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quarta-feira, 2 de março de 2011

CNBB sobre os a ética na TV.

Eis uma nota (na íntegra) da CNBB, sobre a ética (ou falta dela) nos programas de TV, mais especificamente sobre os reality shows, que na minha opinião, servem para mostrar quão superficial pode ser a alma. Tenho ficado aterrorizado com as atitudes das pessoas diante de suas TV's. Passo pelas ruas e ouço os gritos, aplausos, xingamentos, e quando penso ser alguma partida de futebol, algum outro esporte sendo transmitido; quando penso ser algo que realmente o valha, vejo consternado, que se trata de mais um episódio do circo das aberrações; não que os participantes sejam aberrações, mas agem como tais. 

Eis a Nota na íntegra:

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL Conselho Episcopal de Pastoral – 25ª Reunião
Brasília – DF, 15 a 17 de fevereiro de 2011
P – Nº 0131/11
NOTA DA CNBB SOBRE ÉTICA E PROGRAMAS DE TV
Têm chegado à CNBB diversos pedidos de uma manifestação a respeito do baixo nível moral que se verifica em alguns programas das emissoras de televisão, particularmente naqueles denominados Reality Shows, que têm o lucro como seu principal objetivo.
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, de 15 a 17 de fevereiro de 2011, compreendendo a gravidade do problema e em atenção a esses pedidos, acolhendo o clamor de pessoas, famílias e organizações, vimos nos manifestar a respeito.
Destacamos primeiramente o papel desempenhado pela TV em nosso País e os importantes serviços por ela prestados à Sociedade. Nesse sentido, muitos programas têm sido objeto de reconhecimento explícito por parte da Igreja com a concessão do Prêmio Clara de Assis para a Televisão, atribuído anualmente.
Lamentamos, entretanto, que esses serviços, prestados com apurada qualidade técnica e inegável valor cultural e moral, sejam ofuscados por alguns programas, entre os quais os chamados reality shows, que atentam contra a dignidade de pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira.
Cônscios de nossa missão e responsabilidade evangelizadoras, exortamos a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade.
Dirigimo-nos, antes de tudo, às emissoras de televisão, sugerindo-lhes uma reflexão mais profunda sobre seu papel e seus limites, na vida social, tendo por parâmetro o sentido da concessão que lhes é dada pelo Estado.
Ao Ministério Público pedimos uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva, identificando os evidentes malefícios que ela traz em desrespeito aos princípios basilares da Constituição Federal (Art. 1º, II e III).
Aos pais, mães e educadores, atentos a sua responsabilidade na formação moral dos filhos e alunos, sugerimos que busquem através do diálogo formar neles o senso crítico indispensável e capaz de protegê-los contra essa exploração abusiva e imoral.
Por fim, dirigimo-nos também aos anunciantes e agentes publicitários, alertando-os sobre o significado da associação de suas marcas a esse processo de degradação dos valores da sociedade.
Rogamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, luz e proteção a todos os profissionais e empresários da comunicação, para que, usando esses maravilhosos meios, possamos juntos construir uma sociedade mais justa e humana.
Brasília, 17 de fevereiro de 2011
Dom Geraldo Lyrio Rocha Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB
Dom Luiz Soares Vieira Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

SE/Sul – Q. 801 – Conj. “B” – CEP 70401-900 – Caixa Postal 02067 – CEP 70259-970 – Brasília-DF – Brasil – Fone: (61) 2103-8300/2103-8200 – Fax: (61) 2103-8303 E-mail: imprensa@cnbb.org.br Site: www.cnbb.org.br

PAX CHRISTI
Diogo Pitta


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