnação deriva também uma concepção panteísta: o homem se salva por si através das sucessivas reencarnações e Deus termina por identificar-se com a soma de todas as coisas. Mas se não existe mais um Deus pessoal e transcendente, a natureza não é mais a obra do Criador, não é mais o fruto do logos, o resultado de um projeto racional e, portanto, não existiram mais nem verdade, nem leis, nem direitos absolutos, sagrados, invioláveis. A natureza se tornaria apenas uma espécie de material nascido do acaso, fruto de simples e momentâneas conexões de força, um material sobre o qual o mais forte tem o direito de exercer a sua força: ficaria um só direito e também um só dever, o da força.
Na realidade, o verdadeiro e autêntico domínio do homem sobre a natureza pode atuar somente através do conhecimento e o respeito das leis naturais.
A natureza não pode ser dominada atropelando-se as leis: a natureza se deixa dominar somente conhecendo-se as leis e as aplicando.
“O domínio concedido pelo Criador ao homem não é um poder absoluto, nem se pode falar de liberdade de ‘usar e abusar’, ou de dispor das coisas como melhor agrade.
A limitação imposta pelo mesmo Criador desde o princípio, e expressa simbolicamente com a proibição de ‘comer o fruto da árvore’ (cf. Gn 2,16), mostra com suficiente clareza que, no que diz respeito à natureza visível, estamos submetidos a leis não somente biológicas, mas também morais, que não se podem impunemente transgredir.” (13)

Algumas objeções científicas à reencarnação

A regressão hipnótica seria, para os reencarnacionistas, prova da reencarnação.
Na realidade, no subconsciente acontece uma reelaboração caótica de todos os dados recebidos durante a existência e é possível que haja uma identificação com dados, histórias e acontecimentos depositados e reelaborados no inconsciente, identificação induzida pelo hipnotizador: o influxo do hipnotizador é evidente no fato de que, se sugere ao sujeito um retorno à infância, este age e fala como um menino; se lhe sugere ter sido um animal, este fala e age como um animal; se lhe sugere voltar a uma outra vida, começa a elaborar a história de uma outra vida. Além disso, as histórias dos sujeitos em estado de hipnose são sugeridas mais ou menos conscientemente pelos próprios hipnotizadores.
De fato, os sujeitos hipnotizados por Keeton aceitam o esquema do hipnotizador deles: declaram que todos são reencarnados logo após a morte.
Aqueles hipnotizados por Arnall Bloxham transcorrem longos períodos nas esferas astrais. Aqueles de Helen Wambach escolhem o sexo antes de se reencarnarem e aqueles de Edith Fiore se reencarnam entre parentes que se odeiam.
As famosas experiências do Deja vu são facilmente explicáveis com dados e elaboração dos dados que ressurgem do subconsciente seguidos a associações emotivas induzidas por imagens, sensações, lugares, pessoas, situações que contêm elementos análogos àqueles depositados no subconsciente.
Além do mais, a própria parapsicologia fornece instrumentos analíticos para demonstrar como muitos casos de suposta reencarnação sejam na realidade fenômenos de possessão. (14)

Bruto Maria Bruti

Notas:

1) cfr Jean Daujat, Psycologie contemporaine et pensée chrétienne, Téqui, Paris 1976
2) cfr Pierre Marie Emonet O.P., Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l'anima umana, elementi di antropologia filosofica, edizioni studio domenicano, Bologna 1997; cfr Gianfranco Basti, Il rapporto mente-corpo nella filosofia e nella scienza, ed. studio domenicano, Bologna 1991, in particolare da pag 265 a pag 269; cfr Tommaso d'Aquino S. Th., I,76,8c, eccetera; cfr Corrado Manni, Il risveglio dal coma? Attenzione a non dire eresie, Il Medico d’Italia, n.6, 7 marzo 1995, p. 9
3) San Pio X, Catechismo Maggiore, ed. Ares, Milano, sesta edizione 1987, n.50, 51, 52 p.22.
3) cfr San Tommaso D’Aquino, Summa Teologica I, q. 75, a. 5; citazione, Pierre –Marie Emonet O.P., Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima umana, elementi di antropologia filosofica, edizioni studio Domenicano, Bologna, 1997, p.71
4) cfr San Tommaso d’Aquino, Summa teologica I, q.75, a.5; citazione, Pierre- Marie Emonet O.P., Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima umana, elementi di antropologia filosofica, edizioni Studio Domenicano, Bologna, 1997, p.71
5) cfr San Tommaso d’Aquino II Sent. Dist.XIX q.I, 1, art.1; Summa contra Gentiles lib.II, cap.49; cfr Gabriele Paolo Carosi, Compendio di filosofia, ed. Paoline, Roma 1984, pp.396-397
6) cfr Ramòn Lucas Lucas, L’uomo spirito incarnato, compendio di filosofia dell’uomo, ed. San Paolo, Milano 1993, pag 314-330; cfr San Tommaso d’Aquino, Summa Teologica I, q. 75, a. 6
7) Pierre – Marie Emonet O.P., trad. it., in Pierre Marie Emonet O.P. e Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima Umana, ed. Studio Domenicano, Bologna 1997, pp.10-11.
8) cfr Armando Plebe, Storia del pensiero, vol.II, ed. Ubaldini, Roma 1970, pp.106-107
9) cfr San Tommaso d’Aquino, Summa Teologica I, q. 76, a. 1, q. 90, aa 2 –3; cfr Sofia Vanni Rovighi, Elementi di filosofia, vol. III, ed. La Scuola, Brescia 1963, pag 178; cfr Ramòn Lucas Lucas, L’uomo spirito incarnato, compendio di filosofia dell’uomo, San Paolo, Milano 1993, pp.288-299
10) S Agostino, Le Confessioni, ed. Paoline 1975, trad. di Aldo Landi, , libro VIII, cap. IX , p 257.
11) Carlos Aldunate, Il cristiano di fronte al paranormale, ed. Ancora, Milano, marzo '94, pag.56-58
12) cfr Fernando Palmés S.J., Gli errori dello spiritismo, I Di oscuri, trad. it., Genova 1989, pp.388-392
13) Giovanni Paolo II, Sollicitudo rei socialis, n.3.
14) J. Head - L. Cranston, Il libro della reincarnazione, Milano 1980; H. Wambach, Life before life, New York 1979; E. Fiore, You Have Been Here Before, New York 1979; H. Sherman, Vivrai dopo la morte, Milano 1984.
Traduzido para o Veritatis Splendor por Marcos Zamith. Fonte: http://apologetica.altervista.org/errori_spiritismo_reincarnazione.htm

PAX CHRISTI
Diogo Pitta

2 comentários:

  1. IH, DEVE TER PESSOAS INFARTANDO POR AÍ, COM ESTE POST....RS...

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