Segundo Ítalo Calvino, autor do livro
“Por que ler os clássicos”, em uma de suas definições sobre, “o clássico é um
livro que nunca termina de dizer o que tem a dizer”. O clássico é clássico e
ponto. Não se discute, não se analisa, é atemporal, unânime, não fosse assim,
não seria um clássico.
Mas, por que ler os clássicos? Não estão
na lista dos mais vendidos! São difíceis de entender!
Bom, um estudo amplamente divulgado esta
semana, realizado pela Universidade de Liverpool, fala que as obras
clássicas estimulam mais o cérebro do que a literatura popular. Os resultados
mostraram que a atividade do cérebro “dispara” quando o leitor encontra
palavras incomuns ou frases complexas, mas não ocorre reação quando o
conteúdo é expresso em linguagem coloquial, de uso cotidiano.
Para quem já teve contato com Dom
Quixote e não gostou do que leu, esta parece ser uma notícia no mínimo
antipática! Porém, Calvino, do alto de sua sabedoria, alivia um pouco a pressão
ao afirmar que “o rendimento máximo da leitura dos clássicos advém para aquele
que sabe alterná-la com a leitura de atualidades, numa sábia dosagem”. Ou seja,
ler uma obra literária é como degustar um bom vinho, apreciar uma boa comida,
mas, ao mesmo tempo, gostar de sanduíche com suco de laranja. Tudo é uma
questão de equilíbrio.
Ler clássicos é acima de tudo um hábito
saudável; informa, diverte, amplia os horizontes; faz ir mais longe,
experimentar sentimentos já vividos ou inéditos. Enfim, aumenta a atividade
cerebral. Grande descoberta!
Então, da próxima vez que for ler um
best-seller, lembre-se dos seus neurônios e inclua na sua lista
também um clássico. Afinal, como diz Ítalo, em última instância, e na
falta de melhores argumentos, a melhor justificativa é que “ler os clássicos é
melhor do que não ler os clássicos”.
Para saber mais:
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