Trecho
do Livro “ La Madre del Redentor y nuestra vida interior”- PP.145-146
Padre
Reginald Garrigou Lagrange, editora Cultor de Livros
Tradução:
Diogo Pitta
"Convém insistir particularmente
sobre o que devia ser para a Mãe de Deus o Sacrifício da Missa e a sagrada Comunhão
que recebia das mãos de São João.
Por que foi confiada por Nosso
Senhor no Calvário à São João ao invés de sê-la às Santas Mulheres que estavam
ao pé da Cruz? Porque João era sacerdote e tinha um tesouro que podia comunicar
a Maria, o tesouro da Eucaristia.
Porque, dentre todos os apóstolos
se escolheu a são João antes de São Pedro? Porque João é o único dos apóstolos
que está ao pé da Cruz, para onde foi atraído por uma Graça fortíssima e
dulcíssima, e porque ele é, disse Santo Agostinho, o modelo de vida contemplativa, da vida íntima
e oculta, que foi sempre a de Maria Santíssima, e continuará sendo até a sua
morte. A vida de Maria não terá o mesmo caráter que a do Príncipe dos Apóstolos,
São Pedro, e nunca intervirá no governo dos
fiéis. Sua missão será contemplar e amar Nosso Senhor presente na
Eucaristia, obter por suas incessantes súplicas, a difusão da Fé e a Salvação
das almas. Deste modo, Maria será verdadeiramente na terra como o Coração da Igreja
nascente, pois ninguém participará como Ela da intimidade e da força do Amor de
Cristo.
Sigamo-la nesta vida oculta,
sobretudo no momento em que São João em que São João celebrava diante d’Ela o
santo Sacrifício da Missa. Maria não possui o caráter sacerdotal, não pode
exercer essa função, mas recebeu (...) a plenitude do espírito Sacerdotal, que
é o espírito de Cristo Redentor, penetrando,
deste modo, muito mais profundamente que São João no mistério de Nossos Altares.
Seu título de Mãe de Deus sobrepõe-se ao sacerdócio dos ministros do Salvador;
deu-nos o Sacerdote e a Vítima do sacrifício da Cruz e ofereceu-se com Ele.
A Santa Missa era para Ela, num
grau que não podemos mensurar, o memorial e a continuação do Sacrifício da
Cruz! No Calvário, o coração de Maria foi transpassado por uma espada de dor; a
força e a ternura de seu amor por seu Filho fizeram-lhe padecer um verdadeiro
martírio. O sofrimento foi tão profundo que a sua recordação não pode perder
sua veemência, sendo mantido por uma luz infusa.
Agora bem, sobre o altar, quando
São João celebra, Maria encontra novamente a mesma Vítima que na Cruz. É o
mesmo Jesus, que está realmente presente; não é somente uma imagem, é a
realidade substancial do Corpo do Salvador, com sua Alma e Divindade. Não
existe, certamente, imolação cruenta, mas imolação Sacramental, que realiza-se
pela consagração do Corpo e do Preciosíssimo Sangue; o sangue de Jesus
derrama-se sacramentalmente sobre o altar. E esta imagem da morte de Cristo é
das mais expressivas para Aquela que não pode esquecer, que tem sempre no fundo
de sua alma a imagem de seu Queridíssimo Filho maltratado, coberto de chagas,
para Aquela que todavia ouve as injúrias e as blafêmias.
Esta Missa celebrada por São João
e a que assiste Maria Santíssima, é a reprodução mais impressionante do
Sacrifício da Cruz perpetuado em substância sobre o altar."
LAGRANGE, Reginald Garrigou, "La Madre del Redentor y nuestra vita interior", pp. 145-146, ed. cultor de livros
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