Por Diogo Pitta
"Os mistérios de Deus são mais satisfatórios
que as soluções humanas." Fiz questão de iniciar essa breve e despretensiosa
reflexão com uma frase, iluminada como sempre, do escritor, filósofo e teólogo
Inglês G.K Chesterton, não apenas pelo apreço que nutro pela sua obra, mas pela
pertinência que o presente assunto exige.
Contemplamos
recentemente, a prova irrefutável da existência de Deus, quando sob luzes de inspiração
Divina, cientistas descobriram aquela que seria chamada de “a peça que faltava
ao quebra-cabeça” para conhecermos a verdade sobre a fundamentação da matéria e
formação do universo e de todas as forças e elementos que atuam sobre ele,
trata-se do bóson de Higgs, ou como preferem chama-la, a “partícula de Deus”. O Grande Colisor de Hádrons, foi construído
pela Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern) para detectar partículas
elementares da matéria, em especial o bóson de Higgs e funciona com uma
estrutura gigantesca e de funcionamento de certa forma complexo, mas
basicamente, ele realiza a aceleração de feixes de prótons, por quatro
aparelhos, cada um mais potente que o anterior, atingindo uma velocidade máxima
de 99.99999991% da velocidade da luz (300.000Km/h), sendo esses feixes
introduzidos em sentido contrário nos túneis, tendo cada feixe 100 bilhões de
prótons e realizando 11.254 voltas por segundo no túnel, colidindo frontalmente
32 milhões de vezes por segundo. Um sistema de sensores especializados detecta
as partículas após a análise acurada das colisões e em determinado momento curtíssimo,
pode-se constatar o bóson de Higgs.
Pois bem, a
maravilhosa descoberta e a magnífica e irrefutável prova da existência de Deus
torna-se cavalo de batalha para os ateístas militantes, pois servem-se da
existência da referida partícula para tentar, em vão, refutar a existência de
um Deus criador, bradando que se há algo material que deu origem à matéria,
elementos e às forças que agem no universo, logo, a existência de um Deus
Criador seria uma ficção primitiva e sem fundamentos. Detenhamo-nos num pequeno
detalhe: a massa da “partícula de Deus”! Os cientistas divulgaram que a Massa
da famigerada partícula possui 133 Prótons. Pergunta e problema: O que, ou
melhor, Quem conferiu esta massa à bendita partrícula? e ainda que se fragmente
mais a partícula (perdoem-me se proponho algo impossível), e cheguemos a algo isolado
e inerte, o que ou Quem tirou este “algo” da inércia e dotou-o de movimento?
Lembremos que a tal partícula foi gerada num meio artificial, onde forças foram
geradas por alguém; transferindo tal aparato para o meio cósmico, quem e de que
forma iniciou o trabalho. “O que gera a
existência do campo de Higgs onde atuam os bósons?”, se questiona o
encucado físico Laurence Krauss. Pergunto-me se não foi esse o questionamento
do padre jesuíta belga
Georges Lemaître em 1927, ao criar a teoria
do Big Bang ( e ainda insistem cegamente que a Igreja é contra a ciência). Seja
qual for a teoria, seja ela evolucionista, reducionista, criacionista e os
demais “nistas”, nunca será refutada a existência de Deus e sua ação criadora,
pois para que haja geração de energia deve haver movimento; para que haja
ordem, mesmo que seja ordem da teoria evolução das espécies, alguém infundiu
tal ordem. Neste ponto, recorro à Jean Guitton, filósofo francês que diz que
até no caos, alguma ordem deve ser imputada. Pois bem, sem mais delongas, atentemo-nos
para o que diz Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, quando expõe as cinco
vias que provam a existência de Deus, detenhamo-nos na primeira via, que assim
se expressa;
“A primeira
via, a mais clara, parte do movimento. Nossos sentidos atestam, com toda
certeza, que neste mundo, algumas coisas se movem. Ora, tudo o que se move é
movido por outro. Nada se move que não esteja em potência em relação ao termo
de seu movimento; ao contrário, o que move, o faz enquanto se encontra em ato. Mover nada
mais é portanto, que levar algo da potência ao ato, e nada pode ser levado ao
ato senão por um ente em ato. Como algo quente em ato, por exemplo o fogo,
torna a madeira que está em potência para o calor, quente em ato e assim a move
e altera., Ora, não é possível que a mesma coisa, considerada sob o mesmo
aspecto, esteja simultaneamente em ato e em potência, mas está frio em potência.
É impossível que sob o mesmo aspecto e do mesmo modo algo seja motor e movido
ou que mova a si próprio. É preciso que tudo o que se move seja movido por
outro. Assim, se o que move é também movido, o é necessariamente por outro, e
este por outro ainda. Ora, não se pode continuar até o infinito, pois neste
caso não haveria um primeiro motor, por conseguinte, tampouco outros motores,
pois os motores segundos só se movem pela moção do primeiro motor, como o
bastão, que só se move movido pela mão.
É então necessário
chegar a um primeiro motor, não movido por nenhum outro, e este, todos
entendem: é Deus. “ ¹
1 - Tomás de Aquino, Suma Teológica. I, art. III
PAX CHRISTI
Diogo Pitta
Comunidade Peregrinos de Jesus
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