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sábado, 12 de dezembro de 2015

Maria, modelo de devoção eucarística


Trecho do Livro “ La Madre del Redentor y nuestra vida interior”- PP.145-146
Padre Reginald Garrigou Lagrange, editora Cultor de Livros
Tradução: Diogo Pitta

"Convém insistir particularmente sobre o que devia ser para a Mãe de Deus o Sacrifício da Missa e a sagrada Comunhão que recebia das mãos de São João.

Por que foi confiada por Nosso Senhor no Calvário à São João ao invés de sê-la às Santas Mulheres que estavam ao pé da Cruz? Porque João era sacerdote e tinha um tesouro que podia comunicar a Maria, o tesouro da Eucaristia.

Porque, dentre todos os apóstolos se escolheu a são João antes de São Pedro? Porque João é o único dos apóstolos que está ao pé da Cruz, para onde foi atraído por uma Graça fortíssima e dulcíssima, e porque ele é, disse Santo Agostinho, o  modelo de vida contemplativa, da vida íntima e oculta, que foi sempre a de Maria Santíssima, e continuará sendo até a sua morte. A vida de Maria não terá o mesmo caráter que a do Príncipe dos Apóstolos, São Pedro, e nunca intervirá no governo dos  fiéis. Sua missão será contemplar e amar Nosso Senhor presente na Eucaristia, obter por suas incessantes súplicas, a difusão da Fé e a Salvação das almas. Deste modo, Maria será verdadeiramente na terra como o Coração da Igreja nascente, pois ninguém participará como Ela da intimidade e da força do Amor de Cristo.

Sigamo-la nesta vida oculta, sobretudo no momento em que São João em que São João celebrava diante d’Ela o santo Sacrifício da Missa. Maria não possui o caráter sacerdotal, não pode exercer essa função, mas recebeu (...) a plenitude do espírito Sacerdotal, que é o espírito de Cristo Redentor, penetrando, deste modo, muito mais profundamente que São João no mistério de Nossos Altares. Seu título de Mãe de Deus sobrepõe-se ao sacerdócio dos ministros do Salvador; deu-nos o Sacerdote e a Vítima do sacrifício da Cruz e ofereceu-se com Ele.

A Santa Missa era para Ela, num grau que não podemos mensurar, o memorial e a continuação do Sacrifício da Cruz! No Calvário, o coração de Maria foi transpassado por uma espada de dor; a força e a ternura de seu amor por seu Filho fizeram-lhe padecer um verdadeiro martírio. O sofrimento foi tão profundo que a sua recordação não pode perder sua veemência, sendo mantido por uma luz infusa.

Agora bem, sobre o altar, quando São João celebra, Maria encontra novamente a mesma Vítima que na Cruz. É o mesmo Jesus, que está realmente presente; não é somente uma imagem, é a realidade substancial do Corpo do Salvador, com sua Alma e Divindade. Não existe, certamente, imolação cruenta, mas imolação Sacramental, que realiza-se pela consagração do Corpo e do Preciosíssimo Sangue; o sangue de Jesus derrama-se sacramentalmente sobre o altar. E esta imagem da morte de Cristo é das mais expressivas para Aquela que não pode esquecer, que tem sempre no fundo de sua alma a imagem de seu Queridíssimo Filho maltratado, coberto de chagas, para Aquela que todavia ouve as injúrias e as blafêmias.


Esta Missa celebrada por São João e a que assiste Maria Santíssima, é a reprodução mais impressionante do Sacrifício da Cruz perpetuado em substância sobre o altar."

LAGRANGE, Reginald Garrigou, "La Madre del Redentor y nuestra vita interior", pp. 145-146, ed. cultor de livros

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