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quinta-feira, 3 de março de 2011

03/03 - Os Quarenta Mártires de Sebaste, valentes soldados de Cristo.

O Edito de Milão, assinado em 313 pelos imperadores Constantino e Licinio, pos oficialmente fim à perseguição do Império Romano contra a Igreja. Contudo, embora o Edito decretasse liberdade às religiões – que poderiam então manifestar-se publicamente, podia ainda acontecer que algum chefe se considerasse no direito de proibir alguma religião, só porque lhe desagradava. Foi o caso do próprio Licínio, que continuou a perseguir a Igreja de Cristo. Já mal intencionado, autorizou o prefeito de Sebaste, Agrícola, a fazer o levantamento religioso de todo seu povo.
As vítimas mais ilustres desta perseguição, que aconteceu por volta do ano 320 – na Capadócia, Turquia – foram São Brás e os Quarenta Mártires de Sebaste. Quem nos forneceu notícias do martírio destes gloriosos soldados foram os Santos Basílio e Gregório de Nissa que, naquela mesma época e local redigiram os mais entusiasmados elogios à coragem destes mártires.
Estranhando o levantamento religioso, os quarenta 40 soldados que pertenciam à famosa “Legião XII” – chamada fulminante, decidiram não esconder a verdade, mas antes, elaboraram uma carta coletiva, que existe até os dias atuais, onde deixaram suas despedidas e pedidos de orações aos bispos e diáconos. Nesta carta, declararam “Até o presente combatemos e vencemos a serviço dum senhor mortal como nós; agora queremos lutar e vencer sob a bandeira de Cristo, que é o Deus verdadeiro, a quem devemos obediência e adoração”.
O imperador exigiu que todos os militares fizessem um juramento de fidelidade que consistia em oferecer sacrifícios aos ídolos protetores do Império. Os quarenta soldados desta Legião recusaram-se com firmeza a fazê-lo e confessaram-se cristãos. O prefeito Agrícola insistiu: “Se não quiserdes dar ouvidos aos meus benévolos conselhos, temos meios para vos lembrar a obediência que deveis às ordens superiores”. Mas, os soldados retrucaram: “Não há necessidade alguma de nos ameaçar; só tens poder sobre o nosso corpo. Se nas batalhas em favor do imperador recebemos feridas e nos expusemos à morte, muito mais estamos dispostos a defender e morrer pela causa do nosso Deus e Senhor”.
Agrícola, vendo perante si homens tão firmes e resolutos, mandou-os encarcerar e torturar com correntes e ganchos de ferro e mais tarde os entregou ao comandante da Legião, Lísias, para que este concluísse o processo de condenação. Lísias esforçou-se para dissuadi-los e induzi-los a sacrificar aos ídolos, a fim de que suas vidas fossem preservadas.
Os militares não cederam. Lisas então encaminhou-os a um martírio um tanto quanto original. Como era inverno rigoroso, mandou-os despir e atirar num tanque gelado. A apenas alguns metros de distância, foi preparado um abrigo aquecido. Bastava um sinal de negação a Cristo e de imediato se poderia receber “todo alívio que merece um amigo do imperador”. Mas, ao contrário, os mártires animavam-se, rezando: “Somos quarenta, Jesus; mas escolhemos morrer de frio, em honra dos quarenta dias de jejum do nosso Senhor e Deus”.
Um dos sentenciados não aguentou e cedeu, correndo para abrigar-se. Porém, um sentinela que vigiava o martírio foi tocado pela fé demonstrada pelos quarenta soldados e uniu-se a eles, tirando sua roupa e lançando-se no gelo, voltando assim, a completar o número de quarenta mártires.
E assim permaneceram durante 3 dias, sem causar rebelião ou demonstrar impaciência. No fim foram recolhidos a fim de que seus corpos fossem queimados. Surpreendentemente, o mais jovem dos quarenta soldados ainda estava vivo e sua mãe, que estava presente, encorajou-o a ficar firme para o martírio, e ela própria o carregou atrás da carreta dos mortos. O jovem morreu nos braços da mãe, unindo sua alma à dos quarenta colegas de martírio.
Santo Efrém, conterrâneo e quase contemporâneo, exaltando a perseverança heróica destes mártires, assim se expressa: “O grandioso espetáculo que estes mártires nos apresentam envergonha sabedoria dos filósofos e a eloquência dos oradores. O tirano e o juiz observam estupefatos a fé, a coragem e a prontidão destes valentes soldados. Que desculpa poderemos apresentar ao tribunal de Deus, nós, que livres de perseguição e torturas, deixamos de amar a Deus e trabalhar na salvação de nossas almas?”.
Jovens decididos e firmes, homens corajosos e fiéis a Deus. São eles: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo, Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Anastásio, Valente, Heliano, Ecdício, Euvico, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Prisco, Sacerdão, Etíquio, Êutiques, Esmaragdo, Filotiman, Aécio, Xantete, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio. 

Fonte: http://www.portadeassis.com.br

PAX CHRISTI 
Diogo Pitta

Um comentário:

  1. Louvados sejam para sempre, que exemplo magnífíco, nos ajudem a fortalecer nossa fé para que tenhamos também essa mesma coragem sempre.

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