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sábado, 22 de agosto de 2015

A Santa Missa e a Devoção à Santíssima Virgem Parte I


Perguntam-me com certa frequência os amigos e irmãos em Cristo, sobre a maneira mais eficaz de participar com frutos da Santa Missa, e a resposta é sempre a mesma: como se estivéssemos diante do calvário no exato momento do Sacrifício Redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz. Isto, porque a Santa Missa é a atualização deste Sacrifício Redentor. Até tentam os progressistas - diga-se, como certo sucesso -  conferir à Santa Missa conceitos que na verdade não conceituam coisa alguma. 

Basta que saibamos o que o Sagrado Magistério diz sobre a Santa Missa. O Catecismo da Igreja Católioca, no número 1330 diz assim: "Santo Sacrifício, porque actualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou ainda santo Sacrifício da Missa, «Sacrifício de louvor» (Heb 13, 15) Sacrifício espiritual, Sacrifício puro e santo, pois completa e ultrapassa todos os sacrifícios da Antiga Aliança."

Diz ainda o Catecismo de São Pio X, no número 652: “A  Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da Cruz.”

A melhor maneira de participarmos com frutos da Missa é obviamente, aprendermos com quem mais perfeitamente viveu os acontecimentos do Calvário. Ninguém os viveu mais intensamente e mais unido a Jesus do que sua Mãe, Maria Santíssima. Nossa Senhora, por ter a sua alma intimamente unida a Jesus, a ponto de exclamar um apaixonado São Luis Grignion de Monfort, que seria mais fácil separar o Calor do Sol, do que separar a Santíssima Virgem Maria do seu diletíssimo Filho, foi quem sofreu na alma, as dores que seu Divino Filho sofria no corpo. Nossa Senhora, Rainha dos Mártires por excelência, viveu a perfeita Compaixão, pois associou perfeitamente ao Sacrifício de Cristo na Cruz, o seu sacrifício próprio.

Disse Rainha dos Mártires por excelência, pois à medida que aumentava seu amor por Jesus, aumentavam suas dores, ou seja, o Seu amor infinito pelo seu Divino filho, era-lhe excruciante instrumento de martírio. Santo Estevão, foi martirizado pelos golpes de pedras; Santo Inácio de Antioquia, entregou-se aos dentes de Leões famintos como pasto de Deus e trigo puro de Cristo; Muitos e muitos Cristãos banharam de sangue o solo fértil da Igreja sob o fio da espada. Maria Santíssima porém, foi martirizada pelo Amor infinito de Seu Filho. Sei que é difícil pensarmos nestes termos, pois como poderia ser amor aquilo que faz sofrer? Porém, é também verdade, que ainda não amou o suficiente, quem ainda não sofreu pelo seu amado. Logo, participarmos da Santa Missa, em compaixão com Nosso Senhor, assim como o fez Maria Santíssima, é a maneira mais Salutar de vivenciarmos com frutos espirituais abundantes o Santo Sacrifício da Missa.

Sobre isto, também expressa-se o Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, número 58: “Assim avançou a Virgem pelo caminho da fé, mantendo fielmente a. união com seu Filho até à cruz. Junto desta esteve, não sem desígnio de Deus (cfr. Jo.19,25), padecendo acerbamente com o seu Filho único, e associando-se com coração de mãe ao Seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima que d'Ela nascera; finalmente, Jesus Cristo, agonizante na cruz, deu-a por mãe ao discípulo, com estas palavras: mulher, eis aí o teu filho (cfr. Jo. 19, 26-27)

Portanto, durante a Santa Missa, Santo Sacrifício Redentor, permaneçamos ao lado da Virgem Santíssima, e ela inspirar-nos-á um espírito de reverência maior e mais perfeito do que temos tido.

Mas há uma diferença do Sacrifício Redentor do calvário, que deu-se há dois mil anos atrás, e o Santo Sacrifício que dá-se por atualização a cada Santa Missa, diante de nossos olhos. O Sacrifício do Calvário foi um sacrifício Cruento, ou seja, houve derramamento de sangue; em contrapartida, o Santo Sacrifício da Missa é um sacrifício Incruento, ou seja, não há derramamento de sangue. É um Sacrifício espiritual, ocorre misticamente aos olhos da Fé, porém, a atitude espiritual daquele, deve ser o mesmo deste. 

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