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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Arautos da tolerância

Os últimos acontecimentos da esfera política, e toda a histeria e polarização que deles advém, permitiram-me constatar que geralmente, aqueles que dedicam-se com esmero ao discurso da "tolerância", são em sua grande maioria  primeiros a engatar em atos de intolerância, e o mecanismo que possibilita este estranhíssimo e paradoxal fenômeno é bem simples: dizem, os arautos da tolerância, que tudo deve ser tolerado, entretanto basta que erga-se contra esta tese, alegando que nem tudo deve ser tolerado, e que há pensamentos que devem ser rechaçados com veemência, que o arauto da tolerância irrompe numa fúria histérica, alcunhando o impugnante de fascista, nazista, intolerante e ditador. Nada mais irracional. Isto deu-se comigo recentemente, ao comentar, ao ser solicitado para tal, diga-se de passagem, sobre o episódio em que o Deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) citou o Coronel do Exército Brasileiro, Brilhante Ustra. 

Perguntaram-me se não havia achado que a atitude de Jair Bolsonaroo tinha sido anti-cristã, logicamente, baseados na ótica cristã no mais meloso estilo "mi mi mi". 

Não creio que que Bolsonaro tenha errado em substância, mas tão somente na falta de prudência. Brilhante Ustra é comumente conhecido como terror dos comunistas - e sinceramente não vejo em quê isto seja ruim - pois segundo os interrogados pelo tribunal de exceção falsamente alcunhado de "Comissão da Verdade", teriamreconhecido a voz de Ustra. 

O grande problema, a meu ver, é que os mesmos que aterrorizaram-se em ouvir um deputado citar Brilhante Ustra no parlamento, sequer sentiram coçar seus ouvidos  quando outro deputado, este do PSOL, partido notavelmente comunista, teceu loas a Carlos Lamarca, Carlos Marighuela e Ernesto Che Guevara. Carlos Lamarca era um notável esquartejador, e que tinha predileção por estraçalhar o crânio dos adversários com a coronha dos fuzis; Marighela era uma assassino sanguinário, cujo manual de guerrilha de sua lavra, serve de bíblia até hoje para facções criminosas como o comando vermelho, e até mesmo para radicais islâmicos, e Ernesto Che Guevara, cuja imagem de seu rosto é facilmente encontrada nas camisas dos universitários sob o comando da UNE, uma genuína quadrilha, foi o assassino de centenas de pessoas, dissidentes da revolução, tendo inclusive assassinado uma criança com um tiro na cabeça, em nome da maldita revolução Socialista. 

Estes três nomes foram homenageados na tribuna do parlamento, em alto e bom som, e nem uma ponta de condenação foi escrita pela mídia ordinária (duplamente literal); nem um mínimo desconforto por parte da mídia foi demonstrado à citação de tais nomes, e não só da mídia, mas também das pessoas cujas mentes já foram subvertidas há muito pelo marxismo veiculado pela filosofia de António Gramsci. A alucinação causada pela ideologia, fez com que as pessoas desenvolvessem a capacidade de analisar os fatos de forma unilateral e seletiva. Como a cultura do Brasil esta inteirinha submersa em marxismo, tendo apenas aqueles que residem fisica ou intelectualmente no exterior como refrigério, os nomes como Lamarca, Marighela et caterva, passam despercebidos aos ouvidos moucos do brasileiro atento à política, e nomes como o de Bolsonaro e Ustra são demonizados. 

É neste momento que entram em ação os "arautos da tolerância". Condenam peremptoriamente Bolsonaro ter citado Ustra, e a figura do próprio, dizendo que isto atenta contra a ordem da tolerância de de um estado democrático de direito, mas basta que uma alma, como esta que vos escreve, tente dar outro ponto de vista ou mostrar o outro lado da moeda, que tolerância e o sentimento democrático esvaem-se como fumaça e cedem o lugar à histeria e censura violenta.


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