Por Alessandro Barreta Garcia
Membros da Escola de Frankfurt - anos 30 |
O marxismo cultural
nasce com a escola de Frankfurt, pela qual funcionou como um Instituto
de Pesquisa Social (REALE e ANTISERI, 2005b). Para Carvalho (2002), sua
fundação teve ajuda direta de Felix Weil e seu primeiro colaborador e
diretor foi Karl Grunberg. Carvalho (2002) aponta que Félix: “... achava
muito lógico usar o dinheiro que seu pai acumulara no comércio de
cereais como um instrumento para destruir, junto com sua própria fortuna
doméstica, a de todos os demais burgueses”. Carvalho (2002) quer dizer
que grande parte dos chamados revolucionários são burgueses brincando
com o dinheiro do papai.
Paim (2005) explica que Weil estava a serviço dos soviéticos desde o início, pois:
Mantém relações com os
chamados “revisionistas” da social democracia, corteja a liderança
comunista, paga generosamente as contas de pessoas influentes nesses
diversos grupos (financiou a primeira edição de História e consciência
de classe, de Lukacs), mas pretende talvez perpetuar a sua memória com a
criação do que viria a ser denominado de Instituto de Pesquisa Social.
Concebeu-o segundo o modelo das fundações norte-americanas, dotando-o de
um fundo milionário que lhe permitiria viver de rendimentos. Esses eram
tão abundantes que, tendo o Instituto que emigrar para os Estados
Unidos, devido á ascensão do nazismo, recusou integrar-se à Universidade
de Columbia. Muito provavelmente, isto limitaria a sua liberdade de
atuar como linha auxiliar da política externa soviética, o que vinha
fazendo de forma muito criativa e inteligente (PAIM, 2005, p. 318).
Segundo Rodriguez
(2006), os recursos para a escola de Frankfurt surgiram de um elaborado
sistema de envio de dinheiro, principalmente de judeus argentinos
exportadores de trigo. Paim (2005) aponta que o primeiro diretor do
instituto foi Carl Grunberg (1861/1938), isto, até 1927. Adiante teria
como diretor em 1931, Max Horkheimer que desenvolveu uma profunda
idealização da denominada teoria crítica da sociedade.
Seria o responsável
pela transferência do Instituto aos Estados Unidos, após a ascensão do
nazismo e durante a guerra. Regressou a Frankfurt em 1950, onde cuidou
da sua reconstituição. Faleceu em 1973 (PAIM, 2005, p. 320).
Os pesquisadores da
teoria crítica pautavam-se em estudos que deveriam partir da ideia de
totalidade e dialética, tendo como alvo a autoridade religiosa, familiar
e escolar. Para estes críticos, o sistema opressor precisa ser
combatido e uma sociedade sem exploração precisa ser esperada. É notável
como a escola de Frankfurt se empenhou na destruição das bases do
capitalismo, fora do campo prático, ou seja, após se neutralizar a
revolução urbana (o terrorismo revolucionário), a teoria crítica passa a
ser a nova salvação.
Paim (2005) destaca que
com Herbert Marcuse o niilismo de Nietzsche proporciona a corrente
crítica um caráter destruidor. Com seu niilismo pretendia-se a
erotização da sociedade.
Nesse sentido:
Encontra em Freud a indicação de que existiria no homem um instinto voltado à felicidade e à liberdade, com base no que poderia ser alcançado o que chama de “desalienação da libido e do trabalho”, cuja expressão maior seria a liberdade sexual (PAIM, 2005, p. 324).
Marcuse enxerga os hippies e beatniks como a nova classe revolucionaria, na qual substituía o trabalho por sexo. E toda a base conservadora, pela qual, segundo Marcuse, reprime o homem, deveria ser eliminada. Como resultados práticos observam-se os objetivos de maio de 1968 na França (PAIM, 2005). Esses movimentos, unidos ao campo político e sindical chegam a realidades devastadoras, tanto na França como no Brasil.
Encontra em Freud a indicação de que existiria no homem um instinto voltado à felicidade e à liberdade, com base no que poderia ser alcançado o que chama de “desalienação da libido e do trabalho”, cuja expressão maior seria a liberdade sexual (PAIM, 2005, p. 324).
Marcuse enxerga os hippies e beatniks como a nova classe revolucionaria, na qual substituía o trabalho por sexo. E toda a base conservadora, pela qual, segundo Marcuse, reprime o homem, deveria ser eliminada. Como resultados práticos observam-se os objetivos de maio de 1968 na França (PAIM, 2005). Esses movimentos, unidos ao campo político e sindical chegam a realidades devastadoras, tanto na França como no Brasil.
