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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Santo Tomás de Aquino e a Monarquia

"Dois pontos devem ser considerados acerca da boa organização do governo de uma cidade ou de uma nação. Primeiramente, que todos tenham alguma participação no governo, porque, segundo o livro II da Política, existe aí uma garantia de paz civil, e todos amam e guardam uma tal ordenação. Outro ponto concerne à forma do regime ou da organização dos poderes. Sabe-se que são muitas essas formas, diferenciadas por Aristóteles no livro III da Política, mas as principais são a realeza, ou o domínio de um só segundo a virtude; e a aristocracia, a saber, o governo dos melhores, ou domínio de um pequeno número segundo a virtude. Por isso, a melhor organização para o governo de uma cidade ou de um reino é aquela em que à cabeça é posto, em razão de sua virtude, um chefe único tendo autoridade sobre todos. Assim sob sua autoridade se encontra um determinado número de chefes subalternos, qualificados segundo a virtude. E assim o poder definido pertence à multidão, porque todos aí têm, ou a possibilidade de serem eleitos, ou a de serem eleitores. Este é o regime perfeito, bem combinado (politia bene commixta) de monarquia, pela preeminência de um só, de aristocracia, pela multiplicidade de chefes virtuosamente qualificados, de democracia, enfim, ou de poder popular, pelo fato de que cidadãos simples podem ser escolhidos como chefes, e que a escolha dos chefes pertence ao povo."

Suma Teológica, 1a 2ae q.105 a.1

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