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sábado, 7 de julho de 2012

Deus e o bóson de Higgs.


Por Diogo Pitta

"Os mistérios de Deus são mais satisfatórios que as soluções humanas." Fiz questão de iniciar essa breve e despretensiosa reflexão com uma frase, iluminada como sempre, do escritor, filósofo e teólogo Inglês G.K Chesterton, não apenas pelo apreço que nutro pela sua obra, mas pela pertinência que o presente assunto exige.
Contemplamos recentemente, a prova irrefutável da existência de Deus, quando sob luzes de inspiração Divina, cientistas descobriram aquela que seria chamada de “a peça que faltava ao quebra-cabeça” para conhecermos a verdade sobre a fundamentação da matéria e formação do universo e de todas as forças e elementos que atuam sobre ele, trata-se do bóson de Higgs, ou como preferem chama-la, a “partícula de Deus”.  O Grande Colisor de Hádrons, foi construído pela Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern) para detectar partículas elementares da matéria, em especial o bóson de Higgs e funciona com uma estrutura gigantesca e de funcionamento de certa forma complexo, mas basicamente, ele realiza a aceleração de feixes de prótons, por quatro aparelhos, cada um mais potente que o anterior, atingindo uma velocidade máxima de 99.99999991% da velocidade da luz (300.000Km/h), sendo esses feixes introduzidos em sentido contrário nos túneis, tendo cada feixe 100 bilhões de prótons e realizando 11.254 voltas por segundo no túnel, colidindo frontalmente 32 milhões de vezes por segundo. Um sistema de sensores especializados detecta as partículas após a análise acurada das colisões e em determinado momento curtíssimo, pode-se constatar o bóson de Higgs. 
Pois bem, a maravilhosa descoberta e a magnífica e irrefutável prova da existência de Deus torna-se cavalo de batalha para os ateístas militantes, pois servem-se da existência da referida partícula para tentar, em vão, refutar a existência de um Deus criador, bradando que se há algo material que deu origem à matéria, elementos e às forças que agem no universo, logo, a existência de um Deus Criador seria uma ficção primitiva e sem fundamentos. Detenhamo-nos num pequeno detalhe: a massa da “partícula de Deus”! Os cientistas divulgaram que a Massa da famigerada partícula possui 133 Prótons. Pergunta e problema: O que, ou melhor, Quem conferiu esta massa à bendita partrícula? e ainda que se fragmente mais a partícula (perdoem-me se proponho algo impossível), e cheguemos a algo isolado e inerte, o que ou Quem tirou este “algo” da inércia e dotou-o de movimento? Lembremos que a tal partícula foi gerada num meio artificial, onde forças foram geradas por alguém; transferindo tal aparato para o meio cósmico, quem e de que forma iniciou o trabalho. “O que gera a existência do campo de Higgs onde atuam os bósons?”, se questiona o encucado físico Laurence Krauss. Pergunto-me se não foi esse o questionamento do padre jesuíta belga Georges Lemaître em 1927, ao criar a teoria do Big Bang ( e ainda insistem cegamente que a Igreja é contra a ciência). Seja qual for a teoria, seja ela evolucionista, reducionista, criacionista e os demais “nistas”, nunca será refutada a existência de Deus e sua ação criadora, pois para que haja geração de energia deve haver movimento; para que haja ordem, mesmo que seja ordem da teoria evolução das espécies, alguém infundiu tal ordem. Neste ponto, recorro à Jean Guitton, filósofo francês que diz que até no caos, alguma ordem deve ser imputada. Pois bem, sem mais delongas, atentemo-nos para o que diz Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, quando expõe as cinco vias que provam a existência de Deus, detenhamo-nos na primeira via, que assim se expressa;
A primeira via, a mais clara, parte do movimento. Nossos sentidos atestam, com toda certeza, que neste mundo, algumas coisas se movem. Ora, tudo o que se move é movido por outro. Nada se move que não esteja em potência em relação ao termo de seu movimento; ao contrário, o que move,  o faz enquanto se encontra em ato. Mover nada mais é portanto, que levar algo da potência ao ato, e nada pode ser levado ao ato senão por um ente em ato. Como algo quente em ato, por exemplo o fogo, torna a madeira que está em potência para o calor, quente em ato e assim a move e altera., Ora, não é possível que a mesma coisa, considerada sob o mesmo aspecto, esteja simultaneamente em ato e em potência, mas está frio em potência. É impossível que sob o mesmo aspecto e do mesmo modo algo seja motor e movido ou que mova a si próprio. É preciso que tudo o que se move seja movido por outro. Assim, se o que move é também movido, o é necessariamente por outro, e este por outro ainda. Ora, não se pode continuar até o infinito, pois neste caso não haveria um primeiro motor, por conseguinte, tampouco outros motores, pois os motores segundos só se movem pela moção do primeiro motor, como o bastão, que só se move movido pela mão.
É então necessário chegar a um primeiro motor, não movido por nenhum outro, e este, todos entendem: é Deus. “ ¹

1 - Tomás de Aquino, Suma Teológica. I, art.  III

PAX CHRISTI

Diogo Pitta
Comunidade Peregrinos de Jesus

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