Com a escola de
Frankfurt segundo Reale e Antiseri (2005), é possível observar sua
configuração original em meio aos sistemas totalitários na Rússia,
Alemanha e Itália. Nessa configuração nascem às teorias críticas, e
também as suas contradições. Os mais conhecidos da escola de Frankfurt,
são Horkheimer, Adorno, Marcuse, Fromm, Beijamin, Lowenthal e Neumann.
Com Hitler no poder
todo esse grupo teve que ir para os Estados Unidos da América, em Nova
York (REALE e ANTISERI, 2005). Conforme Carvalho (2002): “Expulsos da
Alemanha pela concorrência desleal do nazismo, os frankfurtianos
encontraram nos EUA a atmosfera de liberdade ideal para a destruição da
sociedade que os acolhera”. Adorno fica conhecido por sua dialética
negativa, que nega, realidade e pensamento, nega, portanto a
possibilidade da razão captar a totalidade real. Nega-se o metafísico e
combate-se o universal. Nesse caso existe uma individualização contrária
ao universal e favorável ao singular. Existe deste modo um retorno ao
plano da natureza, do individuo isolado, de um átomo solto como no
período helenístico.
Para Horkheimer, a
razão é nociva porque foi constituída para controlar. Reale e Antiseri
(2005b) explicam que para Horkheimer, o sistema racional não permite
autonomia, por isso se permanece fechado na lógica instrumental criada
pela própria vontade de ser livre e de querer controlar a natureza. É
como se a razão girasse contra você. Como o antigo epicurismo, para
Horkheimer é preciso afastar-se da dor.
Marcuse para Reale e
Antiseri (2005) levanta o tema freudiano da repressão permanente. A
guerra para Marcuse não é econômica, ela deve ser cultural, dever ser
uma guerra de ideias. Em Fromm, recusar o sistema é recusar as normas,
ele proclama deste modo uma total desobediência. A sociedade se
desenvolveu segundo Fromm, com base na desobediência, o que é
evidentemente uma loucura. A desordem romana e seu fim em 476 d/C
explica muito bem, pois, a Igreja durante a Idade Média prova exatamente
o contrário. Esta mesma Igreja re-civilizou o ocidente.
Outros representantes da escola de Frankfurt são: Walter Benjamin e Habermas. Em geral, estes representantes da escola de Frankfurt ficaram conhecidos pela denominação de teóricos críticos, tendo como objetivo a destruição das tradições universais, tais como as tradições religiosas e familiares, sobretudo as tradições judaico-cristãs [1].
Outros representantes da escola de Frankfurt são: Walter Benjamin e Habermas. Em geral, estes representantes da escola de Frankfurt ficaram conhecidos pela denominação de teóricos críticos, tendo como objetivo a destruição das tradições universais, tais como as tradições religiosas e familiares, sobretudo as tradições judaico-cristãs [1].
No campo educacional e
cultural brasileiro, como bem aponta Paola (2008), os alicerces já
começavam a ser abalados quando os teóricos percebiam na disciplina de
educação moral e cívica, certa mina de ouro. Cientes da possibilidade do
uso de tais conhecimentos se infiltraram em disciplinas de psicologia,
história, ciências sociais entre outras. Tudo como descreve Paola (2008)
para formar idiotas úteis ao partido. Cuidado, o comunismo cultural
bate em sua porta, ensina seus filhos e destrói sua família.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, O. Do marxismo cultural. O Globo, 8 de junho de 2002. Acesso em: 20/04/2012. http://www.olavodecarvalho.org/semana/06082002globo.htm
CARVALHO, O. Período Helenístico I. Coleção história essencial da filosofia. São Paulo: É Realizações, 2006a. CARVALHO, O. O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. São Paulo: É Realizações, 2006b. PAIM, Antônio. Avaliação do marxismo e descendência. Lisboa, 2005.http://www.institutodehumanidades.com.br/arquivos/avaliacao_do_marxismo%20_1_.pdf PAOLA, H, de. O eixo do mal latino-americano e a nova ordem mundial. São Paulo: É Realizações, 2008. REALE, G, ANTISERE, D. História da filosofia, 6 De Nietzsche à escola de Frankfurt. São Paulo: Paulus, 2005. RODRÍGUEZ, R. V, E , DE SOUSA, P. S. O marxismo gramsciano: pano de fundo ideológico da reforma educacional petista. Revista Interdisciplinar de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos. Ano I, Nº 1, Juiz de Fora, set.-nov./2006.
[1] Aula do Padre Paulo Ricardo sobre o marxismo cultural. http://www.youtube.com/watch?v=FJi7CugwzVw&list=PL0493DA0FBE27560D
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Publicado originalmente em: http://aliancacidada.wordpress.com/2013/06/13/a-escola-de-frankfurt-ou-cuidado-o-comunismo-bate-em-sua-porta/
Blog do Autor: http://www.alessandrogarcia.org/
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