Para entender melhor a estratégia das Organizações internacionais para
financiar a aprovação e aplicação de políticas pró-aborto no Brasil, faz-se
necessário o estudo atento deste documento da CNBB sobre o tema https://s3.amazonaws.com/padrepauloricardo-files/uploads/2z6zfoqcyu7hxot95z3c/a-nova-estrategia-mundial-do-aborto.pdf
Os
promotores do aborto querem dilatar o conceito de estupro de tal modo que ele
abarque um número muito maior de possibilidades de aborto "legal"
O PLC
03/2013, evitando a palavra estupro e usando a definição vaga "qualquer
relação sexual não consentida", introduz um verdadeiro Cavalo de Tróia nos
muros jurídicos do Brasil
Provavelmente você jamais ouviu falar de Adrienne Germain. Ela é o tipo de
mulher discreta e genial, que trabalha no silêncio e com muita eficiência.
Adrienne está para o sucesso da agenda abortista nos últimos 25 anos como Steve
Jobs esteve para o da Apple ou Bill Gates para o da Microsoft. E pode estar
certo de que não se trata de nenhum exagero.
Antes dela, a questão do planejamento
familiar, no qual o aborto estava incluído, era tratada de forma estritamente
médica: oferta de anticoncepcionais, inserção de DIUs, criação de centros de
planejamento familiar, realização de laqueaduras, disseminação de aparelhos de
aborto, treinamento de médicos, financiamento de clínicas clandestinas em
países onde o aborto fosse ilegal etc.
Quando Adrienne, socióloga e mulher,
começou a trabalhar com o planejamento familiar, um campo dominado por homens,
discordou profundamente do modo como a questão populacional era abordada. Em
uma única conversa com John Rockefeller III, graças à sua capacidade singular e
entusiasmo contagiante, convenceu-o de que o sucesso verdadeiro do controle
demográfico dependia de se colocar a mulher, e não os médicos, no centro da
discussão.
Em 1990, já trabalhando para a Fundação
Ford, ela idealiza e incentiva a elaboração do documento "Saúde
Reprodutiva: Uma Estratégia Para os Anos 90". Tal documento forneceu bases
sólidas para que durante as Conferências do Cairo em 1994 e de Pequim em 1995,
a ONU assumisse "a Saúde e os Direitos Sexuais e Reprodutivos" como
uma estratégia para não somente legalizar o aborto em todo o mundo, mas
promovê-lo.
Adrienne lança em dezembro de 1998 um
manual de estratégias para obter a legalização do aborto nos países com
legislação mais restritiva. Em um dos trechos do manual ela refere que se deve:
"Assegurar ao máximo a prestação de
serviços previstos pelas leis existentes que permitem o aborto em certas
circunstâncias possibilita abrir caminho para um acesso cada vez mais
amplo...Deste modo os provedores de aborto poderão fazer uso de uma definição
mais ampla do que constitui um perigo para a vida da mulher e também poderão
considerar o estupro conjugal como uma razão justificável para interromper uma
gravidez dentro da exceção referente ao estupro" (Germain, A & Kim, T.
Incrementando el acceso al aborto seguro: estratégias para la acción. New York:
International Women’s Health Coalition; 1998. p. 8)
Uma das maiores mentoras do movimento
abortista mundial indica que, nos países com legislação restritiva (como o
Brasil, onde o aborto é crime mas não é punido quando a gravidez resultar de
estupro), os promotores do aborto devem dilatar o conceito de estupro de tal
modo que ele abarque um número muito maior de possibilidades de aborto
"legal".
Enquadremos agora, por alguns momentos,
a discussão que tem deixado muitos brasileiros bastante confusos da seguinte
maneira: se o PLC 03/2013 deve ser vetado parcial ou totalmente.
Diante do que foi exposto, podemos supor
que se a Presidente Dilma vetá-lo apenas parcialmente, Adrienne Germain e seus
colaboradores terão muito o que comemorar nesse mês de julho. Ela terá
finalmente conseguido abrir a brecha necessária, a infiltração pela qual
"fica assegurada ao máximo a prestação de serviços previstos pelas leis
existentes", ainda que erroneamente interpretadas. Em vez de 64 centros,
todos os hospitais do SUS, inclusive os religiosos e confessionais, passarão a
integrar a rede de serviços de abortos "legais". Passam-se alguns
anos, surgem novas polêmicas, regulamentam-se novas leis, publicam-se normas e
portarias, criam-se novas jurisprudências e o cenário estará maduro para a
completa legalização oficial do aborto no Brasil. Foi exatamente o que
aconteceu no Uruguai, com a diferença de que lá a estratégia usada não foi
alargar o conceito de estupro, mas o de "risco de vida" para a
mulher.
O PLC 03/2013, evitando a palavra
estupro e usando a definição vaga "qualquer relação sexual não
consentida", introduz um verdadeiro Cavalo de Tróia nos muros jurídicos do
Brasil. Quem impedirá uma mulher que está querendo abortar de dizer que
engravidou porque teve relação sexual com um homem em um dia que não estava com
vontade? Quem impedirá a própria esposa de dizer, para usar a linguagem de
Adrienne Germain, que foi vítima de "estupro conjugal"?
Para concluir. A Holanda é um país que
se encontra abaixo do nível do mar. Há séculos a população é protegida por
diques que impedem que o Mar do Norte invada suas terras. Não poderia haver
maior ameaça para o povo holandês do que a infiltração silenciosa e sorrateira
da água do mar através de seus diques. Infiltrações não sanadas causariam uma
fragilização cada vez maior e incontrolável das barragens e, no fim, a morte e
destruição de todo o país. De um modo similar, o "Mar do Norte" do
movimento abortista mundial pretende se infiltrar nos "diques"
brasileiros para, silenciosamente, provocar a morte e a destruição de milhões
de vidas inocentes. Um holandês jamais deixaria uma infiltração ser
"parcialmente vetada". Seríamos nós, brasileiros, menos prudentes que
eles?
Por Marina Salgueiro - Zenit.
Divulgação: http://padrepauloricardo.org
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