Não é fácil falar desse grande movimento abortista. A coisa parece tão
grande, (e de fato é grande) que quando começamos a desmembrar todas as coisas,
chega a parecer uma maluca teoria da conspiração. Mas não é. O que estou
escrevendo de forma sintética aqui no blog está amparado em diversos documentos
recolhidos ao longo dos anos por aqueles que trabalham na Defesa da Vida. A
verdade é que a indústria do aborto algo é demoníaco. Digo sem medo, pois é o
demônio quem luta para tirar a vida dos filhos de Deus.
Em 2004, quando ainda era missionário da Canção Nova, recebi em uma
sexta feira a tarde, a missão de gravar um programa Trocando Ideias em São
Paulo com o Monsenhor Michel Schooyans. A gravação seria no sábado em
São Paulo pela manhã de forma que passei a noite buscando informações sobre
quem era este senhor e por que ele era tão importante para realizarmos este
grande esforço.
A resposta foi muito satisfatória: Michel Schooyans é Doutor
em filosofia e teologia e é um sacerdote da arquidiocese de
Mechelen-Bruxelas. Foi professor da Université Catholique de Louvain,
professor visitante em várias universidades americanas, ex-professor da Universidade
Católica de São Paulo, e tem muitos livros sobre filosofia política, as
ideologias contemporâneas, as políticas populacionais e realizou várias missões
no terceiro mundo. Membro da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do
Vaticano, do Instituto Real de Relações Internacionais, em Bruxelas, o
Instituto de política demográfica, em Paris, o Population Research Institute,
em Washington.
Na época, o Mons. Schooyans havia feito um grande trabalho junto
a ONU, sobretudo quanto à política demográfica por alguns anos, a pedido do
Vaticano. Suas revelações para mim foram bombásticas: A ONU quer implantar a
política de controle populacional no mundo!
Segundo ele, no decorrer dos últimos quarenta anos, a ONU organizou
várias grandes conferências dedicadas a programas de controle da população.
Dentro das recentes, as mais conhecidas são a do Rio (1992) sobre o meio
ambiente, no Cairo (1994) sobre população e desenvolvimento, de Pequim
(1995) sobre a mulher.
Monsenhor Michel Schooyans |
A do Cairo, por exemplo, elaborou um pano de ação de vinte anos para
frear o crescimento da população mundial, especialmente nos países pobres.
Nesta conferência, a ONU manifestou a adesão ao controle demográfico e definiu
conceitos totalmente novos para o mundo, conceitos estes que já vinham sendo
defendidos pelas grandes fundações internacionais.
Para executar esses programas, agências da ONU, com o Banco Mundial,
o FNUAP, a Organização Mundial da Saúde, dispõem de recursos
enormes, vindo dos países ricos, sobretudo dos Estados Unidos (via a USAID)
e da União Européia. Contam também com a colaboração de Organizações
não governamentais (ONGs), tais como a IPPF (cuja filial no Brasil é a BEMFAM) e o Population
Council. Os governos nacionais dos próprios países pobres cooperam na
execução desses programas, especialmente através de esterilizações em massa de
mulheres. Só no Nordeste do Brasil, e já em 1992, se estimava que 37% das
mulheres casadas entre 15 e 44 anos estavam esterilizadas.
Entre as novas diretrizes estabelecidas no documento de conclusão
emitido pela ONU, provenientes da conferência encontram-se estas:
- O conceito de saúde reprodutiva, considerado como algo mais do que a simples ausência de doenças;
- O direito das mulheres ao acesso a serviços de abortos quando a prática não for contrária à lei;
- A urgência das ONG’s, ainda que não sejam constituídas por profissionais da saúde, de cooperar e supervisionar (ou pressionar) os governos na prestação dos serviços de saúde reprodutiva (incluindo o serviço ao aborto legal);
- Os direitos reprodutivos, que derivam do conceito de saúde reprodutiva, como um novo tipo de direito humano (que futuramente poderia incluir o direito ao aborto);
Em 1996 a ONU promoveu, informalmente, a famosa Reunião de Glen Cove,
numa ilha próxima a Nova York, onde reuniu as recém criadas ONG’s e
movimentos feministas. Ali se estabeleceu o plano de gradual pressão sobre
os vários países, em especial sobre os da América Latina, no sentido de
acusá-los de violarem os direitos humanos ao não legalizarem o aborto. Entre
outras metas para implantarem o aborto no mundo estava a de conseguir fazer
com que o direito ao aborto entrasse oficialmente na Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
Na raiz desses programas, há uma ideologia: a ideologia da
segurança demográfica. Essa reinterpreta a antiquada oposição Leste
(comunista) – Oeste (capitalista) em termos de oposição Norte (rico) – Sul
(países pobres). O Norte, que representa 20% da humanidade e cuja população
envelhece dramaticamente e tem pavor do crescimento da população jovem do Sul,
que representa 80% da humanidade. O Norte quer então conter, isto é bloquear, o
crescimento da população do Sul e sonegar-lhe os saberes de ponta que abririam
aos países pobres o caminho da valorização, por eles mesmo, dos seus recursos
naturais.
As raízes dessa ideologia se encontram nas teses, sempre desmentidas, de
Malthus (“A produção alimentícia não pode acompanhar
o crescimento da população; deixemos agir a seleção natural que elimina os
mais fracos”), do utilitarismo neoliberal (o
homem vale o que vale o mercado), das éticas do direito ao prazer
individual sem limites, da reformulação da teoria do espaço vital: O Sul é o
“quintal” do Norte.
Para saber mais sobre as denúncias do Monsenhor Michel Schooyans, clique aqui
http://domvob.wordpress.com
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