Destaque Internacional
1. O ministro da Saúde de Cuba, Dr. Roberto Morales Ojeda, acaba de
visitar o Brasil para tentar lançar água na fogueira de críticas e
desconfianças suscitadas pela massiva chegada a esse país de milhares de
médicos cubanos internacionalistas, que participarão do programa governamental
Mais Médicos. Calcula-se que até o momento já estão no Brasil 2.400 médicos
cubanos, porém esperam-se vários milhares mais nas próximas semanas.
2. Na realidade, o ministro da Saúde cubanos, em vez de água, lançou
lenha na fogueira quando tentou justificar a literal invasão cubana como uma
aplicação da doutrina do “internacionalismo proletário” (Folha de São Paulo,
11 de novembro de 2013).
3. “O internacionalismo proletário” é o sinistro fundamento com o qual o
regime de Havana justificou durante décadas a exportação da revolução comunista
à América Latina e África, causando tanta destruição e derramamento de sangue
em tantos países. Essas palavras do ministro cubano, apesar de que falou também
de “paz” e “colaboração”, não fizeram senão consolidar as desconfianças de
muitos brasileiros sobre os reais objetivos da irrupção massiva de médicos
cubanos.
4. Não é por acaso que o livro “Medicina Geral Integral”, usado
para a formação dos chamados “médicos da família”, ensina aos médicos cubanos,
através de métodos de psicologia social, a modificar as “atitudes
não-desejáveis” daqueles desditosos pacientes que se afastem “dos
princípios da moral socialista” (Editorial Pueblo y Educación, La Habana,
vol. I, pp. 188ss.). Na realidade, o médico cubano recebe uma instrução que o
transforma em uma mistura de agente de saúde com agente político e de controle
social, a serviço do regime.
5. Segundo informou o diário Folha de São Paulo (12 de novembro
de 2003), médicos cubanos estão sendo enviados para cumprir funções em
“favelas” conflitivas do Rio de Janeiro e também em regiões de conflito entre
fazendeiros e indígenas, como é o caso do distrito de Olivença, em Ilhéus, ao
sul do estado da Bahia. Nesse estado, os índios tupinambás suspenderam
temporariamente a agitação para receber festivamente os médicos cubanos. “Estamos
em missão de paz”, “não vamos interferir”, prometeu uma médica
cubana enquanto era recebida pelos indígenas. Ver para crer. O tempo dirá em
que medida os milhares de médicos cubanos aplicarão ou não no Brasil a trágica
doutrina do “internacionalismo proletário”.
6. Conhece-se a data de chegada dos internacionalistas cubanos, mas não
a saída. Apesar de que se havia fixado o ano de 2018 como data limite para a
presença dos médicos estrangeiros no projeto Mais Médicos, o Dr. Morzart Sales,
alto funcionário do Ministério da Saúde do Brasil, acaba de anunciar que na
realidade “não existe uma data final” (Agência Estado, 13 de
novembro de 2013).
7. O tempo também dirá em que medida os milhares de médicos cubanos que
estão chegando ao Brasil terão liberdade para trazer suas famílias e
eventualmente radicar-se no Brasil ou em outros países da região.
Aviso: estes apontamentos de Destaque Internacional são breves
comentários interativos, de caráter oficioso, que não representam
necessariamente a opinião de todos os membros de seu conselho de redação. Os
comentários destinam-se a chamar a atenção sobre temas “politicamente
incorretos” e que costuma ficar à margem, apesar de que são vitais para a
sociedade. Nossa finalidade é a de estimular debates e remover anestesias.
São bem-vindas sugestões, opiniões e críticas. Mais comentários no site www.cubdest.org
Apontamentos de Destaque Internacional - 13 de novembro de 2013 -
Responsável: Javier González.
Tradução: Graça Salgueiro
Fonte: http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=4288
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