Padre,
o Sr. ama o Sacrifício da Missa?
Sim, porque Ela regenera
o mundo
Padre Pio de Pietrelcina,
durante entrevista
Faz parte da teologia moderna, e
por moderna entenda-se em não consonância com a Doutrina tradicional e ortodoxa
de sempre da Igreja, a ideia de que não somos obrigados a frequentar certos
Sacramentos; sacramentos estes que nos foram deixados por Nosso Senhor Jesus
Cristo como instrumentos de Salvação e que chegou até nós pela Tradição Apostólica.
Ouvi hoje pelo Youtube, proferido por um sacerdote católico, que não somos
obrigados a ir à Santa Missa, pois esta seria apenas – conceito de Missa dado
por ele – uma reunião de amigos, assim como também a última ceia de Nosso Senhor
o foi. Lamentável, que um sacerdote não tenha a consciência, ou a tenha perdido,
do que é um “sacerdócio”, pois se ele não reconhece a Santa Missa como um
Sacrifício, não há sentido em ter-se um sacerdote, haja visto, que a definição
mesma da palavra “sacerdote”, é de alguém que preside um sacrifício, assim como
eram os Sacerdotes Levitas do Antigo Testamento, que presidiam o Sacrifício da
Antiga Aliança.
Aqui, temos a oportunidade de
refletirmos sobre dois pontos fundamentais a respeito da Santa Missa, que têm
sido esquecidos e seriamente negligenciados, fruto da aviltante confusão
doutrinal que assola a Igreja há no mínimo 50 anos. Sobre o que na verdade é a Santa Missa, e se há obrigatoriedade de
irmos á Santa Missa.
O primeiro aspecto, é o Conceito de
Santa Missa. A Teologia modernista, como foi dito acima, vê a Santa Missa como
uma confraternização; um encontro entre amigos onde se revive a Ultima Ceia, e
que esta, seria apenas uma “despedida” de Jesus de seus discípulos.
A doutrina da Igreja ensina que a
Santa Missa é, antes de qualquer outra coisa, o memorial da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo; o Sacrifício redentor do calvário, que
acontece misticamente no altar de nossas paróquias.
Diz o Catecismo da Igreja Católica:
“O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi
entregue, o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar
pelo decorrer dos séculos, até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à
Igreja, sua esposa amada, o memorial da
sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de
caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e
nos é dado o penhor da glória futura.”(1)
No que foi dito acima, até a concepção mesma de “ultima Ceia” dada
pela teologia modernista, e compartilhada pelo reverendíssimo padre, estão
equivocados. A Ultima Ceia na verdade
foi a instituição da Santa Missa, por autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sobre o caráter sacrificial da Santa Missa, expressa-se o
Catecismo Maior de São Pio X:
“A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do
Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares,
debaixo das espécies de pão e de vinho, em
memória do sacrifício da Cruz.” (2)
Assim sendo, o único lugar onde seguramente podemos estar diante
da Cruz do Senhor, diante da Cruz que nos salvou e salva, é a Santa Missa! Sobre
isto, diz Santo Tomás de Aquino, o Doutor angélico: “A celebração da Santa Missa tem tanto valor como a
morte de Jesus na Cruz!”
A única diferença, é que na Cruz deu-se o sacrifício de forma cruenta, ou seja, onde houve
derramamento do Preciosíssimo sangue de Nosso Senhor, e em contrapartida, na Santa
Missa, o Sacrifício dá-se de forma incruenta,
ou seja, ocorre de forma sacramental e sem derramamento de Sangue. Ou seja,
o sacerdote, assim como os antigos Sacerdotes levitas da Antiga aliança,
preside um sacrifício para a nossa salvação, sacrifício este, que é uma
perpetuação do Sacrifício salvífico de Nosso Senhor na Cruz do calvário. Portanto,
a Santa Missa é um Sacrifício. Um santo Sacrifício!
Diante da importância do ato sacrificial da Santa Missa, cabe-nos
portanto analisarmos uma segunda questão: Somos obrigados a ir à Missa? A resposta
é sim, e que quem o diz é a Igreja, nos seus cinco mandamentos:
“O primeiro preceito da Igreja: ouvir Missa
inteira nos domingos e festas de guarda, manda-nos
assistir com devoção à Santa Missa nos domingos e nas outras festas de
preceito.”(3)
A Igreja, Mãe e mestra; coluna e
sustentáculo da verdade, sob a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo,
determinou para o bem e salvação das almas, a instituição de cinco mandamentos,
que devem ser obedecidos com a mesma reverência que se obedecem os Dez Mandamentos
da lei de Moisés, levados à perfeição por Nosso senhor Jesus Cristo. Disto
isto, o Primeiro dos cinco mandamentos da Igreja, diz-nos que a Igreja
manda-nos, como uma bondosa Mãe que sabe o que é bom para os seus filhos, irmos
à Missa todos os domingos e outras festas de preceito.
É preciso entender, que é prova de profundo
amor a Deus e à Igreja, obedecer os mandamentos, assim como uma criança deve
obedecer seus pais, também por amor; e que a obediência, é o primeiro degrau
para a Santidade. Vale lembrar também que a desobediência ao que nos manda o
Senhor é pecado, e que o salário do pecado é a morte, logo, a não ser por
graves razões, deixar de ir à Santa Missa aos domingos, é pecado. Levando em
consideração que, em última análise, a Missa nos traz a Salvação, por uma
lógica consequência, deixar de ir à Missa quando manda a Santa Igreja, sem
causa grave, é sinal de perdição.
Sinal de salvação para o católico também, é
deixar de se orientar pelo que ensina a teologia nascida do modernismo,
modernismo esse que segundo o Papa e santo São Pio X, é a síntese de todas as
heresias.
Apeguemo-nos portanto, para a nossa Salvação
e para maior fidelidade à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao que sempre
foi ensinado por Ela.
Uma Santa Quaresma a todos.
1 - Catecismo da Igreja católica , n. 1323;
2- Catecismo maior de São Pio X, n. 652;
3- Catecismo Maior de São Pio X, n. 475
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