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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ad Iesum per Mariam



Hoje completam-se exatos três anos desde que optei, usufruindo do meu livre arbítrio, impulsionado pelo amor, fazer-me escravo de Nosso Senhor Jesus Cristo através da Santíssima Virgem Maria, ou se preferirem - assim como eu prefiro - simplesmente "Escravo de Maria".

No dia 08 de Dezembro de 2012, Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, renovava as promessas do meu batismo, dando-me por inteiro - corpo e alma - à Santíssima Virgem, como o único intuito de que Ela moldasse-me à imagem e semelhança de Nosso Senhor Jesus Cristo, Seu Filho. Certamente que não há magica nisso. Mágicas tem por objetivo entorpecer e enganar a percepção, e isto poupar-me-ia muitos sofrimentos. O caminho é mais árduo. Costumo dizer que quando nos consagramos, não ficamos melhores do que os outros católicos; apenas temos a plena noção do quão vis e asquerosos nós somos, quando comparados à Majestade Divina e à Beleza e Santidade imensurável da Santíssima Virgem. Perdi-me nas contas de quantas vezes caí em pecado mortal; dos veniais então, nem ouso tentar contá-los! Mas em todas estas quedas vertiginosas, havia sempre ali a misericórdia infinita e superabundante de Deus, que através do Sacramento da Penitência, resgatava-me cinematograficamente  do fundo dos meus pecados, punha-me a cabeça erguida e mostrava-me amorosamente o árduo caminho que ainda me restava e sussurrava-me com voz grave ao ouvido: " Não tenhais medo!" 

Hoje, providencialmente, juntamente com a solenidade da Imaculada Conceição, inicia-se o Ano Santo da Misericórdia, proclamado pelo Santo Padre. Nada mais propício para os que hoje, no Brasil inteiro, acorrentam-se à Nossa Senhora, para mais perfeitamente acorrentarem-se a Nosso Senhor Jesus Cristo! Muitos, alguns por ignorância, e outros por perfídia deliberada, travam guerras contra as cadeias que trazemos - não obrigatoriamente - atadas nos pulsos como sinal exterior de uma profunda devoção interior. Entendo perfeitamente a aversão que alguns ouvidos podem desenvolver com a expressão "Santa Escravidão", pois vivemos num país machucado com o flagelo da escravidão negreira. Mas a proposta de Nosso Senhor, propugnada por São Luís Maria Grignion de Monfort, e vivida intensamente por miríades de Santos, é que almejemos o Tudo, sendo um absoluto nada! Se quisermos ganhar o Céu, temos que ser imitadores de Jesus, isto é fato! Fato também, é que temos de imitá-lo em absolutamente tudo! Se Jesus fazia Jejum, nós o devemos fazer; se bradava contra o pecado, nos o devemos fazer; se consolava os aflitos e aliviava o fardo dos doentes, nós também o devemos fazer; se sofria calado os piores tormentos, nós o devemos fazer; se morria na Cruz, nós também o devemos fazer, no sentido de mortificarmos nossa própria vontade, e também no sentido de oferecermos nossos sofrimentos cotidianos à Deus, pelas mãos Santas da Virgem Maria, pela conversão dos pecadores, pela perseverança dos justos e pelo alívio das Almas do Purgatório. Mas Jesus fez-se também escravo! Fez-se escravo por amor,para a Salvação daqueles aos quais Ele quis imolar-se no madeiro da Cruz! Ele, a Sabedoria Encarnada, a Majestade Infinita, o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, aprisionou-se num envólucro de carne - santíssimo, diga-se de passagem! - e ali permitiu-se passar por todas as fazes de uma gestação, logo Ele, que criou o mundo em 7 dias, permitiu-se e limitou-se numa geração ditada pelas funções fisiológicas de uma Mulher. 

Permitiu-se e fez-se limitado à condição humana e suas fraquezas - exceto no pecado! Sentiu fome, sentiu tristezas, chorou, sentiu cansaço e padeceu dores atrozes e imensuráveis; Ele, o Deus Todo poderoso. Isto nos diz a Carta de São Paulo aos Filipenses: " Sendo Ele de condição Divina, não se prevaleceu de sua Igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens." (Fl 2, 6-7).

 Eis aí uma verdade sobre a Santa Escravidão de Amor:  a ela se adere por amor! Por amor, rompemos os grilhões que atavam-nos a Satanás, e nos acorrentamos a Jesus Cristo. Como uma criança que num vendaval, por medo de ser arrastada pelo vento forte para destinos incertos agarra-se às pernas de seu pai, sua única segurança, nós, por medo de sermos arrastados para o Inferno, atamo-nos a Cristo. Mas para fazermos isto de modo mais perfeito, o fazemos nos atando à Virgem Maria, Mãe de Jesus! 

Nossa Senhora, por não ser inflamada por vontades que não sejam as de Jesus, e por ser Ela Imaculada e livre de toda e qualquer mancha de pecado; e por conhecer Jesus mais intimamente do que todos os Místicos que existiram, existem e virão a existir, é o meio mais perfeito para nos atarmos intimamente com Jesus!  Portanto, fazendo-nos escravos de Nossa Senhora, mais perfeitamente estaremos nos fazendo escravos de Jesus. Diz São Luís Maria Grignion de Monfort: "Se a Verdadeira devoção à Virgem Maria nos afastasse de Jesus, nós a deveríamos rechaçar como uma armadilha do Diabo!" . A Verdadeira devoção á Virgem Maria é cristocênctrica, ou seja, ele tem Jesus como centro!

Que neste Ano Santo da Misericórdia, Nosso Senhor possa cumular-nos das graças necessárias para vivermos dignamente esta devoção, e para quantas vezes nós caírmos, levantarmo-nos mais fortes e mais confiantes em Deus!



Ad Iesum per Mariam!
Totus Tuus ego sum, et omnia mea tua sunt!
Salve a Virgem Imaculada!

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