Queridos irmãos e irmãs!

Alguns anos mais tarde, em Montecassino, deu forma concreta a este projecto, e escreveu-o na "Regra", a única obra sua que chegou até nós. Entre as cinzas do Império Romano, Bento, procurando antes de tudo o Reino de Deus, lançou, talvez sem se aperceber, a semente de uma nova civilização que se teria desenvolvido, integrando por um lado, os valores cristãos com a herança clássica e, por outro, as culturas germânica e eslava.
Há um aspecto típico da sua espiritualidade, que hoje gostaria de realçar de modo especial. Bento não fundou uma instituição monástica finalizada principalmente à evangelização dos povos bárbaros, como outros grandes monges missionários da época, mas indicou aos seus seguidores como finalidade fundamental, aliás única da existência, a busca de Deus: "Quaerere Deum". Mas ele sabia que quando o crente entra em relação profunda com Deus não pode contentar-se com viver de maneira medíocre seguindo uma ética minimalista e uma religiosidade superficial.
Nesta luz, compreende-se então melhor a expressão que Bento tirou de São Cipriano e que sintetiza na sua Regra (IV, 21) o programa de vida dos monges: "Nihil amori Christi praeponere", "Nada antepor ao amor de Cristo". Consiste nisto a santidade, proposta válida para cada cristão que se tornou uma verdadeira urgência pastoral nesta nossa época na qual se sente a necessidade de ancorar a vida e a história em referências espirituais firmes.
Maria Santíssima, que viveu em profunda e constante comunhão com Cristo, é modelo sublime e perfeito de santidade. Invoquemos a sua intercessão, juntamente com a de São Bento, para que o Senhor multiplique também na nossa época homens e mulheres que, através de uma fé iluminada, testemunhada com a vida, sejam neste novo milénio sal da terra e luz do mundo.
Papa Bento XVI – Angelus - 10 de Julho de 2005
Fonte: http://www.vatican.va
PAX CHRISTI
Diogo Pitta
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